Rebel Angels - Detention (Interativa) escrita por Anne Marso


Capítulo 2
O Hiperativo e a Abelha Rainha


Notas iniciais do capítulo

Bem, pessoal... Decidi colocar dois personagens por capítulo porque assim fica algo mais concreto e rápido. Estou analisando cada personalidade e tentando ser fiel ao máximo ao que vocês mandaram. Estou indo pela ordem de envios, então se seu personagem não apareceu no primeiro capítulo, não fique triste, ele em breve aparecerá.
Vamos conhecer os outros alunos?



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— Certo. Isso não deve ser tão ruim, assim. — O garoto alto de cabelos castanhos se levantou. — Okay, meu nome é Noah. Eu tenho dezesseis anos e estou no segundo ano...

***

Viva la Vida - Coldplay

Noah se levantou às sete e meia. Sua mãe estava na cozinha tomando café enquanto lia seu jornal, como fazia todas as manhãs. O garoto colocou seu headphone. A música estava no último volume. Ele nem mesmo ouviu quando sua mãe o chamou para tomar café. Ele batia as mãos contra a escrivaninha no ritmo da introdução da música.

Parou em frente ao espelho dublando as primeiras palavras enquanto ajeitava seu cabelo. Talvez ele tivesse esquecido do quão atrasado estava. Desceu as escadas e passou pela cozinha. Abaixou-se perto de sua mãe e lhe beijou o rosto.

— Noah! Você vai se atrasar! — Ela disse impaciente.

— O quê? — O som vindo dos fones o impedia de entender.

Sua mãe fez uma careta e puxou o aparelho do ouvido do garoto.

— Você vai se atrasar! 

— Tudo bem. — Ele pegou uma maçã na mesa e a jogou para o alto, pegando de volta. — Eu conheço um atalho. Até mais.

— Não vá muito rápido. E abaixe esses fones!

— Okay, mãe. — Ele disse já saindo pela porta.

Quando chegou à escola, o corredores já estavam vazios, mas ele nem se importou. Na verdade ele nem percebeu. Dirigiu-se à sala 207, aula de matemática. Ele ainda cantarolava a música que repetia em seu celular. Abriu a porta, totalmente distraído. Todos olharam para ele. Todos.

Mrs. Wagner se aproximou dele de olhos cerrados. Ele sabia o que aquele olhar significava. Então ele apenas sorriu.

— Tenha um bom dia, Mrs. Wagner! — Ele saiu da sala novamente e se dirigiu para a detenção.

***

Eu tenho um pequeno problema, eu geralmente fico entediado muito rápido, e eu não consigo prestar atenção numa coisa só o tempo todo e… — Ele fez uma pausa. — Onde eu estava mesmo? Ah, sim. — Ele riu irônico revirando os olhos. — Eu me distraio muito rápido e sabe, a maioria dos professores não gostam muito disso… Principalmente quando eu começo a bater na mesa. Mrs. Wagner, a professora de matemática. Ela realmente me odeia. Eu acho. — Ele fez uma careta. — Pelo menos toda aula dela eu venho parar aqui, eu até já estava ficando amigo do professor James, que era quem ficava aqui na detenção, mas aí ele foi chamado pra dar aula em Oxford…

Miss Wilhelm apoiou-se no quadro negro para observar o garoto. Ela balançava a cabeça afirmativamente enquanto o ouvia atentamente.

— E o que mais tem para nos contar, Noah? — Miss Wilhelm sorriu gentilmente para ele, admirando sua iniciativa de se levantar diante dos colegas.

— Bem, eu… Sou filho de pais separados, moro com a minha mãe e… Eu gosto de cantar, tocar bateria… Eu já pensei em formar uma banda mas… — Ele riu de leve. — Não deu muito certo. Eu adoro geografia. Conhecer lugares novos deve ser incrível! Mas eu odeio química, sei lá, eu… Nunca entendi nada daquilo, e o professor é maluco!

Miss Wilhelm e alguns alunos riram baixinho do comentário de Noah.

— Obriada Noah. — Miss Wilhelm disse ainda sorrindo. — Bem, quem vai ser o próximo?

 

Ela olhou o rosto de cada um enquanto Noah se sentava. Ela ouviu alguém suspirar profundamente, até que a garota de cabelos loiros acobreados se levantou.

— Eu vou. — A garota disse sorrindo.

Era possível ouvir alguém murmurando no fundo da sala, mas ela apenas revirou os olhos e começou seu discurso.

— Sou Catarina Jenny Miller Morgan... — Ela voltou a sorrir. — Mas todo mundo me chama de Cat. Eu sou líder de torcida…

— EX-líder de torcida. — Uma garota de cabelos castanhos no fundo da sala a interrompeu.

— Cala a boca! — Cat virou-se para a morena a fuzilando com os olhos, depois voltando a olhar a professora. — Como eu dizia, eu era líder de torcida, mas aconteceram alguns fatos que não vem ao caso agora, então eles me chutaram de lá.

— Fizeram isso tarde… — A morena murmurou.

— Garota, você vai deixar eu falar? — Cat disse depois de um suspiro.

— Meninas, por favor! — Miss Wilhelm interveio.

A morena apenas bufou.

— Continue, Miss Morgan.

— Obrigada. — Cat sorriu irônica. — Eu amo cantar e dançar. É certamente a coisa que eu nasci para fazer, e eu realmente não me vejo fazendo outra coisa. Meu sonho é ir para Oxford, quero fazer Direito. Eu não conheço meu pai, e às vezes eu me pergunto como seria se eu o conhecesse… Para ser sincera eu tenho um pouco de medo… — Ela balançou a cabeça. — Ele parece ser bem ocupado, e a mulher dele não gosta de mim. Mas, enfim…

***

I really don't care

O despertador de Cat tocou pontualmente às seis. Ela resistiu acordar na primeira oportunidade, mas acabou por fazer isso. Levantou-se e foi direto para o banheiro. Tomou um banho quente e em seguida fez sua maquiagem como sempre fazia. 

Abriu o closet. Encarou a sua roupa de líder de torcida e deu um longo suspiro.

— Bons tempos... — Ela deu de ombros e pegou a roupa ao lado.

Cat passou pelo quarto da mãe, que também estava se arrumando. Teria um longo dia de trabalho.

— Bom dia, mom! — Ela disse sorrindo.

— Ah, Cat. Bom dia. — Ela respondeu enquanto colocava os brincos. — Chegou um envelope do seu pai para você, está em cima da mesa.

— Obrigada. Eu tô saindo. Traz fritas pra mim quando voltar? Mas por favor, não traga fritas frias. — A garota fez uma careta.

— Okay, até mais.

Cat desceu correndo até a cozinha e pegou o envelope, abrindo rapidamente. O cheque com dois mil dólares brilhou para ela, e a garota sorriu planejando tudo o que faria com o dinheiro aquele fim de semana.

A garota pegou seu carro na garagem e ligou a música. Ia cantando pelo caminho. Logo à frente parou na casa de Charlotte, uma de suas fiéis seguidoras, onde ela e Hannah a esperavam. As duas garotas com uniforme de líderes de torcida entraram rapidamente no carro.

— Três palavras pra esse fim de semana. — Cat disse às amigas. — Shopping. Roupas. Sapatos.

— Seu pai mandou o dinheiro? — Charlotte perguntou.

— Não é um dia maravilhoso? — Cat respondeu com um sorriso.

— E se seu pai descobrir que você transou com o treinador e foi expulsa do clube de torcida? — Hannah a olhou esperando a resposta.

— Ele não vai descobrir. — Cat revirou os olhos. — E se descobrir também, foda-se. Ele é meu pai. É dever dele me dar dinheiro.

Aula de história. Sala 315. Cat e suas amigas já estavam na sala quando a aula começou, elas sempre se sentavam juntas. Cat é claro, se sentava na frente delas. Não é porque ela havia deixado de ser uma cheerleader, que havia deixado de ser "líder". Aliás, ela adorava ser seguida por todos.

No meio da aula garota pegou seu celular e abriu o Twitter.

"Argh. Que aula mais chata."

"Por que eu teria que estudar sobre a Guerra do Vietnã?"

O professor se dirigiu até ela. 

— Acredito que a senhorita deve estar pesquisando o nome de todos os soldados americanos que morreram. Gostaria de citá-los um a um, em ordem alfabética?

Cat olhou para o professor com uma expressão de tédio.

— Vamos lá, senhorita. Diga.

— Eu não sou obrigada a nada. — Cat disse com um sorriso sarcástico.

— Certo, Morgan. — O professor deu ênfase ao seu nome. — Você vai para sala da detenção ou eu serei obrigado a chamar o diretor e consequentemente a sua mãe?

Cat revirou os olhos e se levantou da sala, resmungando pelo caminho.

***

 

 — Eu sinceramente não sei qual é o problema das pessoas desse lugar. — Cat bufou. — Os professores não passam de um bando de cuzões. Eu não sou obrigada a nada, mesmo assim eles acham que eu preciso obedecê-los. Mas eu não tô nem aí. Esse é o meu último ano e eu não vejo a hora de dar o fora desse lugar.

— Okay, okay. Obrigada, Catarina. Pode se sentar. Alguém mais? — Miss Wilhelm voltou a fitar os alunos. — Que tal você? — Ela olhou a morena.

 

— Eu? — A garota olhou confusa para a professora.

— Sim. Pode ser?

— Tá… — Ela deu um suspiro se levantando.

 


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Notas finais do capítulo

Gostaram do capítulo? Eu acrescentei algumas coisas que estavam faltando.
Pessoal, algo que eu esqueci de colocar nas fichas é a música tema do personagem de vocês, caso vocês não tenham respondido essa questão, escrevam em seus reviews.
É isso pessoal, até sábado, tchau!
X-O-X-O!