Rebel Angels - Detention (Interativa) escrita por Anne Marso


Capítulo 4
A Injustiçada e a Displicente


Notas iniciais do capítulo

Gente, gente, gente, gente! Eu deveria ter postado esse capítulo na segunda, mas estou no fim do semestre na faculdade (por causa de uma greve louca) e só consegui terminar o capítulo há uns dez minutos. Corri pra postar, mil desculpas! Escrever duas histórias ao mesmo tempo não é nada fácil T.T mas eu espero que gostem de como ficou.
Resumo do ultimo capítulo: Todos amaram a Bia e se comoveram com a história da Mona. Agora temos Alyse e Larissa. Qual serão suas opiniões sobre elas?



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— Miss Wilhelm? — A loira olhou a professora e suspirou.

— Sim, sou eu. — Ela respondeu com um leve sorriso.

— Eu preciso do seu assassinato. — A loira colocou a mão no bolso de trás de sua saia, pegando algo lentamente.

Todos se seguraram em suas cadeiras. OMG! Eles presenciariam um crime? Uma tensão se formou na sala. Respirações ofegantes. Corações acelerados. Olhos arregalados. O tempo parecia passar devagar.

Foi quando ela o tirou do bolso. 

Espera! Aquilo é... uma folha de papel?

— Aqui está. Preciso de seu assassinato. — Ela repetiu com a voz um pouco enrolada.

— Ah, você quer dizer... — Miss Wilhelm suspirou profundamente. — Assinatura?

— Bem, isso! — A loira parecia um pouco incomodada. — Eu estou aqui há pouco tempo, ainda não sei falar algumas palavras. Tem... palavras parecidas, eu... confunde? É isso? Confunde?

Os alunos se entreolharam rapidamente. Estavam tão aliviados quanto a professora.

— Quase isso... — Miss Wilhelm respirou fundo e sorriu. — Deixe o papel aqui sobre a mesa. Estamos nos conhecendo, você quer falar um pouco sobre você?

A garota deixou o papel onde a professora havia indicado.

— Ah, eu sou Alyse. 

— Alyse... — A professora tentou estimulá-la a dizer.

— Alyse Sahara O'Maley Shipka. — Ela disse seu nome tão rápido que Miss Wilhelm não entendeu. Apena sorriu. — Eu tenho 17 anos e estou no terceiro ano.

***

Donatella - Lady Gaga

Aly acorda todos os dias antes de seu pai. Toma seu banho, tranca a porta do quarto, abre seu guarda-roupas e de um dos compartimentos secretos ela tira seu bem mais precioso: Roupas ocidentais.

Depois disso ela exagera nas saias curtas e nas blusinhas justas, faz sua maquiagem, ajeita seu cabelo… E então ela coloca sua bata. Ela acha aquilo ridículo, ter que se cobrir até os pés. Principalmente no calor daquela cidade. Mas é a doutrina de sua família, ela nem ousava questionar aquilo.

Aly, então, escondia o fundo falso do closet, destrancava a porta com cuidado, calça as suas sandálias de salto e espera até que o pai a chame. Ela então pega seu lenço e cobre seu cabelo. Às vezes, Aly tinha a impressão de que iria derreter sob aquela roupa.

Como sempe, seu pai já esperava no carro. Aly suspirou profundamente. Não via a hora de terminar a escola, assim poderia morar na faculdade, longe do pai e sem ser obrigada a viver duplamente todos os dias.

— Vejo que gostou do hijab que eu comprei, Alyse. Achei que gostaria de rosas vermelhas.

— É lindo, abba. — Ela disse com um sorriso, depois olhando pela janela deu um longo suspiro.

Ao chegar na escola, Aly fez o que sempre fazia. Despediu-se do pai, esperou que ele fosse embora e correu para o banheiro tirar aquela roupa quente. Quando enfim estava mais à vontade, encontrou Melanie Savin e Suzan Holt, definitivamente suas melhores amigas, embora ela achasse que as morenas não fossem tão populares quanto ela. Mas quem precisava saber disso?

Alyse era conhecida mesmo por ser a vadia que pegou todos os caras da escola. Inclusive Tyler Reynolds, ex-namorado de Cat. Porém as duas já haviam superado isso. Ou não. Todas as garotas de Rosenfield tinham um pouco de ódio e adoração por Aly. Mas ela até que escondia bem alguns segredos. Os seus principalmente.

Aquele era um dia normal. Mike Weller a esperava no corredor. Se aproximou dela com um sorriso. Quem sabe finalmente conseguiria o beijo que ela adiava tanto.

— Podemos ir ao ginásio…? — Ele disse com um sorriso.

— Ahn… Não sei… — Alyse sabia exatamente o que ele queria.

— Então… Podemos nos ver no fim da aula?

— Ah… — Alyse deu um longo suspiro. Antes que pudesse responder alguma coisa, ela viu algo que a deixou um tanto nervosa. — Olha, Mike… — Ela disse com sotaque. — Eu falo com você depois, ok?

A loira saiu sem se preocupar com as reclamações do representante da turma e seguiu pelo corredor até o armário de Beatriz Jorgian, onde uma de suas colegas, Danna Wilson estava escrevendo “Vadia” com spray. Alyse não conhecia Bia o suficiente, mas sabia que o que Danna estava fazendo era errado.

— Qual é o seu problema? Deixe a garota em paz! — Alyse tentou tirar a lata de spray das mãos de Danna.

— Me obrigue! — Danna cerrou os olhos segurando a lata.

— Vamos! Me dê isso! — Aly gritou.

— Solta, garota!

No mesmo instante o diretor Baudwen passou pelo corredor. Ao ver a confusão, se aproximou devagar. Danna ao vê-lo soltou a lata, acabando por sujar Aly de tinta.

— O que está acontecendo aqui?

As duas o olharam.

— Vamos, senhoritas! Respondam!

Aly hesitou, mas quando decidiu falar a amiga disse primeiro.

— Eu estava passando pelo corredor quando eu vi a Alyse escrevendo isso no armário. Eu sabia que era errado, tentei dizer pra ela e ela mandou eu me foder. Então eu peguei o spray da mão dela, mas ela puxou de volta.

Aly olhou chocada para Danna.

— Mas… Isso é mentira!

— Senhorita Shipka, poderia ir até a sala da detenção. — O diretor entregou uma folha a ela.

— Mas eu não fiz nada!

— Não tente me enganar, senhorita! Vá para a sala da detenção imediatamente, ou terei de chamar seus pais.

— Okay… — Alyse cerrou os olhos olhando Danna e saiu batendo os pés.

— Senhorita. A lata.

Aly deixou a lata no chão e seguiu seu caminho, novamente batendo os pés.

***

— Eu vim há uns dois anos. A cidade é quente, eu gosto. Gosto da praia. A escola é boa, mas tem muita gente mentirosa. Eu posso ir embora agora? — Ela olhou a professora.

— Na verdade não. Você vai ter que cumprir o castigo. — Miss Wilhelm respondeu.

— Mas eu não fiz nada…

— Eu apenas cumpro ordens… — Miss Wilhelm suspirou dando de ombros. Quem é o próximo?

Alyse revirou os olhos e se sentou em uma das cadeiras da frente cruzando os braços. No fundo da sala uma garota se levantou.

— Larissa Bisibetti Hendler, dezessete, terceiro ano.


***

Ed Sheeran - Photograph

Sete horas, Lari abre os olhos. Não que tenha dormido exatamente. Na verdade ela ficou até três da manhã tentando escrever uma música que não saía de sua cabeça. Depois disso, simplesmente perdeu o sono. Ela olhou no espelho. Suas olheiras estavam horríveis, fazendo com que seus olhos verdes chamassem ainda mais atenção, mas ela pensou “Foda-se”. Lavou o rosto, escovou os dentes, ajeitou o cabelo.

Ela pegou a primeira roupa que viu no armário. É o tipo de garota que fica bem em todo o tipo de roupa, até mesmo com aquelas bermudas do time de futebol. Ao chegar na cozinha, Simone, sua mãe estava em frente ao notebook com uma caneca de café.

— Acordou cedo, senhora Bisibetti. — Ela disse sem ânimo.

— Estou conversando com um amigo.

— Um amigo como o estelionatário ou o polígamo? — Ela se sentou à mesa.

— Esse é diferente, olhe as fotos dele. — A mãe virou o notebook para a garota.

— Mamãe, você é psicóloga. Deveria saber que nem todo mundo é o que parece. — A garota revirou os olhos e começou a comer um pedaço frio da pizza que elas haviam pedido no dia anterior.

Seu irmão passou pela cozinha, dando um beijo no rosto de cada uma.

— Eu estou indo para o trabalho. Quer uma carona, Lari? — Ele sorriu para a irmã.

— Seria ótimo. — Ela se levantou.

— Tomem cuidado, os dois. — A mãe disse voltando a olhar o computador.

— Tchau, mãe… — Os dois disseram quase em coro.

O caminho para a escola era curto, eles mão tinham tempo de conversar. O que era bom e ruim. Antes das 07:20 Larissa já estava no vestiário se vestindo para a aula de Educação Física, era uma das poucas aulas que ela gostava, principalmente por estar no time de futebol feminino, o que seu pai não concordava muito, afinal “futebol é coisa de homem”. E quem foi que disse que Larissa ligava para o que os outros pensavam?

Lari estava do outro lado da quadra quando aconteceu a briga de Bia e Danna. Kim, uma de suas colegas se aproximou sorrindo sarcásticamente.

— Olha, só! Temos uma briga e Larissa não está envolvida.

— Eu cheguei atrasada. — A morena riu baixo.

— Eu aposto na Jorgian. — Kim cruzou os braços olhando a discução.

— Ah… Danna é uma vadia. Ela vai dar um jeito de se safar. Dez dólares? — Lari observava de longe.

— Fechado. — Kim apertou a mão da amiga.

— Acho que eu ganhei… — Ela disse sarcástica enquanto o treinador as mandou voltar ao treino.

Segundo horário. Física. Larissa odiava aquele professor, sempre que podia dava um jeito de escapar sem que o professor visse. Mas naquele dia, alguma coisa deu errado.

— Senhorita Hendler, onde vai?

— Ao banheiro. — Ela revirou os olhos.

— Sem permissão?

— Desculpe-me, mas… — Ela cruzou os braços olhando o professor. — Infelizmente minha bexiga não me pede permissão.

Os colegas ficaram admirados com a ousadia da garota, e se viraram para o professor aguardando sua resposta.

— Vá ao banheiro então, senhorita. Na volta, vá para a sala da detenção. — O professor disse sem olhá-la.

A sala toda começou a rir baixinho.

— Com todo o prazer. — Ela sorriu sarcástica e saiu da sala.

 

***

— Eu definitivamente odeio seguir regras, eu só estou aqui mesmo pra não ter que assistir a aula de física, e porque eu não posso ir embora. Eu odeio quando alguém se acha superior. Odeio o que digam o que eu devo fazer. E eu particularmente odeio pessoas injustas… — Ela olhou rapidamente para a Bia. — Como a Danna… Eu moro com a minha mãe e meu irmão mais velho, mas quase todos os fins de semana vou à casa do meu pai. Isso quando ele não tá viajando. Eu não ligo para o que as pessoas pensem ou falem de mim. Acho que a vida é mais fácil quando você simplesmente não se importa.

— Obrigada, Larissa. — Miss Wilhelm sorriu. — Acho que por enquanto somos apenas nós.

Foi quando alguém bateu na porta. Miss Wilhelm prontamente foi atendê-la.

— Pois não?

— Você é a Senhorita Wilhelm? — Um homem segurava dois garotos pela gola da camisa.

— Eu sou o professor Austin de Química. Esses dois alunos estavam brigando na sala.


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Notas finais do capítulo

Então pessoal? O que acharam? Desculpe se algo ficou ruim, eu ainda tenho um trabalho e o capítulo da minha outra história pra terminar, e ainda tenho pova amanhã, então se eu não conseguir responder todo mundo, me desculpem!
Até sábado!
X-O-X-O!!