Do outro lado da linha escrita por LcsMestre


Capítulo 52
Atendimento #052: Segurança


Notas iniciais do capítulo

Câmeras de vigilância, carros blindados, coletes a prova de balas, camisinhas... Não é bom se sentir seguro? Não sei você, mas eu uso carro blindado.
Aproveite e ria um pouco deste atendimento.
PS: Atendimentos adicionados todos os dias as 14:00(ou no caso 14:05 sei lá..)



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Atendimento #052: Segurança

Câmeras de vigilância sempre tem de ser revisadas. Se alguém compra um produto desses espera-se que ele fique ligado vinte e quatro horas por dia, certo? Pois bem, o problema é que nem sempre uma câmera vai ser totalmente eficaz, e já sabe né? Se ela der problema vai ser justamente quando ela não poderia.

Este curiosamente era o caso do cliente Sérgio, seu contato iniciou-se furioso como uma tempestade de granizo. Mas logo ele virou um arco-iris de amor, pois percebeu que nada ajudaria continuar esperneando como um bebe chorão.

— Tá mais tranquilo? Tá favorável? Bebeu uma água? — Ezequiel todo machão tinha colocado o cliente nos eixo só falando grosso. A masculinidade transpareceu tanto que o cliente, sem perceber, deixava escapar choramingo de arrependimento. — Então agora sem gritar, sem espernear e sem rodar a baiana… explique o que aconteceu.

— Eu fui assaltado várias vezes, levaram tudo o que eu tinha. Até meu porco Tom eles carregaram. Depois de...

Ezequiel parou de ouvir ali, mesmo calmo o cliente falou algo que não fazia sentido. Seu registro apontava que o mesmo morava no centro da baixada santista em São Paulo. A palavra “porco” martelou seu sub-conciente.

— Porco? — Questionou ele sem segurar-se. — O senhor tinha um porco em casa?

— Sim, é um animal como qualquer outro.— Respondeu o cliente como um ar de normalidade bem acima do esperado.

— Certo volte até a parte que o senhor disse que roubaram o seu mascote Tom. — A imagem do suíno vestido de calças jeans e óculos escuros era bizarra, mas lhe grudara a mente como cola.

— Ai eu comprei uma leva de câmeras de vigilância de vocês, mandei instalar tudo aqui bonitinho na casa toda. Nas primeiras semanas funcionaram perfeitamente. Depois elas começaram a falhar e a não gravar pequenas partes do dia.

Com o estalar na lingua o atendente levantou uma hipótese. Porém essa era muito remota e portanto precisava de mais informações. Deixou o cliente continuar.

— Eu fui conferir e percebi que esses intervalos iam só aumentando, primeiro eram dez minutos depois vinte e hoje está com quarenta minutos. Eu estou decepcionado com esse produto, além de não servir de nada os assaltos ainda continuaram.

— Certo...— Interferiu o atendente. — O senhor mora sozinho? — Era hora de a hipótese ser testada e cada resposta definiria isso.

— Não, eu moro com minha esposa e mais dois irmãos dela. Aliás eu fico muito preocupado com o que pode acontecer com eles sabia? Sem um circuito interno eficiente eu me sinto indefeso.

— Se sente preocupado não é? — Ezequiel soou sarcárstico, a voz esboçava sua descrença na situação. — Senhor eu tenho que falar. Só têm duas alternativas possíveis. Ou o senhor é corno, ou sua mulher e os irmãos dela estão te roubando.

— O QUE? — O cliente ficara horrorizado com a afirmativa. — Você enlouqueceu?

— Hum… é ingenuo ainda por cima. —  Ezequiel balançou a cabeça em negativa.  — Quanto tempo faz que os cunhados do senhor chegaram?

O cliente demorou um tempo, parecia estar fazendo os cálculos mentais.

— Uns sete meses, mas não faz sentido roubar-

— E quanto tempo faz que o senhor é casado mesmo?  — O atendente não queria ouvir as desculpas do cliente, sabia o que se passava e precisava expor seu ponto.

— Um ano.  — A resposta inexpressiva denotava que a ideia começava a penetrar em sua mente como um vírus.

— Pois é senhor, eu já vi esse filme várias vezes aqui na central. Primeiro é um amor incrível nos dois primeiros meses, depois você têm de trabalhar feito um desgraçado e sua esposa também. Você quase não tem tempo um para o outro. Depois os cunhados ou familiares vem para sua casa. Não muito depois as coisas começam a desaparecer. — Ezequiel respirou pesado, sua entonação parecia tentar consolar o cliente. — Pois é senhor, corre em casa agora. aposto que sua mulher vai estar lá carregando alguma coisa para fora de casa…

— Você têm certeza? — Sérgio não queria acreditar, mas os argumentos do atendente faziam muito sentido.

— Tenho sim...foi desse mesmo jeitinho que meu pai fez o primeiro milhão da família antes de se aquetar e casar com minha mãe. Eu tava até conversando com minha esposa se eu poderia tentar enganar uma coroa...


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Notas finais do capítulo

Isso explica como o pai de Ezequiel abriu seu comércio :D

Vou sempre repetir isso:
SOU MOVIDO A COMENTÁRIOS SIM! GOSTO DE SABER SE ESTÃO GOSTANDO OU NÃO U.U
Se você riu com esse amontoado de palavras eu fico feliz, esse era meu objetivo bjs e até amanhã :D