—Christian... —Digo em um tom que o faz acordar.
—Ana? —Christian se levanta e olha par ao lado.

A mulher acorda e quando ela se senta eu vejo que é Leila, o que faz meu coração se destruir mais.
Dou um passo para trás e Christian levanta da cama totalmente nú.

—Ana, calma, não é o que você está pensando. —Ele diz colocando uma calça.
—Nunca é o que pensamos. —Digo andandopara trás.
—Amor, por favor. —Ele vem em minha direção, mas eu não quero que ele me toque.
—Não encosta em mim. —Grito. —Você estragou tudo Christian, de novo.
—Ana me escuta, deixa eu te explicar. —Ele diz segurando meus pulsos e eu tenho medo.
—Me solta Christian! —Digo entre lágrimas. —Tira as suas mãos de mim.
—Ana, por favor. —Christian aumenta o tom e eu tenho mais medo.
—Me solta. —Imploro chorando.
—Christian! —Elliot entra no quarto sendo seguido por Kate, Mia e Ethan. Eles olham para a cama e depois para nós. Elliot empurra Christian e Kate me puxa para seus braços. —O que você fez Christian?
—Gente, por favor, deixem eu explicar. —Ele tenta se aproximar de mim, mas Ethan entra na frente.
—Não encosta nela.
—Ana, por favor, me escuta. —Christian implora entre lágrimas.
—Alguém tira essa vagabunda daqui! —Kate grita e Mia praticamente arrasta Leila pelos cabelos para fora do quarto.
—Mamãe...

Olhamos para a porta e vemos Pheobe parada.

—O que está acontecendo? Po que você tá cholando?
—Pheo. —Digo entre lágrimas e abaixo ao seu lado, ela acariria meu rosto e começa a chorar. Pego-a no colo e olho para Christian. —Nunca mais chegue perto de mim novamente. Eu tenho nojo de você Christian, nojo, você estragou tudo. Eu te odeio!

Christian dá um passo para trás como se tivesse levado um tiro, algumas lágrimas escorrem pelo seu rosto, mas eu ignoro isso, saio do quarto com Pheobe e vou para o quarto de Kate.
Sento-me sobre o sofá com Pheobe no meu colo e Floquinho fica conosco.
Alguns minutos se passam e Mia e Kate entram no quarto, elas sentam ao meu lado, mas não dizem uma palavra.

—Mamãe, eu quelo o papai. —Pheobe diz chorando.

Olho para ela confusa, e não sei o que dizer.

—Pheo, o papai teve que sair com o Padinho e o tio Ethan. —Mia fala.
—Po que a mamãe bligou com o papai? —Pheobe pergunta chorando. —Ele estava cholando, e agola está cholando.
—Bebê, é complicado. —Diz Kate.

Matenho o silêncio e fico assim por horas, mesmo quando Kate e Mia levam Pheobe para comer, eu fico sozinha no quarto apenas encarando a parede, sentindo meu coração sangrar.
Ele disse que me amava... Como ele pode fazer isso?
Logo com a Leila?
Eu não consigo acreditar.
Eu nunca imaginei que uma traíção poderia doer tanto, principalmente quando vem de quem menos esperamos.
O que eu vou fazer agora?
Eu não vou conseguir olhá-lo outra vez... Talvez, se eu for embora... Não isso é loucura, eu não posso ir embora, eu tenho a Pheobe para cuidar... Mas eu não posso ficar aqui e ter que continuar sentindo essa maldita dor, eu não consigo. Não consigo.
Eu preciso ir embora, eu não vou conseguir encará-lo, não depois de tudo.
A porta do quarto se abre e eu vejo Pheobe entrar com Mia e Kate.

—Ana, nós temos que sair, você fica bem sozinha? —Kate pergunta.
—Fico. —Digo de forma baixa.
—Ok então. —Mia diz.

Ela e Kate me dá um beijo na testa e saem do quarto me deixando com Pheobe.
Pheobe fica para me olhando por um longo tempo.
Eu não consigo nem olhar para ela.

—Mamãe... —Pheobe se aproxima e deita nos meus braços, aperto-a contra meu peito e em segundos ela adormece.

Coloco-a na cama e acaricio seus cabelos.
Meu Deus! Como eu a amo, mas eu não consigo mais.
Eu tentei ser forte, tentei mudar por causa do amor, mas o amor só me trouxe mais dor.
Dou um beijo em Pheobe e as lágrimas voltam, me afasto dela e vou até o outro quarto onde minhas coisas estão, dou sorte que não tem ninguém, pego uma mochila e coloco algumas roupas, depois pego meu passaporte, minha carteira e deixo meu celular.
Volto ao quarto onde Pheobe está dormindo e lhe dou um beijo.

—Me perdoa. —Sussurro.

Levanto-me e vou em direção à porta.

—Mamãe. —Viro-me e vejo Pheobe vir em minha direção. —Você vai sair?
—Sim. —Sussurro abaixando em sua frente.
—E quando você volta?
—Eu não sei, talvez eu não volte. —Digo chorando.
—Eu vou ficar sozinha?
—Não querida, nunca, o papai vai cuidar de você.
—Mas eu não quelo o papai, eu quelo fica com você mami.
—Eu não posso te levar querida.
—Po favor mami. —Pheobe me abraça e começa a chorar. —Não me deixa sozinha, eu te amo mamãe. Eu quelo fica com você.

Fico em silêncios por alguns segundos.

—Ok, eu levo você comigo.

Volto ao quarto e pego o passaporte de Pheo e apenas sua jaqueta.

—Mami nós podemos levar o Floquinho? —Pheobe pergunta olhando para Floquinho.
—Acho que não querida.
—Mas o papai saiu com a Fadinha, nós não podemos deixar o Floquinho aqui sozinho, ele vai cholar.
—Tudo bem, vamos levá-lo então.

Saio do quarto com Pheobe e Floquinho e nós vamos para o elevador, logo saímos do hotel e eu chamo o primeiro táxi que vejo e peço para o motorista nos levar até o aeroporto.
Chegamos ao aeorporto e eu dou graças a Deus por ainda terem voos disponíveis, mas não para casa e sim para Boston.
Talvez essa seja a melhor coisa a fazer.
Olho para Pheobe enquanto ela brinca com Floquinho
Respiro fundo e compro duas passagens para Boston.
Talvez um tempo fora seja melhor.
Depois de comprar as passagens nós ficamos esperando o vôo.

—Mami, o papai e a Fadinha não vem? —Pheobe pergunta.
—Não querida. —Digo chorando. —Agora seremos apenas você, eu e o Floquinho.

Pheobe me dá um olhar triste, mas não diz nada, nosso vôo é chamado e logo nos embarcamos e partimos em direção à uma nova vida.