Blair Waldorf

 Vadia traidora. VADIA TRAIDORA! Eu? Ele transou com a minha melhor amiga, enquanto namorava COMIGO, em um CASAMENTO. E eu sou a vadia traidora? Que diabos o Nate estava pensando?!

- Calma Blair, você sabe que ele falou para te irritar. – A Nely disse.

- Então conseguiu. – Disse enquanto andava pelo corredor até a sala. Tinha que controlar minha raiva. Afinal, não era bom sair batendo e tirando satisfações do tipo “Quem é a vadia traidora aqui, ein?  Não era coisa que Queen B. faria. Nunca. Perder o controle era coisa de gente como os Humphreys não para os Waldorfs. Enquanto passávamos pelo corredor, com aquele amontoado de pessoas, vi nosso inspetor cantando Walking on Sunshine e lembrei da ultima vez que tinha ouvido essa música. “– Você é a melhor coisa que me aconteceu – eu disse enquanto andávamos em um conversível esportivo a caminho de Miami.  - Tenho certeza que sim. – o Chuck disse com aquele meio sorriso, enquanto me dava um selinho. Eu cantarolava alguma parte aleatória da música que tocava que combinava com o lindo dia ensolarado que fazia”. Suspirei. Parecia há tanto tempo... e não só 2 meses como fazia.

- Atrasada senhorita Waldorf. – A bruxa da senhora Tinsllerk falou. Ela era minha professora de francês. Essa era a única aula que praticamente toda a HS tinha junta. Eu, Serena, Nate, Chuck, e mais alguns aleatórios sem muita importância. Talvez seja porque essa aula de Francês era opcional. Era um tipo de história francesa, uma aula complementar que apenas fazíamos para constar. Provavelmente era para isso que havia sido criada.

- Antes tarde do que nunca – disse segura enquanto ocupava o meu assento. Olhei para os lados e vi que tudo estava em seu lugar. Chuck sentava atrás de mim. Peguei o espelho para olhar para trás sem ter que me virar para analisá-lo. Ele parecia, em geral, bem. Nenhuma olheira, nem sinal de cansaço. Apenas a mesma cara de paisagem de todos da sala. Nossa professora de francês era uma das 100 coisas que não iria sentir falta fora de Constance.

 - Miss Waldorf? – a bruxa, ou melhor sorcière, praticamente gritou no meu ouvido. Tinha certeza que ela pediu alguma coisa enquanto eu estava afundada nos meus pensamentos. Enquanto pensava em algo, Chuck rabiscava algo em um papel.

- Pouvez-vous répéter s'il vous plaît (Pode repetir por favor)? – Pedi com segurança.

- Sure Miss Waldorf. Qui a fondé la dynastie Capetiana? (Claro senhorita Waldorf. Quem fundou a dinastia Capetiana?) – Eu não tinha idéia. Movimentei um pouco o espelho e vi um claro ‘Hugo Capeto’ na folha do Chuck. Ele sorria... Eu já estava ferrada... então...

- Hugo Capeto qui a été fondée (Hugo Capeto a fundou).- disse enquanto a professora dava um sorriso sem graça. Ela se virou e partiu para a próxima vitima. Peguei o espelho novamente e ele estava rabiscado um:“Não se preocupe com meu agradecimento. Tenho certeza que encontrará uma forma.”.  Bufei. Ele era totalmente irritante. Uma aluna nova chegou na sala de aula. Ela sentou na única cadeira vaga depois de dar o papel da transferência à professora.

- Vou lhe desculpar porque é seu primeiro dia de aula. Mas temos regras por aqui. Horário é uma delas. – a professora falou enquanto anotava o nome em uma lista. Alguns diziam que era a lista negra. Eu dizia que era a chamada da morte. Bruxa? Hm... Talvez ela fosse. Mas algo dizia que estava mais para mensageira da morte.

- Vou manter isso na mente – ela disse debochada.  Encarou o Chuck enquanto sentava na cadeira ao seu lado. Ela definitivamente não era muito bonita. Levemente ruiva, seus cabelos caiam até abaixo dos enormes seios, e terminavam em delicadas ondas. O rosto dela era algo desagradável. Os olhos escuros não condiziam com a cor do cabelo. Ela usava uma camiseta justa, Com uma saia de pregas. Não era em um todo ruim, mas não era bonita. Ela deixou um livro cair, e vi na etiqueta que seu nome era Bridget Young.  O sobrenome era familiar. Tinha que descobrir logo.

Chuck Bass

- Eu vou ter que agüentar essa professora todo o dia? – ela me pediu, enquanto ajuntava um livro. Caralho, não falava com ela a tempo, mas ela ainda era gostosa. Pelo menos, de corpo.

- Melhora com o tempo... – era verdade. A mostra do lago Ness era a pior professora do colégio. Mas era só manter a cara de nada que ficava tudo bem. Bridget era filha de uma das ex-amantes do meu pai. Conheci ela quando tinha uns 12 para 13 anos. Falei com ela por telefone ontem  e logo que citei Owen Wells ela ficou curiosa... disse que tinha algo importante para me falar.

O sinal finalmente bateu e sai rapidamente. Nada me divertia mais do que o ciúmes disfarçado no olho da B. Ela tentava esconder, mas estava lá.

- Você disse que Owen Wells está aqui.  – A Bridget disse enquanto parava com uma postura perfeita na minha frente.

- E você disse que tinha algo dele para falar, fale. – Não tinha tempo, e muito menos paciência para jogos.

- Vamos devagar, Chuck. Quero falar com ele primeiro. – Ela me disse enquanto tocava meu ombro sedutoramente. Merda. Mantenha o  foco Chuck...

- Blair Waldorf, bem vinda a Constance. – Blair disse enquanto estendia a mão para cumprimentar Brid. Segurei o riso.

- Bridget Young, tenha certeza que estou sendo. - Ela falou. Acho que a Blair estava a alguns segundos de sair estapeando a Bridget quando chegou quem faltava na festa.

- Bridget, quanto tempo, que prazer revela! - Eu sentia. Sentia o clima tenso que ocupava o local. Sentia ironia, ódio e uma paixão contida. Tinha cheiro de... confusão. Tinha cheiro de traição. Uma grande traição.

- Pena não poder dizer o mesmo. Seu golpista barato. – Direta? Imagine!

Blair Waldorf

- Que diabos está acontecendo por aqui? - OMFG! Eu queria saber! Eu precisava saber.

- Encare isso como uma reunião de condomínio, Blair. – O Chuck disse. Ele estava se divertindo, eu sabia que sim. Não existia algo que o deixasse mais feliz do que uma bela confusão. Ou melhor, existia... acho melhor eu voltar para a conversa.

- Blair Waldorf? Essa era a próxima vítima Owen? - Ok, acho realmente melhor eu me interar na conversa. A garota já estava gritando no pátio, e realmente não era o melhor local para uma ‘reunião de condomínio’.

- Se controle Brid. – Ele falou com toda a calma do mundo.

- Que história de vitima é essa Owen? Eu te dou 30 segundos para se explicar. – Era exatamente isso que eu faria. Eu daria 30 segundos para el...

- Ele está te enganando Blair! Esteve enganando todas a tantos anos. Ele não passa de um golpista barato. Ele arranca todo o dinheiro que consegue, com desculpas de investimento no banco Wells. Quando você finalmente investe, ele some, junto com o dinheiro e sua dignidade! É assim que ele é rico Blair, ele usa as pessoas, ele não passa de um ladrão. Um ladrão mais sujo do que os batedores de carteira de NY! – Ela gritava. Gritava não, berrava. As mãos nos olhos indicavam lágrimas. Eu simplesmente olhava chocada. Owen não se mexia. Parecia ter levado um soco. E o Chuck? Mantinha um grande sorriso de “eu sabia que esse cara não era boa coisa” no seu lindo e maldito rosto.

- Isso é verdade Owen? – Eu pedi com muita calma e delicadeza.

- Blair não é exatamente assim – ele disse com a mesma calma que eu. Era verdade, eu sentia que era. Eu sabia que era. E talvez fosse isso que mais me machucasse. Eu sabia desde o inicio que algo estava errado.

- Podemos conversar e... – eu não pensei. Em dois segundos meus 5 dedos estavam estampados na cara daquele ladrão. Minha vontade era passar com um caminhão em cima dele, mas me controlei.

- Eu te dou 1 dia para sair da cidade. Depois disso, eu vou para a policia. – disse enquanto via o motim que se formava em pouco segundo. Resolvi sair dali.

- Blair, pode me explicar o que aconteceu? – A Serena disse.

- Nada S., mas tenho que bolar 3 planos de destruição social e um deles não é nada fácil, se me dá licença, vou anunciar as minhas mais novas seguidoras.- Três planos? Isso mesmo: Owen Wells, que não ia ser muito difícil depois dos últimos acontecimentos, Alexia Greeny, a caloura idiota que seria a mais fácil, pois duvido muito que tenho uma vida social ativa, e é claro, Chuck Bass. Ainda não esqueci tudo que esse desgraçado me fez. Iria ter volta.

- Parece que você não dá sorte com homens B. - minha paciência tinha se esgotado.

- Olha aqui Nate, você não é mais nada meu então se me dá licença, eu tenho mais o que fazer do que ouvir suas porcarias de insinuações. Guarde elas para alguém que se importe. – Minhas pastas caíram. Que porcaria. Ajuntei tudo rapidamente e coloquei na mesa. As pastas estavam todas embaralhadas. Bufei. Eu não iria arrumar tudo na ordem de novo, não ia mesmo.

- Mas a gente pode tentar mudar isso... – ele segurou minha mãos para trás logo que me virei. Ele foi se aproximando, com aquele sorriso encantador no lábio, foi ai que finalmente lembrei porque havia me apaixonado por ele logo quando pequena. Aquele sorriso. Aquela porcaria de sorriso mais encantador do mundo.

- Espero não estar interrompido – está! – mas preciso falar com a Waldorf por um minuto – hm... agora lembrei o que me fez esquecer aquele sorriso. Aqueles olhos. Chuck falava mais com os olhos do que com a boca, e isso foi o que me encantou a principio. Eu acho.

- A gente se fala depois. – Nate sussurrou no meu ouvido. Apenas concordei com a cabeça, olhei rapidamente para a pilha de papeis novamente...

- Bridget Young... não precisava ter tido todo esse trabalho... – ele falou pegando a pasta dela nas mão e dando uma rápida olhada. Não havia nada demais lá, além, é claro, de ter descoberto que o QI da garota é o mesmo que o de um pedaço de tecido. – Você poderia ter me pedido, eu teria te dado muito mais informações do que esse pedaço de papel.

- Não Chuck, obrigado, mas não estou interessada em saber quantas posições do Kama Sutra ela consegue fazer, só precisava descobrir se ela é confiável. – E descobri. Ele manteve um pequeno sorriso nos lábios.

- Já pensou em como me agradecer pela aula de Francês? – O sorriso dele se abriu mais.

- Quem disse que estive pensando em agradecer por alguma coisa? – Fui sincera. Embora eu pudesse pensar em algumas maneiras...

- Mas pode começar, porque eu vou cobrar. – Ele falou, enquanto piscava e se afastava devagar. – Ah, e da próxima vez que resolver correr atrás de alguém, pesquise se ele não é um golpista antes. – ele ria sarcasticamente.

Peguei um táxi para voltar para casa, e enquanto isso postei na Gossip Girl  o nome das garotas que eu escoli para serem minhas servas. Fiquei pensando no que tinha acontecido e realmente vi como me enganei com o Owen. Nenhum cara poderia ter sido tão perfeito como ele foi se não tivesse segundas intenções. Pensei em cada movimento, cada fala que ele executou. Era como assistir a um filme, onde é tudo muito bem feito, bem ensaiado e sem sentimento. As vezes eu sentia isso. Mas não com o Chuck. Era tudo tão intenso e incerto que me embriagava. Mas no meu filme eu era a mocinha, e nunca poderia acabar com o Chuck, que é o vilão. Não é certo. Audrey Hepburn não ficava com o vilão e sim com o mocinho. Era assim que tinha que ser. Enquanto saia ouvi o celular tocar. Ótimo. Gossip Girl era uma grande fofoqueira, mas ninguém melhor do que ela para fazer as honrar quando se precisava espalhar algo. Não que isso fosse sempre bom.

“ Não Eleitos, fiquem tranqüilos, eu vi todo o grande rolo de hoje a tarde. Cada detalhe. Owen Wells não é nada mais nada menos do quem um ladrão. Um golpista do tipo Sr. Ripley bem aqui em Manhattan. E sua próxima presa? Blair Waldorf. Mas parece que ela foi salva pelo dragão em pessoa. Bom Upper East Sidders, parece que nosso conto de fadas está bagunçado.

  E para nossas ansiosas novatas, temos boas noticias. A chave para a HS está exatamente aqui: o nome das seguidoras de Queen B. que terão a chance de passar um ano sentado nos mais altos degraus do Met. Here it go: Susie Lan Tyes, Catherine Jamie, Lana Hudston, Angelique Camile Flints e Bridget Young. Welcome Girls!

Flagrados: B. e N. tendo um ‘momento’. Parece que flashback está na moda. Chuck cobrando uma pequena divida. S. e D em clima de romance. Little J. andando pelo Central Park.

XOXO. Gossip Girl “