Verde escrita por Nanahoshi


Capítulo 3
O bosque


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores *u*
Tudo bem com vcs?
Essa é a última parte da historinha, bem simplesinha mas que eu amei escrever. Queria saber qual a análise que vocês fizeram ♥
Beijos e boa leitura!



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Um ano.
Foi o tempo que a garota correu atrás das duas folhas pelas campinas. Porém, numa noite, a garota acabou tropeçando de exaustão e caiu sobre o capim.
Havia torcido o pé direito.
Tentou se levantar, mas a dor no pé era lancinante. Ela ergueu os olhos e percebeu com desespero que não era capaz de ver as folhas mais. Ela lutou no chão, as lágrimas começando a escorrer. Chegara tão longe, porque tinha que ter tropeçado justo agora?
Por fim, a garota de afogou em suas próprias lágrimas e deixou-se apagar pela exaustão.
Ela acordou com a luz do sol esquentando-lhe as pálpebras. Ergueu o rosto tristonho lentamente, e olhou para o céu. Devia ser mais ou menos 6:30 da manhã. Ela olhou para frente, tentando focalizar a campina a sua frente, mas havia um borrão escuro na sua visão. A menina piscou várias vezes, esfregou os olhos, mas nada fazia a mancha escura sumir. Até que,enfim, seus olhos puderam focalizar bem e ela viu diante de si algo que não podia acreditar.
Erguendo-se em meio a campina havia um aglomerado de árvores. Altas, apertadas umas às outras como se estivessem eternamente com frio. Folhas largas, de diversos tons de verde, cipós e trepadeiras suspensos nos vãos entre as árvores. Ela ficou alguns segundos admirando o aglomerado de árvores, abismada, sem acreditar que tinha conseguido.
Lentamente, ela se levantou, apoiando cada parte do corpo com cautela, como se este fosse lhe sair do controle de tanta alegria que sentia. Assim que seus pés voltaram a sustentar o peso de seu corpo, ela correu para as árvores, que eram as únicas que lhe enchiam a vista. Nada mais importava.
Assim que entrou sob as preguiçosas copas, que bloqueavam boa parte da luz solar, ela agarrou-se ao tronco mais próximo. Ficou ali alguns segundos, e aos poucos, sentiu lentamente algumas folhas, ramos, galhos aproximando-se e envolvendo gentilmente as pernas, a cintura e os braços da garota. Uma leve brisa soprou dentro dali, e a garota sentiu sua cabeça girar. Três cheiros tomaram conta de sua mente: um cheiro sutil, como um perfume; havia um leve cheiro de menta misturado ao perfume que dava uma refrescância deliciosa e um terceiro cheiro, diferente dos outros dois. Era um cheiro errado. Não. Um cheiro inesperado. Era quente demais para vir de dentro de um bosque. Sim... Aquilo era um bosque. Pequeno, humilde, sutil, mas totalmente envolvente.
A garota soltou o tronco ao qual estava agarrada e se deixou inebriar-se com os três cheiros do bosque. Então ela caminhou, cada vez mais fundo entre as árvores, e o bosque sutilmente envolvia o corpo e a mente da garota. Ela girava e de enroscava em tudo que a rodeava, e sentiu algo aquecendo o corpo.
Ela estava muito feliz. Nunca estivera tão feliz em sua vida.
Agora ela sabia, de certa forma começará a entender. Estar vivo era...
Sentir.
Calor. Folhas. Vento. Pés descalços. Verde.
Ela abriu os olhos entre os rodopios que dava. Não havia mais luz do lado de fora. Toda a luz se fora.
A garota, então, sentiu frio. Não sentia mais o calor do bosque.
Aos poucos elas se encolheu e ficou agachada no chão.
Se a magia do bosque se esvaía com a luz do dia, então... Era isso mesmo que ela queria? Era isso que a fazia se sentir viva?
Se ela dependesse daquilo para ser feliz...
Crack.
Um som a fez erguer a cabeça. E ela conseguiu ficar ainda mais maravilhada do que quando vira o bosque.
O bosque brilhava. As folhas emitiam uma luz verde que dava uma nova magia ao ambiente. Os troncos brilhavam em tons castanho e amarelos, as flores nos tons do arco íris.
Tudo brilhava. Os cheiros se tornaram mais intensos. O bosque agora tocava-lhe na alma. Aquela luz verde maravilhosa, sutil, quente...
Ela nunca estivera tão viva...

O vento soprou chiando nas folhas, e o bosque sussurrou.
—Obrigado.
A garota olhou para os lados, procurando o dono da voz. Não viu ninguém.
Ela então voltou a se enroscar nas folhas e a dançar no bosque.
Imersa em felicidade, talvez ela nunca soubesse. Na verdade, não era necessário que ela soubesse.
O bosque brilhou todas as noites... Todas as noites, quando a garota dança entre as árvores.
O bosque brilhava.
O bosque estava feliz.
Por causa dela.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Análises?
Temos agora a sessão PAN!
PAN? O que é isso?
É a sessão Pergunte À Nana-chan!
Vocês poderão deixar qualquer tipo de pergunta nos comentários, desde curiosidades sobre os poemas até a cor da calcinha que estou usando! (brincadeira gente AUHSAUHSUAH)
As perguntas e suas respectivas respostas aparecerão nas notas finais do próximo poema, e serão respondidas no Tumblr também!
Muito obrigada meus leitores maravilhosos!
Caso vocês queiram saber mais sobre o meu trabalho, curta minha página no facebook que abri recentemente com uma amiga que é uma artista maravilhosa: https://www.facebook.com/sayuuienanahoshi/
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Beijosss