- F-U-G-I-R? Você tá louca? - Dré se engasgou com a bebida, e sorriu pra menor.
- Não, olha só como eu sou brilhante. Amanhã quando for meia noite, as três fogem de casa e vamos para o teatro, como acordamos cedo no outro dia nossas mães se quer vão notar nossa falta.
- Tá Laa, mas, nós juntas... Não vamos dormir, então como vamos ir pra escola cedo no outro dia? - A loira perguntou fitando a menina, mas, quem respondeu foi a morena.
- Ora... Não vamos. - E sorriu junto de Laura.
- Eu não sei. - Érica falou com receio.
- Não sabe do que? Essa não será a primeira vez que nos passamos a noite no teatro. - Disse a menor.
- Não em aula. - Respondeu a loira.

      - Kinha, nos já matamos aula diversas vezes. - Andressa disse revirando os olhos.
- Ok. Então amanhã a meia noite. - Finalizou a mais nova.
- Isso, eu e você passamos na casa da Dré. - A menor tirou seus tênis e cruzou as pernas que nem índio. - Aff... Hoje nossas mães viajam. Vou ficar em casa sozinha. - Disse entendiada.
- Mais a Deby vai estar lá, não vai? - Perguntou a morena, colocando um pedaço de torta na boca.
- Sim. Aliás ela sempre fica. Acho que elas vão ficar uns três meses fora. - Comentou Laa.
- Credo, elas nunca ficaram tanto tempo longe. - Disse a loira. - Cara, agora que lembrei se eu não tirar uma nota boa na prova de história vou ficar de castigo. - Ela disse assustada.
- Eu e a Laa, pegamos as respostas da prova com o Frank. Pode ser? - Perguntou Dré.
- Não sei pra que perguntou, é claro que pode. - Ela comeu um pedaço da torta.
- Então ta combinado, pra mim vai ser fácil sair de casa sem ninguém ver, afinal minha mãe fica mais agitada do que o normal com visitas. - Ela tomou um pouco de seu café.
- Coloca pó de mico na cama deles. - A menor disse animada.
- Nossa, como vocês são malvadas. - Andressa se fez de assustada. - AMEI. - E caiu no riso junto delas.
- Então quer que eu arrume pó de mico? - Kinha perguntou com cara de maligna.
- Não, não... Eu já tinha pensado e providenciado. - Riu mais uma vez a morena.
- Ahh depois nós que somos malvadas né? Será que esses meninos não vão atrapalhar na hora de você fugir Dré? - A mais velha perguntou com o copo na boca.
- Não vão não. Eu dou um jeito, não se preocupem. - A menina respondeu sorrindo.
- Gente, perai ta vibrando. - Disse a menor, pegou o celular da calça e atendeu. - Alô? Ok, não mãe eu não vou ai. Pode ir. Beijos. - Ela desligou.
- Sua mãe? - Perguntou a loira.
- Sim, ela queria que eu fosse lá em casa, mais já disse que não vou. - A menor deu um último gole no café.
- Como você é uma garota rebelde. - Disse a morena rindo.
- Sou mesmo. - Ela colocou língua pras meninas.

      - Então meninas vão querer mais alguma coisa? – O garoto perguntou animadamente.
- Bert, arruma um pedaço de torta de maça com um café bem forte pra levar. Ta? - Pediu Dré. O menino anotou tudo e saiu indo preparar o pedido.
- Então é isso, vocês passam na minha casa meia noite, eu já vou estar pronta.- Disse a morena tirando o dinheiro da mochila.

      As meninas logo saíram do café conversando animadamente. Resolveram cortar caminho andando por uns dos becos que levavam até o teatro.

      - Paradas, isso é um assalto. - Georg chegou por trás da loira tampando seus olhos.
- Idiota você me assustou. - Ela disse dando uns tapas no maior.
- Será que está fazendo cócegas? - Perguntou Laa pra Dré.
- Eu acho que não. - Respondeu a morena.
- Então, vamos ensaiar ou brincar de fazer cócegas um no outro? - Perguntou Gustav entediado.
- Eu gosto de brincar de fazer cócegas. - Disse a menor, que começou a fazer cócegas no garoto. Eles seguiram pro teatro, rindo e brincando, até que Kinha comentou com os Gs sobre o livro.
- Então nos somos assassinos? - Perguntou Georg erguendo uma sobrancelha.
- Vocês não, mais pelo o que eu li alguém da família de vocês é. Faltava algumas páginas. - A morena estendeu os braços pro da chapinha.- Gee me carrega?
- Aff, essa menina nem é folgada.- Resmungou a loira olhando pra menor, que já estava nas costas de Gustav.
- As duas você quer dizer né, Kinha?!- Gustav riu, dando meio que um pulo pra menina ficar mais segura.
- Não sou folgada. - Laa choramingou - Só vocês que são nossos carros.

      - Sou a única normal desse grupo de pessoas! - Kinha saiu dizendo para as pessoas que passavam perto deles, mas isso só fazia as mesmas não acreditarem.
- Normal? - Dré teve mais um de seus ataques de riso. As risadas se confundiam, até para isso eles tinham uma certa sintonia. Logo o grupo de amigos estava no teatro, e foram ao encontro do Sr. Marcos que limpava a nova sala, o mais novo refúgio deles.
- Aqui está o que o Sr. pediu. - Laura desceu das costas de Gustav entregando o pacote na mão do homem.
- Olá bagunceiros. - Sr. Marcos sorriu ao cumprimentar os meninos.
- Oi, e o que você tem ai? - Georg disse correndo pra cima do homem.
- A minha torta... M-I-N-H-A. - Ele riu se esquivando do menino, e saiu da sala, deixando apenas os jovens.
- Também nem queria mesmo. - Disse Georg. A turma seguiu pro palco onde já deixavam todos os intrumentos posicionados em seus lugares.
- Ok, todo mundo em seu lugar agora. - Gustav respondeu rindo e foi pra atrás da bateria.
- Minha guitarra ta desafinada. - Disse Kinha. - Espera um pouco.
- Enquanto isso... Eu vou lá na sala azul. - Disse Laa, que saiu correndo e foi subindo as escadas.
- O que ela vai fazer? - Perguntou a morena.
- Eu que sei? - Respondeu Georg. Depois de uns 10 minutos a menor voltou, estava usando umas asas de fada rosa e trazia uma sacola. Foi até o Gustav e colocou nele uma coroa e no Gee um chapéu de duende. Na loira colocou uma asa de borboleta junto com umas anteninhas e na morena um chapéu de bruxa com um cabelo vermelho.
- Eu sempre quis ser uma fadinha. - Disse a menor, rodopiando pelo o pequeno palco. Enquanto todos a olhavam sem entender nada.
- Eu sou tão feia assim que tenho que ficar como bruxa? – A morena fez um bico, pegou um dos microfones e se sentou no numa das poltronas.
- Ai meu paizinho do céu, como ela é dengosa. - Disse Laa com seu microfone cor de rosa.

      - Ta, vamos para de pitis. - Georg bancou o sério. - Que música vamos cantar?
- From Yesterday. - Kinha disse aos pulinhos.
- Sempre começamos com essa música. - Gustav reclamou.
- Aff, vai ser essa e pronto. - Laa bateu o pé.
- É Gustav, nós somos as fundadoras, e mandamos em tudo. - Riu a morena se ajeitando.
- Ahh eu mereço, essas garotas já se sentiam apenas por serem as rebeldes da cidade... Agora então... - Gustav disse se fingindo de entediado.
- Vocês nos amam, isso é um fato. - A loira garota ajeitou a correia da guitarra. - Podemos?
- Demorou já. - Georg encarou a todos, sem mais demoras a guitarra começou a soar quebrando o silêncio, seguido da voz de Andressa e o resto dos instrumentos...

"He's a stranger to some
And a vision to none
He can never get enough,
Get enough of the world."

      A voz da morena era a única até chegar o refrão e se mesclar perfeitamente com a menor, depois apenas Laura cantava. Assim seguia a música perfeitamente. A música terminou, e eles seguiram o ensaio inteiro em perfeita harmonia. Cada um fazendo sua parte. Sr. Marcos havia se sentado no sofá e ficava observando os meninos.

      - Então pra finalizar o que será? - Perguntou a loira.
- La La Land. - Gritou Laa.
- De novo? Você sempre quer finalizar com ela. - Disse Gustav entediado.
- Claro eu amo essa música. - Ela foi até onde o loiro estava e começou a cantar:

"I am confident but
I still have my moments
Baby, that's just me."

      Quando ela terminou de cantar a estrofe, Kinha entrou com a guitarra, depois os Gs na bateria e no baixo. Dré cantou a outra parte sozinha:

"I'm not a supermodel,
I still eat McDonalds
Baby, that's just me."

      Eles terminaram a música aplaudindo.
- Hoje o ensaio foi perfeito. - Disse a morena sorridente.
- Verdade, não erramos uma. - Disse Georg, guardando seu baixo.
- Você não errou, porque eu nunca erro. - Disse a loira rindo.
- Merda, já são 18:30. - Exclamou a morena assustada olhando pro seu celular.

      - Tem hora marcada? - Perguntou Gustav sentando no palco e esticando a perna com ajuda da loira.
- Tenho. - A morena já colocava o microfone dentro da caixa e enfiando a mesma dentro da mochila. - Minha mãe vai receber uma visita e eu já tinha que estar em casa. - A menina jogou a mochila nas costas, e se levantou, descendo as escadas do palco.
- Espera vou embora com você então. - Georg gritou colocando o contra-baixo nas cotas.
- Gee, você sabe que a mãe da Dré não gosta de você. - Laa disse, ela tirava as asas de fada.
- Mais eu vou pra minha casa, e como eu sei que o Gustav vai demorar aqui, eu vou com ela. - Ele já estava ao lado da morena. - Relaxa, ela nem vai me ver.
- Se ver também, você sai correndo. - Foi a loira que falou agora, caindo na risada logo em seguida.
- Então estamos indo. - Dré já caminhava na direção da saída do teatro. - Nos vemos a noite, tchau. - Ela e Georg saíram do teatro e foram embora o mais rápido possível. O teatro ficava um pouco longe da casa da morena, mais foram andando tão rápido que logo já estavam na frente da casa da mesma, onde tinha dois meninos sentados na escada que havia na frente da casa.
- Essas são as visitas? - Georg perguntou fitando os meninos e rindo.
- Acho que essas coisas são os filhos da amiga da minha mãe. - Ela encarou os meninos. - Pensei que era dois meninos.
- Credo, são estranhos, cuidado pra não ser atacada. - Debochou Georg fitando a menina agora. - Bom, deixa eu ir, senão sua mãe me mata. - Ele deu um beijo no rosto da menina.

- Nos vemos hoje à noite. - A menina abriu o portão, acenou pro da chapinha e adentrou em casa, passou pelos meninos que estavam sentados na escada mais não os cumprimentou. Entrou dentro de casa, jogando a mochila em cima do sofá. - MANHÊ, CHEGUEI. - Gritou a menina, já subindo as escadas indo pro seu quarto.

- Não está um pouco atrasada Andressa? - Irene resmungou da cozinha.
- Desculpa, eu fiquei ensaiando e perdi a hora. Vou me trocar. - Subiu as escadas correndo sem responder aos gritos da mãe, vindo da cozinha.