Porto-Seguro - Corações Incompletos I escrita por Bia Zaccharo


Capítulo 6
Um Novo Amigo ♥


Notas iniciais do capítulo

Gente espero que gostem ♥

OBS.: Leiam as notas finais.



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—Eu não acredito que você entrou em uma briga no primeiro dia de aula! —Mamãe grita enquanto saímos da escola.

—Me deixa em paz! —Digo e vou andando na frente.

—Anastásia Steele, não me dê às costas. —Ela diz andando atrás de mim. —Eu exijo respeito! Eu sou a sua mão, merda!

—Chega Carla! —Grito e me viro para ela. —Para de exigir, eu não vou ficar me justificando, briguei sim! E que se foda o que você pensa sobre isso!

Meu rosto vira para o lado com o impacto do tapa que Carla me dá. Sinto o medo me invadir e lágrimas escorrem pelo meu rosto.

Encolho os ombros sentindo medo e dou um passo para trás.

—Filha... —Mamãe sussurra.

—Eu fiz alguma coisa errada mamãe? —Pergunto chorando baixinho e mamãe começa a chorar.

—Anastásia? —Olho para o lado e vejo Christian.

—Ana... —Carla dá um passo em minha direção, mas eu recuo-o.

—Não! —Grito colocando a mão na frente. —Não me toque. Nunca mais volte a me tocar.

—Ana, me desculpe.

—As pessoas podem achar que você é boa, mas eu não. Você é igualzinha a ela.

Saio correndo pelas ruas sentindo as lágrimas inundarem meu rosto, deixo a minha bolsa cair no chão, mas não me importo em pegá-la de novo, apenas continuo a correr pelas ruas.

Chego a um parque e me sento no meio-fio.

Algumas lágrimas escorrem pelo meu rosto, mas nenhum som sai.

Eu não acredito que ela me bateu... Logo ela.

—Acho que isso é seu.

Levanto a cabeça e vejo Christian segurando minha bolsa.

Ele me entrega a bolsa e senta ao meu lado.

—Por que veio atrás de mim? —Pergunto confusa.

—Não sei... —Ele diz confuso. —Eu não queria te deixar sozinha.

—Eu não preciso de você.

—É eu sei, mas mesmo assim eu quero estar aqui.

—Você não sabe onde está se metendo Grey, eu não sou como as meninas que você está acostumado.

—É eu percebi. Você é totalmente confusa. Afasta as pessoas, mas mesmo assim não deixa ninguém machucá-las, mesmo que isso signifique te machucar.

—Psicologia barata não te leva há lugar algum.

—Eu não quero bancar o psicólogo. —Christian diz sorrindo. —Eu também não sei por que corri atrás de uma garota como você, mas eu sinto muito em te falar, eu não consigo tirar você da cabeça, desde o dia do parque.

Olho com incredulidade para Christian e me levanto, começo a andar e as lágrimas voltam a cair.

—O que eu fiz? —Ele diz vindo atrás de mim.

—Você com certeza deve falar assim com todas as garotas, mas eu não sou igual à elas Grey! Você não me conhece, e eu não vou deixar um garoto idiota entrar na minha vida para me machucar.

—Quem foi que disse que eu vou te machucar? —Christian segura meu braço e eu enrijeço.

—Me solta. —Imploro com medo.

—Ana, eu não vou te machucar.

—Por favor, me solta.

—Ei... —Ele se aproxima mais e acaricia meu rosto. Fecho os olhos sentindo seu toque e o medo começa a ir embora. —Eu não vou te machucar, ok?

—Ok... —Sussurro em meio a soluços.

—Posso te abraçar?

Dou um passo para trás e volto a chorar.

—Anastásia, eu não vou te machucar, acredite.

—Eu não sei... Eu estou com medo.

—Olha para mim. —Christian levanta meu queixo e eu encaro seus olhos cinza. —Eu não vou te machucar, eu prometo. Confia em mim.

—Eu não consigo Christian. Eu estou com medo.

—Ana, eu nunca te machucaria, eu só quero cuidar de você.

Cuidar?

Olho-o confusa.

—Por que você iria querer cuidar de alguém fria como eu?

—Eu não faço a mínima ideia, mas eu só quero cuidar de você.

—Você estranho. —Digo e abro um sorriso.

—Olha só, temos um sorriso?

—Não. —Digo mantendo minha cara séria.

—Quer ir tomar um sorvete?

—Pode ser, mas eu tenho que pegar meu carro.

—Sem problemas, nós podemos pegá-lo.

Sorrio e fico um pouco ruborizada com o olhar de Christian. Ele pega minha bolsa e coloca a alça sobre o ombro, nós começamos a andar a caminho da escola e eu não consigo parar de olhá-lo.

Ele é muito fofo e gentil, sem contar que eu não tenho medo dele, mesmo quando ele segurou minha mão, foi ai que o medo realmente se foi.

Chegamos em frente a escola e eu avisto meu carro.

—Você dirige. — Digo jogando a chave para ele.

—Tem certeza? —Ele pergunta. —Não quero estragar seu carro, até mesmo porque perto de você eu me sinto um nada. Você dirige bem.

—Sem charminho Grey!

Entro no carro no banco do carona e Christian no do motorista.

—Você não vem de carro para a escola? —Pergunto distraidamente enquanto ele dirige.

—De vez em quando, mas normalmente o Elliot é quem dirige.

—Quem é Elliot?

—Meu irmão.

—Você tem mais irmãos além dele e da Mia?

—Não. —Christian diz sorrindo. —E você? Tem algum irmão?

—Não. —Digo de forma fria. —E nem quero ter, o único ser que me aguenta é a Cacau.

—A cachorra do parque?

—Ela mesma. Até hoje eu não acredito que ela me traiu com você.

—Ela é fofa.

—É sim. —Sorrio minimamente.

—Mas e a Kate? Ela parece gostar de você.

—No momento acho que ela me odeia, mas eu não a culpo.

—Eu não acho, só acho que você deveria pegar leve com ela, até mesmo porque ela é sua amiga.

—Eu sei disso... Eu até queria, mas eu só não consigo.

—Por quê?

—Eu não quero falar sobre isso.

—Não confia em mim?

—Não é isso, é só que eu não estou preparada para falar sobre isso.

—Ok, quando você estiver, nós falaremos. —Christian estaciona o carro perfeitamente em frente a uma sorveteria. —Chegamos.

—Ok Sr. Não Dirijo Bem.

—Charme baby.

Sorrio e semicerro os olhos.

Saímos do carro e Christian torna a segurar minha mão, nós entramos na sorveteria e no sentamos, assim que fazemos nossos pedidos, e ele chega, começamos a conversar sobre coisas banais, das quais eu nunca falei... E pela primeira vez eu me sinto bem, eu me sinto uma pessoa normal.

Depois que saímos da sorveteria nós ficamos dando voltas no carro e Grey me leva em alguns lugares que eu nem sabia que existia.

—Eu tenho que ir para casa. —Digo vendo que já são dez da noite.

—Quer que eu te leve?

—É melhor eu te levar. —Sorrio. —O carro é meu.

—É verdade. —Christian ri. —Tudo bem.

Troco de lugar com Christian e ele coloca seu endereço no GPS, depois de umas quatro quadras eu vejo uma bela casa de cor creme.

—Uau... —Digo boquiaberta. —Bela casa.

—Grey. —Christian diz sorrindo. —Posso te dar um beijo?

—Não. —Digo virando o rosto e ele ri. Me viro para ele e sorrio. —Pode.

Christian se aproxima e segura meu queixo com o polegar e o indicador, penso que ele vai beijar minha bochecha, mas ele me surpreende dando-me um beijo casto nos lábios.

—Espero que esse tenha sido seu primeiro beijo. —Christian sussurra no meu ouvido e eu dou risada. Ele abre a porta do carro e pisca para mim, depois sai. —Até mais baby.

—Até... —Sorrio.

Assim que Christian entra em sua casa eu saio com o carro.

Infelizmente, eu não vou conseguir tirar esse sorriso idiota do meu rosto, mas a realidade bate à porta.

Estaciono o carro em frente à minha casa, e quando entro torço para não encontrar Carla, mas ela é a primeira pessoa que vejo.

—Não fala comigo. —Digo secamente e começo a subir as escadas.

—Me perdoa, por favor. —Mamãe diz subindo atrás de mim.

—Me deixa em paz Carla.

—Ana. —Pela sua voz sei que ela está chorando.

—Você me bateu... —Paro e sinto as lágrimas escorrerem pelo meu rosto. —Logo você.

—Eu sinto tanto.

—Eu também sinto, porque eu nunca mais vou confiar em você.

Subo as escadas correndo e me tranco no meu quarto.

Eu nunca mais vou deixar ninguém me bater.

Não mesmo!


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Notas finais do capítulo

Gente sei que você estão revoltados com A Ana, e estão pensando: 'Porra! Que menina filha da puta', mas relaxem, quatro anos de trauma não pode ser curados nem com doze anos de amor, ela nunca passou em nenhum psicologo, nem algo do tipo... então entendam, não é fácil para alguém que só conheceu o ódio lidar com o amor... É difícil passar do ódio para o amor de uma hora para outra e não conseguir viver sem desconfiança, ela tem medos como qualquer outra pessoa. Só peço que tenham paciência com ela, muita. Ela pode ser fria, grossa e tudo mais, mas dentro dela ainda vive uma garotinha de quatro anos...
Vocês ainda vão descobrir o amor de pessoa que ela pode ser ♥