Wolf's Eyes escrita por Marih Yoshida, Tia Ally Valdez


Capítulo 5
V - Seu Toque


Notas iniciais do capítulo

Oiê! :3
Eu sei que demoramos e tudo mais... Mas a Marih teve uns problemas com o note dela e eu tive uns problemas para terminar o cap... Mas aqui estamos! :3
E realmente espero que gostem desse cap tanto quanto eu e a Marih gostamos! Sério, ele tá um amor! :3
É isso! :)
Fiquem com o cap!
Enjoy it! ;)
~Ally

Hey mores! Sinto muito pela demora em todas as fanfics, mas meu notebook quebrou de novo, então esse capítulo é um oferecimento da Ally! Agradeçam a ela por essa história ainda estar andando!
De qualquer forma, eu adorei esse capítulo e espero que vocês gostem também!
E talvez vocês não me vejam por um tempinho, e dessa vez a culpa não é só minha, então curtam a Ally um pouquinho!
~Marih



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Nico realmente não sabia o que fazer quando viu o lobo branco abaixar-se e cheirar a carne que trouxera antes de começar a comer. Se corresse, corria o risco de ser a sobremesa. Então apenas permaneceu em silêncio, observando enquanto o animal devorava toda a carne que trouxera. De repente, um quilo pareceu ser insuficiente, já que o lobo era maior do que o normal.

Quando o lobo terminou de comer, seus olhos se voltaram para o moreno, que estremeceu levemente quando o animal se aproximou, cheirando-o.

— N-não tem mais... – Gaguejou. – Acabou.

O lobo apenas o encarou. Seus olhos azuis brilhando levemente. Depois se aproximou. Nico, hesitante, recuou um passo, mas o lobo apenas sentou-se de frente para ele.

Mais hesitante ainda, estendeu sua mão direita, tentando convencer a si mesmo que o máximo que poderia acontecer seria o lobo arrancar sua mão fora com uma mordida. Se sentisse medo, não seria bom para ele.

E, quando pensou que teria a mão arrancada, o lobo aproximou seu focinho, posicionando-o sob a mão do rapaz, que, confuso, afagou os pelos claros com cuidado. Eram macios e quentinhos, o que aqueceu sua mão quase congelada devido ao frio.

— Nunca vi olhos iguais aos seus... – Comentou. – Exceto em uma garota. – O rapaz olhou para cima, pensando. Depois, meio constrangido, olhou melhor para o lobo. Era uma fêmea. E rosnou levemente, como se dissesse "pare de olhar aí, seu pervertido!". Nico recuou, ainda afagando seu pelo. – Desculpe. – Murmurou, sentindo-se ridículo por estar naquela situação: conversando com um lobo como se fosse a coisa mais normal do mundo. Continuava perdido.

Por fim, levantou-se, olhando em volta. Talvez, se gritasse por socorro, alguém poderia ouvi-lo. Mas quem seria idiota o suficiente (além de Nico) para estar na floresta numa hora daquelas?

— Droga. – Xingou baixo, olhando em volta. E quase pulou de susto quando a loba mordeu a manga de sua jaqueta, puxando-o levemente e seguindo em frente por entre as árvores. Nico hesitou, mas a seguiu. Foi um longo caminho no qual o garoto permaneceu em silêncio, seguindo o lobo cuidadosamente para não tropeçar em alguns galhos ou pisar nos "presentinhos" que os animais espalham pela floresta.

Depois de um longo caminho, Nico finalmente pôde ver as luzes da cidade. Estava completamente aliviado. Virou-se e viu que a loba ainda o encarava, escondida entre as folhagens. Não queria ser vista.

— Obrigado... – Ele disse por fim. Depois sorriu levemente.

O animal apenas cheirou sua mão uma última vez, deixando que Nico a acariciasse mais uma vez, e sumiu entre as folhagens.

  

Thalia ainda corria em sua forma lupina pela floresta, sentindo-se idiota e, ao mesmo tempo, feliz pelo que acabara de acontecer. Ainda sentia o toque de Nico, como se ele ainda estivesse afagando seu pelo. Sentia-se idiota por ter se revelado a ele. E feliz por nada de errado ter acontecido (e pela refeição grátis que ganhou).

Com toda certeza, Lupa a amarraria depois disso.

Quando chegou à casa dos lobisomens, assumiu sua forma humana, quase pisando em Percy, que dormia perto da porta em sua forma lupina.

— Você tem uma criatividade imensa para dormir, Perseu. – Ela riu baixo e seguiu em frente, caminhando silenciosamente pela sala até ser surpreendida pela voz (e pelo cheiro) de Jason.

— Onde estava? – Perguntou. Thalia virou-se num pulo para encará-lo, encostado à porta de entrada.

— Estava caçando. – Respondeu. – E eu só passei para avisar que vou passar a noite com Lupa.

Jason cruzou os braços, impedindo a passagem da menina, que repetiu o gesto.

— Por que demorou tanto para caçar?

Thalia revirou os olhos.

— Não é fácil encontrar uma boa presa e você sabe disso! – Revidou. – Licença, Jason!

O loiro a olhou nos olhos por um longo momento e ia deixá-la passar, mas, antes que Thalia passasse, Jason inspirou profundamente ao seu lado e Thalia mordeu o lábio inferior quando ele bloqueou novamente sua passagem.

— Que cheiro é esse? – Perguntou, se aproximando. – Estava com Nico? – Ele cruzou os braços novamente quando Thalia não respondeu. – Thalia... O que aconteceu?

A morena o encarou. Os olhos azuis faiscando.

— Eu passei o dia inteiro com ele! – Disse, o que não era mentira. Nico ficou com ela na biblioteca e, pacientemente, lhe explicou química orgânica: função por função, até que Thalia soubesse, ao menos, diferenciá-las. – Você esperava que eu estivesse cheirando a quê?!

Só naquele momento, Thalia percebeu o duplo sentido no que dissera. A morena corou violentamente e Jason arregalou os olhos.

— Vocês não transaram, né?

— Jason! – Thalia exclamou, ficando mais vermelha ainda. – Meu Deus! É claro que não! Ele ficou comigo na biblioteca e me explicou química orgânica! Não aconteceu nada demais! – Ela esfregou o rosto, se controlando para não ficar vermelha. – Posso passar agora?

Jason suspirou, mas, por fim, deixou que a morena passasse, observando enquanto ela se transformava em lobo e sumia nas folhagens.

~^~

Nico mal prestava atenção em sua aula. Por mais que a Grécia Antiga fosse um de seus assuntos preferidos na aula de história, os acontecimentos da noite anterior não saíam de sua cabeça.

— Tá viajando? – A voz de Jason o surpreendeu. Nico virou-se para olhá-lo, sentado da carteira atrás da sua.

— Só estava pensando em ontem... – Lembrou.

Jason se aproximou um pouco mais para frente, agora visivelmente curioso. Os dois falavam em voz baixa, numa tentativa de não chamar a atenção do Sr. Brunner, que ainda falava sobre os períodos da Grécia Antiga.

— O que aconteceu ontem? – Questionou o loiro, recebendo um olhar torto de Annabeth Chase, que tentava prestar atenção na aula.

Nico virou-se levemente para encará-lo.

— Você se lembra daquele lobo que eu disse que tinha visto? – Perguntou. Jason assentiu. – Eu o vi novamente. – E, em voz baixa para não atrapalhar seu professor (e para não incomodar a Chase), Nico relatou tudo o que ocorreu na noite anterior, sorrindo levemente ao terminar. – Eu sei que parece impossível, mas é a verdade.

Jason inclinou-se mais para frente.

— Eu acredito em você... Só acho que foi idiotice da sua parte ter entrado no meio da floresta. – Disse. – Sabe que não são só lobos que se escondem ali. Têm outras criaturas na floresta. – Como lobos negros. Quis completar, mas se conteve. Nico suspirou e assentiu. Jason não seria a última pessoa que o repreenderia por ter entrado na floresta no meio da noite com um saco de carne.

— Eu sei que foi idiotice, mas eu precisava fazer aquilo. Ou pelo menos sentia que precisava.

Foi a vez de Jason suspirar. Teria uma longa conversa com Thalia quando saíssem da escola.

~^~

— Onde estava com a cabeça?! – Jason perguntou, tentando não elevar sua voz ao máximo para se dirigir à Thalia (e também para não chamar a atenção de Lupa). – Você enlouqueceu, Thalia?!

Thalia realmente não sabia o que dizer. Não quando Jason a encarava com aquele olhar de repreensão.

— Em primeiro lugar, eu estava com fome e ele me levou comida. – Ela começou. – Em segundo lugar, ele estava perdido na floresta! Queria o quê?! Que eu desse meia volta e o deixasse ali para morrer de frio ou fome?!

— Eu iria procurá-lo! Era só você falar comigo! – O loiro retrucou, fazendo Thalia revirar os olhos.

— E eu iria arriscar deixar Nico sozinho?! E se quando eu encontrasse você ele já tivesse se afastado?! E se um animal selvagem o atacasse?! E se um lobo negro aparecesse?! – Ela cruzou os braços. – Tenho certeza absoluta de que eles não iriam esperar você chegar para matarem Nico!

— Vocês dois são loucos! – Jason jogou os braços para o alto. – Ele por ter entrado na floresta e você por ter aparecido!

Thalia bufou baixo.

— Ele tinha comida! – Insistiu. – E eu estava morrendo de fome!

Jason revirou os olhos e se aproximou da morena.

— Só quero que fique bem claro que, se seu encontro chegar aos ouvidos errados, ele é que pode acabar sendo a comida!

Foi a vez de Thalia revirar os olhos enquanto Jason dava as costas e se transformava, adentrando a floresta. Ela bufou novamente e deu as costas, resmungando sobre como Jason estava sendo chato.

— Queria o quê? – Perguntou a si mesma. – Que eu morresse de fome?

Por fim, Thalia saiu da casa dos lobisomens, fechando a porta atrás de si. Esperava que sua discussão não houvesse chegado aos ouvidos de Lupa, ou, com toda certeza, Thalia seria amarrada a uma árvore pelo resto de seus dias.

Assim como Jason fez, ela se transformou, correndo pela floresta na direção contrária à do loiro. Continuou correndo até ouvir os sons da cidade muito próximos a ela. A Grace ia virar as costas e adentrar a floresta antes que fosse vista, quando o cheiro de Nico veio até ela. Arriscou ir lentamente até onde a floresta terminava e a cidade começava. Nico andava pela calçada. Exatamente entre a floresta e a cidade.

Se Jason já estava uma fera, com certeza iria matá-la se fizesse isso.

Por fim, a garota resolveu seguir Nico de dentro da floresta. Esperava que ele não morasse mais para o centro. Assim poderia segui-lo sem ser vista. E se sentiu mais feliz do que nunca quando Nico adentrou um prédio que ficava exatamente de frente para a floresta. Ela sentou-se onde estava, fitando o prédio até que uma luz na janela do quinto andar se acendeu. Uma enorme felicidade surgiu em seu interior quando Nico apareceu na janela.

Agora Thalia sabia que poderia observá-lo sem ser vista. Só precisava praticar um pouco mais a sua discrição, pois, por um momento, Nico olhou pela janela ao mesmo tempo em que ela o olhou novamente.

~^~

Nico arregalou os olhos quando olhou pela janela de seu apartamento e fitou uma familiar pelagem branca entre as árvores. Certamente era um lobo. Ou melhor: uma loba. A loba.

Ele tirou os óculos que usava e esfregou os olhos, colocando-os novamente e fitando o mesmo ponto entre as árvores. A loba continuava lá, mas pareceu notar que estava sendo observada quando Nico abriu os olhos e abriu a porta que dava para as escadas de incêndio.

Porém, o animal deu as costas e correu para dentro da floresta. O moreno suspirou e optou por entrar novamente e caminhar até o banheiro. Precisava de um longo banho depois de tudo o que aconteceu.

De uma coisa Nico tinha certeza: ele devia estar enlouquecendo.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Gostaram tanto quanto eu gostei? Acharam fofo? *u*
No que será que isso vai dar? Será que o Nico receberá uma visitinha da Thalia? Veremos isso nos próximos caps! ;)
Fico por aqui, amores! o/
Bjoks! *3*
~Ally
Espero que tenham gostado! Digam para a gente o que acharam!
Kisses! :3
~Marih