Polaroid escrita por Swimmer


Capítulo 20
God of Wine


Notas iniciais do capítulo

Hello, brigadeiros! Adivinha quem voltooou? Eu mesma. (Sério?)
Dessa vez nem demorei. O capítulo passado foi pequeno, já esse tá enorme hehe
Eu nunca lembro do que tinha planejado escrever aqui... enfim, enjoy.



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Annabeth

 

Três dias depois de acordar, Atena teve alta. Depois de repetir a mesma coisa para o médico responsável centenas de vezes, ele receitou uma tonelada de medicamentos e fez várias recomendações. Jake foi buscá-la no hospital e Annabeth ficou em casa para arrumar tudo.

Não que Jake não pudesse fazer isso, mas ela queria tudo perfeito.

A garota ouviu o barulho do carro na garagem e jogou longe o pano que estava usando para tirar pó. Ela desceu as escadas correndo e foi abrir a porta.

—Bem-vinda de volta! - Annabeth sorriu.

—O médico insistiu nessa cadeira de rodas, mas posso muito bem andar sozinha. Céus, não aguento mais ficar deitada - Atena estendeu o braço para que a filha a ajudasse a levantar.

—Isso foi tudo que ela fez durante o caminho todo, reclamar e reclamar - Jake empurrou a cadeira mais para dentro e fechou a porta.

Mais algumas reclamações depois, Annabeth atendeu ao pedido da mãe, mas só porque sabia o que viria a seguir.

—Então, mãe, nós colocamos suas coisas no quarto do térreo pra você não precisar subir a escada - ela anunciou como se não fosse nada demais.

É claro que Atena não concordou com a definição. Ela continuou falando por tanto tempo que até Annabeth parou de prestar atenção - Jake estava com fones de ouvido escondidos há muito tempo. Ela só sorriu, tinha sentido falta até do lado irritado da mãe, que encontrava defeitos em tudo.

—Mãe? - Jake chamou. - Chega, você precisa descansar, lembra?

—Descansar? Eu fiquei deitada por três meses, não tem o que descansar.

Annabeth respirou fundo e entregou o frasco de comprimidos de dor para a mãe.

—Só um pouquinho, tá? - ela sorriu.

Ela saiu do quarto com Jake e fechou a porta.

—E esses dois me tratando como se eu fosse criança? - eles ainda ouviram.

Oito dias. Foi o que levou para que Annabeth e Jake precisassem esconder a chave do escritório para que a mãe não voltasse a trabalhar ao invés de se recuperar.

Na manhã de quarta, a garota acordou, se arrumou para a escola e desceu as escadas. O irmão tinha feito o café-da-manhã - tinha se tornado especialista nisso. Ela tomou suco e comeu um sanduíche. Depois de ter certeza de que a chave estava na bolsa, ela e Jake saíram.

O primeiro horário de Annabeth era música e o professor nunca fazia chamada. Ela desviou de todos os monitores e inspetores e se esgueirou até o vestiário da equipe feminina de natação. Percy tinha mostrado pra ela um truque para abrir a fechadura do ginásio num dia que os dois tinham perdido o prazo de entrega do trabalho de história. Se a professora não os visse, não poderia dizer que estavam na escola.

Agora ela estava ali pelo motivo contrário. Abriu todos os livros que trouxera e os colocou em círculo no chão, ao seu redor, com um caderno e uma caneta nas mãos.

Annabeth tinha um teste de admissão numa universidade no fim do mês e outra no começo do próximo. Suas notas no colégio tinham despencado desde o último semestre. Ela tinha que dar um jeito nisso, e rápido.

Ela pensou que devia ser a única pessoa a matar aula para estudar.

—Annie! - Annabeth ouviu Leo gritar.

—Sim?

—A Louise tava te procurando, gata.

—Tudo bem, tenho aula com ela agora. Compra pizza pra mim?

Leo fez uma piada - que foi ignorada - e pegou o dinheiro para pagar.

Annabeth escolheu uma mesa para eles e jogou suas coisas embaixo do banco. Pouco depois, Leo voltou com três fatias de pizza, uma para ela e as outras duas para ele mesmo.

—Atualização da semana - ela falou e mordeu a pizza. - Drew me disse que a Piper tá estudando na St. Joseph High. Irônico, né?

—Demais. Continue, sr. Fofoca.

—Você tá louca pra ouvir que eu sei. Um amigo meu de lá viu nosso pequeno Jason na hora da saída.

—O que?! - ela disse um pouco alto demais. - O que ele foi fazer lá?

—Eu só tenho a informação, a conclusão fica por sua conta. Próxima. O treinador de futebol pegou o Nico e a Thalia se agarrando num armário de limpeza e os dois vão ter que ficar depois da aula a semana toda e não é do jeito que eles queriam.

—Leo! - Annabeth deu um tapa no braço dele mas não conseguiu segurar a risada.

—Não atrapalha - Leo terminou a primeira fatia e partiu para a próxima. - Por último, mas não menos importante, acabei de ver seu irmão agarrando a Rachel no corredor do laboratório de química.

—Ele o que? – Annabeth gritou, fazendo algumas pessoas se virarem para eles. – Que seja – ela deu de ombros – eu já sabia.

—Você é chata, viu? Que aula você tem agora?

—Hum... Química, com o Sr.D.

—Ah, é, tenho essa também – Leo riu, juntou seu lixo e se levantou. – Vamos?

—Ainda falta um tempão. Mas vamos – ela fez o mesmo que ele e o seguiu até a lixeira.

 Eles deixaram as bandejas no lugar e foram andando devagar até o laboratório. Os dois jogaram as mochilas no chão e se sentaram numa bancada. Ficaram conversando por vários minutos, até que os alunos começaram a entrar. Lou entrou, viu os dois e foi até onde estavam abraçados por conta do clima que tinha esfriado do nada.

A garota usava um suéter vermelho, uma calça preta e botas.

—Que frio – ela disse. – Quando eu saí de casa estava mais quente.

—Junte-se à rodinha. Leo está quente que nem fogo – Annabeth riu.

Os outros dois começaram a rir como nunca.

—Ai, meu Deus, não foi isso que eu quis dizer! – ela deu uma tapa em Leo quando percebeu o motivo das risadas, estava passando tempo demais com Percy. – Vocês são tão idiotas – a loira revirou os olhos e voltou a abraçar o amigo.

—Eu sei que sou quente, gata – ele piscou para ela. – Mas sempre tem espaço pra mais uma no Team Leo – ele abriu o braço esquerdo e abraçou Louise também.

Agora eles eram um bolinho de calor, Annabeth pensou. Mas o bolinho logo murchou, quando o professor entrou na sala. Eles se separaram e viraram para trás para vê-lo.

—Ei, você tava me procurando? – Annabeth perguntou à Lou.

—Tava sim, na verdade. Será que dá pra gente fazer dupla hoje?

—Tudo bem por você, Leo?

—Vou com a Katie, não se preocupem – riu e foi falar com a outra garota.

Hoje o sr.D vestia jeans e um moletom roxo com “I’m the god of wine” escrito em letras amarelas. O cara era baixinho e deixava a barba crescer, era fácil compará-lo com certas pinturas do deus grego do vinho. Annabeth riu enquanto tirava o material da mochila. O professor aparecia bêbado em metade das aulas, na outra metade ou nem aparecia ou ficava gritando ordens para os alunos.

Hoje parecia ser o caso da primeira opção. Ele colocou a maleta embaixo da mesa e sentou em cima da mesma. O sr.D ficou observando os alunos conversando e indo para seus lugares aos poucos. Ele não parecia se importar.

—Licença, professor. Posso entrar? – Rachel Dare perguntou da porta.

—Claro, senhorita Daalman. Acha que eu negaria esses deliciosos minutos de tortura para alguém? – disse o professor apontando um lugar vazio no fundo da sala. – Aliás, como vai o sr. Chase?

Nessa hora ele acertava o sobrenome. A pergunta fez Annabeth virar o pescoço para trás com tudo, chamando a atenção da sala toda.

Uuh, acho que sua cunhada não gostou muito, não é? – o professor riu. – Acho que já estão todos aqui, vamos começar. Hoje vamos, ou melhor, vocês vão fazer um trabalho valendo trinta por cento da nota final. O assunto? – ele riu, se desequilibrou e quase caiu da mesa – Reações químicas que ocorrem durante a preparação de uma bebida. Podem escolher.

A sala explodiu em protestos por parte dos alunos. Sr. D começou a bater as mãos na mesa pedindo silêncio.

—Cinco por cento de bônus pra quem escolher vinho. Vocês têm até o fim da aula. Não é brincadeira, usem o que precisarem e comecem logo. Quero tudo detalhado.

E com aceno dele, os alunos começaram a discutir com suas duplas sobre o trabalho.

—E aí, quer fazer sobre o que? – Lou se virou no seu banquinho.

—Tanto faz, tá precisando de nota?

—Sempre – a garota riu. – Se eu tirar menos de B e minha tia ficar sabendo... – ela fez um gesto, como se tivesse sendo enforcada por uma corda.

—Eu também estou... vinho, então?

A outra concordou e pegou o notebook dela debaixo da bancada.

Depois de uns vinte minutos pesquisando, elas tinham tido um progresso bom. Lou parecia inquieta, ficava mexendo no cabelo cacheado.

—Então, Annie, queria saber se você pode me ajudar com uma coisa. Sei que você tá meio ocupada com a sua mãe e tal...

—Claro que posso, pode falar – Annabeth deixou a caneta em cima do caderno e esperou.

—Ai, como eu falo isso? Então, talvez, só talvez... – ela baixou o tom de voz. – eu tenha uma queda por Jason Grace.

Desde que tinham se conhecido, os dois tinham ficado muito amigos, mas Annabeth nunca pensara neles desse jeito.

—O que? – Annabeth disse um pouco alto demais e riu. - Desculpa, é ele é todo playboy e você... – ela deixou o resto da frase no ar.

—Toda “gótica das trevas”? – ela riu fazendo aspas com os dedos. – Disse a garota que namora o Jackson.

—A gente não namora mais – Annabeth se defendeu.

—Não oficialmente, mas que seja. Isso é preconceito, moça – ela sorriu.

—Coitadinha – Annabeth apertou a bochecha da amiga. – Você sabe que o Jason é galinha e flerta com tudo que vê pela frente, né? Não me perdoaria se você ficasse grávida dele – ela riu mais ainda.

—Vou cuidar muito bem do Seb, pode deixar – ela passou a mão na barriga.

—Seb?

—Sebastian, é o nome do nosso bebê – Lou sorriu.

Annabeth não aguentou e gargalhou alto. O professor acordou da soneca que estava tirando na mesa e olhou para ela como se estivesse observando o tempo todo.

—O trabalho está tão engraçado aí, moças? Devem estar acabando.

—Quase, professor – Lou voltou a olhar para a tela do notebook.

Annabeth pegou a caneta e fingiu escrever no caderno até o professor voltar a dormir.

—Enfim, posso te ajudar sim – ela falou baixo.

—Que tal hoje à tarde?

—Tá desesperada, hein, filha? – ela sorriu, mas fez uma careta em seguida – Hoje não dá, tenho que fazer compras e pesquisar umas coisas. Mas se quiser pode ir comigo fazer compras.

Desde que a mãe tinha dito que não havia nenhum investidor na empresa, ela e Travis Stoll estavam tentando rastrear a empresa que estava pagando as despesas. O garoto era o único que sabia disso, mesmo que não fizesse ideia do motivo. Ela o fizera jurar segredo em troca das respostas da prova de matemática. Quem disse que ser boa em matemática não servia para nada?

—Te vejo no mercado, então – Louise falou e elas voltaram para o trabalho.


Annabeth encontrou Louise depois da escola, ambas com mais blusas do que na escola. As duas se dividiam entre pegar as coisas da lista e imaginar que tipo de coisas poderiam fazer para descobrir se Jason correspondia aos sentimentos da garota.

—Se você desmaiar ele vai descobrir que você é o amor da vida dele, Lou – Annabeth colocou uma caixa de leite no carrinho.

—Eca – Lou riu. – Uma vez, quando ele tava bêbado, me disse que sempre quis beijar um tijolo.

—O que? Mas é perfeito, você pode se fantasiar de tijolo!

Annabeth sabia que Lou não fazia o tipo “menininha”, se as coisas não fluíssem com Jason ela não insistiria, como se fosse questão de honra. Ela só passaria para a próxima. Mas seria divertido planejar isso com ela.

O celular de Annabeth tocou e ela o puxou do bolso. Era uma mensagem de Percy.

“Ele acordou :))”

—Não acredito! – Annabeth falou em voz alta. – Lou, – chamou – O Alec acordou.

—O irmão do Percy? Que notícia ótima!

—Estou indo pro hospital agora. Posso te pedir um favor?

—Claro!

—Vou deixar meu cartão com você, aí você paga as compras e liga pro Jake vir buscar, pode ser?

—Claro, vai lá! Diz pra ele que assim que der eu vou visitar.

Annabeth deu um abraço na amiga só porque estava feliz e saiu. Ela passou numa loja para comprar um presente para Alec antes e pegou um taxi para o hospital.

A garota mal teve paciência para esperar a recepcionista deixá-la entrar. Ela andou até a porta do quarto e bateu duas vezes. Sally abriu a porta e a recebeu com um abraço.

—Annie! – ela ouviu Alec exclamar.

—Oi, meu amor – ela foi até a cama e o abraçou com cuidado.

O garoto estava sentado, apoiado em vários travesseiros, sorrindo.

—Como está se sentindo? Trouxe isso pra você – ela lhe entregou a caixa azul.

—Tô bem, valeu.

O quarto estava todo enfeitado com balões de várias cores. Paul estava sentado numa poltrona do outro lado, Sally na ponta da cama e Percy – que Annabeth só percebeu quando ele a cutucou nas costas – estava atrás da garota.

Annabeth sorriu e o abraçou também.

—Oi – ele riu.

—Hey. Quantas pessoas já estiveram por aqui?

—Só algumas – o garoto respondeu. – Tyson e Ella tão vindo pra cá, aposto que vão trazer tantos doces e brinquedos que vamos precisar de um quarto maior.

Os dois riram e passaram o resto da tarde observando Alec mexer no urso de pelúcia que Annabeth trouxera e respondendo às perguntas dele até ele dormir.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Queria agradecer a todos que estão tirando um tempinho pra comentar, vocês me incentivam muito ♥ muito chocolate na vida de vocês.
Isso é tudo, bolinhos, vejo vocês quando der ;)
Beijoss ♥



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