As Sombras de Um Amor escrita por karol_kinomoto


Capítulo 7
Tomoyo


Notas iniciais do capítulo

E ai moçada?! Sei que demoro bastante pra atualizar essa fic, mas por favor, não desistam dela...
Cap dedicado a: LiKinomoto, FLORSAKURA1,ODMiyuki, Liz-chan



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Capitulo 7: Tomoyo

- Você não vai mesmo me contar o porquê dessa carinha triste, Tomoyo? – Meiling perguntou curiosa.

Quando saiu da casa de Touya na noite anterior, sentiu-se tão mal e só que resolvera ligar para a amiga, para que lhe fizesse companhia.

Já era sábado à noite, e as duas já haviam conversado sobre quase tudo.

Meiling revirou os olhos, enquanto lambia a colher cheia de chocolate.

– Eu vou fazer você me contar. Vamos ver... Já conversamos sobre Syaran e Sakura-chan, assistimos filmes e até falamos sobre Tanaka-kun. É a sua vez.

-O que você quer que eu diga? – Tomoyo estava sendo evasiva. – Estou feliz por você estar namorando, amiga! – Brincou com Meiling.

- Muito engraçado. E não é como se fosse algo oficial. – Meiling respondeu, corando um pouco.

Surpreendentemente depois do Festival no colégio, Meiling e Tanaka tinham tido mais quatro encontros, e a menina nem ao menos olhara para outro menino. Quer dizer... Não seriamente...

- Ei, você está mudando de assunto de novo. Saiba que é muito cansativo tentar manter um dialogo com você, Tomoyo... Qual era o assunto mesmo? – Meiling tentou lembrar-se. – Oh sim, você fica tentando me evitar, quando o assunto que temos a tratar é bem óbvio. – Ela adquiriu um tom sério.

Tomoyo relembrou o que lhe perturbava. “ Oh, Deus, quantos anos ele acha que eu tenho? Dez. Você é uma boa menina, Daidouji. Que idiota!

- Cara, você está mal. – Tomoyo voltou a prestar atenção ao que a amiga dizia. – Vamos Tomoyo-chan, está estampado no seu rosto. Apenas me diga, para que eu possa parar de fingir que eu não sei de nada. Estou cansada de tentar te ajudar “discretamente”.

- Saber o que? – Tomoyo perguntou.

Com outro suspiro profundo, Meiling se levantou do chão em que estava deitada, no quarto de Tomoyo, e deitou-se do lado da amiga na cama, aonde Tomoyo observava umas fotos.

Meiling tirou das mãos de Tomoyo uma foto.

– Acho que essa fotografia fala por si só. Mas agora, me conte detalhes, porque eu ingeri uma grande quantidade de açúcar essa noite, e se você me esconder algo, a minha vingança será maligna.

Tomoyo tomou a fotografia de Meiling. Era uma boa foto, era uma que ela tinha tirado no aniversário de Sakura, no ano passado.

Era uma foto de Touya.

- Você sabia, né? – Tomoyo perguntou.

Meiling ajeitou-se na cama. Sentou-se e colocou um travesseiro no colo.

– Eu sento do seu lado nas aulas dele, afinal de contas. Você deveria se ver. Seus olhos o seguem desde o segundo que ele entra pela porta. Você anota cada palavra que ele diz, e quando a aula termina, você murcha. E estuda mil vezes mais para química do que para qualquer outra matéria, porque você tem medo que ele te ache burra e estúpida. E só pra constar, você não é burra nem estúpida Tomoyo-chan. – Ela finalmente parou para respirar.

- Uau! Você realmente ingeriu muito açúcar. – Tomoyo disse docemente. Os olhos violetas se focaram na foto.

- Tomoyo- chan. – Meiling parecia irritada e preocupada ao mesmo tempo. E a encarava profundamente. Foi o que bastou para que Tomoyo começasse a falar.

Ela queria ter contado para Meiling antes, mas ela se sentia tão ridícula, por causa daquele amor impossível por um professor. Mas agora esse amor platônico, tinha crescido para algo mais, e ela não conseguiria mantê-lo escondido sem que aquilo a machucasse.

- O que eu vou fazer, Meiling-chan? – Perguntou triste. – Eu realmente gosto dele, mas ele só pensa em mim como a menina que é amiga da irmã caçula dele.

- Eu não penso dessa forma. – Meiling respondeu enquanto mergulhava um biscoito no chocolate derretido. – Ele presta atenção em você.

Tomoyo que tinha pegado um biscoito e feito a mesma coisa que Meiling. Parou o movimento quando o doce já estava perto de sua boca. – O que quer dizer?

- Exatamente o que eu disse. Ontem, durante o laboratório, ele estava prestando atenção em você. E não me diga que não notou. – Tomoyo balançou a cabeça, seus olhos demonstravam descrença. – Eu juro, que vocês dois são mestres na arte de olhar um para o outro sem serem pegos. – Meiling deu uma pausa antes de continuar. – Quando ele foi a nossa mesa hoje, responder todas as minhas perguntas, o que ele nunca faz. E mesmo falando comigo, ele te olhava toda hora. E hoje, também, ele não conseguia tirar os olhos de você, quando o Eriol conversava com a gente. Ele te secava tanto, amiga! Na boa, se os olhos dele fossem as mãos, você deveria dar um tapa nele. – Pensando um pouco sobre isso, a menina fechou os olhos por um tempo e depois brincou. – Hum, talvez não. Ele tem mãos ótimas? E Você sabe o que dizem sobre mãos grandes...

- Grandes luvas?

- Isso também. – Meiling piscou sacana.

As meninas conseguiram fazer muitas graças do assunto, Tomoyo se sentiu melhor. Mas não durou muito. Ela apoiou a cabeça no ombro da amiga.

– Mas as coisas são difíceis, certo? Mesmo que exista um por cento de chance dele gostar de mim, há regras que alunos e professores não podem namorar.

- Isso nunca impediu ninguém. É só vocês não serem pegos. Além do mais, você não será uma estudante pra sempre.

Ela queria tanto acreditar nas palavras de Meiling, que Touya estava interessado nela.

- Você sabe que está me dando esperanças, certo? E se ele não gostar de mim?

- Então nós precisamos ter certeza. Você disse que vai a casa dele amanhã à tarde, certo?

Tomoyo confirmou.

- Então, o que devo fazer?

~*~*~*~*~*~*

-Será que poderíamos dar um tempo? – Tomoyo perguntou no meio de uma aula de piano.

- Claro, se você quiser. - Touya respondeu.

Eles não tinham feito muita coisa, mas ela parecia um pouco cansada. Ela provavelmente tinha ficado acordada até tarde na noite anterior.

- Que bom. – Ela levantou-se do banco do piano e foi sentar-se na cama dele. Só que ao invés dela se sentar como antes, ela deitou-se na cama, e espreguiçou-se como uma felina, com movimentos graciosos de um gato. E ele pôde jurar que ouviu um gemido.

– Venha se sentar comigo. – Ela apontou para o espaço vazio ao lado dela, dando o sorriso mais doce do mundo.

Teve o efeito desejado.

Ele engoliu em seco.

- Eu não acho...

-Eu não mordo.

Contra qualquer juizo que ele pudesse ter, ele se sentou, bem na beirada da cama, mas ao invés de olhar para a menina, ele encarava a parede.

Ele sentiu, Tomoyo se mexeu na cama, e em seguida os braços dela envolveram seu pescoço e os lábios estavam próximos de sua orelha. Ele tentou se afastar.

- O que você está fazendo? – Ele perguntou incrédulo, sua voz estava falha, parecia que tinha doze anos.

- Não tenha medo. - Ela sussurrou.

- Eu não estou com medo. – Ele se arrepiou quando sentiu a boca da menina em seu pescoço, dando beijos e chupões naquela área.

- E por que você não se vira para mim? – Ela parou tão rápido os beijos quanto começou, e os quentes braços que antes o envolviam tinham desaparecido. A menina se mexeu na cama, afastando-se dele. – Você não gosta de mim?

Agora ele se virou em direção a ela.

A cabeça estava baixa e os cabelos escondiam os olhos violetas.

– É claro que gosto.

Como se fosse um flash, os braços dela o envolveram mais uma vez.

– Eu sabia que gostava.

Antes que ele percebesse o que estava acontecendo, ela o estava beijando de novo. E Touya estava chocado demais para fazer alguma coisa, mesmo quando os beijos se tornaram mais ardentes.

Ela pegou as mãos dele e as levou até sua cintura, e por lá elas ficaram, porque elas não o estavam obedecendo. Ele a apertou mais contra si, enquanto ele lentamente começava a retribuir o beijo. Ele não podia se conter. Estava preso na rede que ela jogara sobre ele.

- Nós não podemos fazer isso. – Ele disse, mesmo ainda a beijando.

As mãos delicadas e femininas de Tomoyo foram em direção aos botões da blusa dele, abrindo-os. – É claro que podemos. – Ela acariciou o peito quente dele. – Você sabe que me quer. – Ele não teria como dizer-lhe que não, principalmente quando ela deitou-se sobre ele e começou a beijar seu peito, enquanto livrava-se de vez da camisa dele. – Diga! – Ela sussurrou. – Diga que me quer. - Não tinha mais importância se aquilo era errado ou não.

Ele inverteu as posições ficando por cima dela.

– Eu quero você. – Ele disse, e em seguida a beijou com urgência.

Ela apenas riu.

E ai, um barulho irritante apareceu de algum lugar.

E foi ai que Touya acordou, momentaneamente desorientado pela realidade implacável.

O livro que ele estava lendo, encontrava-se jogado no chão da sala, e ele estava cochilando no sofá.

Ele nunca dormia no meio do dia, mas ele não conseguia dormir bem durante a noite, ultimamente. Esse foi o terceiro sonho que tivera com Tomoyo, e cada vez eles se tornavam piores.

É claro, se um sonho como aquele pudesse ser chamado de ruim. E se esse fosse o caso, eles eram muito mais muito ruins.

- O que eu vou fazer? – Tinha que parar de pensar essas coisas.

Ontem, ele se pegou prestando atenção nela, durante as aulas. E ele só podia rezar para que ninguém tivesse notado.

Especialmente ela.

Ele podia aceitar o fato de que estava atraído por ela, mas seja lá o que estivesse sentindo era mais do que uma simples atração.

– Como, diabos, isso foi acontecer? Deus, é como se eu estivesse obcecado. Ela é só uma menina. Doce e linda…

A campainha soou de novo.

– Um segundo. – Ele disse.

Ele catou seu livro do chão. E com um suspiro fundo, foi abrir a porta.

Tomoyo ficou surpresa por sua aparência desgrenhada.

Sua camisa azul e calças cáqui estavam amassadas e seu cabelo castanho estava apontando para cima. Seus óculos estavam descansando na ponta do nariz, além de um pouco tortos.

- Este é um momento ruim?- , perguntou ela. – Marcamos duas, certo?

Ele passou as mãos pelo cabelo e pegou os óculos, guardando-os no bolso.

– Sim, nós marcamos duas. Desculpe. Acho que eu cochilei. – Ele fez um gesto para que ela entrassse. Ele nem conseguia se lembrar, como ela estava vestida em seu sonho, mas ele sabia que não era daquela forma.

Ela usava um vestido verde simples, que deixava, mais uma vez boa parte das coxas a mostra. E o longo cabelo estava arrumado em duas tranças. Ela estava adorável.

Ele grunhiu.

"Eu não serei capaz de fazer isso mais. Eu não posso ficar só com ela. Mas o que diabos eu estou pensando que vai acontecer?"

-Sensei?- Ela perguntou, tirando-o de seus pensamentos. Ela foi andando nervosamente. – Eu realmente sou grata por tudo o que você vem fazendo por mim. E já que você não me deixa pagar pelas aulas de piano, eu venho pensando em alguma maneira de compensá-lo. Se eu poderia fazer algo por você. Ai eu me lembrei que você me disse que se sentia muito só durante a noite, então eu pensei... – A frase foi interrompida por ela mesma, que parecia um tanto envergonhada. – Eu pensei que o senhor gostaria de um pouco de companhia.

"Oh, Meu Deus. Ela não está dizendo... Não, ela não poderia. Oh , Deus."  O coração dele parecia que ia pular pela boca.  "Apenas diga a ela que não, e diga que não pode mais vê-la fora da aula."

Enquanto ele tentava formular uma frase, ela lhe entregou um pacote de presente. Ele o pegou sem pensar, ainda pensando no que ia dizer. Quando ele desembrulhou o pacote, ele encarou seu conteúdo por um momento, e depois ele começou a rir.

Tomoyo não sabia o que esperar da reação de Touya, mas ela nunca imaginou que ele fosse rir. Ela olhou o ursinho de pelúcia azul, nas mãos dele. E não tinha nada de engraçado nele. Ela se esforçou tanto para fazê-lo. Mas bem que Meiling tinha lhe avisado, que aquela talvez não fosse a melhor forma de convencê-lo que ela não era mais criança.

Touya tinha lágrimas nos olhos. – eu não acredito que pensei... Desculpe. – Ele disse não querendo machucar os sentimentos dela. - eu só... Esquece. Muito obrigado, é muito gentil da sua parte. É um lindo urso. Foi você quem fez? – Ele tinha que continuar falando para que não risse mais. ( detergente pra limpar a cabeça do Touya).

Ela assentiu.

- Quanto estávamos no ensino fundamental, costumávamos dizer que o dia do aniversário de um ursinho é o dia que nós damos um nome a ele. Eu sei que é besteira, mas você deveria dar um bom  nome a ele.

- Eu irei dar um nome lindo pra ele. – Ele olhou pra ela e depois para o ursinho. – Obrigada.

"Eu não posso parar de vê-la. O problema é comigo, e eu vou ter que lidar com isso. Mas ela não pode saber como eu me sinto. Merda, nem eu sei como me sinto.

– Você gostaria de chá? E eu tenho bolo também, se você estiver com fome.

- Parece uma boa ideia.

Tomoyo o seguiu para a pequena cozinha, e sentou-se enquanto ele preparava as coias. Ela não achava que podia flertar com ele, como Meiling sugeriu, sem parecer uma completa idiota. Mas ela não conseguia pensar em mais nenhum outro jeito para descobrir os sentimentos dele em relação a ela.

Ele sempre fora amigável com ela, mas aonde terminava a linha entre ser amigável e começava a do flerte?

"A vida era tão mais fácil quando eu tinha dez anos."

- Algo em mente?

Ela o olhou enquanto ele botava o chá e o bolo em sua frente.

– Não. – Ela respondeu. – Eu só estou me sentindo mal porque você sempre me alimenta. Da próxima vez, eu irei trazer algo. – ela deu uma mordida no bolo. – limão?

Touya confirmou enquanto enchia seu copo. Ele precisava de mais cafeína.

– É a mesma receita que meu pai usa, mas por alguma razão, o meu nunca fica tão bom quanto o dele.

- E como ele está? Eu nem consigo me lembrar da última vez que o vi.

- Sério? Eu pensei que você sempre ia lá.

- Não é mais assim. – Ela respondeu simplesmente.

E ali estava aquele olhar de novo. Aquele que dizia que ela tinha sido machucada. Como não percebera antes...

- O aconteceu? Você e Sakura brigaram?

Tomoyo negou com a cabeça.

- Não, ela só está muito ocupada Ela tem que se preocupar com o clube de dança, as cartas e Li-kun, não necessariamente nessa ordem. – Ela disse com um meio sorriso.

Tomoyo contou a ele, como ela e Sakura tinham se distanciado recentemente, e ela botava a culpa em si, por não ser uma boa amiga.

– Eu não sei porque é tão difícil. As coisas foram mudando devagar até que nós não erámos mais tão próximas. Faz um tempão desde que a gente não faz algo juntas, só eu e ela. Sinto saudades.

Touya sabia muito sobre o assunto, como duas pessoas que antes eram tão próximas, podiam de repente se tornar estranhas, mas ele saiu dessa linha de raciocínio.

– Você deveria conversar com ela. Sakura, provavelmente, nem percebeu que as coisas mudaram. Você sabe como ela é, e se não contares como se sente, ela não vai saber. E ai um dia, pode ser que seja tarde demais.

-Aonde eu ouvi isso antes? Ah, foi o que eu disse a Li-kun, antes deles começarem a namorar.

- Ah, então foi você. Agora eu tenho a quem culpar. – Ele brincou.

Agora ela exibia um sorriso de verdade.

– Parecia uma boa ideia na época. Estou feliz por eles. Eu tento ficar, de qualquer maneira, e na maioria das vezes, eu estou. Eles são tão perfeitos juntos, qualquer um pode ver isso. Mas às vezes, eu sinto, não sei, talvez seja cíume, o que é uma besteira. Quando a vida se tornou tão complicada?

- Bem-vinda a vida adulta. - Ele disse sarcástico. – é um saco, né?

As delicadas sobrancelhas se arquearam.

Ele me chamou de adulta?

- Não é tão ruim. – Ela respondeu, e lhe lançou o seu mais charmoso sorriso, encarando-o nos olhos, como Meiling mandara. Só que ele não parecia entender. Bem, valia a pena tentar. Acho que eu posso adicionar flertar a lista de coisas que eu não sou boa.

- É, acho que não. – concordou, enquanto lavava a louça. – Pronta pra começar?

- Sempre.

Eles foram para o quarto. E um fragmento do sonho dele o invadiu, mas rapidamente ele o espantou.

– Você tem praticado? – Perguntou enquanto sentavam-se no banco do piano.

-Quando posso.

- Então mostre-me o que você já sabe.

Eles começaram a praticar, e durante aproximadamente uma hora, focaram-se completamente na música.

Touya ainda sentava do lado dela, mas não precisava mais guiar os dedos de Tomoyo. Em contrapartida, ela tentava tocá-lo, sempre que possível, fazendo como Meiling a aconselhara.

Braços e pernas, vez ou outra se tocavam “inocentemente”.

As vezes, Touya agia como se não notasse, e as vezes ele apenas recuava.

E por um tempo, Tomoyo ponderou se deveria ou não desistir desse flerte, a final deveria estar fazendo papel de boba: “ Meiling e eu, obviamente estávamos equivocadas, pensando que ele teria algum tipo de fantasia com uma colegial. Sem chocolate para nós”.

Subitamente Touya se levantou. Ele precisava se afastar da menina, e não era porque não gostava dela, era justamente o contrário. E Deus, como ele gostava! “ Será que ela percebe o que está fazedo?

- Como me saí?

Ele não tinha ideia, já que não escutou uma nota sequer, nos últimos minutos.

– Nada mal.- Ele inventou. – Você está melhorando bastante. Estou impressionado. – Ele sinceramente esperava que ela tivesse se saído bem.

- Obrigada. – Tomoyo disse docemente.

Ela se virou para ele com um sorriso muito fofo nos lábios.

– Agora é sua vez. Você tocaria pra mim?

Touya assentiu, e ela não se levantou do banquinho. “Talvez ela só queira ver enquanto eu toco. É um ótimo jeito de aprender.” Ela amava aquele olhar de concentração que ele tinha, antes de tocar. Era muito sério e determinado, ela podia ver a mente dele trabalhando por trás daqueles olhos castanhos. Ela sabia que a parte que ele escondia dentro de si mesmo, era linda. E a certeza era ainda maior quando ela o ouvia tocar. Quando ele tocava, era como se ela estivesse recebendo um presente especial.

Touya tentou pensar em algo fácil de tocar. Mas a música que saia não era simples. Era uma melodia dramática, com toques de jazz.

Tomoyo não reconhecia a letra, mas ela sentia como se devesse, como se fosse importante.

– De quem é?

- É uma música americana que eu gosto. – ele respondeu.

A letra da música o fazia lembrar de Tomoyo e esse era o motivo pelo qual ele sabia que não deveria tê-la tocado. E principalmente, ele não deveria ter cantado, já que a letra se falava sobre uma mulher que havia tomado conta de seus sonhos. E como ele queria dormir apenas pra que ela pudesse tocá-lo.

Quando a última nota ecoou pelo quarto, ele se virou para Tomoyo, e olhos violetas se encontraram com os castanhos. Não se sabe quanto tempo se passou com eles apenas se encarando. Nenhum dos dois se movia ou falava.

E então ele bem devagar, mais devagar mesmo, inclinou-se na direção dela, e os lábios femininos soltaram um suspiro. Ele viu seu reflexo nos olhos violetas, antes de eles se fecharem. Ela ergueu o rosto, e os lábios de ambos estavam a apenas centímetros de distancia. Ele podia quase sentir o sabor dos lábios dela. O perfume floram que ela usava e o calor de seu corpo perto do dele... Era algo acolhedor, tentador... Esperando apenas por ele!

Custou todas as forças de seu corpo se mover para longe dela.

– Acho melhor você ir embora.

O coração dela estava disparado. Ele quase a beijou, e ela quis que tivesse acontecido, quis tanto que ela não podia acreditar que não tinha acontecido.

Ela respirou fundo antes de perguntar: - isso é realmente o que quer? – Houve um ligeiro oscilar em sua voz.

Claro que não. Mas o que saiu da boca de Touya foi: - sim.

Ela tinha estragado tudo. Praticamente tinha pedido para ele a beijar, e ela pensou que ele queria tanto quanto ela, mas estava enganada. Ele nem ao menos a queria por perto. “ Eu sou tão estúpida. Agora eu estraguei qualquer chance que eu tinha.” – Me desculpe. – Ela disse enquanto fazia o caminho em direção a porta. Ele ainda não a tinha encarado. – Eu não tinha a intenção de... Desculpe-me.

Ela estava se segurando muito para não chorar, pelo menos não na frente dele.

Mesmo depois que Tomoyo já havia ido embora, Touya continuou parado no mesmo lugar. Ele estivera muito perto de atravessar a linha de juízo.

Ele queria a beijar.

Merda, ele queria muito mais do que apenas beijá-la. Ele queria tocá-la, agarrá-la. Ela teria deixado? Talvez. Mas também ela poderia ter dito não, e as consequencias teriam sido devastadoras para a frágil amizade deles. “ Oh, claro, como se as coisas estivessem melhores agora.” Ele deixou escapar um suspiro alto e frustrado, antes de trancar a porta de entrada de seu apartamento.

Se ele estivesse usando sapatos, ele teria chutado a porta, com muita força e várias vezes, até que ele se sentisse melhor... Talvez ele precisasse de um banho gelado ou uma bebida forte, ou correr por ai até suas pernas não aguentasse mais e pedissem por clemência. Qualquer coisa que o fizesse parar de se sentir tão mal.

- Por que isso está acontecendo?

Do outro lado da sala, o urso de Tomoyo o encarava.

Ele se encaminhou até ele, pegou-o e o analisou por um tempo.

– O que nós vamos fazer? – O urso permaneceu em silencio.

– Eu também não sei o que fazer.

Sim, Touya estava falando com um ursinho de pelúcia azul, que tinha olhos roxos. Tomoyo tinha obviamente passado um longo tempo para fazê-lo. A costura era impecável.

Esse urso tinha que ser mais do que um simples presente.

Ele era uma mensagem. Ele só não sabia que tipo de mensagem.

“Você deveria dar um bom nome a ele.” Ele lembrou-se das palavras dela. Touya segurava o urso com cuidado, e enquanto olhava para os enormes olhos roxos, um nome lhe veio a mente:

- Tomoyo.


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Notas finais do capítulo

E ai? Consegui enganar muita gente com o sonho do Touya? Pensaram que era mesmo a Tomoyo se ensinuando?????

Meninas, antes de mais nada quero agradecer os comentários de vocês e dizer que vou respondê-los agora mesmo! Desculpem-me pelos erros de português e pela demora com o capitulo, mas é que eu sempre leio e acho que tá horrível... De qualquer forma, muito obrigada a todas que leem e deixam comentários
Bjos ^^
Até a próxima



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