Pássaros Azuis escrita por Kokoro Tsuki


Capítulo 3
02 — Quero saber mais


Notas iniciais do capítulo

Oie, tudo bom meus biscoitos? :3 Sabem, é muito bom deixar uns capítulos programados, sério! Dá aquela sensação de alívio XD Eu estou escrevendo isso no dia em que postei o prólogo (23/02), então não sei se já terminei de digitar o último ou não, e realmente acho isso uma coisa interessante :p Para falar bem a verdade, não dá nem para ter certeza de que eu terei acesso a internet no dia em que vocês estão lendo isso ^^ Pois é :p

Eu gosto mais dessa capítulo que do anterior, apesar desse ainda ser muito... Parado. As coisas se agitam mais a partir do próximo, então... Aguardem! (rsrsrsrs) E antes que eu me esqueça, aqui vai a música do capítulo:
https://www.youtube.com/watch?v=sqXlC3jL-Gk E sim pessoinhas, elas são todas apenas instrumentais XD

Enfim, eu espero que gostem ♥ Até lá em baixo ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/680056/chapter/3

Pássaros Azuis

Quero saber mais

 

Mais uma vez ele se encontrava perdido em meio aquele breu de seus sonhos — ou pesadelos —, sem conseguir enxegar nada em seu caminho. Sentiu uma pontada de desespero assolar seu peito, mas se controlou. Quem sabe assim conseguisse achar Kyuubi, sua luz? Isso sim, lhe traria um grande sentimento de tranquilidade.

De joelhos naquele chão ele pôde ouvir baixas risadas de criança e sorriu. Sabia que eram as suas próprias risadas de anos antes, e sabia que o rapaz de fios amarelados em breve se aproximaria, trazendo sua luz para o tão terrível mar de escuridão em que aos poucos se afogava.

Aos poucos os dois chegavam perto, o Sasuke criança se divertindo e conversando com animação, enquanto o jovem o segurava pela mão, guiando pelo caminho que o Sasuke adulto já conhecia muito bem, e que não cansava de seguir.

O Uchiha tentou se levantar para segui-los, mas foi puxado para baixo novamente por uma força que não podia ver, por correntes invisíveis que pareciam querer mantê-lo afastado de seu anjo tão distante. Tentou uma outra vez e não conseguiu se levantar, conseguindo apenas machucar os pulsos.

Sua respiração parou por um momento, e ele não soube como agir, como resistir. Apenas abriu os lábios finos e gritou, sem que sua voz saísse novamente. Gritou e gritou mais e mais vezes, sem desistir, sem querer se entregar para isso. Kyuubi precisava olhá-lo. Tinha de olhá-lo!

Por favor... Uma única lágrima escorreu por seu rosto em meio a sua luta enquanto sua visão se afastava, e ele era arrastado para longe uma outra vez, sem poder novamente falar com aquele que o acompanhara tantas vezes na infância.

Antes de sumir, porém, o louro se voltou para ele, o fitando com aqueles olhos azuis tão penetrantes, tão belos... E, falando baixinho, sibilou:

— Oi, Sasuke...

 

 

Quando despertou, a mesma lágrimas que escorreu em seu sonho continuava a escorrer, acompanhada por outras que vinham caindo lentamente, mescladas de felicidade e angústia. Tinha ouvido a voz de seu tão querido amigo. E desta vez, direcionada diretamente para si e não para sua versão infantil.

Animado, o jovem de fios escuros se levantou em um salto, ignorando a tontura momentânea e se encaminhou diretamente para o banheiro. O dia de aula e com a família renderia depois daquilo. Nem ter que visitar a noiva do irmão lhe parecia ruim agora.

Se vestiu de forma rápida e desceu as escadas de casa, quase correndo, com a mão apertando a joia azul do colar que trazia consigo há longos quatros anos. Queria sair logo, para que o dia passasse logo e pudesse sonhar novamente logo.

Assim que se viu no andar de baixo, depositou um beijo terno na bochecha de sua mãe, que estranhou a alegria do filho, mas logo sorriu. Sasuke devia ter visto Kyuubi em seus sonhos. E pelo jeito foram incríveis sonhos.

 No início, Mikoto havia ficado extremamente preocupada com o tal amigo imaginário do mais novo, tentanto de toso as formas afastá-lo do ser que não conseguia ver, mesmo que ele não lhe fizesse mal nenhum. Do contrário, apenas o fazia sorrir sempre que estava por perto.

A verdade era que Sasuke sempre fora um menino especial, de uma enorme imaginação que a impressionada desde muito pequenino, talvez por não ter uma presença masculina por perto, já que Fugaku morrera quabndo ele era ainda muito pequeno, sem que tivesse uma noção de como era ir jogar futebol com o pai em um domingo à tarde.

A mulher, no entanto, passou a acreditar na existência do raio de Sol quando viu o pingente azul no pescoço do moreno, o colar que jamais tirava, não importando a situação. Mas isso não confortava seu menino depois que o louro se fora.

— Que alegria é essa logo de manhã? Viu passarinho verde, filho? — perguntou com um enorme sorriso do rosto, enquanto terminava de colocar o café-da-manhã de seu garotos na mesa. — Ou será que devo dizer pássarinho amarelo? — brincou, bagunçando os cabelos já tão rebeldes do rapaz, que apenas fazia rir.

— Eu diria passarinho azul, levando em conta a linda cor dos olhos dele? — a resposta fez Mikoto se arrepender de ter perguntado, e por um momento ela se calou. Claro, entendia os laços que Sasuke tinha com o tal Kyuubi, eram dez anos afinal, mas ainda assim achava que o filho estava apegado demais a alguém que somente ele via, e que ainda por cima só aparecia em sonhos.

Ela ainda pensou um pouco antes de continuar a falar. Não. Se o louro fazia bem a ele, que mal havia?

— Hm... Será que rola uma paixão aí? — com um arquear de sobrancelha, viu o colegial corar de leve. Opa! Tinha falado demais! Afastou uma cadeira e sentou de frente para ele, encarando o rosto levemente avernelhado. — A-ah... Desculpe meu amor, a mamãe foi longe demais, não é?

— Mãe, eu não sou mais criança para a senhora falar assim comigo. — resmungou, colocando uma torrada na boca. Já devia ser quase hora de ir para o irferno que chamava de escola. E Itachi ainda não tinha descido. — Onde o Nii-san está?

— Seu irmão está na casa da Sakura-chan, eles estão tratando de assuntos relacionados ao casamento. Ah! Estou tão orgulhoso do meu primogêntito... Um médico e noivo de uma cirurgiã... E pensar que há vinte e seis anos eu... — e contente desatou a falar, restando a Sasuke revirar os olhos e escutar.

Ao terminar de comer e conversar um pouco com a mãe, o jovem se despediu com um sorriso de canto, antes de voltar a inexpressão costumeira. Teria de ir para o colégio agora, e odiava aquele lugar. Odiava seus colegas. Odiava todos os iditas que o cercavam na sala de aula, fossem os meninos que o usavam para conquistar meninas — ou meninos mesmo — ou as meninas que nunca desgrudavam.

Deviam achar que ele era um comedor de pepecas promiscuo e sem vergonha, quando a realidade se mostrava bem diferente.

Sasuke não gostava de toda a atenção que lhe davam. Gostava de ficar na sua, com os fones sem que ninguém viesse lhe incomodar, mas ao que pareciam as pessoas não conseguiam entender algo tão óbvio, e isso acabava irritando-o. Principalmente quando se trava de Shion.

Naquela manhã a garota de cabelos amarelados — não chegavam a ser dourados como os de Kyuubi, ainda bem! Sasuke odiaria acabar o comparando com ela — insistira em fazer dupla com ele para uma prova idiota de literatura, por mais que deixasse bem claro que podia fazer sozinho.

Sem ter escolhas, acabou aceitando, e a garota moça de olhos perolados passou o tempo todo tagarelando sobre amenindades, para completar sua falta de paciência. Quase explodiu mandando-a ao inferno, mas acabou se controlando. Tivera ótimos sonhos, e uma idiota qualquer não estragaria seu dia perfeito.

E dessa maneira passou toda a manhã e boa parte da tarde na escola, entediado, mas alegre, até o fim da aula, quando mal tocara o sinal e já estava do lado de fora, aguardando Itachi para ir à casa de sua cunhada. Talvez a megéra tivesse cozinhado algo bom.

— Sasuke! — os gritos do mais velho chamaram sua a atenção, o fazendo ir em direção ao carro vermelho. Era raro um Uchiha gostar de uma cor tão chamativa. — Então irmãozinho, pronto para visitar minha amada? — perguntou assim que o menor entrou, e este revirou os olhos.

— Nunca estou pronta para ver aquele chiclete mascado. — resmungou ao passar o cinto por seu corpo. — Aproveite agora que estou de bom-humor e não vou mandá-la para todos os lugares possíveis.

— Você? De bom-humor? — o médico arqueou uma sobrancelha, mais divertido que incrédulo. — Deixe-me advinhar, sonhou com Kyuubi, não é?

— Nossa, como você acertou? Merecia um prêmio, Nii-san. — replicou, irônico.

— Sua irônica me magoa, Sasuke. — fez um bico falso, e ambos riram. Até ali tudo estava indo bem.

 O caminho para casa de Sakura não era muito longo, e os irmãos puderam ir tranquilamente no carro até lá, conversando sobre qualquer porcaria sem sentindo. Itachi queria ver logo sua flor de cerejeira e terminar de organizar a lista de convidados para o casamente, como fazia antes de ir buscar Sasuke.

A união seria realizada em breve no cívil, mas mesmo assim a rosada desejava fazer uma comemoração digna e encomendar o vestido brancos mais lindo que encontrasse, e como o Uchiha não mostrava resistência ao pedido dela... Se bem que, para ele só importava tirar a roupa na noite de núpicias.

Não demorou muito, e estavam no portão da casa de sua noiva — e futuramente sua casa também —, pequena e extremamente confortável, na opinião do mais novo que visitava-a pela primeira vez, sendo recebido por uma Haruno alegre e um delicioso cheiro de bolinhos de milho.

— Sasuke-kun, fique a vontade que eu e seu irmão vamos terminar os convites, sim? — disse de forma suave e o moreno assentiu, desconfiado. Pelo jeito eles iriam fazer mais que mecher com convites.

O casal se retirou da sala, deixando-o sozinho a mudar os canais da televisão, completamente entediado com os programas infantis e retardados que encontrava em certas emissoras. Sakura deveria assinar um pacote melhor, se o queria morando com eles.

Sentiu o tédio o tomando aos poucos, e desistiu de ver televisão, indo passear pelos poucos cômodos que restavam da casa, e com curiosidade acabou entrando no quarto de casal, indo diretamente até uma cômoda com fotos. Dela, via inúmeras imagens onde se estampavam o passado da cunhada, desde Sakura tomando banho até o dia em que fora pedida em casamento.

Um fotografia, porém, chamou sua atenção. Uma em que um rapaz de cabelos louros sorria para a câmera, fazendo sinal de paz e amor com os dedos, de uma forma tão alegre que quase conseguia tocar. Os traços tão delicados e jovens pareciam querer quebrar o vidro e ganhar vida, sair andando e sorrindo.

Esticou a mão em direção a ele e passou deus dedos pelas feições tão conhecidas, antes que um grito, misturado com o barulho de inúmeros cacos indo ao chão chamasse a atenção dos noivos na cozinha, os os fizessem sair correndo até ele.

Ao ver o irmão ajoelhado no tapete do quarto, com sangue escorrendo por suas pernas e braços, Itachi se preocupou, indo até ele e o colocando de pé. Chamou por seu nome três vezes, até que finalmente respondesse. Ou melhor, até que se voltasse para Sakura com a foto em mãos, e perguntasse:

— De onde você o conhece? — os olhos esmeraldinos se centraram na figura loura, e a rosada hesitou. Nem se lembrava que ela continuava ali e agora a via de novo, depois de tudo que fizera para enterrar aquele passado.

— O... O que você...? — era bem visível o quão a cirurgiã estava atordoada, com as pernas amolecidas. Seu futuro marido via, que me breve teria de levar os dois a um hospital.

— Vai, Sakura! Me diz logo! — Sasuke gritou, se aproximando dela a passos pesados e cheios de raivas, junto de outros sentimentos que não conseguia indentificar. — De onde você conhece ele? De onde conhece o Kyuubi?

O moreno estava bem perto. Perto e assustador, obrigando o médico a ficar entre os dois, ambos trêmulos sem que que entendesse o motivo. Olhava de um para o outro, pedindo respostas com os orbes negros.

— O... O Naruto... — foi a última coisa que a voz fina murmurou antes de cair nos braços de Itachi, desacordada.

Sasuke, tremendo muito e sem controle sobre si próprio saiu dali, sem saber o que fazer ou para onde seguir. Sabia apenas de uma coisa? Kyuubi se chamava Naruto.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado de mais esse capítulo ♥ Pássaros Azuis foi uma história incrível de se escrever, realmente ♥

Beijos e até semana que vem ♥

POSTADO: 08/03/16



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Pássaros Azuis" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.