*Alice*

-Alice, por favor, me escuta. –Dei alguns passos para traz, esperando suas palavras, suas mentiras. –Você tem que entender, não... não foi só...

-Jasper, não precisa tentar me explicar nada! James fez isso por você. –A agonia em meu peito era intensa com o calor de minhas próprias palavras.

-O James é um idiota, ele não devia ter falado, não devia... –O cortei rindo ironicamente.

-E você queria o que? Quanto tempo mais você me faria acreditar nessa mentira? Por quanto tempo você continuaria brincando comigo? Nós íamos transar isso fazia parte da aposta também? –As lagrimas caiam com intensidade. E agora não protestava contra elas. Jasper pos as mãos sobre os cabelos, apertando firmemente os olhos.

-Claro que não! Porque você não me escuta? –Seus olhos transbordaram em lagrimas, e ele não parecia se importar com aquilo. Era como se o fato de chorar tivesse se tornado algo fácil. Deu passos curtos e cuidadosos para frente, esperando minha reação. Cruzei os braços sobre o peito encarando-o.

-No começo... foi... apenas isso... uma... uma aposta! –Disse com dificuldade. -Mais você me encantou, me mudou. E eu adorava cada momento que passávamos juntos, cada beijo, cada toque. Eu me apaixonei Alice. –Afastei-me negando com a cabeça.

-Não! Não e não. –Encostei-me na parede tentando controlar minha respiração.

-Sim! Eu me apaixonei por você! –Voltou a aproximar-se. Por que tem que ser tudo tão difícil? Por que me sinto tão dividida? Por que o estúpido do meu coração acredita nele e me trás esperanças?

-O que você quer Jasper? Você já ganhou... provou que pode ficar com quem quiser... por que agora não me deixa em paz? –As lagrimas sufocavam-me. Tudo estava acabado, eu que tentava parecer forte agora chorava tamanha confusão.

-Eu não ganhei. Eu perdi você não foi? –Assenti, não sendo capaz de proferir uma palavra, a não ser ruídos e gemidos de dor. –Não chora!... Acredita em mim, meu amor. Por favor. –O mesmo som gutural escapava entre suas palavras, era como se ele sentisse exatamente o eu que sinto agora, era como se ele também sofresse. 

 O rosto de Jasper chegou mais perto, uma curta distancia muita perigosa, Nossos lábios eram separados apenas por alguns centímetros. Voltar a sentir seu cheiro, sua pele, seu hálito trazia de volta memórias prazerosas que machucavam e esmagavam minha alma por completo ao lembrar que nada foi verdadeiro. Seu rosto molhado encostava-se ao meu, sentia ódio por não poder e não querer nos separar, sua mão passeou delicadamente por minha face.  Sua boca encostou levemente na minha, senti o gosto do liquido salgado que escorregava por ambos os rostos. O ultimo. Esse seria o ultimo beijo que não deveria ter acontecido.

Com os olhos ainda cerrados, afastei-me de seus braços.

-Você não está entendendo Alice! Eu preciso de você. –Sussurrou a ultima parte Fitando-me sinceramente, Entretanto, a ultima vez que “enxerguei” sinceridade em Jasper ele feriu-me, uma ferida que parece aberta ao relento, sem cuidados, sem amor.

-Por favor fala alguma coisa, você não faz idéia do sofrimento que sinto agora!

-Eu não faço idéia? Tudo o que você senti, ou finge que sentiu não se compara com a dor que você infligiu a mim. Sinceramente Jasper você acabou comigo, eu nunca pensei ser capaz de suportar tudo o que suportei. Mais eu voltei e não foi por você. –Disse o mais fria possível. Não queria e nem devia confessar o sofrimento, mais ele merecia saber o quão cruel foi.

-Eu sinto muito! E era exatamente por isso que não lhe contei antes, você não me perdoaria, você não acreditaria no amor que carrego por você agora. Eu juro Alice se pudesse voltar no tempo eu nunca teria feito essa aposta. –Tentou mais uma vez se aproxima dessa vez o impedir, por mais que quisesse acreditar em suas palavras e me jogar em seus braços. Resistir as suas mentiras.

-Mais não pode! –Declarei com firmeza.

-Não! –Respondeu em um fio de voz. –Não posso! Eu sei que pra você deve ser difícil de acreditar. Mais não é apenas uma aposta é amor... é amor. –Os soluços eram constantes parecíamos duas crianças chorando desoladas.

-Não minta Jasper, não mais.

-Acredita em mim!

-Não! Não tem como! Nem se eu quisesse... Agora só me reponde... por que eu? –Desde o começo, até mesmo quando a dor era mais intensa e insuportável, era isso que sempre quis saber.

-Foi só imaturidade, James propôs e eu aceitei! –James! Claro.

-E o que você ganhou com isso? Qual foi o grande premio? –Ironizei a situação. Não me dei o trabalho de enxugar as lagrimas, já que tenho certeza que em breve elas voltariam. Jasper contraio os lábios, soltando o ar que só agora percebi que estivera prendendo.

-Três mil dólares! –O murmúrio quase inaudível fez com que meu peito se apertasse.

-E valeu a pena passar todo esse tempo me suportando por Três mil dólares? –As palavras dita por mim mesma só fez a aflição se arrastar por meu corpo acabando com o que ainda restava de mim. Parece que cada palavra que digo só faz a dor aumentar.  

  Quando parece que chegou em seu limite, que não tem como piorar. Piora.

-Você não vai entender não é? O que eu tenho que fazer pra você me perdoar? –A agonia em seu rosto, só agravava as coisas.

-Eu já perdoei Jasper, eu já perdoei. –Fui sincera. O rosto dele pareceu iluminar-se por alguns instantes, um sorriso quase se formou em seus lábios, porem, esperou eu terminar.

-Eu posso perdoar mais não tem como esquecer. –Voltei a encarar as escadas em seguida o fitei por poucos segundos. Suspirei subindo os primeiros degraus.

-Alice? –Chamou-me. Não me virei permaneci parada esperando que continuasse.

-Em todos os momentos que passamos juntos eu fui sincero. Em uma noite lhe disse que a amava, e isso era tão certo e verdadeiro quanto a necessidade que sinto de respirar. Eu não menti. –Aquela noite, cujo os sonhos vieram com as batidas ritmadas de seu coração, mal eu poderia imaginar que ela não passara de uma grande mentira.

-Sinceramente isso não me importa... pra mim você parou de respirar no momento em que descobrir sobre a aposta. –As lagrimas voltaram a cair com minha declaração. Subi as escadas rapidamente ele já viu lagrimas minha demais por hoje, antes de chegar no topo ouvi ele murmura um “Eu não vou desistir.”.

  Peguei a chave do quarto, antes de entrar enxuguei o rosto, esperando ter ficado com uma aprecia melhor. Entrei sem fazer muito barulho.

 Observei minhas amigas dormirem calmamente, como elas me fizeram falta.

Nessie murmurou algo incompreensível enquanto se levantava ainda cambaleando e esfregando os olhos. Chegou bem perto de mim, lhe lancei um enorme sorriso. Ela apenas encarou-me por algum tempo, deu de ombros e fez o seu percurso ate o banheiro.

-Bom! Pelo menos a reação dela foi melhor do que o esperado. –Sibilei pra mim mesma. No mesmo instante que me calei a porta do banheiro é aberta bruscamente, com um baque ensurdecedor. Fazendo Ang assustar-se e cair da cama.

-VOCÊ... VOCÊ VOLTOU. –Nessie gritou, abri os braços esperando o reconforto carinhoso de minhas amigas. Abracei as duas ouvindo os “Eu devia te matar! Por que você não atendeu as ligações?” de Nessie e os “Fiquei tão preocupada! Pensei que não voltaria” de Ang.

-Senti tanta falta de vocês! –Murmurei secando as lagrimas, agora de alegria, pelo reencontro.

-Aconteceu tanta coisa! Você não faz idéia do que a Nessie fez! –Nessie deu de ombros com um sorrisinho no canto dos lábios. O que ela aprontou? -Seth já estava arquitetando um plano pra invadir sua casa, e pra piorar Eric concordava com ele. Rose e Bella nos garantiu que não sabiam de nada. –No curto espaço que Ang parou para respirar Nessie continuou.

-O que aconteceu exatamente? Como você ficou?  E por que diabos você não atendeu nossas ligações? Eu fiquei prestes até um ataque cardíaco, o que vai acontecer com vocês? Depois de tudo isso Jasper conversou conosco, Seth continua querendo mata-lo, Mais... Eu não sei, ele parecia arrependido, eu até me desculpei por ter batido nele...

-Você o que? –Poderia esperar uma reação dessas de Nessie, Mais ainda assim era difícil de acreditar.

-Vem! Vamos te contar tudo! –Ang puxou-me para sua cama onde nos sentamos, formando um pequeno circulo. Era bom está com elas, à dor se aliviava.

E assim se seguiu à noite, com conversas, fofocas, risos e em certos momentos lagrimas.