Já fazia 3 semanas que Sophia tinha nascido. Desde que eu vim parar nesse porão, eu não sentia vontade de viver, e não tinha ânimo pra nada, mais desde que a Sophia nasceu eu me tornei uma pessoa diferente. Mesmo que eu tenha que acordar de madrugada pra dar de mama, eu não ligo, pois eu faria tudo pelo bem da minha filha. Ela se tornou o motivo pra eu continuar viva e forte.
Mesmo que por enquanto eu não possa tentar fugir de novo, eu vou usar esse tempo pra bolar um plano que não tenha erros, mesmo que demore, eu não me importo, tudo oque importa é que minha filha vai ter um futuro fora daqui.

Quando eu acordava de madrugada,depois de amamenta-lá, eu ainda passava horas olhando ela dormir.

Nessas 3 semanas, Mike não apareceu nenhuma vez a noite, mais eu sabia que uma hora ele iria aparecer, por isso, quando dava mais ou menos o horário que ele chegava, eu fazia a Sophia dormir e colocava ela escondida dentro da banheira que tinha no banheiro. Mais ele não aparecia.

Hoje já estava perto do horário que ele chega, e a Sophia já dormia, parecia um anjo.
Coloque ela na banheira em cima de um cobertor, pra ela não se machucar, e depois fechei a porta do banheiro.
Assim que fechei a porta do banheiro, a porta do porão fui aberta, e Mike passou por ela, já fechando em seguida.

—Já tava me esperando é, já faz um tempo que eu não te como, vim tirar o atraso-ele já foi chegando perto de mim e me jogando na cama.-Eu espero que aquele pirralho não comece a chorar, porque se não vai sobrar pra você.

Me preparei pra mais uma noite onde eu seria usada e depois jogada fora, como um objeto.
Mais eu não reclamava, com tanto que ele deixasse meu bebê em paz, eu faria qualquer coisa.

Depois que Mike foi embora, troquei os lençóis da cama e coloquei os lençóis que eu tinha lavado mais cedo, coloquei a Sophia de volta na cama e fui tomar um banho, pra tira aquele cheiro de mim.

                  [.....]

Conforme a Sophia ia crescendo, ela ficava cada vez mais esperta.

O dia em que ela me chamo de mamãe, eu chorei mais do que o dia em que ela me chutou pela primeira vez. Mais saber que meu bebê estava crescendo me deixava preocupada em relação ao seu futuro.
Eu mantinha Mike o mais afastado possível da Sophia, pois eu tinha medo de que ele fizesse alguma crueldade com ela.
Acho que Mike só viu minha filha no dia em que ela nasceu, e graças a Deus ele não sabia que era menina.

Minha princesinha já estava quase andando sozinha, ela dava uns passinho e caia.

—Mama. -Olhei na direção dela que estava perto da cama, quando virei, vi que ela estava apoiada na cama e estava em pé.

— Vem com a mamãe Sophia, vem princesa.- cada vez que eu a chamava, ela dava uma gargalhada. Mais do nada ela soltou da cama e começo a anda na minha direção.

—Vem filha! -Assim que eu chamei ela vei cada vez mais perto, e assim que ela já estava perto de mim, não aguentei e a puxei pra mim e a enchi de beijos.

—Meu bebezinho ta crescendo. - falei com lagrimas nos olhos.

3 anos depois.

Segundo o jornal matinal que passava na TV antes do desenho, hoje era dia 10 de abril de 2016.
Minha princesinha estava fazendo 3 anos hoje.

Acordei bem mais cedo do que ela e fui faze um bolinho bem pequeno pra ela, na cozinha improvisada que tinha aqui em baixo. Assim que terminei coloquei uma velinha em cima, foi muito difícil convencer Mike a trazer essa vela, mais ao ver o sorrido da minha filha quando acordou e viu que teria um bolo de aniversário, foi o melhor presente que eu poderia ganhar.
Depois de acorda la com vários beijinhos no rosto, eu cantei parabéns pra ela.

— Agora assopre a velinha e faz um pedido.- falei pra ela em quanto se ajeitava na cama.

—Qualque pedido? -Perguntou com os olhinhos brilhando.

—Qualquer pedido- confirmei.

Ela fechou os olhinhos com força e depois abril e assoprou a vela.

—Eu posso saber oque você pediu? -Falei enchendo ela de cosquinha.

—Eu pedi pa que alguma pessoa tile a gente daqui, pa mim pode binca la fola na grama.

Quando ela me disse isso, meu sorriso morreu, e eu me segurei pra não chora na frente dela.
Se ela fosse uma criança crescendo em uma casa normal, provavelmente ela ira pedir uma boneca nova. Mais tudo oque ela pediu fui brinca na grama. Eu me senti a pior mãe do mundo por privar minha filha disso.

—A mamãe promete pra você, que um dia a gente vai sair daqui e você vai poder brinca a vontade la fora tá? -Falei enquanto abraçava ela.

— Ta bom mamãe, eu espero mais um poquinho.
— Ta, mais agora você tem que comer o seu bolo se não vai esfriar.

Ela comeu o bolo em frente a TV assistindo desenho. O restante do dia foi assim, como não tínhamos oque fazem, ficávamos em frente a TV, ou brincando de pega pega.

Quando começou escurecer , dei banho na Sophia, e coloquei ela pra dormir na minha cama. Assim que ela dormiu coloquei ela na banheira, como fazia todas as noites.
Depois de um tempo Mike chegou pra mais uma noite de "diversão".
Depois que ele saiu, trouxe Sophia pra cama novamente e dormi do lado dela.

Acordei no meio da madrugada escutando uma correria na parte de cima da casa, logo após a correria acabar, tudo ficou em silêncio, logo em seguida começou um tiroteio.

Fiquei apavorada, peguei Sophia no colo e a coloquei de baixo da cama, e fiquei com ela tentando acalma-lá.

Acho que já tinha passado 5 minutos que só ouvia passos do lado de cima, mais de repente ouvi a porta do porão sendo aberta, nessa hora eu apertei ainda mais a  Sophia.

—Tem alguém aí? - Perguntou uma voz grave.

—Pode sair, eu não vou machucar ninguém.
Essa pessoa chegou perto da cama e se abaixo.

—Ei moça, pode sair. O cara que estava aqui está morto e não vai mais te fazer nenhum mal.

— Você o matou? -Perguntei meio com medo da resposta.
—Sim, ele atirou em nós, e nossas ordens eram leva-lo vivo ou morto.
—Ordem de quem?- Falei me ajeitando pra esconder Sophia a trás de mim.

— Do meu chefe - ele sorriu- Sou Emmet Cullen, sou da Interpol.
Ele poderia estar mentindo, mais ao ouvir aquelas palavras eu senti um alívio tão grande, que não sei explica.

—Oh meu Deus! Isso é verdade mesmo?- perguntei chorando.

—Sim, aqui está meu distintivo.- ele me mostrou o distintivo.

—Por favor moço, me tira daqui!- implorei pra ele.

—Eu tiro, mas antes preciso saber quem você é?

—Meu nome é Isabella Swan, eu fui sequestrada quando tinha 16 anos,quando sai de uma festa.

Assim que eu terminei de falar, ele arregalou os olhos.

—Esse tempo todo você esteve aqui! Se nos soubéssemos que tinha alguém em cativeiro aqui, já teríamos atacado antes. A dois anos nós investigamos esse cara.-ele disse- Mais agora saia daí que nós vamos explicar tudo, vem eu te ajudo- ele estendeu a mão.

Ele me ajudou a sair, mais quando me abaixei novamente ele ficou confuso.

—Oque você vai fazer?

Me abaixei perto da cama.

— Vem princesa, vem com a mamãe, nós vamos sair daqui.
Ela foi saindo de vagar, assim que ela saiu a peguei no colo e ela deitou no meu ombro.

—Ela é filha do...
—Sim, ela é, mais ela não sabe disso, e eu quero que continue assim.- falei antes que ele terminasse de falar.

— Então vamos, porque vocês já ficaram tempo de mais aqui.

—Vamos.

Assim que eu passei pela porta do porão pela primeira vez em anos, a primeira coisa que eu vi foi o corpo de Mike, logo tratei de cobrir o rosto da minha filha, fui em direção a porta, rumo a minha tão sonhada liberdade.