Magia na Floresta escrita por Vlk Moura


Capítulo 28
Capítulo 28




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Neville, Draco, Harry e Rony conversavam comigo. Hermione e Gina cuidavam de Nyack. Na sala Carla e Leo apenas nos observavam aflitos, minha amiga deixara claro que era contra aquilo e eu deixei claro que queria arriscar. Raoni veio nos informar que tudo estava certo, ele e a Diretora supervisionariam as atividades magicas naquela região e já tinham mandado todos os alunos e professores para as casas, seriamos apenas nós. Peru parecia não gostar nada daquilo estava inquieto desde que eu tinha topado. Depois de nos protegerem nos escoltaram até a entrada do quarto.

— É mais seguro se você ficar aqui - tirei Peru da minha cabeça e entreguei para Carla, Ogro saiu do bolso dela e nos observou.

— Vou cuidar bem dele.

— Sei que vai. - sorri tensa, não gostava de me afastar da bolinha penuda, mas seria melhor. Dei um beijo no pássaro.

— Eca! Foi aquela boca que te beijou, Longbottom - Draco comentou fazendo Carla rir e Rony nos olhar surpreso.

— Cala a boca, Malfoy - Neville falou nervoso.

— Pronta? - Nyack pegou minha mão e entrelaçou nossos dedos, apertei bem firme para ter a certeza de que não nos separariamos.

— Tenho de estar - ele sorriu.

Olhamos uma ultima vez para todos, disseram que ficariam ali embaixo até voltarmos. Se é que voltariamos. Respirei fundo e segui ao lado de Nyack. Meu coração estava acelerado. No bolso mexi na pequena plantinha que Neville me dera.

" - Isso pode te ajudar. Cabe no bolso - ele me entregou enquanto as meninas terminavam de me proteger.

— O que é isso?

— Use em caso de emergência, você sabe qual feitiço usar - confirmei - Ótimo, se cuide.

— Farei o melhor possível.

— Isso será suficiente. - eu o abracei ignorando o que as meninas gritavam para mim. O apertei bem forte, eu não sabia quando poderia fazer aquilo novamente.

— Fique bem, professor..."

Passei a mão pelo pequeno caule da planta, o professor fizera testes o vi tentando acertar a dosagem de magia. Aquilo me seria útil caso as coisas saíssem do planejado.

Paramos de fora da porta, Nyack tirou o encanto, a abrimos e lá estava ele, o tio de Voldemort, o homem que enganou Azkaban, o homem cujo corpo nunca fora encontrado. Apertei ainda mais a mão de Nyack que respondeu me segurando bem forte.

Fechei a porta e ficamos os três nos encarando, ninguém disse nada.

— Vocês deveriam se preocupar com eles - o homem falou.

— Eles podem se cuidar - Nyack falou sério - São os melhores nesse tipo de assunto.

— Huhun - ele riu - Como pode ter certeza?

— Porque eu vi que você não pode fazer nada contra eles - ele me olhou, Nyack sabia que eu tinha visto o medo do homem e ele o nosso. - Agora é o seu fim.

Eu me aproximei e ele riu, parei, ele tinha invadido minha mente. Eu não conseguia fazer mais nada. Ele me controlava e controlava Nyack, nossas mãos se soltaram, nos afastamos e apontamos as varinhas um para o outro. Minha mão ainda estava no bolso, talvez com um pouco de esforço, eu virei a cabeça e olhei o homem na cama. Eu precisava ser forte.

'Você é sua própria força' tinha sido o que Rony dissera antes 'Depois da morte do Fred eu pensei que não conseguiria continuar, mas não podia largar tudo que eu e ele tínhamos conquistado' Jorge dissera quando Rony me levou até a loja dos dois, ele dizia que eu precisava de uma injeção de ânimo e sabia onde poderia conseguir um pouco para mim. Foi quando conheci o gêmeo sozinho. Ele era bem alegre e muito bonito também sem falar que muito brincalhão, Carla o teria amado. 'Rony é meio idiotão assim, mas o que ele diz é verdade, a sua força de lutar vem de você, mas tem coisas que podem apoiar seu poder' 'Como o quê?'

'Amigos, pessoas que precisam de você ou, não acredito que vou dizer isso, até mesmo como o Draco o egoísmo pode te dar força' eu mexia em um potinho que vira e mexe quase pulava da minha mão. 'Então se eu tiver razões pelas quais lutar, terei mais força?' 'Mais ou menos isso' Jorge tomou a caixinha da minha mão 'São perolas dançantes, direto do Brasil' ele abriu a caixa 'Elas dançam apenas longe das ostras, pelo que a Luna me contou elas dançam na esperança de voltar para casa ' 'Que cruel' eu o encarei 'Por isso tem um fundo falso com as ostras' ele virou a caixinha e abriu o fundo, tirou as ostras e as colocou na mesa, tirou as pérolas e as colocou na outra extremidade, observamos com divertimento aquelas bolinhas brilhantes dançarem até as ostras que se esforçaram para se abrir e capturar as pequeninas brilhantes 'Todo mal tem um ponto fraco, ninguém é mal por inteiro, como queremos ganhar, mas não podemos fazê-las sofrer as tiramos das ostras' ele balançou a varinha e a ostra se abriu 'Mas nunca as fazemos perder a casa para sempre' Jorge olhou Rony que se divertia com as pérolas dançantes 'Até mesmo Voldemort teve ponto fraco, esse cara não deve ser diferente. Jogue o jogo dele e mais' Rony riu e me olhou sorrindo 'Se divirta' completou a frase do irmão.

Eu tentava pensar nisso, ser minha própria força, senti a planta. O homem embaralhava minha mente, ele colocava todas as péssimas sensações que tive de volta a tona, me torturava com aquilo e a perceber por Nyack com ele não acontecia diferente. Prendi a respiração e pensei nas pessoas que eu gostaria de defender. Minha mãe, minha avó, eu queria poder encontrar as duas sem quase matá-las, Carla, Leo, eles já resistiram tanto já se mostraram mais do que qualquer um podia imaginar, não mereciam continuar no meio disso, Draco que me ajudou até aqui, que me mostrou que mesmo tendo feito coisas ruins posso dar a volta, posso ser alguém melhor, Harry e Gina, eles não precisam ficar distantes dos filhos, precisam voltar para eles, Rony e Hermione, o casal mais contraditório, eles não precisavam mais correr tantos riscos e bancarem meus pais, têm os próprios filhos com quem se preocuparem. E acima dessas, Neville!

Peguei o vasinho no bolso o apertei em minha mão, alguns espinhos cortaram minha mão, mas a dor me trouxe clareza, olhei Nyack, ele começava a abrir a boca para soltar um feitiço. Esperei o momento certo, joguei o vasinho para frente e lancei o feitiço, a planta cresceu e bloqueou o feitiço de Nyack que do outro lado gritou um feitiço e a planta se multiplicou e chegou até o homem que gritou de dor. Abri espaço até Nyack que vinha até mim, conectamos nossas mentes novamente e foi um tremendo alivio. 'Isso foi fantástico' ele falou 'Obrigada, você não foi tão ruim também' ele riu.

Fomos até o homem que enganara Azkaban, ele estava ferido pelos espinhos e ver aquilo me deixou alegre espero que isso não signifique nada negativo. 'Mas é. Você não vê? Você é igual a mim, Agnes'

— Não! - Nyack me olhou surpreso - Porque existe uma coisa que você não é capaz de fazer, mas eu sou.

— E o que é?

Soltei minha mão da de Nyack e o acertei com um forte soco. Meu companheiro de maldição ficou me encarando incrédulo.

Gritos e mais gritos subiram pela escada. Olhamos para a porta e para o homem que ria.

— O que ele está fazendo? - Perguntei.

— Nos enganando - olhei Nyack - É um truque dele, a menos que ele toque na pessoa não pode fazê-la sofrer de verdade.

Olhei o homem, ele nos olhava cansado, mas tinha um sorriso vitorioso que eu não conseguia entender.

— Esse vai doer ainda mais! - falei com raiva por encarar aquele rosto tão de perto.

Acertei mais um belo soco, eu estava brava, eu queria acabar com ele, acabar com aquele maldito. Mas caí em sua armadilha, ele segurou meu pulso e me puxou contra ele, caí sobre os espinhos me cortando bastante. Nyack tentou me pegar, mas tudo ficou escuro, eu não sabia onde ele estava e nem onde eu mesma estava, sentia as mãos me tocando e me prendendo, os espinhos me cortando, mas nada disso realmente existia. Me debati.

'Tem algo errado' Hermione falava, como eu podia ouvir o que diziam?

'Além do fato de Neville ter beijado a Agnes? Só eu estou achando isso completamente estranho?' Rony falou olhando os outros.

'Não, Weasley, você só descobriu agora. Depois de um tempo você se acostuma, não se preocupe' Draco falou 'Mas concordo com a Granger' Rony o corrigiu dizendo que agora era uma Weasley 'Desculpa, isso não faz sentido para mim. Mas como a Weasley disse, tem algo errado'.

'O que querem dizer?' Carla perguntou preocupada.

'Está muito quieto...' Harry respondeu.

Eles tinham razão, estava tudo muito quieto. Como se nada tivesse ocorrido.

'Muito esperta' olhei em volta como se eu pudesse ver algo naquela escuridão. 'Mas não muito ágil ' algo me atingiu e eu rolei pelo nada 'Muito fraca' um riso 'Apenas uma sangue-ruim que gosta de pensar que é boa o suficiente'.

— Eu não acho - tentei me levantar, se eu podia cair, podia ficar de pé - eu devo ter algo, já que sou sua caçadora.

Olhei em volta e me concentrei, eu podia controlar a maldição e eu podia sentir os sangue-puros, então eu poderia senti-lo. Ele era um e tinha magia em seu corpo mesmo que pouca ele tinha, porque foi como Neville me explicou a energia pode quase se esgotar, mas não chega ao fim. Eu só precisava resistir aquele ambiente e tudo ficaria bem. Era questão de tempo até ele me atingir novamente e talvez quando o fizer eu possa...

'Não, não pode'

— Não duvide...

'Se eu já apaguei Nyack, você acha que pode resistir por muito mais tempo?' Olhei em volta. Eu não podia acreditar no que ele dizia, não podia aceitar que Nyack tivesse sido derrubado tão facilmente depois de tudo o que fizemos, ele não podia. Eu senti um ódio correr em minhas veias. Não vou acreditar nesse mentiroso, ele disse que eu sugaria as energias até o final e descobri que não existe um final, então pode ser que Nyack ainda esteja bem.

Ele me acertou, peguei sua mão e comecei a sugar sua energia, era pesada, era como tentar beber purê de batata como água. Respirei fundo e continuei. A luz foi voltando, eu sentia o peso de uma magia ruim, o peso de uma pessoa que deveria estar morta.

— Agnes! - olhei para o lado assustada. Nyack me encarava, olhei o homem na cama imóvel - Você está bem?

Som na escada, estavam subindo. Mexi os dedos no bolso e lá estava o vasinho intacto.

Olhei em volta, soltei minha mão da de Nyack e encarei o corpo a nossa frente.

— Ele morreu - Gina falou e nos olhou - O que aconteceu aqui?

'Tão fácil!' Estava na minha mente, não, mais do que isso, estava em mim.

Me afastei deles, eu quase caí na escada, Nyack ia me segurar, desviei de seu toque, se ele estava em mim então não tinha morrido e o que fora tudo aquilo, o que ele tinha feito. 'Apenas uma brincadeira, você é minha agora'.

— Não! -eu gritei em resposta, todos me olharam. Carla falou algo com Leo que observou Peru e a mim, o pássaro sabia, ele sentiu que algo estava errado. - Eu preciso...

Desci correndo. A voz continuava tagarelando em minha cabeça, ele continuava a dizer que eu era dele que não tinha saída e que em pouco tempo aquela carcaça seria apenas dele.

'Agnes!' Eu olhei em volta, eu conhecia a voz, só não tinha certeza de quem era e muito menos de onde vinha 'Escuta, você é corajosa, vá até lá e mostre quem manda'.

— Vovô... - eu via seu sorriso.

'Memoria apagada'

— Não! - eu gritei, mas não tinha certeza porque tinha gritado.

' Você é inteligente, só é preguiçosa' Jorge, eu reconheceria sua voz no meio de um tiroteio.

'Memoria apagada'

— Não! - por que eu gritava?

Muitas coisas me vinham a cabeça e eu gritava, mas não me lembro delas, lembro da voz e de alguns sorrisos, mas não lembro exatamente o contexto disso tudo. Não me lembro nem porquê estava debaixo da árvore gritando, não me lembro de nada...


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