Save me escrita por Kori Hime


Capítulo 1
Another day alone is more than I can take


Notas iniciais do capítulo

Essa é uma história pequena. Ainda não escrevi o final, até lá eu decido se a classificação continua 16 ou muda para 18 anos.

Save me - Hanson (Aquela banda formada pelos irmãos)
https://www.youtube.com/watch?v=dBWRCihnWFU



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Won't you save me?

Saving is what I need

I just wanna be by your side

Won't you save me?

I don't wanna to be

Just drifting through the sea of life

— Você não parece muito animado. — Sōsuke Aizen era um homem alto, de sorriso misterioso e olhar confiante. Ele entregou uma taça de champanhe para o aniversariante da noite, divertindo-se com a situação. — As pessoas começam a comentar.

— Tenho quase certeza de que todos aqui sabem que eu não sou do tipo que costuma participar dos eventos sociais da empresa. — Byakuya respondeu, agradecendo logo em seguida pela bebida.

Kuchiki Byakuya era um homem elegante, de gosto refinado, mas apreciava muito as noites tranquilas em seu apartamento. Mas não admirava tanto a noite ao ponto de sair do conforto de sua casa para se exibir em festas badaladas e eventos sociais como fazia Aizen.

Ele não gostava de comemorar o aniversário, tudo ficava ainda mais desagradável por ele ser no dia dos namorados. Durante toda sua vida, essa data foi um pesadelo. Sua mãe costumava fazer um bolo em formato de coração, com rosas vermelhas feitas de açúcar. Ela era uma mulher habilidosa na cozinha, Byakuya jamais se recusou a comer um pedaço de seus bolos. Entretanto, com o passar dos anos, o gosto do açúcar transformou-se em azedo.

Aizen não evitou um sorriso, conseguia ver o desconforto nos olhos do amigo.

— Está começando a falar como seu pai.

— Meu pai teria finalizado a festa assim que todos gritaram Happy Birthday. — Byakuya evitou o contato visual, Aizen não dava descanso. Eles sabiam como aquela noite iria acabar. Por isso não via por que continuar estendendo o momento.

— O que acha de aproveitar o resto da noite naquele restaurante na Sunset Boulevard? Tenho um palpite de que a noite será bem divertida. — Aizen não desistiria tão facilmente.

— Eu prefiro ficar em casa. — Byakuya sabia que a resposta não seria o bastante para fazer Aizen deixa-lo em paz. — Mas você não vai permitir, não é?

— Você me conhece muito bem. — Sōsuke finalizou sua bebida.

Antes de deixarem o escritório, Ulquiorra, o secretário de Byakuya e Matsumoto, a secretária de Aizen, trouxeram o bolo de aniversário. Era um bolo em formato de coração com flores vermelhas.

Happy Birthday, meu amigo. — Aizen ergueu a taça de champanhe, dando uma gargalhada.

Byakuya estava arrependido de ter aceitado a carona de Aizen. Ele também se arrependia de ter aceitado sem lutar aquele convite.

Enquanto Aizen divertia-se ao volante de seu Jaguar recém-saído da fábrica, cantando o refrão de uma canção francesa, Byakuya admirava o céu noturno. Era uma noite com temperatura agradável, um drink não era uma má ideia.

Só que ele mudou de ideia quando entraram no restaurante e foram recepcionados por balões vermelhos e votos de Feliz dia dos Namorados.

Sem dúvidas aquela era uma das piores noites do ano.

— Mesa para dois, por favor. — Aizen solicitou. — Podemos ficar no bar enquanto aguardamos, não temos pressa. — Ele caminhou em direção ao bar, como fazia de costume. — Um uísque sem gelo.

— Sim, um minuto senhor. — Do outro lado do balcão, o bartender atendeu o pedido prontamente. — Aqui, senhor.

— O que vai querer, querido? — Aizen perguntou, lançando uma piscada para o amigo. — É dia dos namorados, vamos comemorar.

Byakuya deu um leve suspiro e sentou no banco. Ele então notou que o bartender aguardava o pedido ou apenas estava parado encarando-o segurando um copo e pano nas mãos.

— Eu vou querer o mesmo que ele. — Acabou falando, acompanhando os movimentos do rapaz com seus olhos. Era um homem jovem e atraente, de um cabelo vermelho intenso ao qual ele jamais vira antes cair tão bem em um homem. Afora as tatuagens, exóticas e curiosamente espalhadas pelo corpo. Ou pelo menos até onde dava para ver.

— Aqui está, senhor. — O bartender serviu o uísque.

— Obrigado. — Byakuya bebeu um gole generoso.

— Vai com calma, temos uma noite longa baby. — Aizen pediu por outro copo e não houve pausa até a mesa ser liberada.

Eles jantaram e finalizaram com uma sobremesa gelada, regada a champanhe.

— Sem bolo? Achei que teria mais alguma surpresa para essa noite. — Byakuya tirou do bolso do paletó uma carteira de cigarros.

— A piada do bolo não tem tanta graça como antigamente. Eu admito. — Aizen pegou o isqueiro do próprio bolso e acendeu o cigarro de Byakuya. — Na faculdade era mais engraçado, como quando as garotas da Delta Nu fizeram aquele bolo de dez camadas cheio de rosas vermelhas. — Ele gargalhou.

— As lembranças me envergonham. Vamos parar por aqui.

A noite estava encerrada para Byakuya. É claro que para Aizen estava apenas começando.

— Leve meu carro — Sōsuke arremessou a chave. — A noite de dia dos namorados não foi feita para terminar cedo. E muito menos sozinho, ou acompanhado de um amigo... pelo menos não do tipo sentados na frente da TV assistindo futebol. Se é que me entende. — Ele foi se afastando, até que se virou e acenou para Byakuya.

Não era uma ideia ruim ficar com o carro. Melhor do que vê-lo dirigindo alcoolizado pela cidade. Seria uma ideia melhor se ele mesmo não tivesse bebido mais do que necessário aquela noite. O álcool estava começando a afetar seu raciocínio. Não era costume beber mais do que duas taças de champanhe, e misturar bebidas estava fora de questão desde uma noite desastrosa na faculdade.

Quando o manobrista parou o carro, Byakuya acendia um cigarro. Ele pagou uma quantia generosa de gorjeta para o rapaz estacionar o carro do outro lado da rua, enquanto terminava de fumar e decidia o que iria fazer.

A entrada do restaurante ainda estava movimentada. Vários casais aguardavam poder entrar para comemorar a data. Byakuya tragou e abriu os lábios inspirando a fumaça.

— O senhor tem um sobrando? — A pergunta o pegou de surpresa. Kuchiki moveu o corpo, ao seu lado estava o bartender que o atendeu, segurando uma caixa de cigarros vazia. — Os meus acabaram meia hora atrás. Sabe como é, dia longo.

— Hmm. — Byakuya pegou a carteira de cigarro do bolso, oferecendo para o desconhecido.

— Obrigado. Parecem bons. — Ele cheirou o cigarro, dando um sorriso.

— Sim, é uma marca francesa que eu acabei me acostumando. — Byakuya pegou o isqueiro e ascendeu o cigarro para o bartender, que tragou e soltou a fumaça em seguida.

— Nunca me acostumei com uma marca só. Quando eu era mais novo, comprava com os trocados que eu juntava. Então qualquer cigarro era bom. — Ele riu novamente, fazendo seu rosto se iluminar embaixo daquele poste de luz amarelada. — A propósito, meu nome é Abarai Renji.

Renji estendeu a mão, esperando que Byakuya apertasse, o que levou meros segundos para que fosse correspondido e a apresentação foi completada.

— Você é novo aqui? Eu costumo jantar pelo menos uma vez por semana neste restaurante, mas não me recordo de você.

— Costumo vir quando o movimento está grande. Geralmente na hora do almoço.

— Entendo. Eu não almoço. Explica o fato de nunca o ter visto antes. — Byakuya lamentou quando o cigarro acabou, decidindo se acendia mais um. Estava tentando parar, mas noites como aquela parecia ser ainda mais difícil.

— O senhor quer dizer não almoçar aqui, certo? — Renji também terminava seu cigarro.

Byakuya costumava ser chamado de senhor por muitas pessoas no trabalho, mas naquele momento a palavra causou um peso enorme em seus ombros. Não somente por que estava completando trinta e cinco anos, mas Renji não deveria ser tão mais jovem assim para chama-lo de senhor.

Mais uma vez a bebida falava mais alto. Claramente ele estava sendo educado ao chama-lo de senhor. Como deveria fazer com qualquer cliente.

— Eu não costumo almoçar, mesmo. Geralmente eu bebo um suco e como uma salada. Mas não é um hábito.

— Entendo. — Renji checou o celular. Byakuya não quis ser curioso, mas não deixou de ver que ele havia recebido uma mensagem. — A noite só melhora. — Renji falou desanimado.

— Algum problema?

— Nada importante. Está esperando o seu carro? Se quiser, eu posso falar com o Ramirez para ir mais rápido e pegar o seu.

Byakuya desistiu de lutar contra o desejo de acender outro cigarro. Aquele conflito não era para essa noite.

— Não será necessário, o carro já foi entregue, está ali do outro lado da rua. — Ele apontou na outra direção.

Renji abriu a boca.

brincando? Aquele Jaguar F-Type SVR?

— Não é meu, um amigo deixou comigo essa noite. — Byakuya tragou o cigarro, achando curiosa a reação de Renji. Ele próprio não era um grande apreciador de automóveis.

— Eu queria um amigo assim. Na verdade, não me importaria em ser o amigo dono do carro. Acho que teria que trabalhar umas três vidas inteiras para comprar e bancar um carro desses.

Byakuya não sabia o que responder. Um salário modesto de um garçom realmente não era suficiente para comprar um lançamento como aquele. Mas não era impossível. Preferiu não dar opinião sobre o assunto.

Enquanto isso, Renji falava ainda sobre o carro. As rodas cromadas de 20 polegadas, o motor V8 de 5.0 supercharged de cavalos de potência. Câmbio automático de oito velocidades e tração nas quatro rodas. Ouvindo ele falar, Byakuya concluiu que era mesmo um carro dos sonhos, seja lá o que tudo aquilo queria dizer.

Byakuya era corretor, entendia de imóveis e muitas vezes pensava a frente de todas as outras pessoas. Mas não quando o assunto era carros, esporte e mulher. Embora ele tivesse tido aulas valiosas com um homem experiente e que sabia das coisas. Seu pai.

A maioria das coisas que Byakuya ouvia o pai falar, simplesmente saía pelo outro ouvido. Seu pai era um homem com ideias antigas, fiel as suas convicções. Byakuya se recusava a ser igual a ele.

— Desculpe, eu devo falando muita besteira. — Renji já havia terminado seu cigarro, estava com as mãos dentro do bolso e constrangido.

Byakuya se desculpou, estava tão imerso em seus pensamentos que não prestou atenção no que ele falava.

— Você quer dirigir? — A pergunta saiu de sua boca de supetão. Assim, sem pensar nas consequências.

— Eu? — Renji tentou disfarçar a emoção, mas não tinha como dizer não. Não é?

— Sim, por que não. Eu bebi demais essa noite. Não acho que estou apto para dirigir. — Ele fez de novo. Entregou as chaves nas mãos de Renji sem pensar. Não poderia ser o álcool falando tão alto. Ele não era do tipo que colocava a culpa em bebidas.


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Notas finais do capítulo

Achou algum erro de digitação? Pode me avisar.Beijos e obrigada por ler. Os demais capítulos eu vou agendar logo mais.



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