Dark Days escrita por JackelineCullen


Capítulo 3
Capítulo 3




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Eu realmente não sabia descrever o que estava sentindo, era uma mistura de sentimentos, angústia, arrependimento, prazer e poder. Ter sugado o humano até sua última gota, sentir a vida dele desfalecendo com um simples toque meu é indescritível. Mas por que eu não consegui me controlar, eu sempre me controlei bem, sempre, pelo o que eu sei serei a única na nobreza ter feito esse ato sujo, mesquinho e egoísta.

Ninguém, ninguém tem direito de matar outro ser vivo, não mesmo, mas porque eu sinto que eu tenho esse poder, eu tenho esse direito? Isso não faz sentindo, nada está fazendo sentindo pra mim esses dias.

Eu matei um humano, eu me sujei com isso, estou arrependida, mas me sinto tão bem, tão bem fisicamente, o cansaço e a dor de cabeça sumiram. Por Deus! Que merda é essa que estou pensando? Eu não posso me sentir assim, eu cometi um ato considerado por todos muito estúpido, infantil e sujo, nenhum nobre, nenhum da realeza tinha esse sangue nas mãos, ninguém até hoje, e hoje eu sujei minhas mãos.

Os únicos vampiros que faziam isso já foram banidos do mundo, esses vampiros eram considerados os mais negros, mais cruéis e usavam a magia negra, a magia proibida era o dom deles. Acnaib era o nome desses vampiros, mais conhecidos como vampiros negros, que realmente eram pura maldição, únicos que viviam eternamente, mas para manter essa eternidade tinham que matar humanos, sugando suas vidas e matar os nobres vampiros. Tentei puxar mais da minha memória sobre a aula da evolução vampiresca que tive, mas não conseguia lembrar muita coisa, a única coisa que lembrava é que eles foram exterminados.

— MIkayla. – Uma voz dura fez eu volta a realidade. Ao olha pra cima pude ver o diretor Marcus me olhando seriamente, ele estava sentado na sua cadeira de diretor e mantinha aquele olhar sem expressão, mas que conseguia nos deixar assustados.

— Sabe princesa, eu não estou nem um pouco com vontade de lhe punir, mas só irei fazer se você me der uma explicação no mínimo razoável para o que você acaba de fazer. – O tom de sua voz era assustador, muito assustador. Eu simplesmente abaixei minha cabeça e dei os ombros como resposta. Escutei um suspiro de frustração vindo dele, então no segundo seguinte o telefone toca.

— Sim, sou eu. – Houve uma pausa, ele estava escutando atentamente a outra pessoa na linha, então se virou pra mim e me olhou intensamente. – Ela parece normal. – E novamente houve uma outra pausa só que dessa vez maior que a outra, minutos depois ele suspirou e desligou.

— Não irei lhe punir. – Ele disse realmente frustrado. – Mas nada disso aconteceu, não deve contar a ninguém, não será nada sadio para você que seus amigos saibam do seu descontrole.

— Eu não sou descontrolada. – Disse firme.

— Eu sei disso Senhorita Cullen, mas perdeu o controle não foi? – Ele me olhava intensamente, e eu sabia que ele estava certo, realmente eu tinha perdido o controle, mas isso não me qualificava como uma ameaça para os outros.

— Escute, seu pai acha que acidentes acontecem e eu estou nessa linha de raciocínio. – Ele me olhou mais severo ainda, e eu não pude dizer nada. Acidentes acontecem? Será que acontecem mesmo? Ou será que estou me transformando numa Acnaib...

— Princesa, suas alimentações irão ser controladas, irá fazer sempre com a presença de um guardião, e um vampiro adulto e não adianta reclamar, se eles acharem que você está perdendo o controle, irão ter o poder de lhe arrancar a força da sala, e isso será meio que constrangedor para você não acha? – E novamente aquele olhar que me deixava mais para baixo.

— Eu não sei explicar o que aconteceu comigo, não sei mesmo. – Disse quase aos sussurros.

— Isso não é nada comparado o que terei que explicar como um humano morreu na alimentação de um membro de uma família real, Mikayla, você é uma Cullen, ninguém, ninguém, de sua família fez isso, nem ao menos seus ancestrais mais antigos, nunca ninguém matou um humano, você sabe o que isso terá como repercussão? A filha mais nova do tão controlado Carlisle Cullen mata um humano indefeso, isso é tudo que outros clãs precisam saber para tentar tirar sua família do poder, você não pensou neles não? – Ele disse tudo como estivesse entalado na garganta dele há séculos, ele só queria um motivo para me deixar mal, me deixar triste. E ele estava conseguindo, estou me sentindo mal, não pelo o que meu pai irá pensar, mas na família no humano, como eles irão ficar triste com a morte dele.

— Você não parece nada arrependida. – Ele disse assobiando.

— Como é que é? – Nesse momento fiquei de pé e uma sensação tomou conta de mim, a raiva, eu estava com muita raiva, ele não tira o direito de falar isso, não sabia o que eu estava sentindo para dizer se estou ou não arrependida. Por todos os deuses e crenças existentes na face da terra que não me deixavam mentir, eu estava amargamente arrependida, muito arrependida, eu seria o único membro da família que terá que conviver com essa morte e não queria isso pra mim.

— O senhor não sabe o que esta falando, não sabe o que estou sentindo para me julgar! – Disse quase gritando e não sei da onde tirei coragem e virei a mesa na direção dele, seus olhos pra mim eram de espanto como minha atitude, mas logo mudo para duro, ele me olhou intensamente.

— Esta de detenção.

— ÓTIMO!

Virei sem olhar pra trás e sai da sala sem ao menos ter a autorização para sair. Ainda estava um pouco cedo e poucos estudantes tinham acordando para o café, caminhei pelo pátio, do pátio para o refeitório, e do refeitório fui para a sala de musica, o único lugar desse inferno que eu conseguia me controlar quando estava com raiva, entrei na sala e tinha dois alunos se agarrando no sofá onde eu costumava deitar e relaxar, e pela cara deles, eles tinham dormido lá, eca, que nojo. Minha raiva foi aumentando e eu tinha certeza que a qualquer momento alguém ia pagar o pato.

— Saiam. – Disse assobiando.

— Chegamos aqui primeiro. – A menina disse.

— Saiam. – disse o mais rude possível.

— Não. – Agora era o menino que tinha falado. Então minha raiva aumentou e em questão de segundo eu estava na frente dos dois, olhei intensamente para cada olho e sorri maliciosamente.

— Saiam ou irão se arrepender. – O tom de minha voz, o jeito de eu olhar pra eles, até eu me assustei comigo mesma, vi o pânico em seus olhos, e rapidamente eles saíram, correndo da sala.

Olhei em volta e vi que não tinha nada apresentável para eu sentar, então sentei no chão mesmo, nem morta ia sentar novamente nesse sofá. Respirei fundo, contei até mil, fiz tudo que podia para minha raiva diminuir ou passar, pensei nos meu irmãos, pensei nos meus amigos e nada adiantava, a raiva estava grande e minha cabeça começou  a doer tanto que tive colocar as mãos perto dos meus olhos e apertar  com vontade, então foi quando tudo escureceu e provavelmente eu desmaiei.

E novamente o mesmo local de sempre de todos meus sonhos, olhei em volta e vi o homem todo de preto a poucos metros de mim.

— O que sentiu com o poder da vida em suas mãos? – sua voz era suave e ao mesmo tempo amedrontada.

— Quem é voce? E saia da minha mente! – gritei.

— Tem certeza que não sabe quem sou? – ele disse se aproximando de mim.

— Fique onde esta! – da ultima vez que ele tocou em mim, a dor foi imensa.

— Esta com medo de mim? – ele sorriu maliciamente.

— Se encostar em mim lhe mato – tentei parecer ameaçadora.

— Como ira matar alguém que já esta morto? – debochou.

 E novamente aconteceu tudo rapidamente, ele se moveu tao rápido que quando percebi ele novamente toca em mim e outra onda de dor começou, agora meu corpo parecia que estava em chamas, estava quente, muito quente e a ardência do corpo estava ficando insuportável.

— Não lute, liberte-se – escutei ele antes de cair de joelhos. Minha respiração estava pesada, a dor no meu corpo estava cada vez maior, o ar ao meu redor parecia que tinha evaporado, não estava conseguindo respirar, quando olhei pras minhas mão notei elas pegando fogo

— APAGA! – disse me ajoelhando e tentando apagá-las esfregando no chão.

— Como disse, não lute! Aceite seu destino!

— Me deixe em paz! – gritei e novamente a escuridão toma conta de mim.

— Mika? – Ao abrir os olhos pude ver Jacob me olhando preocupado, por instinto olhei pras minhas mãos.

— Ainda bem, pensei seriamente em te levar a clínica – ele disse aliviado e me puxou num abraço, por reflexo afastei ele.

— Não quero lhe queimar – disse nervosa.

— Você estava sonhando, agora vem ca – ele novamente me puxa e abraça. Será que era realmente so um sonho? Que porcaria era essa? Estou ficando louca?

— O que tá fazendo aqui? – disse retribuindo o abraço, eu adorava meu amigo, eu me sentia tão bem ao lado dele.

— Estive procurando você o dia inteiro, o dia inteiro mesmo, quando não apareceu na primeira aula eu não liguei, pensei que estava se alimentando, mas quando perguntei de você pros outros, eles me disseram que não ti viram, ai fiquei preocupado, você nunca some assim. – Ele disse me afastando e olhando pra mim, parecia que ele estava me analisando, olhou dos pés a cabeça, tive a impressão que ele estava verificando se eu estava com algum tipo de ferimento.

— Então quando entro aqui, lhe vi no chão desmaiada, cara eu me apavorei. – Ele disse sincero. – Mas o que está fazendo aqui? Você só vem para cá quando esta chateada, o que houve?

Jacob era meu amigo de infância, sempre estava do meu lado quando mais precisei, sempre foi sincero comigo e sempre me contou tudo sobre ele e eu sempre fui sincera com ele, sempre me abrindo pra ele, mas ele era humano, era um nobre também, se eu contar o que eu fiz com alguém de sua raça provavelmente ele nunca mais irá falar comigo e isso eu não iria suportar, ele era meu apoio aqui.

— Eu conheço essa expressão, o que você fez que acha que irei brigar com você? – Ele disse suavemente.

— Você disse que estava me procurando o dia inteiro, a quanto tempo estou aqui? – Disse tentando mudar de assunto.

— Quase o dia inteiro, o que foi? – Ele continuava me olhando seriamente. E novamente a dúvida estava em mim, eu não podia contar pra ele, o que ele irá dizer? Que sou um monstro?

— Mika, Mika. – Ele disse suavemente, foi então que olhei em seus olhos e pela primeira vez desde que o conheci que vi algo estranho nele, vi seus olhos brilhando, vi como seu rosto era lindo, o contorno dele, boca carnuda e perfeita e a cor de pele perfeita também, vampiros eram muito pálidos e alguns humanos também, mas ele tinha um certo bronze uma certa cor que o deixava lindo e extremamente sexy, passei meus olhos pelo corpo dele e vi o quando estava ficando musculoso.

— Mika. – Novamente ele disse suavemente. – Por favor, me conte. – Implorou.

— Você irá me achar um monstro. – Disse voltando a realidade.  

— Nunca irei achar isso de você! Nunca! – Ele disse beijando minha testa e me abraçando. – Conte. – Sussurrou.

— Eu – nesse instante eu ponderei se contava ou não, mas ele estava certo, eu nunca escondi nada dele e ele também nunca escondeu nada de mim e ele não ia para até conseguir fazer eu me abrir.

— Não irei ficar bravo com você prometo. – ele disse sorrindo.

— Certo. – Respirei fundo. – Eu fui me alimentar hoje como sempre faço, não tinha ninguém na sala então fui a primeira, então eu estava me alimentando, sugando o sangue dele, e eu não conseguir parar. – Disse olhando em seus olhos, quando que disse o final sua expressão mudou para confusa.

— Não conseguiu parar o que?

— Eu não conseguir parar de sugar ele, eu sempre tenho um autocontrole absurdo, nunca bebo o suficiente para não deixar eles muito debilitados, você sabe disso – ele concordou com a cabeça – mas dessa vez eu não consegui parar, eu continuei sugando e sugando, parecia que meu corpo queria mais, minha mente mandava eu sugar mais, então eu não parei até...

Nesse exato momento ele me empurra e me olha espantado, ele delicadamente solta meus ombros e me olha sério.

— Até o matar? – ele disse ríspido.

— Sim – disse olhando pra ele. Ele me olhou e novamente vi o espanto em seus olhos, espanto e medo, que logo virou para raiva.

— Eu sinto muito, eu não sei o realmente aconteceu comigo, eu sinto muito. – Sussurrei.

— Sente muito? Sente muito? Você matou um humano para se alimentar, matou um humano inocente para lhe dar prazer, o que sentiu heim? O que sentiu em matar um de minha espécie? – Wow! As palavras dele estavam tão ásperas que pareciam tapas em mim, eu não conseguia pensar em nada em resposta, ele estava certo, eu sentir prazer em fazer isso.

— Hey,você disse que não ia ficar bravo!  - disse tentando parecer uma piada.

— Eu disse que não ia bravo, eu estou furioso contigo! Como você pode!

— Você é meu amigo, tinha que me apoiar nisso!

— Você matou um humano, e tenho uma coisa pra lhe dizer! Acorda! Eu sou humano!

— Você esta sendo injusto comigo, eu prometi lhe contar, porque eu confio em você, eu não me sinto bem por ter feito isso ta! Não sinto mesmo.

— Você não passa de uma Acnaib. - Ele disse num tom de nojo. Isso foi golpe baixo, se ele queria me deixar horrível ele conseguiu e não pude de deixar escapar algumas lágrimas.

— O que você disse? – disse chorando, foi então que ele me olhou sério e mudou a expressão para arrependimento.

— Eu...

Eu não esperei a resposta dele, já tinha saído da sala e faz algum momento. Então corri, corri o mais rápido que podia, escutei alguém chamar meu nome, e tenho certeza que era ele, mas não liguei, eu queria ficar sozinha, corri até meu quarto e me tranquei.

Marcos estava certo, eu não devia contar pra ninguém, eu ia ter problemas com isso, ia ser a aberração da escola, a assassina da escola, eu tenho vários colegas humanos, vários vampiros que também acham que isso é a pior coisa do mundo, e eu estava me sentindo o pior ser do mundo, escutar da boca de Jacob o que ele achava de mim, acabou comigo, eu tinha me transformado num ser demoníaco. Eu não sabia o que fazer ou pensar, tinha que conversar com alguém, por puro instinto, eu acho, liguei para meu pai, no terceiro toque atenderam meu chamado, mas quem parece no visor não era meu pai e sim Edward meu irmão mais velho.

— Hey, se não é minha irmã favorita – notei que no momento que ele coloca os olhos em mim ele muda a expressão – o que houve Mika?

— Er...- não sei se devo falar com ele, se devo confiar nele, eu pensei que em Jacob podia confiar, mas deu no que deu, e meu irmão? Sera que ira ficar no meu lado? Ou irei me internar? Deus! Não sei o que fazer ou pensar.

— Nada, so estava com saudades – tentei parecer sincera.

— Só isso mesmo? – ele me olhou torto.

— Sim, desculpe incomodar ta? Tchau – encerrei a chamada antes dele responder. Eu não podia fazer mais nada, não podia confiar em mais ninguém, e o que eu podia fazer era chorar e me fechar pro mundo externo e foi isso que fiz, chorei, ignorando as chamadas e as batidas na porta...

— Mika – escutei alguém ao longe me chamar, mas não liguei e continuei de olhos fechados.

— Mika – novamente alguém ao longe, então escutei uma batida na porta.

— Mika – mas que droga parece que essa voz não quer me deixar em paz, foi então que notei que eu tinha caído no sono, eu tinha adormecido de tanto chorar.

— Mika, por favor – novamente a voz e dessa vez uma batida na porta. Eu relutei comigo mesma várias vezes, discuti comigo mesma por diversas vezes, tudo para decidir se levantava e abria a porta, eu realmente não tava afim de falar com ninguém, ninguém mesmo.

E mais batidas na porta.

— Por favor – um sussurro. Então com reluta levantei e abrir a porta.

De todas as pessoas que eu esperava encontrar lá parado me encarando, essa era a última que ia pensar, dei passagem para ele entrar e em seguida bati a porta a me encostei nela.

— O que você quer Black? – Disse no meu tom mais vaca que podia.

— Me desculpar. – Ele disse sentando na minha cama e olhando pro chão.

— Tarde não acha? – disse rispidamente.

— Mika – ele suspirou e levantou, andou até mim e tentou me abraçar, mas fui mais rápida e desviei dos abraços dele.

— Pode sair, por favor, e não esqueça de bater a porta. – Disse indo na direção da minha cama.

— Eu não quero perder você como amiga, eu não suportaria. – Ele disse sincero. – Eu errei, eu sei, mas eu tava chateado, foi estupidez minha, eu não sabia que era assim quando estava com raiva. – Ele disse encostando-se à mesma parede onde eu estava segundos atrás.

— E por que mudou de idéia então? Ficou com medo do demônio aqui a noite ir no seu dormitório e lhe sugar até a morte? – disse ironicamente.

— Não! Eu não tenho medo de você. – ele disse sério.

— Não parece. – Sussurrei.

— MIkayla, você está magoada comigo, eu sei, mas entenda meu lado, eu fiquei confuso, pra mim você nunca ia fazer isso. – Ele olhou pro chão. – Pra mim você é minha amiga perfeita, certinha.

— Eu nunca fui santa! – Continuava com meu tom de vaca egoísta, mas ele merecia.

 - Eu não to dizendo dessa forma, eu sei que nunca foi santa, nem mesmo eu sou, mas estou dizendo em relação as tradições, aos acordos de paz, a aliança, você sempre foi certa nessa aspecto, sempre diplomática, eu nunca achei que você fosse cometer um deslize desse tamanho, é disso que estou falando.

— Você me chamou de Acnaib. – Sussurrei e não sei por que comecei a chorar. Acho que foi pensar que meu melhor amigo me achava um demônio em pessoa. Então sentir os braços dele ao meu redor e um aperto confortante.

— Eu sinto muito Jacob, eu não queria, eu não queria de coração. – Disse entre soluços.

— Eu sei. – Ele disse suavemente. – Eu que fui estúpido o bastante em não acreditar em você, por favor, quero que me perdoe. – Ele disse esfregando minhas costas.

Eu estava chorando tanto no peito do Jacob que pude sentir seu cheiro, e por tudo quando é sagrado, meu amigo cheirava bem, seu aroma parecia um calmante pra mim, seu cheiro estava me deixando dopada, e seus braços ao meu redor, estavam me indicando o quando eu me sentia confortável naquela situação, foi então que o abracei de volta, e analisei a possibilidade de não ter a amizade ele, eu iria sair perdendo, eu amava meu amigo, e somente ele conseguia me deixar assim.

— Por favor. – Ele murmurou enquanto esfregava minhas costas.

— Eu não consigo ficar chateada com você Jay, não consigo ficar mais de uma hora. – Disse me afastando dele e sorrindo.

— Então minha amiga, você bateu seu próprio recorde. – Ele disse enxugando minhas lágrimas com as mãos dele.

— Como assim?

— Você está isolada aqui faz um dia e meio, – ele sorriu – e a propósito feliz aniversário.

Wow! Essa era nova, eu me fechei tanto assim? Para ser sincera eu pensei que só tinha passado algumas horas. Tentei buscar na memória, e ela me confirmou que teve outras batidas na porta, e mais meu nome sendo chamado. Eu ignorei todos e não percebi que tava afetando meus amigos.

— Que horas? – disse realmente não sabendo que horas eram.

— Seis da noite, os outros estão preocupados contigo, aliás, conosco, porque eles sabem da nossa briga. – Ele disse segurando minhas mãos e sorrindo.

— Você contou pra eles? – Quase gritei, quase.

— Claro que não Mikayla, eu não contei nada para ninguém, mas ele perceberam que tínhamos brigado, por você não querer sair do quarto e eu tratar isso como frescura sua. – Ele disse meio sem jeito.

— Mas você veio. – Sussurrei.

— E eles também, mas você ignorava todos, então eles apelaram a mim, eles me fizeram abrir meus olhos e ver o quanto estúpido estava sendo com você, quando eu bati na porta e você não abriu, meu coração doeu, mas não desistir e só parei quando você abriu.

— Sim, me venceu no cansaço. – Disse rindo.

— Eu não ia desistir de você fácil, afinal é minha amante. – Ele disse divertido, e eu sabia que com essa piada as coisas entre nós dois esta resolvido.

— Sim. – Disse divertida, então ele levantou e puxou minha mão.

— Vá se arrumar, hoje é seu aniversário e irei lhe roubar antes que nossos amigos façam isso. – Ele tinha um tom travesso em sua voz. Sorri de volta e fui correndo pro banheiro, me arrumei em tempo recorde, bom, uma hora depois, mas pra mim foi tempo recorde. Quando sair do quarto arrumada ele parou e me encarou.

— UAU, se você quer me impressionar conseguiu, mas sem esse treco de compulsão. – Ele disse rindo.

— Persuasão Jay, Per..sua..são!

— Eu sei! Você me deixou bobo com tanta beleza, mas HEY! Você ta usando né?

— Claro que não! Eu não faço isso com amigos! – disse rindo.

Então ele pegou minha mão beijou e entrelaçou na dele como fossemos namorados e saiu comigo, aliás, fugiu comigo como ele mesmo disse, saímos correndo pelo corredor, meio que fugindo, sempre com cuidado de não sermos vistos, sempre nas sombras, conseguimos sair no dormitório sem nenhum problema, mas se ele quisesse sair comigo, iríamos ter problemas, os guardas no portão não iam deixar nós sairmos, por três motivos, um: tínhamos ma reputação, dois: éramos menores de idade e três: estava à noite. Mas algo me impressionou, quando chegamos ao portão tinha um carro esporte nos esperando, então Jacob deu um envelope para um guarda e sorriu o mesmo olhou o conteúdo dentro do envelope, entregou as chaves que eu presumo ser do carro para ele e abriu um pouco o portão, deixando espaço para somente um passar por vez.

— Nunca vi vocês e vocês nunca me viram. – O guarda disse antes de fechar o portão.

Jacob abriu a porta pra mim parecendo um verdadeiro cavaleiro, quando entrei ele bateu a porta e correu pro lado dele, entrou no carro e partimos.

— Você pode me explicar o que foi aquilo?

— Haaa, nada de mais, troca de favores. – Ele tinha um ar de orgulho.

— Você o comprou?

— Como disse, troca de favores, agora eu só quero curtir a noite com minha melhor amiga.

— E desde quando você dirige?

— Tenho 17 anos, sou humano, sou lord, então sei dirigir desde quando tinha fraudas. – Desse comentário eu tive que rir.

— Você não tem tempo de aprender – retruquei

— O que você acha que faço nas minhas férias? – Certo, ele estava certo, nas férias ele sempre voltava para sua família e eu nunca tive a curiosidade de perguntar.

— Então, o que você faz? – Disse rindo.

— Aprendo a dirigir. – Ele disse rindo.

Ficamos conversando como bons amigos até chegarmos numa boate, era a mais badalada da região, e a mais procurada também, quando Jacob encostou o carro eu pude ver uma fila enorme de humanos que estavam esperando uma oportunidade para entrar. Caminhamos até a porta e usei persuasão para poder entrar. Ao entrar na boate a casa estava cheia e a pista também. Jacob não pensou duas vezes em me puxar para a pista e começar a dançar comigo. A música era elétrica e contagiante, fazendo nossos corpos dançarem sem que nossas mentes mandassem. Jacob e eu sabíamos dançar como nunca, sempre íamos para festas e nelas dançávamos, aliás, todos meus amigos dançam bem, Alice e Jasper quando estão dançando, faz eu e o Jacob parecermos principiantes na frente deles. Foi então que lembrei deles, eu não os via faziam exatamente dois dias.

— Onde estão os outros? – disse em seu ouvido.

— Eles estão fazendo uma festa surpresa pra você, então pediram para eu te distrair até eles me ligarem para lhe levar de volta. – ele disse rindo.

— Safado! Pensei que estava fazendo isso, para se reconciliar comigo! – sorri de volta.

— Uni o útil ao agradável, minha querida princesa! – ele disse beijando meu rosto e fazendo um leve carinho na minha bochecha, em seguida ele toca meu queixo, não sei se era impressão minha, mas posso jurar que ele está puxando lentamente meu rosto contra o seu, será que ele vai me beijar? Então fechei os olhos esperando o beijo.

— Hey! – escutei Jacob reclamar antes de ser empurrado pra trás, com o impacto ele me empurrou também, mas eu não cheguei a cair porque ele me segurou.

— Hey! Olha pra onde anda irmão! – Jacob disse para um homem, alto que estava vestindo uma roupa preta.

— Eu ando por onde eu quero! – ele disse visivelmente bêbado.

— Você pode andar por onde quer, mas só quero que tenha mais cuidado, tem mulheres aqui e você irá acabar machucando-as. – Jacob disse duro.

— Quem você pensa que é? Para me dar sermão, só porque esta com uma puta gostosa do lado pensa que esta arrasando é? – O homem disse já empurrando o Jacob, e pelo cheiro que sentir ele estava completamente bêbado. Jacob por instinto empurrou o homem de volta, o homem voltou pra cima dele e tentou lhe acertar um soco, mas Jacob foi mais rápido e desviou e acabou acertando o homem bem no nariz, fazendo ele quebrar. O grito de dor do homem era alto, então a confusão começou, várias pessoas uma empurrando a outra, gritaria e novos empurrões, várias pessoas me empurram para longe do Jacob, tentei me controlar e olhar por cima se eu o via, mas tudo que via era um bando de humanos rolando no chão brigando.

— Vamos. – Escutei alguém, e começou a me puxar pelo braço.

— Meu herói. – disse assim que sair na boate, e Jacob sorriu.

— Desculpe, não queria que acabasse assim.

— Tudo bem, me diverti. – disse sincera, quando vi ele atendendo o telefone e sorrindo.

— Sua festa surpresa esta pronta, vamos? – ele disse divertido.

— Por favor, fique com cara de surpresa ta? – ele disse divertido quando batia a porta assim que entrei.

— Sim, cara de espanto. – disse assim que ele entrou.

— Jey? – disse quebrando o silencio da noite, já estávamos a caminho da escola e logo chegaríamos.

— Hum? – ele disse sem tirar os olhos da estrada.

— Você realmente me perdoou? – disse com medo.

— E você? Perdoou-me? – ele disse virando pra mim.

— Claro que perdoei, você é meu amigo, meu primeiro amigo, eu adoro você Jacob, você é especial pra mim – disse rindo.

— Então faço minhas suas palavras, eu não conseguiria ficar com raiva de você, nunca.

— Posso lhe dizer uma coisa? – disse olhando pra janela, queria saber se ele ia me beijar.

— Logico que pode – ele disse tocando na minha mão, fazendo eu olhar pra ele – diga

PAM!

Sentir algo batendo no meu lado, quando olhei pra ver pude ver o mesmo homem que Jacob brigou jogando seu carro pra cima de nós.

—MAS QUE PORRA É ESSA! – Jacob gritou tentando controlar o carro, então senti outra batida, Jacob tinha jogado o carro pra cima do homem então os carros ficaram emparelhados. Eu olhei assustada pro Jacob e o mesmo tinha uma expressão dura, e novamente outra batida, olhei pro lado e tentei usar persuasão no homem.

— Para agora mesmo, para de fazer isso. – disse firme olhando intensamente para os olhos dele, eu nunca usei persuasão e nem sabia como fazer, mas se meu pai fazia tão perfeitamente, se muitos outros vampiros conseguiam porque eu não ia conseguir, tentei me concentrar o máximo possível em seus olhos, olhando fixamente pra ele e lhe mandando ondas de poder.

— Pare! E desacelere o carro!  - ordenei, e para minha surpresa ele obedeceu, o carro dele tinha ficado para trás, então sorri pra mim mesma, ao menos uma coisa eu sabia fazer. Olhei pro lado e Jacob estava olhando pra mim orgulhoso, então vi uma luz forte.

— JACOB CUIDADO! 

— FILHA DA PUTA!

Não tínhamos percebido o quando o homem nos jogou para outra pista, ele tinha nos jogado para a pista contrária e um caminhão estava na nossa frente, Jacob conseguiu desviar de bater de frente no caminhão, mas não impediu de nosso carro cair barranco abaixo.

Eu já estava enjoada de tanto girar, não sei quantas vezes nosso carro capotou, sei que foram várias, ferros contorcidos era tudo que estava conseguindo ver, e mais ferro contorcido estava se formando na minha frente, então percebi que tínhamos parado de girar. Olhei pro lado e tudo que podia era escuridão e uma dor profunda, então acho que desmaiei.

Estava tão quente, mas tão quente onde eu estava, e o ar estava tão difícil de respirar. Foi então que abri os olhos e pude realmente ver o que estava acontecendo, eu estava presa nas ferragens do carro e ele começou a pegar fogo. O desespero tomou conta de mim, consegui tirar o sinto e olhei pro lado, Jacob estava imóvel preso pelo sinto.

— Jacob? Jacob? Vamos, tempo que sair! Vamos! – disse o sacudindo, mas ele não se mexeu e nem respondeu, ele com certeza tinha batido a cabeça forte. Com uma força que não sei da onde tirei eu conseguir chutar a porta e abri-la, engatinhei para fora, e pude sentir o cheiro de gasolina, o desespero ficou maior, tentei levantar, mas uma dor insuportável começou na minha perna direita, quando olhei melhor vi que estava com uma fratura exposta.

— Porra!

Ignorando a dor corri pro lado onde o Jacob estava, tentei abrir a sua porta, mas ela estava travada. Olhei pro lado e pude ver as chamas aumentando.

— VAMOS! ABRE! – puxei com mais forte e finalmente conseguir abrir, um alívio por sinal. Agora vem a parte mais difícil, como carregar um homem que pesa o dobro de você, mas joguei esse pensamento pra longe e tratei de tirar o cinto de segurança dele, com muito esforço consegui puxá-lo para o lado de fora do carro, e arrastei-o por uns metros na escuridão, quando tive certeza que estávamos a salvo eu parei, e nesse exato momento o carro explodiu, o que me assustou bastante.

— Jacob? Acorde seu dorminhoco. – disse cansada e sentando ao lado dele.

— Jacob? – foi quando finalmente puder ver o quando ele estava machucado, ignorando a dor me ajoelhei e o abracei. Quando fiz isso, pude sentir o quanto frio ele estava, meu coração nessa hora hesitou, eu hesitei, então forcei minha visão nele, meu coração parou. Os olhos de Jacob estavam sem vida, friamente eu continuei analisando seu corpo e pude perceber que ele tinha quebrado o pescoço, o cinto tinha feito isso.

— Não brinque assim comigo. – disse tremula.

— Não brinque assim, isso machuca sabia? – sorri, mas logo meu sorriso sumiu, e uma dor me consumiu.

— SEU MERDA! NÃO ERA PARA VOCE MORRER, NÃO ANTES DE MIM! VOCÊ QUEBROU SUA PROMESSA! – disse esmurrando o corpo dele.

Então comecei a chorar, chorar e chorar, estava acabado, nunca mais o teria, nunca mais teria a quem perturbar, eu o abracei com força, desejando que isso tivesse sido comigo e não com ele, ele era bom, eu que era o monstro, isso não é justo, o abracei com mais força, desejando que ele estivesse com vida, desejando que minha vida fosse pra ele. Então tudo escureceu, minha visão escureceu, mas continuei desejando que fosse eu que tivesse morrido e não ele. Sentir um calafrio passar por mim e minha cabeça começou a doer, mas não era uma dor qualquer, era uma dor insuportável, novamente uma dor que parecia que estavam esmagando meu crânio. Finalmente conseguir abrir os olhos e tudo que podia ver era escuridão, vi vários vultos passando por mim, pareciam que estavam mortos e todos estavam estendendo a mão pra mim, foi então que o vi, parado olhando pro nada, como estivesse perdido.

— JACOB! – gritei e corri até ele, quando ele se virou eu o abracei e sorri, mas uma dor me tomou por completo, perdi minhas forças e fui de cara no chão perdendo completamente a consciência.

 


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Notas finais do capítulo

MAis um capitulo! o/
Feliz Pascoa para vcs, mas eu quero comentarios



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