Do outro lado da linha escrita por LcsMestre


Capítulo 81
Atendimento #081: Furto


Notas iniciais do capítulo

Já ouviu a expressão "achado não é roubado" ? De fato não é roubo, mas é furto...então se vir algo jogado por ai não deixe ninguém ver você pegando...aeaieuhaieh
Aproveite e ria um pouco deste atendimento.
PS: Atendimentos adicionados todos os dias as 14:00(ou no caso 14:05 sei lá..)



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Atendimento #081: Furto

Nunca reaja a um assalto, sério mesmo. Suas chances nunca são boas quando se está acuado, nervoso, com raciocínio ilógico e com pico de adrenalina. Quando vemos um criminoso armado sentimo-nos impotentes, mas quando nossos pertences são levados sem vermos o criminoso sentimos raiva, com uma vontade maluca de torcer o braço de alguém, que louco não?

— Cadê ? Eu quero saber quem foi.

Pelo volume da voz de Ione podia-se assumir claramente que ela se encaixava na segunda questão, ou seja, fora furtada.

— Cadê o que? Tá doida é sua maluca? — Ezequiel falava sem emoção, estava tão animado naquele dia que até a preguiça sentiria vontade de trabalhar ao vê-lo daquela maneira.

— MEU TABLET SUMIU! — Esbravejou a cliente. O headphone de Ezequiel emitiu o ruido tão alto que até os atendentes próximos estranharam. Acharam por um intante que era um chiado alto.

— GRITA NÃO JÃO! —  Elevou a voz forçando um sotaque paulista que ele possuía. Seus olhos arregalados e as veias saltadas eram o completo oposto de poucos segundos antes. — GRITA NÃO QUE NOIS TE PASSA!

Igor se levantou da cadeira em um salto, aquele dia deveria ser sem animosidades pois os gestores estavam andando para lá e para cá na empresa. Como um ninja ele se esgueirou até Ezequiel, aproximou uma faca de seu pescoço, esperou que o atendente o notasse. Nosso heroi ao ver a arma se afastou levemente, mas não para não se ferir, mas para não se sujar com a manteiga que existia no objeto.

— Tá doido infeliz? Por que essa faca?

— Pra nada. — Na outra mão de Igor via-se uma fatia grande de bolo de cenoura com cobertura de chocolate, ele, por alguma razão obscura do destino, adorava comer aquele tipo de bolo com manteiga. — Quer um teco?

Ezequiel dividiu do alimento e com a boca ainda cheia explicou ao encarregado.

— Essa doida aqui veio gritando comigo sem razão.

— E só por isso você gritou de volta? — O supervisor mordicou a camada de chocolate.— Tá parecendo mais macho do que o normal, volta pro teu estado de mocinha delicada que fica mais legal.

— Não, eu tava com sono e precisava das uma acordada também. — Puxou uma cadeira para o encarregado. — Senta ai.

A cliente esperava o atendente dar-lhe a devida atenção, principalmente por que escutava o mesmo batendo papo com seu superior como se nada tivesse acontecendo. Quando notou a luz do mute apagada, o que indicava que indicava que a cliente ouvia tudo, o encarregado perguntou:

— Você esqueceu de por no mudo ou deixou de sacanagem pra essa doida escutar?  

— Quem você está chamando de doida? — A cliente respondera irritada com o insulto.

— Pera ai que eu respondo colega. — O sotaque do ex taxista reverberou. — Ione? Acho que é essa mulher que eu to chamando de doida. A...é mesmo é você.

Ezequiel arqueou as sobrancelhas abrindo um sorriso.

— Enfim, senhora vamos retomar o foco do inicio da chamada. A senhora disse que seu tablet… — Mas antes de continuar nosso heroi foi interrompido por um novo grito.

— SUMIU, DESAPARECEU E…

— Ô fazedora de cerol. — Interrompeu o supervisor pronto para pegar a cliente pelo pescoço e jogá-la de cima de uma ponte. — Baixa essa bola, o parceiro aqui tá só querendo dar aquela força.

— Senhora, vamos com calma. — Ezequiel tentou acalmar a cliente, soou carinhoso, um contra-ponto perfeito ao supervisor bruto como um cavalo manco.— Eu lembro que a senhora disse que queria saber quem foi que o roubou não é? Pois bem, eu não faço ideia do que quis dizer com isso, mas nós não temos como saber quem foi o responsável.

A cliente levou as mãos aos cabelos, desolada ela acreditava que era uma vítima de uma conspiração, um alvo de um grande esquema. Claro que isso não passava de piração da coitada, mas quem é que diz para um louco que ele é louco?

— Vocês são todos uns mentirosos, eu vou dar parte na policia por esse crime. — Bateu na mesa de madeira próxima onde se encontrava. — Não têm como não ter relação. Primeiro eu ligo pra vocês e nós acertamos um acordo de reembolso, ai na sequencia, COISA DE TRINTA MINUTOS! — Enfatizou. — Meu aparelho some. Foram vocês que roubaram ele.

Igor mordeu a língua ao ouvir aquilo, o absurdo soou-lhe como uma oportunidade de brincar com a cliente.

— Então você acha que fomos até sua casa, como se fossemos um grupo de operações espaciais táticas, tipo uma SWAT. Arrombamos sua porta, pegamos o produto, rearrumamos a porta, para que não ficasse nenhum vestígio e saímos sem que a senhora visse? — Ezequiel tinha a risada na voz, era cômica tamanha loucura da cliente.

— Não chega a tanto, mas alguém veio aqui e pegou meu produto assim, pra evitar a devolução do meu dinheiro.

Igor sinalizou para o subordinado entregar-lhe o headphone. Colocou a chamada em volume baixo e sussurrou.

— É isso ai parceira, se continuar enchendo o saco eu vou começar a mandar os parafusos do seu tablet via carta. — A voz era quase criminosa, mas no fundo Ezequiel sabia  verdade. — Depois eu vou quebrar a tela dele e mandar os cacos. Mas se desligar agora eu vou fingir que não ouvi sua voz e devolvo essa porcaria até amanhã.

 

Após uns dez segundos a chamada caiu levando os dois a lágrimas de riso.




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Notas finais do capítulo

A cliente nem tá ligada que existe um setor de recolhimento na empresa, eles é que são ops responsáveis por invadir a cada do cliente aieuhaiehiahe
Vou sempre repetir isso:
SOU MOVIDO A COMENTÁRIOS SIM! GOSTO DE SABER SE ESTÃO GOSTANDO OU NÃO U.U
Se você riu com esse amontoado de palavras eu fico feliz, esse era meu objetivo bjs e até amanhã :D



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