Eu não Amo Chuck Bass escrita por Neline


Capítulo 37
Reviravoltas repentinas


Notas iniciais do capítulo

Gente, olá! A primeira fic que eu organizei depois das férias. Reta final, várias mudanças, e muitas surpresas! Espero que gostem.
Enjoy :*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/67583/chapter/37

- Blair, você já fez 3 desses testes e o resultado é sempre... bem, positivo. - Eu encarei os dois risquinhos no teste de grávidez. Aquilo não poderia estar acontecendo. Eu acordaria a qualquer momento com Chuck deitado ao meu lado, e eu contaria toda a história descabida desse pesadelo maluco e ele iria rir. Me chamaria de boba e beijaria meu pescoço. - Querida, você está bem? - Acho que não acordaria.

- Estou. Eu... acho que estou. - Encarei Serena. Ela tinha os mesmos olhos grandes e azuis de sempre, mas eles parecia preocupados. Ou mais do que isso. Eu suspirei, e voltei a olhar para o chão.

- O que vai fazer agora? - Não sabia o que responder. Eu nunca havia pensando em ter um filho, ainda mais tão cedo. Então, eu não tinha convicções sobre isso. Quer dizer... eu tinha uma.

- Não estou pronta para ser mãe. - Eu murmurei de cabeça baixa, colocando a mão sobre minha barriga. Provavelmente é apenas paranóia, mas eu conseguia sentir uma pequena saliência. Não parecia que eu estava grávida (nossa, que palavra horrível), parecia apenas que eu havia comido um pouco mais do que deveria no almoço. 

- Está pensado em... abortar? - Serena não expressou nenhuma emoção em sua voz, tampouco em sua face. Eu entendi. Ela não concordava com aquela ideia, mas era minha amiga, e certamente ficaria do meu lado. Não imporataria a situação. Eu percebi, então, que aborto nem havia passado pela minha cabeça. Eu não estava preparada para ser mãe. Nem queria ser. Eu mal sei cuidar de mim, quem dirá de uma criança. Precisava terminar a faculdade, não decepcionar minha mãe. Eu olhei para a minha mão, que repousava sobre meu ventre. Aquela criança não era um erro, era amor. E nem eu poderia brincar com uma vida.

- Não. Eu vou ter meu filho. - Disse, decidida, me sentindo maravilhosamente mal. 

- Tudo bem. Termine de arrumar suas malas. Vou comprar as passagens para Londres e você conversa com sua mãe. - Eu me senti confusa, como se tivesse tido amnésia temporária.

- Desculpe? 

- Vamos avisar Chuck, oras, o filho é dele. - Meu corpo se congelou. Eu não havia pensado daquela maneira. "Eu" não teria um filho. "Eu e Chuck" teriamos um filho. Eu só não conseguia entender porque aquela ideia foi tão aterrorizante.

- Não! - Eu praticamente gritei, enquanto Serena me encarava, confusa.

 - Você não estava decidida a ir? Quero dizer, agora você realmente tem um motivo para impedir esse casamento. Agora, você deve impedir esse casamento. - Ela estava certa. Eu poderia entrar na igreja, gritar que estou grávida do noivo e ver a confusão. Era o que eu queria desde o inicio, não era? Impedir que Chuck casasse. Só que... ser mãe era aprender a parar de ser egoísta. Suspirei. Às vezes, fazer a coisa certa é tão difícil. Além do mais, não estou acostumada com essa coisa de ser boazinha e desapegada e autruísta.

- Não, na verdade, você estava certa. Chuck vai casar. Eu tenho que aceitar isso. 

- Blair! - Serena praticamente berrou. - Você só pode estar ficando maluca. Ele é o pai do seu filho. Não importa o que ele quer, ou o que você quer. Pense na criança, afinal, ela tem o direito de ter um pai. E pense no Chuck! Ele tem o direito de saber que vai ser pai.

- Você acredita nisso? Chuck... pai? Ele vai ficar furioso. Eu estou fazendo a coisa certa. Acredito que essa criança não vai querer ser o pivô de um fim de relacionamento, quanto menos ser vista como uma "erro de uma noite" que estragou a vida do pai. - Minha amiga me olhou, como se quisesse argumentar. Mas pareceu perceber a mesma coisa que eu: ele é Chuck Bass. E já fez seus planos. Se alguém desviasse o curso das coisas agora, um tsunami seria tragédia pequena perto da fúria do Bass.

- O que vai fazer? - Sorri. 

- Vou criar essa criança com amor e cuidado. Mesmo estando perdida e apavorada. Agora, vamos assistir todos os filmes da Audrey Hepburn e acabar com o estoque de chocolate de alguns mercados. Só me faça esquecer que o pai do meu filho vai se casar daqui algumas horas.

_______________________

Chuck Bass


Eu sabia que aquele casamento não daria certo desde o início, mas as coisas começaram a dar errado quando saímos da igreja. Analisa era uma garota de corpo esguio, loira, de olhos verdes. Ela era romântica ao extremo, mas aquilo não me incomodava de verdade. Ela era apenas... controladora.  Do tipo de pessoa que não sabe o que é um pouco de adrenalina, ou uma resposta fora de seu script. Então, assim que ela saiu da igreja e não viu o carro que queria - um daqueles antigos, dos anos 50, eu acho -, ela enlouqueceu. 

- Charles! - Ela sussurrou, com tom choroso. -  Onde está o carro?

- Seu pai não o conseguiu. - Eu murmurei, enquanto uma limosine branca parava na frente da igreja. Nós entramos, e Analisa esbravejava sobre como o carro era parte do seu plano de um casamento perfeito. Mas eu mal escutava. Era como um filme passando da minha mente, de Blair na minha limosine. Sorrindo, chorando, esbravejando, emburrada, com ciúmes, ou com os cabelos revirados e minha camisa. De qualquer maneira, ela continuava sendo infinitamente mais bonita e mais interessante que Analisa. Não que ela não fosse uma boa pessoa. Era um dos acordos mais agradáveis que eu poderia ter feito. O pai dela era importante, influente. Me ofereceu a mão da filha dele, depois de eu ter dormido com ela uma ou duas vezes. Ela era bonita, e boa para os negócios. Pena que não era a Blair.  Infelizmente, eu precisava seguir em frente, mesmo que fosse da maneira mais drástica possível.

Subimos até a suíte, e eu me lembrei de leva-la no colo pela porta, em um movimento meio automático. A soltei, passando a mão pelos cabelos. Me sentia cansado, pra caralho. Como se minha mente trabalhasse a milhas por hora e meu corpo só quisesse demaiar. Analisa beijou meu pescoço, abrindo o primeiro botão da minha camisa. Mas eu simplesmente a afastei.

- An, eu não estou disposto hoje. - Ela me encarou, com uma sobrancelha arqueada.

- Mas é a nossa lua de mel! 

- Nós vamos para o Caribe daqui uma semana, amor. Nós aproveitamos lá. - Era como falar com uma parede. Ela me beijou, enquanto me empurrava suavemente até o quarto. Eu deixei ela me levar e me empurrar sobre a cama. An engatinhou sobre mim, então terminou de abrir minha camisa e abriu o botão da minha calça, com um sorriso malicioso meio estranho, que pareceu errado daquele rosto pálido. Inverti as posições, abrindo o zíper do vestido, puxando-o para baixo. Eu mordi o pescoço dela de leve, e ela suspirou.

- Oh, Chuck. 

- Você gosta? - Murmurei, pegando seus cabelos entre os dedos e descendo meus beijos até o colo de seus seios.

- Não pare Chuck. - Ela gemeu no meu ouvido e meus braços se arrepiaram. Ela arranhou minhas costas desnudas, sussurrando meu nome. - Chuck.

- Isso, Blair... - Ela ficou imóvel, e eu me levantei, percebendo o que tinha feito. Passei as mãos pelo cabelo. Ela puxou o lençol sobre o corpo.

- Ela está sempre entre nós, não é? - An murmurou, em um tom que poderia ser tanto furioso quanto triste. Eu não sabia o que era pior. Eu não me importava verdadeiramente com ela, nem me importava com os votos ridículos que dizemos na igreja para um cara que sequer era padre. Analisa já havia casado uma vez, mesmo tendo apenas 20 anos. De qualquer maneira, eu não estava nenhum pouco afim de aguentar uma crise agora.

- Eu lhe disse que me sentia indisposto.

- Indisposto? É nossa lua de mel, e você acaba de gemer o nome de outra mulher contra o meu ouvido! Indisposto, veja só! Parece-me que você está muito disposto, isso sim. Apenas não está para mim. - Ela gritou, jogando o travesseiro sobre mim.

- Você está certa. Não estou nenhum pouco disposto para você hoje. - Devolvi, agarrando o lençol. Sai do quarto e bati a porta com toda a força, pronto para me aninhar no sofá. Era meio apertado, mas aquilo não me incomodaria se os cachos castanhos de Blair estivessem roçando minha pele. Encarei o anel de ouro fosco, na minha mão direita.  Blair havia me dado ele durante a nossa viagem para Amsterdã. "Eu quero que você tenha alguma coisa minha para espantar essas vadias de cima de você", ela disse. Ela poderia estar aqui agora para fazer isso.

4 meses depois...

- Chuck! Quantas vezes eu já lhe disse para não deixar a toalha molhada encima da cama? - Os cabelos loiros balançavam a medida que An maneava a cabeça, revoltada. Suspirei pegando minha psata e a ignorando.

- Estou atrasado. Nós conversamos a noite, Blair. - Passei a mão pelos cabelos. - Analisa. Nós conversamos a noite, Analisa. - Antes que eu pudese sair, ela parou na frente da porta. Jogou a toalha em um canto qualquer e cruzou os braços. Tinha um olhar furioso, cansado. Parecia... frustrada. Mas eu não tinha tempo para drama. 

- Você está sempre atrasado. Com pressa. Sem tempo. Nossa conversa sempre fica para uma noite que nunca chega. E agora, nem meu nome você consegue acertar. - O tom de voz choroso dela me irritou. Eu a empurrei levemente com o meu braço, usando todo o meu auto controle para não machuca-la. O que foi difícil. Nesses últimos meses, eu tinha vontade de socar coisas praticamente todo o tempo. Nem as boates, festas, bebidas e prostitutas me acalmavam. Fechei a porta e corri até o elevador, não sabendo se conseguiria me controlar caso ela me seguisse.

Cheguei no terreo um tanto aliviado, pronto para checar minha agenda do telefone. Mas, assim que o peguei na mão, ele começou a tocar. Eu arqueei uma sobrancelha ao ver o nome do identificador de chamadas.

- Lily? - Murmurei confuso, saindo do saguão do prédio.

- Olá. Desculpe o incomodo tão cedo. - Lily falava baixo, como se não quisesse que ninguém a ouvisse.

- Incomodo nenhum, senhora Humphrey. - Falei, gargalhando. - Então, como vai?

- Bem, querido. E você? - Suspirei pesadamente, entrando na limosine. Muita gente me perguntava isso, todos os dias, mas era a primeira vez que eu realmente percebia alguma preocupação. Pensei na minha casa, minha esposa, meu trabalho, meus novos "amigos".

- Na verdade, não vou bem. Estou pensando seriamente em voltar para casa. - Escutei Lily arfar do outro lado da linha, mas logo o silencio retornou.

- Charles... - Ela falou, com um tom cauteloso. - Nós estamos passando uma temporada no Hamptons. Eu estava hesitando em te pedir isso há algum tempo, mas agora estou certa de que é a coisa certa a se fazer. Preciso que você venha para cá, o mais depressa possível. - Desesperada. Ela parecia desesperada, com seu tom frio e sussurrado, ao mesmo tempo urgente.

- O que está acontecendo ai? - Parecia algo sério. Eu tinha a impressão de ter esquecido algo, algo realmente importante.

- É melhor você mesmo descobrir. - Poderia especular mais, tentar descobrir o que era. Mas algo me dizia que ela estava certa, e que eu deveria partir para Hamptons o mais rápido possível. Além do mais, nada me prendia em Londres. Eu não queria ficar.

- Dois dias e eu estarei ai. - Murmurei, desligando o telefone e indo até o meu escritório. Ia fazer minhas transações o mais rápido possível. E seja lá o que for de tão sério que me aguarda no Hamptons, é bom se preparar. Chuck Bass está a caminho.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Tomara que o Chuck consiga encontrar a Blair, ein. Mereço minhas reviews?
XOXO. Neli :*