Love Kitsune escrita por BlackCat69


Capítulo 23
Capítulo: O tão esperado jantar




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~NH~

15 de julho

~NH~

O sol partiu dando espaço à noite veraneia.

Minato e Naruto de mãos dadas caminhavam pelo interior de Konoha.

O quimono do pai era negro e sua faixa alaranjada prendia sua hakama de mesma cor.

O quimono do filho era alaranjado de espirais vermelhas, e uma faixa preta prendia sua hakama de cor igual.

Nas costas, Naruto sustentava uma caixa, dentro dela, seu brinquedo de montar, as cordas do recipiente amadeirado passavam pelos seus ombros e sob os sovacos.

Por economizar em alimentos, desde que seu lar passou a amanhecer com oferendas, Minato não só adquiriu material escolar para o filho, como também peças novas de roupa para si e seu rebento.

— Ploc ploc ploc!

O pequeno hanyou imitava o barulho das chinelas amadeiradas.

Pai e filho usavam o mesmo modelo de calçados, seus pés se revestiam de meias tabis cuja divisão do tecido separava o dedão dos outros dedos, recebia-se assim sem desconforto a alça do chinelo entre os dedos. 

— Otou-san, por que Naruto e otou-san usam meias?

—É para mostrar que não sujaremos a casa Hyuuga. Lembra da região funda do piso que há na casa do senhor Sarutobi?

— Sim, otou-san.

— Chama-se genkan, e é onde se guarda os calçados, para não levar sujeira da rua para o chão da casa.

— Entendi, otou-san! Por que o otou-san não constrói um genkan?

— Nossa casa não é tão grande, deixar ao lado da porta já basta.

— Mas Naruto quer um genkan!

— Se um dia tivermos uma casa grandona, faremos um.

Seguiam conversando, o mais velho percebia alguns dos olhares que os aldeões entregavam aos dois.

Já Naruto, completamente alheio, concentrava-se no harmônico diálogo mantido com seu pai.

Os aldeões não receavam passar ao lado do meio yokai.

O pequeno U. Namikaze acompanhou seus coleguinhas pela aldeia várias vezes, e sua presença se tornou comum de ser avistada na rua.

As crianças eram as que mais puxavam intimidade com o meio yokai, já os adultos se curvavam formalmente quando o hanyou fitava-os.

Mas naquela noite, nenhum adulto se curvava ao vê-lo por que quando o hanyou não observava seu pai, fechava os olhos, esticando-os feito os olhos de um felino.

O meio yokai só prestou atenção em alguém quando seu olfato captou um cheiro conhecido.

Exclamou ao localizar o dono do cheiro:

— Ih, olha lá, é o Idate. IDATE!

O Morino assim que o viu, logo se apressou em ir embora.

O meio yokai iria persegui-lo, mas Minato o impediu, curvando-se, agarrando o filho pelo meio do braço, dizendo-o:

— Não vá, não devemos nos atrasar para o jantar.

— Ah, é verdade, otou-san. — Naruto suspirou, lamentando, não conseguira ainda pensar em nenhuma surpresa boa para Idate, esquecera-se dele durante semanas, sentiu-se culpado, mas é que nunca havia sido tão feliz como nos últimos dois meses, muita coisa ocupava sua mente.

~NH~

Minato e Naruto foram bem recebidos pela família Hyuuga, exceto Hiashi mantido em sua rigidez e frieza, seu cumprimento se limitou a um rápido assentir de rosto.

Seu quimono era preto, sua faixa a prender a hakama, branca. As mangas largas da calça cinza escura acobertavam seus pés descalços, e em seus ombros caía um manto marrom escuro, de bordas prateadas.

O símbolo Hyuuga se bordava, também em prateado, na região posterior do manto.

Toda vez que sua vista descansava no meio yokai, sua mente encontrava dificuldade em digerir que sua convivência com ele não se manteria distante como antes. 

O hanyou adentrava em sua vida, em uma velocidade imparável. 

Nos dois transcorridos meses, notara a mudança da população, observara de longe o novo comportamento dos aldeões na presença do hanyou.

Chegou aos seus ouvidos que alguns habitantes de Konoha se comprometeram a investir mensalmente um koban para ajudar na construção do santuário de raposas.

Quando retornou de sua última viagem, as pessoas não vieram recebê-lo com presentes ou elogios.

Uma agitação distinta foi-lhe perceptível entre os aldeões.

Antes do final do dia, pelo Sarutobi soubera que o mestre dos monges se reuniria com o damyo e o revelaria sobre seu conceito atual em relação às kitsunes.

Tudo indicava que o Nakagi se preparava para revelar sobre a existência do meio yokai ao Senhor feudal.

Uma notícia daquelas espraiada em Konoha aumentaria a intenção dos aldeões em agradarem os Namikazes. 

Diferente do marido, Hana espargia leveza ao seu redor, feliz pela chegada dos convidados.

Hinata não desviou seus rotundos perolados da imagem graciosa do seu amigo meio raposo.

Os dois sorriam de orelha a orelha um para o outro. Quando se viam, era como se acendessem uma luz dentro de um quarto escuro.

Mãe e filha usavam quimonos brancos, o da mulher se estampava com folhas de ameixa, o da menina se enfeitava pelo desenho de pétalas de lavanda, as pétalas alternavam entre as cores amarela, violeta e rosa.

Após os Namikazes colocarem os calçados no genkan, Hinata empolgada pegou a mãozinha do hanyou, puxando-o, afastando-o do pai dele, conduzia-o ao corredor.

O comportamento dela ativou uma explosão no Hyuuga, que fez menção de segui-los.

Instantaneamente, Hana agarrou o antebraço do marido, pondo a outra mão de forma carinhosa no mesmo braço que ela agarrou, realizando um abraço forçado ao tempo que sua face transmitia afeto.

Era a forma de ela segurar o marido sem perder a postura na frente do convidado.

Hiashi deixara claro à filha que não queria vê-la de mãos dadas com o meio yokai.

No entanto, quando Hinata avistava o meio raposo, o cérebro automaticamente destruía as ordens do pai.

E até o presente, ele não entregou o porquê de ela não poder andar de mãos dadas com o hanyou.

O pequeno U. Namikaze perguntou:

— Naruto vai conhecer a Hanabi?

— Ainda não, ela está dormindo, por enquanto vamos brincar! — Hinata respondeu, sem parar de andar.

O meio raposo acompanhava os curtinhos passos que o quimono apertado dela permitia-a realizar.

— Legal! — as orelhas dele se sacudiram e a cauda deu fortes balançadas.

Sem soltar o braço do marido, Hana os avisou:

— Nenhuma brincadeira de correr.  

— Hai, okaa-san! — a filha respondeu estando mais longe.

— Naruto e Hinata vão brincar de monta-monta. — O meio yokai revelou, antes de sumir junto com Hinata, da vista dos adultos.

Um silêncio de três segundos entre os mais velhos foi quebrado pela explosão do Hyuuga que retirou as mãos da esposa de si:

— Eu não quero que ela monte nele, é uma brincadeira indelicada, Hana!

Imaginar sua filha montando nas costas do hanyou o descia tão mais azedamente que vê-la segurar a mão dele.

— Ela não vai montá-lo, Sr. Hyuuga. — Minato se desesperou em explicá-lo.

Hana se pondo na frente do marido que ia em direção do corredor, complementou:

— Monta-monta é um brinquedo, querido. São peças de madeira que formam uma figura.

— Eu nunca ouvi sobre esse brinquedo. — Hiashi mencionou, irritado. 

— É um brinquedo que construo para meu filho, também faço para venda. — Timidamente, Minato explicou mais. — Era o que ele trazia na caixa. Eu também o avisei que ele não podia brincar de nada que envolvesse corrida, então ele resolveu trazer o monta-monta.

Hiashi silencioso se percebeu ofegante, e buscando concentrar seu ritmo respiratório, mudou de assunto:

— Vamos para a sala... enquanto aguardamos a vinda do mestre dos monges.

Afastou-se deles, engolindo seu descontentamento por não ficar de olho em sua filha perto do meio yokai.

Hana fitou a face de Minato, e os dois trocaram sorrisos aliviados.

~NH~

O monta-monta estava todo encaixado.

Hinata no momento, sentadinha sobre suas canelas, amassava as orelhas de raposa, cada mãozinha espremia uma orelha, elas eram tão macias que sua vontade era entortá-las inteiramente.

O hanyou em nenhum instante sentia dor, a Hyuuga fazia com delicadeza.

Cruzava os braços e deitava-os nas coxas de sua amiga, e em cima deles descansava sua cabeça. Exibia seus fechados olhos felinos, desfrutando da sensação daqueles dedinhos pequenos e geladinhos que pertenciam a Hyuuga.

Hana apareceu na porta do quarto de Hinata, em seus braços, um embrulho rosadinho.

— O jantar será servido daqui a pouco. — Avisou-os.

O senhor Nakagi sofrera um pequeno atraso, mas enfim chegou ao lar Hyuuga, acompanhado de Zenza Meiso.

O hanyou se desgrudou de Hinata, e de quatro se moveu aos pés da mulher.

Suas narinas tremulavam ininterruptamente.

A ponta de sua cauda parava no alto, e suas orelhas se tornaram estáticas.

O cheiro suave vindo do embrulho do colo de Hana impregnava o olfato do meio yokai.

— Vão indo, avisem que me juntarei à mesa assim que Hanabi parar de mamar. — Passou ao lado do meio yokai, sorrindo para ele, e sentou no piso, na mesma posição que Hinata.

O loirinho conseguiu visualizar o rostinho rechonchudo do bebê sugar o seio da mãe.

Novamente, movendo-se de quatro, aproximou-se da mulher.

— Uau. — Ele sentou na frente de Hana, maravilhado. — Nossa, tudo isso é leite.

Referiu-se ao tamanho grande da mama exposta.

Carinhosamente, Hana o confirmou:

— Sim, produzo bastante para dar todo o leite que minha filha quiser.

As íris azuladas não paravam de brilhar.

Hinata sorrindo sentou ao lado do meio yokai. Lembrou-se de algo importante, pondo-se de joelhos, sussurrou na orelha de raposa:

— Não vamos esquecer das perguntas.

— Verdade. — Ele confirmou baixinho, sem parar de fitar aquele pequenino ser ávido de leite.

Ah, que cheirinho bom! Amava cheiro de bebê. Costumava cheirar os alunos mais novinhos da terakoya, seu professor já pedira três vezes para parar com aquele hábito.

Ele pediu permissão:

— Naruto pode pegar a mão dela?

— Pode. — Hana gentil, permitiu.

O Uzumaki estendeu o braço por cima do bebê e deitou sua palma sobre a mãozinha fechada que Hanabi punha na barriga.

A outra mãozinha dela estava aberta no seio do qual ela sugava o leite.

As crianças não quiseram ir pra sala, aguardaram Hanabi parar de mamar.

Naruto achou divertido quando chegou o momento da pequenina ser posta para arrotar.

Tudo o que Hanabi fazia para ele era fofinho.

~NH~

À mesa do jantar, com vista ao jardim com lago, Hana sentou, se alimentaria com Hanabi em seu colo.

Seu neném sempre ficava quieto depois da mamada.

E Naruto sentou ao ladinho de Hana, para ficar sugando o cheiro de bebê.

E Hinata sentou ao lado do hanyou.

Do outro lado da mesa baixa, Minato se sentava de frente à menina, Zenza Meiso de frente ao meio yokai e Bansai Nakagi frontalmente à Hana.

A uma extremidade da mesa, sentava-se Hiashi.

O mestre dos monges se satisfazia em conhecer Minato, e incentivava-o a falar sobre a dupla jornada de trabalho, situação incomum no sistema estamental do feudalismo japonês.

Zenza Meiso jazia presente, sentado ao lado do seu mestre, também interessado em ouvir.

Hiashi e o senhor Nakagi eram os únicos a usarem manto por cima de seus quimonos.

Alheios à conversa dos adultos, Naruto e Hinata trocavam ingredientes de seus jantares.

O senhor Hyuuga vez ou outra se atentava aos dois pequenos.

O loirinho entregava mais feijão para ela, e a menina punha mais arroz temperado na tigela dele.

Uma veia grossa se destacou na testa de Hiashi, quando Naruto inclinou a cabeça para o lado de Hana.

O U. Namikaze cheirou a cabeça de Hanabi.

Não somente o cheiro de bebê o agradava, a sensação dos poucos cabelinhos do neném roçando em seu nariz era outro prazer.

Hana despercebeu o ato do hanyou, ela era a que mais se alimentava durante o jantar. Seu hábito de comer reforçadamente não parou na gravidez.

Em um momento, Hinata se inclinou para cima de Naruto, sussurrando-o algo, e ele concordou.

Ela voltou para seu lugar, e chamou atenção de sua mãe:

— Okaa-san, poderia contar para o meio raposo como o otou-san colocou Hanabi-chan na sua barriga?

— Que? — Hiashi bruto, perguntou, descendo pesadamente as mãos na mesa. — O que disse, Hinata?

Minato se perdeu no que dizia, observou a face enrijecida do líder do clã e moveu o rosto à menina, desentendido.

O Nakagi e o Meiso, curiosos, também a fitaram. 

A pequena Hyuuga notou o receio no rosto de sua mãe, em seguida, observando seu pai, teve a impressão que fizera algo errado. Respondeu-o:

— Nós queremos ouvir todas as formas de fazer bebês. Não é meio raposo?

— É! — ele confirmou, animado, não entregando atenção à seriedade do senhor Hyuuga, colocou na sua cabeça que era o jeito dele agir daquela forma para tudo. — Naruto tem certeza que otou-san sabe mais, por que ele é muito inteligente. Né, otou-san?

— Bem... — Minato empacou, o sangue lhe faltava na face.  

— Por que acha que há várias formas de fazer um bebê? O que andou ouvindo? — Hiashi interrogou sua filha, fechando suas mãos, as unhas arrastaram na madeira.

O Nakagi e o Meiso se entreolharam, rapidamente, retornaram a observar o hanyou e a menina Hyuuga.

A animação do amigo suavizou o coração de Hinata e ela retornou a sorrir, justificando:

— É que o otou-san me fez pelo umbigo da okaa-san, e o meio raposo me contou que foi feito com o piu piu do otou-san dele.

O loirinho reforçou:

— É verdade, não é otou-san? Otou-san colocou o bigulim dele no buraco que tem entre as pernas da okaa-san, é a passagem pro bebê.

O pânico e o corar embrulhou o corpo do Namikaze mais velho.

Minato sentiu um forte tremor, de tantos assuntos, por que tiveram que falar logo naquele?

Uma coloração vermelha se distinguiu nas feições de Zenza.

Nakagi puxou sua barba, entreabrindo os lábios, comentaria algo, mas se perdeu no raciocínio, veria como os adultos resolveriam a situação.

— Meio raposo, conta o que viu junto com seus colegas.

— Ah é, Naruto e os colegas viram dois porcos, um em cima do outro, e aí quando perguntamos pro professor o que eles faziam, o professor respondeu que era assim que faziam porquinhos.

Hinata curiosíssima interrogou sua mãe:

— Okaa-san, quando fez a Hanabi, otou-san montou na okaa-san? Ou fez pelo umbigo de novo?

Hana arregalou os olhos, enrubescendo. Até tremulou sua filha no colo.

— “Kami, misericórdia...” — Zenza Meiso pensou.

O Nakagi que bebia água, afastou o copo assim que sentiu sua garganta entalar, tossiu três vezes, as duas primeiras foram curtas, fez força na terceira tosse. Colocou uma mão no peito.

Minato abaixou a cabeça, orando por piedade de kami, esperançoso de que aquele momento constrangedor não se prolongasse muito.

— HINATA! — o senhor Hyuuga esbravejou, assustando-a.

Ela se tremeu.

O hanyou franziu o cenho, instintivamente, mostrou seus dentes afiados ao líder do clã.

Naruto afastou Hinata para trás, ficando na frente dela, tapando-a da visão do senhor Hyuuga.

O primeiro instinto do meio yokai era protegê-la de qualquer ameaça.

Hana acharia fofo, mas ela não viu o que o loirinho fez, suas emoções se alternavam entre o constrangimento e a reprovação pelo tom do marido.

— Querido, por kami. São tão novinhos, não há maldade neles. — Ninava Hanabi que soltava um choramingo, a pequenina se assustara com o grito do pai. — Não erga mais a voz desse jeito.

— Ouça sua esposa, não precisa exagerar. — Pediu o senhor Nakagi, pondo uma mão no ombro de Hiashi.

O líder do clã amenizou sua respiração, mas se livrar da irritação jazia impossível.

— Naruto, está tudo bem. — Minato falou.

O hanyou fechou sua boca, gradativamente, a expressão de raiva o abandonara.

Sua audição se atentou às palavras do pai, porém sua visão se fixava em Hiashi, logo buscou observar sua amiga.  

— Está melhor, Hinata?

— Hai. Arigatôu, meio raposo. Otou-san é bravo, mas ele não me faz mal, às vezes eu me assusto mesmo. — A menina respondeu, e sorriu.

Só então o líder Hyuuga considerou o quanto sua filha o temeu momentos atrás.

Despertara tanta raiva, que pareceu que iria avançar até ela, nunca ergueu a mão contra sua filha.

Nunca.

Minato chamou atenção de seu rebento, falando-o em ameno timbre:

— Filho, isso não é assunto pro jantar.

— Por que não?

— Por que há assuntos que não se deve falar enquanto se come. Fazer bebês... é algo íntimo entre adultos, não precisam saber de detalhes, por enquanto. 

O hanyou coçou a cabeça, confuso.

Hinata pediu licença para Naruto, ele arredou, ela retornou a sentar em seu lugar.

— Puxa otou-san, o senhor foi tão bom em explicar pro Naruto. Naruto estava animado para ouvir mais. Quando chegar em casa, otou-san conta mais?

— Claro, filho. — Minato sorriu um pouco.

Com a voz menos tensa, Hiashi dissera:

— Esse é o nível de conversa que tem com seu filho em casa? E sequer o orientou que não se deve comentar uma coisa dessas à mesa. — Observou Hana. — E você está tão boa para fazer o jantar, mas ficar de olho no comportamento de nossa filha, nada.

A esposa se chateou, argumentando:

— Eles nunca mencionaram que pretendiam falar sobre isso no jantar. E continuo não vendo motivos para se incomodar a respeito. São inocentes.

— Deveria se incomodar, jamais imaginei que chegaria o dia que diante um convidado importante minha filha fosse falar tamanha inconveniência. Postura é ensinada de berço, Hana. Não sabemos o que mais o hanyou escutou, o que mais ele dirá para nossa filha. Quero me ater ao exemplo que ela terá perto dele.

Desentendido, Naruto observou o rosto do líder do clã. Percebeu que nunca gostaria daquele olhar severo. Preferia infinitamente o olhar amável de Hana e Hinata. 

Minato a favor de sua cria, verbalizou:

— Senhor Hyuuga, aos meus seis anos de idade, meus pais me ensinaram que os bebês vinham de dentro dos repolhos, eu me maravilhei, a gente não comia repolho em casa, então quando descobri onde existia um campo de repolho, fui até lá e roubei o máximo que pude, eu queria tirar os bebês de dentro deles, mas aí apanhei de guardas. Causei prejuízo aos meus pais. É uma história um tanto engraçada, mas aquele dia me fez prometer que caso eu tivesse filhos, seria o mais claro possível para eles a respeito de qualquer assunto da fase adulta. Não quero que ele descubra sozinho, quero poder orientá-lo. Apenas errei em não avisar sobre os momentos nos quais não se deve conversar a respeito.

O Nakagi se manifestou: 

— Confio em você, Sr. Namikaze. Pai viúvo e de dupla jornada, principalmente, sendo pai de um meio yokai. Já vejo o quanto é difícil. Mas o senhor Hiashi está certo. Deve-se ter postura. Seu filho ficou muito tempo isolado dos outros, mas agora ele está estudando e ele precisa mostrar que pode ser como qualquer outra criança comportada. E o assunto que ele abordou em um jantar... é inapropriado. Confiarei que isso não se repetirá.

— Sim, senhor. — Minato concordou. — Resolverei isso o quanto antes. Agradeço sua compreensão.

— Pretendo entregar as novas notícias para o damyo amanhã. — Revelou o Nakagi. — Quem sabe ele tenha curiosidade em conhecer o hanyou, se esse dia chegar, é melhor que seu filho saiba como agir.

Um frio subiu pela espinha de Minato, um encontro com o Senhor feudal!

Abria-se a possibilidade de não precisarem mais esconder a identidade do hanyou, dos guardas do damyo.

A cabeça de Hiashi doía, a aldeia começava a girar em torno do meio yokai. Deveria considera-lo como um convidado de honra, mas estava difícil.

Naruto observou a face rija do líder do clã, seguidamente, a de seu pai que em expressivo olhar pedia-o para que não mencionasse mais o assunto sobre bebês.

As orelhas de raposa desceram, assentiu-o.

Hinata fez bico, os dois se entreolharam desapontados, e se concentraram em terminar a refeição.

Esperaram tanto por aquele jantar e no final ficaram sem saber tudo o que queriam. Nem a deliciosa comida de Hana restaurou a empolgação deles.

Como adultos eram chatos!

Pensaram os dois.  

 

 


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