Thinking Out Loud escrita por Grace


Capítulo 23
Your Body Is A Wonderland


Notas iniciais do capítulo

Olá! Espero que gostem do capítulo. Reconciliação 4Tris é sempre bom de ver, né?



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Nós nos olhamos intensamente por alguns segundos. Era como se eu tivesse vendo uma miragem. Ele me parecia abatido e triste, com uma expressão que eu nunca tinha visto em seu rosto. Uma expressão que partia meu coração ainda mais.

— Tris… — Ele sussurra e eu o enxergo como se fosse um espelho de mim mesma. Ele também estava estilhaçado. O olhar dele estava vago e o brilho de seus olhos estava apagado.

— Não fala nada. — Eu respondo, me jogando nos braços dele em seguida. Ele me aperta forte contra ele e eu enterro meu rosto em seu peito, deixando as lágrimas saírem novamente. Eu queria que esse momento durasse pra sempre. Ele encosta os lábios na minha testa e nós ficamos assim por alguns minutos.

— Eu sinto tanto. — Ele sussurra, um tempo depois. — Eu queria pegar todas aquelas palavras de volta. — Ele fala. Eu me afasto dele alguns centímetros e o encaro. Meus olhos ainda estavam cheios de lágrimas.

— Eu também sinto muito. — Eu digo, com um sussurro baixo. — Eu não queria ter dito nada daquilo. Aquela fui eu sendo infantil e mimada.

— Eu amo você, pequena. — Ele diz, me dando um sorriso bonito. O sorriso que eu amava ver em seu rosto e que ele reservava pra mim, todas as vezes que me olhava.

— Eu também amo você. — Eu digo e ele me puxa para mais perto, me beijando nos lábios em seguida. Eu percebo que aquele toque era tudo que eu precisava para fechar todas as feridas dentro de mim. Ele era tudo que eu queria.

Nós nos beijamos desesperadamente por alguns minutos. Eu só queria ficar com ele pra sempre. Alguns pingos de chuva voltam a cair, mas nós nem nos mexemos. Somos interrompidos pela voz da minha mãe, que estava parada na porta da casa.

— Entrem aqui antes que a chuva aumente e vocês peguem um resfriado. — Ela diz e nós dois sorrimos. Ele praticamente me carrega para dentro da casa. Nós vamos direto para o meu quarto. Tudo que eu queria era ficar com ele o máximo que pudesse, já que eu estava com medo de isso ser só um sonho.

Nós nos jogamos na minha cama e ficamos lá, abraçados, trocando beijos.

— Eu queria que isso nunca tivesse acontecido. — Eu digo, apoiando a cabeça em seu peito. Ele me abraça forte, me fazendo com que eu me sinta em casa.

— Eu queria nunca ter machucado você dessa forma. — Ele diz, enxugando o meu rosto que ainda estava úmido por conta das lágrimas.

— Já passou. — Eu digo. — Vamos deixar isso pra trás. — Ele concorda com a cabeça e me dá um beijo na testa em seguida. — Prometo não ter mais acessos exagerados de ciúmes.

— Eu também. — Ele diz, tocando o meu rosto. — Eu fiquei louco com o jeito que os caras estavam te olhando. Fiquei cego pro resto todo. Não vou fazer de novo. Eu sei que você é minha da mesma maneira que eu sou seu.

Nós ficamos em silêncio por alguns minutos. Eu escutava a respiração dele. Eu não sabia se isso era certo e saudável, mas não ligava. Eu só queria ficar com ele e esquecer o resto todo. Eu não queria mais pensar no que tinha acontecido. Tudo que me importava era que ele tinha vindo atrás de mim e que de uma forma ou outra, estava tudo bem.

— Sabe que eu nunca tinha te visto dessa forma, pequena? — Ele diz, arrancando uma risada minha.

— Desleixada, com olheiras profundas, olhos vermelhos e cheirando a cigarros e bebida? — Eu pergunto imitando a fala de Suzan mais cedo, fazendo-o rir.

— Não. — Ele afirma. — Eu quis dizer frágil. — Ele me aperta mais um pouco. — Eu nunca tinha te visto tão frágil dessa forma. — Ele faz uma pausa. — Mas continua a pessoa mais linda que eu conheço, mesmo com as olheiras e os olhos vermelhos. Ah, e o cheiro de cigarro.

Eu dou risada, lembrando de como Tobias não gostava de cigarros. O avô dele tinha morrido com câncer no pulmão e isso mexia muito com ele. Eu não fumava desde que tinha começado a sair com ele.

— Eu vou tomar um banho. — Eu digo suavemente. — E tirar esse cheiro de mim.

— Não me incomoda, pequena. — Ele diz, mas eu me levanto mesmo assim. Eu tinha prometido pra ele que não ia fumar mais e tinha tido uma recaída enorme, mas manteria a minha promessa, agora que nós estávamos juntos novamente. — Você pode jogar fora, se quiser. Eu só... — Eu digo, apontando para os maços ainda fechados. Eu tinha pedido para John, o jardineiro daqui de casa, comprar pra mim.

Ele pega os maços e se senta na cama. Eu pego uma troca de roupa e vou para o banheiro. Ouço Tobias se mexendo no quarto. A porta ainda está entreaberta e eu consigo ver que ele está recolhendo o cinzeiro e as garrafas de bebida que estavam jogadas. Ele também pega a caneca de café que eu havia largado na escrivaninha.

Ele sai do quarto e eu ia fechar totalmente a porta quando o escuto conversando com alguém. Estava virando um péssimo hábito escutar conversa das pessoas por portas entreabertas.

— Fico feliz que vocês tenham se entendido. — Minha mãe diz suavemente.

— Eu sinto muito, Natalie. — Tobias fala. — Eu não queria machucá-la dessa forma. Nunca quis. — Ele acrescenta.

— Eu sei. — Ela fala. — Sua mãe me contou o quão arrasado você estava. Tenho certeza que Tris nunca quis te magoar também. Ela te ama demais.

— Eu também a amo. — Tobias fala e eu sorrio. Meus olhos se enchem de lágrimas, mas dessa vez por um bom motivo. — Mais do que qualquer coisa.

— Brigas acontecem, Tobias. — Minha mãe fala. — Fico feliz que vocês tenham sobrevivido a essa. — Uma pausa se segue. — Deixa que eu dou um jeito nessas coisas. — Ela diz, provavelmente se referindo às garrafas e aos maços de cigarro.

— O quão ruim foi? — Tobias pergunta e eu entendo que ele se refere aos últimos dias. Ele provavelmente tinha sacado que o negócio tinha sido realmente feio.

— Foi bem ruim. — Minha mãe fala. — Ela não quis falar sobre o que tinha acontecido com ninguém e se enfiou no álcool e nos cigarros, tentando buscar algum conforto. Ela mal dormiu nesses dias, e todas as vezes que aconteceu de o cansaço vencê-la, dava para ouví-la tendo pesadelos — Uma pausa. — Se você conseguisse fazer com que ela comesse alguma coisa, eu ficaria feliz.

— Pode deixar. — Tobias responde. Eu fecho a porta do banheiro do meu quarto silenciosamente e ligo o chuveiro, me enfiando debaixo dele e deixando tudo de ruim sair.

Minutos depois eu saio do banheiro, usando pijama e moletom. Tobias estava jogado na cama, me fitando arduamente. Prendo meu cabelo em um rabo de cavalo e me dirijo até ele. Ele se senta na cama e eu me sento ao seu lado. Ele me envolve com seus braços.

— Assaltei a cozinha da sua casa e trouxe leite com achocolatado, pão, bolacha e Nutella pra nós. — Ele diz, me dando um beijo. — O que você acha? — Ele pergunta e eu sorrio. Tinha sido o nosso almoço depois de nossa primeira vez juntos.

— Eu acho perfeito. — Eu respondo, dando um beijo em seu rosto. Ele me aperta. Eu finalmente como alguma coisa. Minha cabeça ainda latejava, provavelmente por conta da fome e do grande espaço de tempo sem dormir, mas eu estava feliz. Eu sabia que ficaria bem enquanto estivesse com ele.

Nós conversamos brevemente sobre coisas aleatórias e bobas. Eu sinto meus olhos pesando e Tobias percebe que eu estava quase dormindo. Eu me aninho em seus braços e ele me aperta contra si.

— Eu não quero ficar sozinha. — Eu digo, bem baixinho. — Fica aqui comigo hoje? — Eu peço, o apertando mais ainda contra mim.

— Ninguém me tiraria daqui. — Ele responde, fazendo carinho no meu rosto. Ele beija os meus lábios e segundos depois eu fecho os olhos e deixo o sono tomar conta de mim. Eu sabia que dormiria bem essa noite.

Quando eu abro os olhos, na manhã do dia seguinte, me deparo com um par de olhos azul escuro me encarando delicadamente.

— Você é tão linda que eu podia te assistir dormindo o dia todo. — Ele diz, dando um beijo na minha testa e em seguida em meus lábios. Eu continuava jogada nos braços dele e me sentia bem e completa.

Eu me movo e sento em seu colo. Nós continuamos nosso beijo ardentemente. Eu podia beijá-lo pra sempre. Suas mãos fortes estavam nas minhas costas, me trazendo para mais junto dele.

— Que horas são? — Eu pergunto, totalmente perdida no espaço de tempo. Beijo o pescoço dele carinhosamente. Ele pega seu celular.

— Nove e meia. — Ele responde e eu dou um sorriso.

— Então parece que escapamos da escola hoje. — Eu digo e ele me beija.

— Sua mãe chegou a vir aqui. — Ele conta, sorrindo pra mim. — Ela te viu dormindo tranquilamente e desistiu de te acordar. — Ele mexe no meu cabelo. — Ela me disse pra ficar por aqui também.

— Você tem um sono muito leve. — Eu digo, rindo. Tobias acordava muito fácil, diferente de mim, que dormia parecendo que estava em coma. Eu olho pra ele. — Nós bem que podíamos ficar aqui, juntinhos, o dia todo.

Ele abre um sorriso lindo.

— Eu topo ficar aqui, juntinho. — Ele diz, me beijando. — Pena que não posso ficar o dia todo. Mas boa parte dele sim, se serve de consolo.

— Ah é? — Eu pergunto, dando um beijo nele. — Posso saber que compromisso meu namorado tem hoje?

— O compromisso com o banco de reservas do jogo de hoje. — Ele diz, me parecendo tranquilo, mas não me parecia estar brincando, o que eu estranho. Ele mexe no meu cabelo e o bagunça um pouco.

— Você como reserva? — Eu pergunto, arqueando a sobrancelha. — Eu duvido disso. — Eu acrescento. — Você é bom demais pra ficar no banco.

— Vamos dizer que o treinador não está muito feliz comigo. — Ele diz. — Eu fui muito mal nos treinos desta semana. Briguei com ele segunda feira, aos berros, me estressei com metade do time, larguei o treino no meio e não apareci ontem. Vou amargar um banco hoje, mas tudo bem. Já tenho o que realmente me importa de volta. — Ele acrescenta, me dando um beijo.

— Eu duvido que você fica no banco. — Eu digo, sorrindo pra ele, que sorri de volta. A impressão que eu tinha era a de que ele podia ver através da minha alma.

— Você quer conversar sobre o que aconteceu? — Ele pergunta, se sentando na cama. Me sento ao seu lado, escorando a cabeça da parede e fechando os olhos por alguns segundos. — Não só sobre os últimos dias, mas sobre a nossa experiência com o sequestro. Eu sei que nós não falamos muito disso, mas talvez faça bem para nós dois.

Abro meus olhos lentamente e encontro os dele. Eu sabia que nós não poderíamos ignorar esse assunto pra sempre.


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Notas finais do capítulo

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