Pov Kai

Acordei com o despertador tocando, levantei e fui até o banheiro. Tomei banho, me enxuguei e vesti uma calça jeans preta, uma camisa branca e um casaco de couro marrom. Fiz um café rápido e tomei, escovei os dentes, peguei as chaves do carro e as pastas e fui.

Chegando a escola estacionei e entrei. Fui direto para minha sala arrumar umas coisas. Pus as pastas em cima da mesa e fui apagando umas coisas escritas no quadro.

Enzo: ora, ora, ora- entrou batendo palmas- parece que teve o que queria, não é mesmo?

Kai: do que está falando?

Enzo: uma briga entre eu e Bonnie- pus o apagador em cima da mesa.

Kai: não era isso o que eu queria. Na verdade, eu estou feliz quando ela está feliz.

Enzo: acha mesmo que irei acreditar numa baboseira dessa?

Kai: desculpe, você acredita no que quiser. Aliás, eu não tive participação alguma nisso- fechei o punho- aliás, foi você quem encostou nela, não é?

Enzo: aquilo foi um aci...

Kai: não foi- me levantei da mesa- olha Enzo, já me ameaçou bastante lembra? Pois agora eu te dou um aviso. Se tocar mais uma vez na Bonnie, eu acabo com sua raça.

Enzo: isso não vai mais acontecer.

Bonnie: não mesmo- olhamos para a porta e ela estava lá.

Kai: e Peter?

Bonnie: lá em baixo, brincando com os outros.

Enzo: Bonnie...

Bonnie: olha Enzo, me poupe das suas desculpas. Não quero te ver mais na minha casa, certo?

Enzo: o quê? Eu disse que não aceitava.

Bonnie: acontece que não é você quem decide. Sou eu- ela se aproximou mais- e mais uma coisa, não se aproxime mais do meu filho.

Enzo: Bonnie...- ela deu um tapa na cara dele.

Bonnie: você merece bem mais- falou com raiva.

Enzo: vai se arrepender.

Kai: jura? Eu não acho que ela vá- ele me olhou e eu olhei pra ele com ainda mais raiva- eu disse que se tocasse nela outra vez iria ver, é melhor não testar.

Enzo: com licença- saiu com raiva.

Kai: tudo bem?

Bonnie: não muito, mas estou bem melhor- a abracei.

Kai: que tal um programa? Eu, você e Peter?

Bonnie: quando?

Kai: sábado. Que tal uma praia?

Bonnie: é, pode ser.

Kai: Bonnie- ela me olhou- me dá uma chance, por favor.

Bonnie: ah não...

Kai: por favor, prometo não desperdiçar.

Bonnie: vamos esperar mais um tempo Kai.

Kai: qual é, Peter quer isso e eu quero isso, na verdade eu sei que você também quer.

Bonnie: quê?- ri.

Kai: aquele ciúme foi muito...

Bonnie: Kai!

Kai: desculpe- ri- ora vamos.

Bonnie: certo, me dê até domingo para dizer.

Kai: ok- passei a mão por seu cabelo- não vou desperdiçar- passei meu polegar em seus lábios- não mesmo.

Ficamos nos olhando por um tempo e fomos interrompidos pelo toque do sinal, as crianças começaram a entrar e Bonnie foi embora. Comecei a dar minha aula. Após a aula fui guardar umas coisas.

Peter: pai.

Kai: oi garotão.

Peter: e você e a mamãe?

Kai: ah garotão, sabe como é.

Peter: realmente não entendo por que não ficam logo juntos.

Kai: é complicado garotão.

Peter: não, eu acho que vocês fazem ser complicado.

Terminei de guardar as coisas e apagar a lousa. Então fomos para casa, chegando na casa de Bonnie ela abriu a porta, Peter subiu e eu fui até onde ela estava. Ela estava mexendo o macarrão.

Kai: delicia- cheguei por trás dela, ela estremeceu- o que foi?

Bonnie: se puder afastar mais- eu ri- obrigado.

Kai: então, precisa de ajuda?

Bonnie: não, está tudo bem.

Kai: que tal quando a gente começar a namorar de novo, irmos visitar minha irmã e meu pai?

Bonnie: quando o quê?

Kai: você ouviu bem.

Bonnie: tá forçando a barra- ri- mas adoraria conhecer sua irmã e seu pai.

Kai: é, eles são legais- sentei na cadeira.

Bonnie: pode chamar Peter?

Kai: aham.

Pov Bonnie

Estávamos almoçando juntos de novo, ultimamente estamos agindo como uma família de verdade. Kai não está errado, eu quero voltar para ele tanto quanto ele quer, ele parece realmente ter mudado, mas não nego que bem lá no fundo ainda existe dúvida. Terminamos de almoçar e eu fui para a pia.

Kai: deixa, eu lavo.

Bonnie: não, pode deixar.

Kai: Bonnie, eu também tenho mãos- ele me afastou da pia e começou a lavar.

Bonnie: nunca gostou de lavar louça.

Kai: não mesmo, mas aprendi a gostar- sorrimos.

Bonnie: como Peter foi hoje?

Kai: quando ele não vai bem? O garoto é esperto e muito amigável.

Bonnie: você era assim?

Kai: um pouco, mas ele pode ter herdado de você.

Bonnie: não mesmo, eu era muito tímida.

Kai: ah verdade, lembro do seu primeiro dia na escola. Só comecei a ouvir sua voz quando Caroline puxou assunto com você, mesmo assim ainda era calada- rimos.

Bonnie: e a Anna?- isso veio na minha mente do nada.

Kai: o que tem ela?

Bonnie: sente falta dela?

Kai: bom, passamos uns anos juntos e foi bem legal, mas você não saía dos meus pensamentos. Enfim, sinto um pouco, por que ela era bem legal, mas eu amava outra.

Bonnie: disse a ela que a amava?

Kai: isso eu não lembro, não mesmo.

Bonnie: ah...

Kai: pensei que ia perguntar da garçonete também- começou a rir, eu peguei água com sabão e joguei na cara dele- ei!

Bonnie: não ouse- ele jogou em mim também.

Começamos a jogar um no outro e a rir, feito duas criancinhas. Depois paramos e sentamos nas cadeiras.

Kai: obrigado por me molhar todo.

Bonnie: você mereceu.

Kai: você fica com ciúmes e eu mereço?

Bonnie: eu não estava com ciúmes!

Kai: estava sim- joguei mais água e começamos a rir.

Bonnie: ela era bonita?

Kai: mais do que você não- rimos.

Peter: o que houve aqui?- olhamos para ele.

Kai: sua mãe teve um ataque.

Peter: mãe?

Bonnie: seu pai me provocou.

Peter: pai?

Kai: bom...

Peter: chega, eu nem devia ter descido. Podem continuar- ele piscou, riu e subiu.

Kai: o que ele quis dizer?

Bonnie: sei lá- começamos a gargalhar.

Limpamos a cozinha, eu enxuguei a louça e Kai guardou. Depois ele foi para casa e eu subi para meu quarto. Tomei banho, me enxuguei e vesti um vestido soltinho, deitei na cama e comecei a assistir.