Porto-Seguro - Corações Incompletos I escrita por Bia Zaccharo


Capítulo 9
Uma Perda


Notas iniciais do capítulo

Pessoas desculpem a demora para postar, mas eu tive uns probleminhas pessoais que já foram resolvidos. Espero que gostem de mais um capitulo.
Boa leitura...♥



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Depois de quatro filmes, várias discussões entre a Mia e o Ethan, dois beijos da Kate e do Elliot (que nós vimos), várias tentativas da Cacau de morder o Christian por ele estar muito "próximo", parece que finalmente as horas passaram.
Mia e Elliot vão com Kate e Ethan e Christian fica comigo para me ajudar a arrumar minhas coisas e da Cacau.
Deixo Cacau comendo e vou até meu quarto com Christian para arrumar minhas coisas, ele entra meio tímido e se senta na minha cama.
Caminho até meu closet e começo a separar algumas roupas para levar. Depois de separar tudo que vou precisar coloco em uma mochila.

—Pronta? —Christian pergunta.
—Quase, eu só preciso arrumar as coisas da Cacau.
—Certo. —Ele sorri.

Caminho até a comoda onde fica as coisas de Cacau e começo a colocar tudo em uma bolsa.

—Você tem a Cacau há muito tempo? —Christian pergunta destraídamente.
—Desde quando eu cheguei aqui.
—Uau.
—É, uau...—Sorrio. —Como é sua mãe?
—A melhor pessoa que eu já conheci, parece que tudo onde ela toca prospera. Ela trata as pessoas tão bem, inclusive nós que somos filhos dela
—Entendo...
—Sua mãe não me pareceu tão ruim.
—Ela não é... A mamã só não sabe como agir com uma filha problemática.
—Você não é problemática! —Christian diz bravo.
—Você não me conhece Christian.
—Mas estou conhecedo, e você não demosntrou nada de problemética.
—Você só me conhece há dois dias, ainda tenho tempo para estragar tudo.

Fecho a bolsa de Cacau e acho que peguei tudo.

—Pronta?
—É, acho que sim.
—Você nunca dormiu fora?
—Não... Nem na casa dos meus avós.
—Por que não?
—Eu não gosto... Sei lá.... Por mais que eu os ame, eu acho que ainda tenho medo dos dois não saberem lidar comigo... Igual aos meus pais.

Christian pega a minha bolsa e a de Cacau.

—Eu levo. —Digo.
—De boa, pode deixar.
—Christian eu não preciso disso, eu posso carregar minhas coisas.
—Anastásia, para de ser marrenta, por favor. Eu não disse ao contrário, só quero te ajudar, posso?
—Tanto faz. —Bufo.

Saio do quarto com Christian e vejo Cacau deitada no corredor com seu ursinho na boca.

—Oi filha. —Aproximo-me e faço carinho nela. —Vamos?

Cacau se levanta e nós vamos para a escada, assim que chegamos em frente à porta ela começa a latir, ronas e pular.

—O que ela tem? —Christian pergunta.
—Eu não sei... —Tento segura Cacau, mas ela não para. —Ei menina, o que foi em?

A porta se abre e meu pai entra.
Cacau começa a latir para ele e eu tenho que segurá-la.

—Segura essa merda dessa cachorra Anastásia. —Papai diz bravo.
—Não fala assim dela! —Digo brava.
—Cala a boca.

Papai olha para Christian e depois para mim.

—Aonde você pensa que vai?
—Eu não penso, eu vou. —Digo tentanto acalmar Cacau e manter a calma.
—Você não me pediu nada.
—Faz diferença? Pais ausentes não costumam saber o que os filhos fazem.
—Fala direito comigo. —Ray dá um passo em minha direção, mas Cacau rosna para ele. —Você fala como se fosse um ótima filha.
—Vamos embora Ana. —Christian segurando minha mão.
—Ela não vai à lugar algum com você.

Ray segura meu braço e me puxa.
Sinto o medo tomar conta de mim e tento empurrá-lo.

—Me solta! —Grito.
—Cala a boca. —Ray diz e percebo que ele bebeu. —Você é uma vadia ingrata.
—Solta ela. —Christian diz.
—Me solta. —Digo chorando. —Você está me machucando.
—Cala a merda da sua boca!

Ray grita e bate no meu rosto fazendo com que eu caia o chão.
Cacau avança e ataca Ray, ele cai no chão e ela começa a morde-lo.

—Cacau não! —Tento me aproximar, mas ela não deixa.
—Tira essa cadela daqui! —Papai grita.
—Ana vem! —Christian me ajuda a levantar e nós tentamos tirar Cacau de cima de Ray.

Começo a chorar pelo desespero e não sei o que fazer.
Ray se debate embaixo de Cacau e eu não consigo me aproximar.
Ouço um disparo e um grito de Cacau.
Meu coração para e um grito sai da minha garganta.
Ray empurra Cacau e a vejo toda ensanguentada.

—Cacau. —Grito e corro até ela. Abraço-a e ela começa a chorar. —Não me deixa, por favor. Não.
—Ana... —Christian tenta se aproximar.
—Não! —Grito. —Não se aproxima. Não toque nela.
—Filha... —Ray sussurra perdido.
—Não me chame de filha! Você é um monstro! Eu te odeio. —Viro para Cacau e começo a acariciar sua cara. —Por favor, não se vá. Olha, eu vou cuidar de você. Vai ficar tudo bem.

Deito sobre Cacau e ela começa a me lamber.

—Eu ainda não estou pronta para ficar sem você.

Olho-a nos olho e tudo que vejo é dor
Meu coração se aperta e o desespero toma conta de mim.
Minha cachorra chora baixinho e respira com dificuldade, mas logo vai parando.
O choro cessa assim como sua respiração.

—Não. —Digo desesparada. —Por favor, não!
—Ana. —Christian abaixa ao meu lado e tenta me tocar.
—Não. Não me toque.
—Por favor. Ela se foi. —Ele sussurra.
—Não. Eu não posso ficar sem ela. Eu não sei como.
—Ah meu Deus!

Olho para a porta e vejo Kate e os outros.

—Kate me ajuda a tirá-la daqui. —Christian diz e Kate fica parada. —Agora Katherine.
—Tu-tudo bem.

Christian e Kate tanta me levantar, mas eu me recuso a deixar minha cachorra.
Deito-me e abraço-a.

Não sei quanto tempo fico assim com ela, mas não consegui me mexer.
Ray subiu para o quarto, e meus amigos ainda estão aqui, eles não sairam do meu lado em nenhum momento, mas tudo que eu queria era ficar sozinha.
A porta se abre e eu vejo mamãe entrar.

—Anastásia... —Ela diz chorando e abaixa ao meu lado.
—Ele a matou... —Digo deixando as lágrimas voltarem. —Por que ele fez isso mamãe? Ela era tão boazinha.
—Era sim querida, ela era muito boazinha.

Mamãe segura minhas mãos e me ajuda a levantar, ela me abraça e eu choro contra seu
peito.

—Que talvocê ir com seus amigos?
—Eu não posso deixá-la... —Soluço. —Me deixa enterrá-la?
—Claro... Eu vou pedir para o jardineiro arrumar tudo lá nos fundos, enquanto isso, vai trocar essa roupa.
—Vem Ana... —Christian me estende sua mão e dessa vez eu não hesito, apenos vou com ele.

Nós subimos para o meu quarto.
Sento-me sobre a cama ainda desnorteada.

—Ei... —Christian abaixa na minha frente e segura minhas mãos. —Vai ficar tudo bem, okay?
—Okay. —Sussurro e volto a chorar de novo.
—Vem, tira essa blusa.

Christian começa a desabotoar minha blusa e eu fico para, ele a escorrega pelos meus braços e a joga no cesto.

—Tira a calça. —Ele pede eu faço o que manda.

Ele vai até o closet e volta com algumas roupas.
Uma calça leggin preta, sueter cinza e botas com cano curto.
Começo a me vestir e Christain fica me olhando.
Kate entra no quarto e me dá um olhar perdido.

—Como ela está? —Pergunta Kate à Christian.
—Eu não sei, até agora ela só fez o que eu mandei.
—Então com certeza ela está mal.
—Parem de falar de mim como se eu não estivesse aqui. —Digo enquanto prendo meu cabelo.
—Desculpe... —Kate sussurra. —Sua mãe mandou te chamar.
—Está bem.

Saio do quarto com Kate e Christian e vejo Ray parado no corredor, ele me olha e vejo tristeza em seu olhar, mas eu estou pouco me fudendo para ele.
Christian e Kate praticamente me arrancam para longe dele, quando descemos as escadas encontramos mamãe.

—Querida, como você está? —Mamãe pergunta acariciando meu rosto.
—Bem... —Sussurro.
—Os empregados levaram a Cacau lá para os fundos, vai lá com seus amigos.
—Ok...

Terminamos de descer as escadas e eu vejo que o hall de entrada já foi limpo. Christian segura minha mão e nós vamos para o quintal.
Ethan, Mia e Elliot estão parados em frente há arvore, onde está sendo cavada uma cova.
Aproximo-me e vejo Cacau deitada sobre sua mantinha lilás. Abaixo-me e acaricio seus pelos ainda sujos de sangue.

—Me perdoa... —Sussurro.

O jardineiro termina de cavar e eu enrolo a manta em Cacau, ele a pega e a coloca na cova, solto um suspiro e algumas lágrimas escorrem pelo meu rosto.
Levanto-me e Christian segura em minha mão.

 


Entro em casa com meus amigos e encontro mamãe na sala chorando. Aproximo-me dela e coloco uma mecha de cabelo atrás de sua orelha.

—O que houve?
—Nada querida... —Mamãe olha para os meus amigos e dá um sorriso que não alcança seus olhos. —Será que vocês podem cuidar dela por uns dias. Eu tenho que resolver algumas coisas e não quero que ela fique sozinha.
—Ok tia. —Diz Kate. —Nós cuidaremos dela para você.

Olho para mamãe, ela segura meu rosto entre suas mãos e beija minha testa, ela se levanta e deixa a sala.

—Vamos? —Mia diz se aproximando.

Balanço a cabeça e me levanto.
Pego minha mochila no chão e vejo a mochila de Cacau.
Não sabia que isso doeria tanto.
Abro sua mochila e pego seu ursinho.
Kate se aproxima e me abraça, dou-lhe um sorriso fracoe nós saímos.
Elliot, Ethan, Mia e Kata vão de moto e eu vou no meu carro com Christian.
Quando chego com Christian em sua casa vejo as motos estacionadas, ele desce e vem abrir a porta para mim. Agradeço com um sorriso fraco e nós entramos em sua casa.


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