Linhas Cruzadas. escrita por MissDream


Capítulo 17
Rei de ouros.


Notas iniciais do capítulo

Ooooooolá! Tudo bom com vocês? Espero que sim.
Voltei com mais um cap e só peço que não me matem, mas recomendo deitarem no chão antes de ler, pois essa que vos fala não poupou sofrimentos e aflições ao nosso team. Mas a culpa é do alfa, lembrem disso quando estiverem me xingando kkkkk

Gente, um aviso rapidinho: hoje Karly vai postar o último capítulo de SC e eu convido todas as minhas leitoras a acompanhar o fim dessa história tão bacana que foi Sweet Connor. Quem não leu ainda, não perde tempo ;)

Voltando a LC, espero que gostem do capítulo, fiz com carinho e sofre tanto quanto cada um deles enquanto escrevia. Um beijo e boa leitura!



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"Would you take the wheel If I lose control? If I'm lying here? Will you take me home?"

 Sarah Lance.

 

Saí do elevador cantarolando uma música qualquer pelo corredor, estranhei a porta entreaberta, Ray era sempre tão neurótico com esse tipo de coisa, aposto que está de saída e esqueceu algo.

̶  Ray, já cheguei. – anunciei soltando a bolsa e as chaves no canto. – As maquinas da academia estão em manutenção e como não tinha muito que fazer com o team eu acabei voltando mais cedo. – caminhei em direção a cozinha, mas tudo que obtive foi silencio. – Ray? – chamei indo em direção ao quarto. – Raymond eu estou falando com você. – e de novo o silencio. Voltei à cozinha e só quando fui em direção à geladeira para tomar água é que notei o bilhete.

"Precisei ir à sede resolver uns problemas do sistema com a Waller, me atrasarei para o jantar, qualquer coisa me ligue. Amor, Ray."

Estranho, Ray nunca se esquece de verificar se trancou a porta, mesmo estando atrasado. Entrei em alerta sentindo meu corpo inteiro tencionar, eu podia sentir que havia alguém na casa, mas precisava acalmar meus pensamentos para achar alguma solução. Respirei fundo e com cuidado para não fazer barulho me encaminhei até o disjuntor próximo à área de serviço do apartamento, eu sempre deixava uma 635 escondida ali.

Destravei a arma sentindo um filete de suor escorrer por minha testa, a lembrança da conversa de mais cedo me fazendo arrepiar, quem quer que fosse estava aqui para cumprir uma promessa.

̶  Amor? – chamei tentando não alarmar o individuo, eu precisava ser cautelosa. – Querido, está no banho? – pé a pé eu fui até o quarto, mas tudo aconteceu de forma rápida. Num momento eu estava ouvindo o ranger irritante da porta do quarto, no outro eu já estava caída no chão com uma forte dor na nuca. Senti o lugar inteiro girar, enquanto um forte enjoo se apoderava de mim, meu corpo estava sendo arrastado pelo corredor, mas eu estava zonza demais para reagir. Eu precisava pensar rápido, precisava escapar de quem quer que fosse.

̶  Não sou o seu amor, mas prometo cuidar muito bem de você. – a voz falava enquanto continuava me arrastando pelos cômodos.Fechei os olhos com força tentando buscar meu foco.

̶  Quem é você? O que quer? – ainda com a vista turva consegui reconhecer o cômodo onde paramos, era a cozinha. Fui erguida com certa facilidade e posta numa cadeira, o homem usava uma mascara de gás, o que impossibilitava que eu visse seu rosto. 

̶  Prometo que não vou te machucar... Muito. – senti o estalo de sua mão encontrando meu rosto seguido de mais dois. Os apertos da corda grossa faziam meus pulsos arderem. Eu estava sendo amarrada. – Prontinho Sarinha, agora você fica quietinha enquanto eu cuido do resto. 

̶  Você vai pagar por isso. – as palavras saíram desnorteadas ainda pelo efeito da pancada. – Eles vão caçar você. – eu tentava me manter acordada.

̶  Quem? Seus amigos? Oliver? – riu seco. – Ele será o próximo, ou seria Thomas? Talvez Ray seja melhor.

̶  Desgraçado. – a palavra emaranhou na garganta, num engasto desesperado. – Você ligou o gás. – ele sorriu dando as costas para mim.

̶  Chefe? Tudo certo por aqui. – o ouvi falar com alguém pelo celular. - Sim, ela está amarrada... Tudo nos conformes. Tudo bem, tchau. – ele voltou a olhar para mim. – Só mais uma coisinha.

̶  senti a bofetada esquentar mais uma vez meu rosto, dessa vez com mais violência. E de novo. E de novo. O gosto metálico estava impregnado na minha língua, enquanto o forte cheiro de gás embaçava minha respiração, senti uma luz forte em meu rosto seguida de um barulho de flash. – Essa vai para Raymond Palmer.

̶  Socorro. – a tentativa de gritar era em vão, a voz não saía, e isso estava me deixando aflita. O cheiro de gás se misturando com o gosto de sangue na garganta, me tapando o canal respiratório, fazendo minha cabeça doer. Agora eu entendia porque todos sempre diziam que a pior morte era por asfixia. Meus pensamentos girando em torno de Ray, Oliver e Tommy... Eles precisavam de mim, eu tinha que ser forte, mas a escuridão era tão convidativa.

(...)

 

Ray Palmer.

Revirei meus olhos pela milésima vez naquela tarde, já passava das 17:00h, eu estava cansado, com fome e tendo que ouvir murmúrios de uma Amanda nada simpática, foi no exato momento que pensei que o dia não poderia ficar pior, nesse momento o mundo parou junto com a minha respiração. A foto de Sarah estampada na tela do celular fez todo o meu interior gelar, ela estava amarrada numa cadeira, com o rosto machucado e uma aparência abatida. Eu conhecia o lugar, era nosso apartamento, nossa cozinha.

"Você tem exatos cinco minutos antes que sua linda esposa vá a óbito." 

Era o que dizia a mensagem de texto. O desespero nublando minha mente, enquanto eu saia dali o mais rápido possível, não daria tempo, eu não conseguiria salvar Sarah, não conseguiria salvar a mulher da minha vida. O caminho parecia mais longo que o normal e as ruas mais cheias.

̶  Inferno. – bati repetidas vezes no volante, sentindo toda a frustração tomar conta de mim. Eu não podia deixar que ela morresse, Sarah era minha luz no meio de toda a treva em que nos encontrávamos, ela era a única coisa boa no meio disso tudo e estar com ela me fazia melhor. Pisei no acelerador tentando ir o mais rápido possível, o transito estava congestionado, esse era o pior horário em Star City, as pessoas estavam voltando para casa. A ideia de encontrá-la sem vida quando chegasse me fez abandonar o carro e sair correndo pelas ruas da cidade. Tinha que dar tempo, precisava dar tempo.

Eu literalmente corria contra o tempo, buscando ar para os pulmões a cada passada de desespero, não era apena a vida dela em risco, mas a minha própria. Sarah era minha vida, eu precisava dela mais do que imaginava. Meus olhos estavam embaçados pelas lágrimas que eu tentava segurar, esse não era o momento de ser fraco, eu precisava me manter firme por ela. Cheguei ao apartamento e já podia sentir o forte cheiro de gás no corredor, pessoas estavam aglomeradas ali observando a porta aberta. Entrei sem cerimônia, eu precisava saber dela.

̶  Sarah. – chamei, indo em direção a cozinha, mas sendo abordado por dois homens no caminho.

̶  Senhor, eu peço que se retire daqui, o lugar ainda é inflamável. – um deles espalmou meu peito, me empurrando na direção contrária.

̶  Sarah, minha esposa. – protestei desesperado. – Ela estava aqui, eu preciso vê-la.

̶  Sinto muito, mas não há ninguém aqui. – as palavras do senhor foram como um soco no meu estomago. Sarah, ela não podia... – Senhor? Eu sou do corpo de bombeiros e preciso que se retire do apartamento, vamos tomar todos os procedimentos e quando estiver limpo e desintoxicado, o devolveremos. – eu mal ouvia as explicações do homem, quando meu celular tocou.

̶  Oliver, me diga que está com ela.

̶  "Ray, eu a trouxe para o hospital central de Star City." – ele tentava manter o tom de voz calmo, mas era nítida sua aflição.

̶  Estou indo. – me apressei a sair do prédio o mais rápido possível. 

O caminho parecia uma esteira, quanto mais eu andava mais longe parecia estar, meus pensamentos eram nublados imaginando se o pior tivesse acontecido, eu não me perdoaria se... Não, essa não era a hora de esmorecer. Paguei o taxi e corri em direção ao prédio hospitalar.

̶  Onde ela está? – gritei esbaforido para o homem a minha frente.

 ̶  Ray, calma. – Oliver pediu.

̶  Onde está minha mulher, Oliver?

̶  Ela está na bem, Ray. – suspirei aliviado. – Está no soro.

̶  Eu preciso falar com algum médico. – ele concordou chamando o homem que logo se aproximou. – Como está minha esposa, doutor?

̶  Sarah Lance Palmer? – confirmei e ele deu uma rápida checada em sua ficha. – Ela teve muita sorte mais alguns minutos e a inalação de gás seria fatal. – explicou paciente. – Mas não se preocupe, todos os cuidados já foram tomados e ela já foi desintoxicada, está no soro nesse exato momento. Os machucados no rosto não foram graves a ponto de deslocar algum osso.

̶  E quando eu posso vê-la? 

̶  Foi preciso sedá-la, sua esposa esteve muito agitada nos primeiros momentos que recobrou a consciência, avisaremos assim que ela acordar. – se afastou para atender outras pessoas.

̶  Hey, assim que recebi sua mensagem vim correndo. – Tommy parecia tão assustado quanto Oliver. – Como ela está?

̶  Agora fora de perigo. – Oliver informou.

̶  Eu nem quero imaginar se... – quebrei meu pensamento. – Obrigada Oliver. 

̶  Ei cara, é a Sarah, eu faria qualquer coisa por ela. – apertou meu ombro.

̶  Vocês também receberam a foto? – eles confirmaram com a cabeça.

̶  Não entendo, por qual motivo alguém faria o que fez? É cruel mesmo para um ladrão. – pela visão periférica eu pude perceber o rosto de Oliver se contorcer.

̶  A policia está investigando. – ele falou tossindo.

̶  Sarah está bem? – Felicity apareceu com John.

̶  Sim, ela está. – mais uma vez Oliver tossiu.

̶  E você? – a pergunta simples da loira fez o clima tenso crescer.

̶  Vou ver Sarah. – anunciei para o grupo reunido ali.

̶  Eu vou buscar alguma coisa para você comer. – Tommy se adiantou. – Vem comigo, Diggle?

̶  Com prazer.

̶  Eu vou chamar um médico para examinar Oliver. – a loira se afastou sem se importar com os protestos dele.

(...)

Entrei no cômodo branco e senti toda a aflição do dia se libertar em grossas lágrimas, encarei o rosto pálido de Sarah e me senti um fracasso, eu deveria estar lá por ela, a protegendo e cuidando. Sarah que me encantou por seus traços fortes e expressões corajosas nunca me pareceu tão frágil como agora deitada naquela cama, exceto quando perdemos o bebê, aliás, vê-la ali me fazia lembrar desse tempo tormentoso.

̶  Oi amor. – ela parecia tão pequena e indefesa quando adormecida. – Eu sinto muito Sarah, eu... – o nó preso na garganta que tanto custei a segurar agora se desmanchava com facilidade, as lágrimas eram um misto de medo, raiva, alivio, culpa. Toda aquela bagunça de sensações se libertando. – Eu senti tanto medo de te perder, mas tanto que eu nunca me perdoaria se algo tivesse te acontecido. 

̶  Ray? – a voz grogue me chamou. – Onde eu estou? – apertei sua mão quando ela se virou para me encarar. – Por que está chorando?

̶  Eu te amo, sabia? – ela riu fraco antes de tossir um pouco. – Quer alguma coisa? Vou chamar o médico.

̶  Por que você está chorando? – e lá estava minha Sarah, insistente e teimosa.

̶  Porque eu me sinto culpado, eu deveria estar em casa, deveria ser eu e não você nessa cama de hospital. – confessei. – Eu tive tanto medo de te perder, me senti frustrado e quando entrei e te vi aqui, frágil e machucada... Meu pensamento era só que poderia ter sido pior.

̶  Ei, eu estou aqui agora. – estendeu a mão para que eu a alcançasse. – Não foi culpa sua, nós sabemos o que foi isso.

̶  Um aviso para Oliver, eu sei, mas eu deveria estar com você principalmente sabendo que tinhas um alvo pintado nas costas. Eu falhei Sarah. – ela revirou os olhos, irritada.

̶  Apenas me prometa que quando essa confusão acabar você vai me levar para casa e me amar loucamente. – ri de seu pedido. – Eu te amo, Raymond, mas você precisa parar de sentir culpa pelo mundo.

̶  Eu te amo. – encostei nossas testas selando nossos lábios num beijo casto.

 

Oliver Queen.

̶  Felicity eu estou bem. – repeti pela milésima vez enquanto ela empurrava o nebulizador na minha cara. – Felicity quer parar?

̶  Você parece uma criança. – revirou os olhos impaciente.

̶  Você que parece revirando os olhos desse jeito. – rebati.

̶  Estão juntos a quanto tempo? – o médico parecia divertido. – Brigando assim deve ser a um bom tempo.

̶  Não somos um casal. - falamos em conjunto.

̶  Me desculpem.  – o desconforto fez com que ele se retirasse, não sem antes lançar um olhar indiscreto para Felicity. Idiota.

̶  Eu vou ver Sarah. – me levantei antes que ela voltasse a por aquele troço na minha cara.

̶  Eu vou junto.

Um corredor de hospital nunca pareceu tão longo como agora, a sensação de desconforto me lembrava da noite no baile de mascaras. Era estranho pensar que eu já a tive em meus braços e, no entanto agora parecíamos dois estranhos.

̶  Hey. – me aproximei da loira sentindo um misto de raiva e medo crescer dentro de mim. Sarah era a única família que me restara, se eu a perdesse nunca me perdoaria. – Me desculpe.

̶  Desculpar pelo o que, Ollie? Não foi sua culpa. – ela segurou minha mão num toque fraco.

̶  Claro que foi Sarah, seja quem for essa pessoa, ela está atrás de mim e fazer isso com você foi apenas mais uma forma de me mostrar o quanto eu sou vulnerável.

̶  Oliver, nós somos um time, um pelo outro lembra? E não me importa se foi para afetar a você ou ao papa, o que me importa é que vamos pegar esse filho da mãe e fazê-lo pagar por toda essa merda.

̶  Ela está certa, Oliver. – Ray me olhou por um instante. – Precisamos nos concentrar em achar esse monstro, e não em sentir culpa.

̶  Como está nossa garota? – Tommy botou a cabeça para dentro, para entrar logo em seguida.

̶  Vou ficar melhor se você não entrar para o clube "sinto muito Sarah, a culpa é minha." – fez aspas com as mãos. – Juro que se mais alguém me pedir desculpas hoje, eu vou socar a cara.

̶  Prometo. – ele cruzou os dedos na boca em forma de juramento. – Mas você está bem?

̶  Sim Tommy, eu estou bem. – ele se aproximou beijando sua testa.

̶  Sarah Lance sempre nos dando sustos. – comentou fazendo todos rir. – Mas ela é a mulher maravilha, não quebra com facilidade. 

̶  Você sabe que não. – enquanto eles conversavam mais relaxados, me ocorreu uma coisa, eu precisava voltar ao apartamento de Sarah e descobrir se aquilo realmente tinha sido para mim.

̶  Eu vou precisar sair agora, mas volto depois ok? – ela assentiu num entendimento mudo. – Vem comigo, Felicity?

̶  Claro. – a loira logo tratou de me seguir até o lado de fora não sem antes beijar a testa de Sarah e sussurrar alguma coisa que eu não entendi. – Por que me chamou até aqui?

̶  Preciso voltar ao apartamento de Sarah e procurar pela carta.

̶  Você acha que ele tenha mandado uma carta de baralho para ela?

̶  Não sei, ela não pode me contar devido a presença de Tommy, mas porque ele começaria esse jogo se não fosse para ir até o fim?

̶  Eu vou com você, então. – eu sabia que não tinha protesto que a impedisse, então apenas concordei.

(...)

O apartamento estava vazio, alguns dos moveis encapados com plástico por conta da esterilização. Nos dividimos e começamos a procurar, mas contrariando minhas suspeitas, a carta não parecia estar em lugar algum, nem um sinal de envelope. Felicity também não a encontrou nas coisas de Sarah.

̶  Nada? – ela negou. – Droga, eu odeio estar no escuro desse jogo, o alfa está com todas as peças chaves. Encarei Felicity que parecia montar um quebra-cabeça em sua mente.

 ̶  Oliver, e se...

̶  E se? – incentivei me aproximando. 

̶  Claro, como não pensei nisso antes? – bateu na própria testa.

̶  Felicity, essa é a hora em que você faz sentido.

̶  A carta deve estar em sua casa, pense bem, tudo o que ele está fazendo é para te afetar. Ele de alguma forma sabia que Helena viria até você com a carta, assim como sabia que se deixasse para Sarah, ela esconderia de nós, então qual o melhor lugar para deixar um terceiro rei?

̶  No mesmo lugar onde ele deixou a de Laurel. – conclui sua linha de raciocínio. – Isso é tão obvio que não sei como não pensei antes. Vamos logo.

O caminho do apartamento de Sarah e Ray até o meu não era muito distante, apenas duas quadras de distancia, mas pareceu mais longo devido ao silencio incomodo dentro do carro. Felicity estava estranhamente quieta, fechada em seus pensamentos e isso me deixava além de curioso, de alguma forma me deixava preocupado.

̶  Vai me contar o que está te incomodando?

̶  Coisa minha. – ela respondeu com frieza.

̶  Achei que fossemos um time, que dividíamos as coisas.

̶  Eu sou apenas uma agente cyber emprestada, esqueceu? – a olhei surpreso por sua resposta rude, ela pareceu cair em si. – Desculpe, é apenas cansaço. – resolvi aceitar sua resposta por hora, mas eu sabia que tinha algo ali. O resto do caminho nós não trocamos mais nenhuma palavra.

̶  Chegamos. – estacionei em frente ao prédio. – Vou dar uma olhada na caixa de correspondência e perguntar na portaria se chegou algo para mim, já volto. – ela assentiu saindo do carro e se escorando no capô enquanto eu caminhava até o prédio. Na caixa de correspondência não tinha nada, na portaria também não, o que era estranho.

̶  E então? – perguntou assim que eu me aproximei da SUV.

̶  Nada, mas preciso subir para buscar uma coisa, me acompanha?

̶  Tudo bem. – se desencostou do carro para me seguir. – Você acha que isso foi coisa do alfa? Quero dizer, ele não deixou carta nem nada.

̶  Talvez tenhamos nos empolgado precocemente por achar que ele sempre avisaria quando fosse atacar. Veja bem, Helena recebeu uma carta, mas nada lhe aconteceu, já com Sarah foi o oposto. – falei enquanto entrava no elevador. – A verdade é que o jogo dele não tem regras, ele joga como melhor lhe convém, e sem regras ele é mais forte e imprevisível.

̶  Eu fico me perguntando o que ele tem contra você, por que te persegui dessa forma? Será que é algum bandidão que você derrubou no crime? Ou... – antes que ela continuasse a frase, parei bruscamente ao perceber a porta do apartamento aberta. – O que foi?

̶  Está aberta. – saquei a arma do coldre, destravando em seguida. Felicity fazendo o mesmo. – Atrás de mim. – sussurrei para ela. Seguimos pelo corredor a passos lentos, tentando fazer o mínimo de barulho. Alguém estava ali.

̶  Oliver. – ela chamou fazendo sinal para que nos posicionássemos um em cada lado da porta. – No três.

̶  Três. – avancei para dentro ainda de forma sorrateiramente, mas senti todo o meu corpo travar assim que meus olhos pousaram ali. – O que diabos...

̶  Oh meu Deus. – Felicity parecia tão chocada quanto eu.

O lugar estava repleto de fotografias espalhadas por todo canto, fotos de mulheres brutalmente assassinadas, fotos de mulheres espancadas e ensanguentadas, era um acervo de terror, mas o que fez minha espinha gelar foi a foto de Sarah pendurada na luminária da sala, junto a carta. Um rei de ouros. Esse não tinha rabisco, apenas uma frase no inverso da foto.

"Por muito pouco."


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Notas finais do capítulo

PESADO!
E agora gente? O que será que vai acontecer com o nosso team? Sarah no hospital, Felicity sendo perseguida, Ray culpado, Oliver perturbado. Voltem aqui e me digam o que acharam kkkkkkkkkk
Espero vocês em? Beijo!



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