Olicity - Lies escrita por Buhh Smoak


Capítulo 21
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Oi leitoras lindas.
Muito obrigada por todos os comentários, me perdoem por não responder, mas estou lendo tudo. =)
Fico muitoooo feliz que estejam gostando. Em breve chegaremos ao fim de Lies e estou muito satisfeita com o retorno de vocês sobre a história, espero não decepciona-las com os capítulos finais.

Próximo capítulo: 07/11/2017

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POV ~ Felicity

Respirei fundo tentando afastar de minha mente as dores nas minhas pernas. William estava sentado ao meu lado com a cabeça em meu ombro. Já estávamos ali a muitas horas e desde que chegamos Samanta estava desacordada em outra jaula ao lado.

— Minha mãe vai ficar bem, tia?
— Vai sim meu amor. – o abracei para que ele chegasse mais perto de mim. – Assim como a gente também.

Ouvi um barulho do outro lado do galpão onde estávamos e um foco de luz iluminou alguém. Não tinha como saber quem era, mas eu sabia que era o Merlyn. Nossas celas tinham uma iluminação bem baixa, mas um holofote nos iluminou por alguns segundos antes de tudo voltar a penumbra.

— Felicity?

Ouvi a voz da Samanta que começava a se levantar no chão. William grudou na grade chamando pela mãe.

— Filho? – já sentada com as costas na grande. – O que vocês estão fazendo aqui?
— Acho que podemos te perguntar a mesma coisa.
— Aquele idiota disse que íamos até a empresa dele para que me desse um presente e quando me dei conta ele estava com um papo contra meu rosto, acordei aqui não sei quanto tempo depois. – esfregando a cabeça.
— Mamãe. – a chamando com o choro preso na garganta.
— Não fica perto da grade filho, vai para perto da tia.

A voz dela estava longe de ser da mesma Samanta que eu conhecia, mas naquela situação era de se esperar que ela mudasse sua postura.

— O que aconteceu? Chegamos aqui e você estava desacordada. – voltei a abraçar o William, que estava com o olhar vidrado na mãe.
— Não sei, Felicity. Acordei aqui, mas alguém me agarrou fora da grade de voltei a perder a consciência.
— Você não ia me abandonar né?
— Abandonar?
— Mandaram uma mensagem para o William como se fosse você dizendo que você ia viajar por um tempo.
— Filho. – se arrastando para perto. – Eu jamais faria isso.

Ouvimos passos e Samanta se afastou da grade, alguém se aproximava só que além da cela tudo era escuridão para a gente. Um homem apareceu na grade e abriu a cela, entrando e arrancando William de mim.

— Onde vocês vão leva-lo? – tentei levantar, mas não consegui.
— Larguem meu filho. – a Samanta gritava enquanto o homem levava o William que berrava por nós duas. – Devolvam meu filho. – batendo nas grades.
— Cale a boca.

A voz de Merlyn ecoou pelo galpão e uma luz foi acendida a nossa volta, demorei para me acostumar com a claridade, mas logo eu estava olhando para aquele homem odioso.

— Se comportem que logo eu o trago de volta. Se não colaborarem ele nunca mais vai ver nenhuma de vocês.

A ameaça era clara, mas pedir que uma mãe se calasse diante daquilo era impossível.
Samanta gritava tanto que eu pensei que logo ela perderia o folego, Merlyn se afastou da gente só que segundos depois ele estava de volta abrindo a cela dela.

— Eu te avisei. – acuando Samanta de levantando a mão para golpea-la.
— Solta minha mãe.

Vi William aparecer e entrar na cela dando murros nas costas de Merlyn, que o empurrou o jogando para fora da cela.

— Bando de incompetentes. – gritou para os capangas que logo estavam agarrando Willian e o levando para longe de novo.
— Não faça nada contra meu filho seu imbecil.
— Você deveria ser esperta como a senhorita Smoak, mas infelizmente parece que inteligência não é seu forte. – a levantando do chão pelos braços e a arremessando contra a grade. – Eu não tenho pena de mulheres como você, que além de usar o filho para tentar agarrar homem ainda acha que alguém como eu vai aceitar uma qualquer como você.

Quando ele deu o primeiro chute de encontro ao estomago dela eu virei o rosto. Queria gritar e mandar para-lo, mas se assim fizesse aconteceria o mesmo comigo e não conseguia imaginar o que seria do William sem uma de nós para estar do seu lado. Ouvia os gritos da Samanta e as pancadas, mas não tive coragem de olhar ainda mais quando vi vultos a diante e um frio em minha barriga me dando a certeza de que William assista a mãe apanhar.

— William. – falei sem conseguir me conter.
— Fiquei quieta, Smoak. Não abuse da minha boa vontade. – saindo da cela e a trancando. – Levem o menino, vou terminar o que comecei e logo o trago para você. Algo me diz que em breve ele terá que te chamar de mamãe. – limpando as mãos sujas de sangue no sobretudo que usava.

Esperei que ele fosse embora e o barulho de uma porta fechando me fez criar coragem e olhar para o lado. Vi Samanta debruçada no chão em uma poça de sangue.

— Samanta. – me arrastei para perto da grade rezando para ela estar viva. – Por favor, acorde.

Longos minutos se passaram e ela continuou imóvel. Estar presa sem poder fazer nada era a pior das sensações, ainda mais vendo alguém no estado que ela estava.

— Felicity?

Uma voz que eu não esperava ecoou dentro do meu ouvido e precisei de todo controle para não falar nada ao ouvir a voz de Curtis no comunicador que eu nem mesmo tinha percebido que ainda usava.

— Se estiver me ouvindo chame a Samanta de novo.
— Samanta. – a chamei um pouco mais alto.
— Ela está no ouvindo, Oliver.
— Amor, diz para mim que vocês estão bem.

Queria falar alguma coisa para tirar a agonia de sua voz, mas o barulho da porta se abrindo não me permitiu continuar.

— Cale a boca garoto. – um dos capangas de Merlyn abriu a cela e empurrou William para dentro. – E fiquem em silêncio, ou vai acontecer a mesma coisa que aconteceu com sua mãe com a loira ai.
— Tia. – se ajoelhando do meu lado e me abraçando. – Eles mataram minha mãe? – soluçando.
— Não sei meu amor. – respirando fundo com um nó em minha garganta. – Mas fique calmo, tá?
— Minha mãe. – me soltando e olhando para a cela dela. – Tem muito sangue tia.
— Eu sei meu amor.
— Aquele homem mal me fez gravar um vídeo para meu pai falando um monte de mentiras.
— Não se preocupe, seu pai é esperto e ele não vai acreditar em nada.
— Acabamos de receber um vídeo do Malcolm. – Oliver falou em meu ouvido.
— Vem, deita um pouco aqui na minha perna.

Mesmo com a dor que eu sentia, não me incomodei quando ele deitou e se encolheu. Ver uma criança tão vulnerável era desesperador.

— Olá Oliver, sei que você deve estar com saudades da sua família, então resolvi deixar o pirralho te contar como as coisas estão. Vai pirralho. – o som chegava abafado para mim, mas eu conseguia ouvir a voz do Merlyn no tal vídeo, seguido da voz do William. – Pai, a tia Felicity está muito mal. Ela não está sentindo as pernas. Tira a gente daqui. Por favor. – começando a chorar. – Ele matou a mamãe, pai.
— Cala a boca moleque. Levem-no.
— Isso é só um lembrete para que você saiba Oliver o que vai acontecer com sua mulher e seu filho caso a Thea não venha a meu encontro.
— Felicity tudo isso é mentira?
— William, me conta quais mentiras você teve que falar para seu pai. Só que bem baixinho tá?
— Falei que você não estava sentindo as pernas, mas isso é mentira né? – se virando e me olhando.
— Sim meu amor, apesar das dores eu sinto as pernas. O que mais?
— Que tinham matado minha mãe. – já falando com voz de choro. – Apesar que não sei se isso é mentira. – se encolhendo de novo.
— Mesmo com a surra que o Merlyn deu nela, pode ser que esteja só desmaiada meu amor.
— Mas pode ter morrido tia.
— Não morri filho.

Ele levantou com tudo e agarrou a grade. Vimos a Samanta se sentar, mas seu rosto estava tão inchado que mal era possível reconhece-la.

— Mamãe. – chorando.
— Fique tranquilo, filho. – encostando na grade e me olhando. – Tudo vai ficar bem, não é Felicity?
— Sim, tudo vai ficar bem.
— Está doendo muito mãe?
— Um pouco, mas fique quietinho perto da tia. Eles podem voltar.

A respiração da Samanta estava acelerada e isso não era bom. Ela olhou para mim vi sangue saindo de seu nariz. Ela poderia estar viva, mas não estava nem um pouco bem.

— Não temos como localiza-los porque o Malcolm prometeu matar a Samanta caso tentássemos. A Thea vai se trocar de lugar com vocês em menos de 12 horas.

A voz de Diggle só aumentou minha agonia por não ser capaz de falar nada. Apertei o William em meu braços e fechei os olhos quando senti uma pontada no quadril.

— Eu te amo, Felicity. E logo vamos estar juntos novamente.
— Melhor desligar o comunicador para que ele não descarregue, logo falamos de novo com você. – disse Curtis.
— Te amo, amor.

Sabia que responder era perigoso, mas eu precisava fizer algo.

— Também. – falei o mais baixo que eu consegui.
— Também o que tia? – me encarando.
— Nada, estava pensando alto.

Olhei para a Samanta e a vi com os olhos fechados, respirando ainda mais rápido. Ela abriu os olhos e virou o rosto para mim. O sangue em seu nariz escorria mais e pela primeira vez eu via em seus olhos algo além de hostilidade. Ela estava morrendo e sabia que ela suplicava pelo filho, mesmo eu não sendo mãe, sabia que era isso que seus olhos transmitiam.

— Aguente o quanto puder. – falei movendo os lábios para que William não ouvisse que sua mãe estava prestes a morrer.


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