As Sombras de Um Amor escrita por karol_kinomoto


Capítulo 5
Aulas de piano


Notas iniciais do capítulo

Meninas cá estou eu mais uma vez...
E com um capitulo grandinho... :)
Vou dizer algo que precisa ser mencionado... Temos uma pista de um segredo a vista, no cap 3 eu mencionei algo que a principio podia ter parecido avulso, mas não era...
Sobre o Touya e o Yukito...
Volto a mencionar o livro mais uma vez, fiquem atentas a isso... O trecho, no terceiro cap, a que me refiro é esse:

— Não - Touya não sentia mais nada. Nem raiva, nem decepção. Tinha se passado muito tempo já era hora de superar isso. - Esse capítulo está fechado.

Merda, o livro todo está fechado e juntando poeira na prateleira.

Fiquem atentas a esse livro, principalmente para o próximo cap!
bjos



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Capítulo 5—Aulas de piano

Tomoyo estava paralisada. O nervosismo era quase palpável. Ela estava na frente do apartamento dele.

Verificou mais uma vez, apenas para confirmar se era aquele o local.

Número 567.

Ela tinha memorizado o endereço do Toyua.

A menina estava prestes a tocar a campainha. Mas parou.

Eu estou adiantada. Ele disse duas horas. Ela pensou.  Então o que você pretende fazer, Daidouji, esperar com essa cara de boboca, por mais quinze minutos? Ele disse por volta das duas.

Ela apertou a campainha. E rapidamente tratou de passar a mão na roupa em que vestia. A roupa que Meiling escolhera.

Ela estava com essa mania ultimamente... Estava com uma blusa preta apropriada, e uma saia jeans não muito curta.

Ela relutara com essa escolha da amiga, mas mais uma vez tinha sido convencida. E em seu intimo ela queria se apresentar bem para Touya.

Quem é o garoto de sorte? A assistente de sua mãe perguntou apenas para lhe provocar. Meiling apenas sorriu, ao seu lado, para a mulher.

Eu sou uma tola. Talvez ele tenha saído, seria até melhor, assim eu posso ir pra casa e trocar essa roupa...

Tarde demais.

A porta se abriu.

E lá estava ele, parecendo mais confortável, com um suéter azul da universidade de Tóquio e um par de jeans. Ele estava usando os óculos e uma caneta vermelha estava em suas mãos.

- Olá. Entre. – Touya deu espaço para que a menina passasse. – Me desculpe, eu estava apenas acabando de corrigir alguns trabalhos.

Ela o seguiu pelo apartamento, o nervosismo sendo substituído pela curiosidade. A casa de Touya era a típica casa de um homem solteiro.  Era pequena e arrumada, mas sem muitos móveis.Apenas um par de quadros pendurados nas paredes brancas, um sofá, uma mesa de jantar, televisão, duas estantes. Ela podia ver a cozinha, que quase não tinha espaço para uma mesa para quatro pessoas. E a direita da sala de estar tinha um corredor, que ela imaginou ser aonde estariam os quartos e o banheiro.

Ele a observava, enquanto os olhos femininos vistoriavam o local.

- Não é muita coisa, mas é o que eu preciso.

- É muito bacana. – Ela disse com sinceridade. Ele provavelmente deveria estar pensando que ela estava depreciando o local, devido ao fato de que ela morava numa casa imensa e cheia de empregados. Mas a verdade era que ela apenas estava pensando em: Aonde estava o piano...

Ela tentou não corar, quando seus olhos percorreram o corredor mais uma vez. Felizmente, ele não pareceu notar, já que estava voltando para a mesa de jantar a fim de terminar suas obrigações.

- Sinta-se em casa. Eu tenho que corrigir mais alguns trabalhos, ai posso me livrar de toda essa bagunça.

Tomoyo deveria ter se sentado, como uma dama faria. Mas ao invés disso, ela se aproximou dele por trás e tentou ver sobre seus ombros. – Você já tem as minhas notas? – Ela perguntou.

- Sim.

- Posso ver?

- Você verá amanhã, assim como todos os outros. – Ele disse ao riscar um zero no trabalho de um “pobre” estudante.

- Por favor, eu prometo não contar. – Ela não sabia que bicho a havia mordido, mas ela estava realmente planejando pegar as pilhas sem que ele percebesse. – Como Meiling- chan foi? Ela estava realmente preocupada. – O braço dela roçou no dele, fazendo com que Touya se assustasse e deixasse a caneta cair.

– Me desculpe. Eu não queria... Eu só... - Ela sabia que estava sendo inconveniente.

Toyua abaixou-se para pegar a caneta do chão, tendo finalmente uma ampla visão das pernas de Tomoyo.

Balançou a cabeça para afastar o pensamento.

- É melhor eu fazer isso mais tarde. – Touya começou a guardar os trabalhos em sua pasta. – Você aceita um chá ou alguma outra coisa antes de começarmos?

- Apenas se não for incomodo.

- Não seria incomodo algum.

Ele estava indo para a cozinha, quando ela esbarrou nele. Ele se encolheu como se nunca tivesse estado perto de uma mulher antes. Menina, ele se corrigiu, não mulher. Ela tem apenas dezesseis anos.

Dezesseis.

Apesar de que com as roupas de hoje, as longas pernas, ela podia passer por uma de vinte. Oh Deus. Se concentre Touya.

Ele teve a sensação de que aquela seria uma longa tarde.

*~*~*~*~*

Tomoyo sempre fora fascinada pelos livros de uma pessoa. Achava que era uma das melhores maneiras de se conhecer alguém.

Não contendo a curiosidade, ela se aproximou da estante de Touya, pegou um livro analisou-o e em seguida colocou-o no lugar. Ela pode perceber que os livros estavam perfeitamente alinhados e em ordem alfabética. Touya tinha um gosto bem eclético: livros de ciências, romances, história, poesia e filosofia.

E tudo isso só podia dizer duas coisas. Uma: ele gostava de fatos, lógica e soluções. E dois: ele era um ser intrigado com as outras questões do mundo, com a ambigüidade das relações humanas.

Analisar os livros dele, só confirmou o que Tomoyo já sabia. Touya era inteligente, prestativo, sério – ao passo que sabia a hora de se divertir. Ele tinha uma verdadeira devoção pela beleza e pelos mistérios da vida. E mesmo a organização dos livros mostrava algo a mais sobre sua personalidade... Ele era um ser de ordem, apesar de não ter uma obsessão maior por isso. Ele não se preocupava com as aparências... Ele era simplesmente… Real!

Quando Touya trouxe as xicaras de chá para a sala, ele viu Tomoyo apreciando um de seus livros. Disfarçadamente ele tentou ver qual era o titulo. Bem, ao menos ele reconhecia a capa daquele.

- Quer dizer que você gosta de filosofia? – Ele perguntou.

Ela confirmou.

- Fiz um trabalho sobre isso, ano passado. A idéia de que sonhos são a pura realidade... bem, isso ia um pouco além dos meus conhecimentos para que eu pudesse realmente entender, mas ainda assim é uma teoria interessantíssima.

A primeira vez que ele tinha lido sobre o assunto, ele já contava dezenove anos, e naquela época também era algo além de seus conhecimentos. Touya estava surpreso pelo fato de que com quinze anos ela tivesse entendido o suficiente para fazer um trabalho sobre a teoria.

- Eu acho que tenho algo sobre o assunto, em algum lugar. – Ele passou pela menina e começou a mexer na estante, até chegar  em uma coleção de seis volumes. – Você já leu esses daqui? – Ele lhe entregou o livro.

- Eu já tive a intenção de lê-lo, mas eu não sabia se seria ainda mais difícil do que  o anterior.

- Faz um tempo que eu não o leio, mas eu não penso que seja tão obtuso quanto o outro. Eu posso te emprestar, se você quiser. - Algo lhe dizia que não era aquele livro que deveria emprestar, mas ele resolveu ignorar.

- Obrigada. – Tomoyo colocou o livro perto de sua bolsa e se juntou a Touya que estava sentado no sofá.

Touya serviu o chá, tentando se concentrar em algo além do belo sorriso da menina, do jeito meigo que ela prestava atenção em tudo o que ele dizia e nas curvas de mulher que ela tinha adquirido...

- Então sobre o que era o seu trabalho? – Touya perguntou com um misto de interesse e necessidade de distração pelo fato de ela estar sentada tão próxima a ele. Ele não sabia o porquê dela o afetar tanto. E daquele jeito tão pouco fraternal. Talvez fosse porque ele nunca recebera uma mulher – menina- em seu apartamento antes.

Parecia que o espaço, já pequeno, diminuiu ainda mais. 

- Nós tivemos que escolher uma teoria e ao argumentar contra ou a favor de sua veracidade, baseado em experiências pessoais.

- Eu me lembro de ter feito esse trabalho. Que lado você escolheu?

- Pateticamente, diga-se de passagem, eu tentei provar que a teoria era válida e que sonhos eram a realidade a cima do mundo real. –Mas seus amigos tinham pouco interesse sobre o assuntou, sendo que muitos ficaram felizes quando tudo acabou, mas ela tinha gostado do desafio, que veio com excitantes novas idéias, mas sem ninguém para discutir com ela.

- Ah, mas como algo criado em um sonho, somente na mente, pode ser mais real do que experiencias feitas com todos os nossos sentidos?

- Essa é  a questão. Nos sonhos, objetos continuam tendo cores, sons e textura, só que você os sente diretamente. Você sabe que...

Eles continuaram com a discussão enquanto tomavam chá. E foi nesse momento que Touya percebeu o quanto sentia falta de ter alguém para conversar sobre isso. Ele e Yukito costumavam passar horas conversando sobre o existencialismo e a moral relativa ou ainda sobre os assuntos que aprendiam na universidade. Para uma estudante de ensino médio, Tomoyo era muito inteligente, ela era capaz de construir seus próprios argumentos e ainda de admitir a derrota deles, graciosamente.

Ele  tinha que admitir que estava impressionado, e que realmente estava se divertindo.

Já para Tomoyo, ela não sabia exatamente quando sua atitude mudara, mas uma vez que eles começaram a conversar toda a sua timidez fora banida.

Ela não o via como o irmão de Sakura ou como seu professor ou mesmo como alguém por quem ela tinha uma paixão maluca. Ele era tudo isso, obviamente, mas talvez ele também fosse seu amigo, assim como ele afirmava vez ou outra. Definitivamente, ele era alguém com quem ela podia conversar, alguém que ela podia confiar.

- Quando você terminar de ler o livro, podemos discutir sobre ele. – Touya disse enquanto lavava a louça.

- Eu adoraria. – Ela se ofereceu para ajudá-lo com a louça, mas o espaço era realmente pequeno, então ela ficou esperando-o terminar, da porta da cozinha.

Quando ele concluiu, ele virou-se com o sorriso mais bonito que Tomoyo já presenciara.

- Agora, eu creio que tenha lhe prometido uma aula de piano.

Ela quase tinha esquecido. Esse tinha sido o motivo de ela ter vindo a casa dele, certo?!

Ela o seguiu pelo curto corredor e qualquer grau de conforto que ela sentiu num passado próximo evaporou-se ao passo que ela percebia que estava indo para o quarto de um homem. Apenas ele e ela.

A menina não queria corar, por isso resolveu começar a falar antes que ele percebesse seu constrangimento.

- Há quanto tempo você mora aqui?

- seis meses.

O quarto dele tinha um pouco mais de sua personalidade do que o resto do apartamento. A cor das paredes e dos lençóis era de um azul sólido e confortável. Uma mesa perto da cama era o lugar em que estavam à luminária e o alarme, além de um pequeno rádio e mais e mais livros. E um porta-retrato com uma foto que Tomoyo nem se lembrava, todos da época do apanhamento das cartas estavam lá, inclusive ela.


Ainda perto da cama, ela pôde ver o piano. E uma porta a direita dele, aonde ela supôs ser o banheiro e o closet.

- Você gosta? Eu sei que é muito diferente da casa aonde você morara. – Ela perguntou.

-às vezes. – Ele disse olhando ao redor do quarto. – Às vezes me parece um pouco solitário, principalmente a noite.

- Você deve trazer muitas garotas para cá com essa frase. – Tomoyo riu. Certo? – ela esperava uma resposta, e com todo o coração esperava que fosse uma negativa.

Ele não tinha percebido o quão “estranho” era a sua frase até que ela já tinha saído. Ele balançou a cabeça, fazendo com que seus cabelos cobrissem parcialmente seus olhos.

Ele queria se chutar, bem forte de preferência.

- Meu Deus. Essa não era... – Ele olhou para ela aflito, esperando não tê-la ofendido. Procurou nos olhos violetas um sinal, mas foi surpreendido por um olhar divertido e malicioso. Ela estava brincando!

E se ela podia fazer esse tipo de brincadeira, ele também podia.

- E, se você quer saber, se isso não der certo, eu ainda tenho um truque na manga: Que tal uma aula de piano? – Ele enfatizou as duas últimas palavras, fazendo o duplo sentido mais evidente ainda.

Por alguns míseros segundos, a expressão dela mostrou que ela realmente achava que ele estava falando serio. Mas em seguida ela gargalhou, sabendo que não passava de outra brincadeira.

- Bem, essa foi boa. – Tomoyo sentou-se no banco do piano.

Lembrou-se do passado. Quando Syaoran apareceu pela primeira vez. Sempre que ela se sentia desconfortável perto dele, provocá-lo aliviava. Dava a ela uma vantadem enquanto ele ainda tinha que pensar para responder a altura. Agora ela sabia que também funcionava com Touya.

Ela se lembraria disso.

A diferença entre Syaron e Touya era fundamental: o irmão de Sakura tinha o raciocínio mais rápido do que o de Lee e despertava na menina um grande fascínio.

Ele também se sentou no banco, ao lado dela. E os joelhos deles se encontraram. Pele a pele, a sensação do contato era intensa para ambos, mesmo que apenas com um simples roçar de pernas.

Tudo parecia menor com ela por ali. Ele tossiu, para limpar a garganta, e se concentrou no que tinha que ensinar.

- Eu não tenho livro para iniciantes. – Ele se deu conta. -  Eu deveria ter pensado nisso. Você escuta música, certo?

Ela confirmou, enquanto prestava atenção nos dedos dele que percorriam o instrumento.

- É claro que sim. Que pergunta idiota. – Ele tocava o piano e alternava entre as notas mais altas e baixas constantemente. – Eu vou pedir emprestado alguns livros do departamento, para a próxima aula.

Próxima aula. Ela não tinha pensado que teriam próximas aulas. Burra.Era obvio que não poderia aprender tudo numa única tarde. Então, mais aulas significavam... Mais tempo com ele.

Tomoyo fechou os olhos e sorriu para si mesma, feliz. Ela já estava imaginando as próximas aulas, e seu coração bateu mais rapidamente.

-Daidouji?

Os olhos violetas abriram rapidamente e perceberam a curiosidade nos olhos castanhos. Se ela já estava com ele, por que perdia tempo sonhando?

- Desculpe, sensei. Acho que viajei um pouco. – Ela esperava que a sensação de vermelhidão em sal face fosse só imaginação.

- Eu não permito que isso aconteça durante as aulas. – Ele brincou. – Vamos começar pelo básico.

Depois de algum tempo...

- Desculpe-me se estou sendo repetitivo e chato com essas lições.

Ela balançou a cabeça. – Não, está tudo ótimo. Eu tenho que engatinhar antes de começar a andar, certo?

- Esse é o espírito. – Ele pegou a mão dela e a ajeitou sobre as teclas do piano, começando com um C. – Desse jeito.

A mão dele era tão grande e tão quente. Ele manteve a mão sobre a dela, ajudando-a  a encontrar as notas. Agora, não era imaginação. Ela estava corada. Ela tentava não pensar sobre isso, mas os dedos femininos não estavam obedecendo ao cérebro e ela errou mais uma nota.

- Essa foi ruim. – A menina comentou.

Ele riu

- Você melhorará. Confie em mim. Deixe-me lhe mostrar algo novo.

Pelos próximos trinta minutes, Touya e Tomoyo sentaram-se juntos, enquanto ele a ensina as notas e ela tentava fazer com que seus dedos obedecessem às instruções dele. Nenhum dos dois permitia que a proximidade entre eles os  afetasse de uma forma obvia, mesmo que quando as mãos se encontravam ou ela pisava sobre o pé dele no pedal.

Da próxima vez, ele deixaria que ela sentasse no banco sozinha. Se as pernas dela roçassem mais uma vez nas dele...

E ai aconteceu  mais uma vez.

- Ok! Acho que está bom por hoje. Eu realmente não posso te mostrar mais sem alguma música.

- Seus ouvidos sofreram muito? – Ela pousou as mãos sobre a coxa, fazendo com que os olhos masculinos passeassem por lá mais uma vez.

- Eu estava tentando esconder esse fato, mas sim.

Dessa vez ela pisou no pé dele de propósito, e ela riu quando ele fez uma cara de desgosto.

- Então me mostre como deve ser. -  Ela disse enquanto se levantava. Esticou todo o corpo, inclusive os braços, fazendo-os ficar a cima da cabeça. – Você tocaria algo para mim?

Por que a mente dele via duplo sentido nas palavras inocentes dela. Será que ela fazia de propósito, mostrando toda a curvatura do seio ao se esticar?

Ele balançou a cabeça. Tomoyo não sabia o quanto era feminina e sensual.

- O que quer escutar?

- Qualquer coisa.

Ela se sentou na beira da cama dele, apenas porque não havia outro lugar para sentar, mas ainda assim ele se sentiu como um garoto acanhado que nunca tinha visto uma bela mulher sentada em sua cama.

Touya se concentrou no piano e pensou em algo para tocar. Mas não era relevante pensar, porque seus dedos decidiram por si só.

Ela fechou os olhos enquanto escutava a melodia. Era obvio perceber que ele amava aquela musica, porque ele a tocava com emoção. A princípio a melodia era sombria, pra depois se tornar apaixonante.

- Essa realmente é linda. – Ela disse num murmúrio, com medo de perturbá-lo.

- É um pedaço que minha mãe escreveu.- Ele disse docemente.

- Você sente falta dela? – Ela percebeu que os ombros dele se tornaram tensos, e ela imediatamente desejou não ter perguntado nada. – Me desculpe. Essa foi uma pergunta idiota.

- Bem, agora estamos empatados. – Touya respondeu na brincadeira. Não era tanto a pergunta sobre sua mãe que o incomodava, mas sim lembrar do dia em que sacrificou seu último elo com ela. Se eu soubesse tudo o que eu sei agora, será que teria feito a mesma escolha? Ele parou de tocar e encarou as feições de Tomoyo. – O quanto você sabe sobre isso?

- Só o que Sakura-chan me contou... Que você era capaz de vê-la.

Ele concordou.

Fazia sentido que Sakura tivesse contado para Tomoyo sobre ele. Já que ela estava lá no dia que aconteceu e ela tinha visto ele cair num sono diferente.

– Eu sei que ela está aqui, mesmo que eu não possa vê-la. Ela continua muito perto de mim. Quando eu começo a sentir sua falta, eu me lembro de todas as coisas que ela me deu. – Ele estava sempre rodeado de lembranças, seja pelas musicas que sua mãe escrevera, seja pela animação de sua irmã mais nova, que era como sua mãe.

- Minha mãe sempre me conta algo sobre sua mãe. Eu queria tê-la conhecido. -  Era verdade, mesmo que Tomoyo sentisse que vivia as sombras de Nadeshiko. Tendo que ser algo que não era, apenas para fazer Sonomi feliz

- Ela teria amado você.

Ela não sabia o que dizer. Seus olhos encontraram os castanhos dele, mas ela não conseguia ler o que se passava ali. Ela continuava tentando desvendar o que se passava com ele, tentando ao mesmo tempo, não se perder naqueles olhos.

Então ele desviou o contato visual. – Quando você quer ter a próxima aula?

Ela tinha sido pega o encarando. Quando ela pararia com isso? – Que tal um dia depois da aula? Talvez na quinta?

- quinta-feira está ótimo. – Ele se levantou, colocou as mãos nos bolsos da calça jeans. – Então nos vemos na aula amanhã.

- Okay. – Ela respondeu cabisbaixa, ela se retirou do quarto, indo em direção a porta de entrada. Sendo seguida por Touya. – Mesmo sabendo que sua presença no momento era  inoportuna para Touya a boa educação falou mais alto. Ao chegar à porta ela virou-se para ele e disse:

- Obrigada, sensei. – Ela já estava com sua bolsa e o livro emprestado por ele em mãos. – Pelo livro também.

- Sem problemas. Nos vemos amanhã. – Ele disse mais uma vez, segurando a porta de entrada para que ela passasse e ele pudesse enfim continuar com sua vida cotidiana.

- Nos vemos amanhã. – Ela levantou a mão num aceno de despedida.

Touya fechou a porta e se escorou nela. Ele fechou os olhos e deu um longo suspiro, que não havia percebido que tinha prendido há um longo tempo.

Ele nunca tinha se sentido tão aliviado em ver alguém partir.

Ele tinha contada, uma vez, pra Tomoyo que era seu onii-chan. Então as lembranças de seus pensamentos durante a tarde lhe pertubaram, já que nenhum deles se referia a ela de forma fraternal.

Era sempre algo do gênero: como ela cheira bem,  algo com uma fragrância floral.  Ou como os lábios delicados eram convidativos. E pior, como a pele pálida parecia com a neve e como ele tinha vontade de tocar. E o que dizer dos olhos violetas, que eram ainda mais lindos do que o oceano e no mínimo mil vezes mais profundos.

Era errado em tantos níveis deiferentes. Tomoyo tinha apenas dezesseis anos. Ela era amiga da Sakura. Filha de Sonomi. Sua aluna… Ele não deveria pensar de outra maneira, não importando o quão amáve, inteligente e...

Ele se amaldiçoou.

Seguiu em direção ao sofa e se jogou por lá mesmo, cobrindo os olhos com um braço.

Ele não se sentia tão confuso assim por uma atração desde que conhecera Yukito. Pelo menos essa atração era explicada pela magia. O que não parecia ser o caso com Tomoyo. Era mágico, mas algo mais...

- Merda! – Ele finalmente se lembrou do porquê de se sentir incomodado ao emprestar o livro a ela.

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Tomoyo saiu da casa de Touya totalmente desnorteada e desatenta. O pensamento desordenado.

Coisas sem sentindo assolavam sua mente. Ela gostava de Touya mais do que deveria.

Já estava quase na esquina de casa, quando sentiu uma mão fria em seu ombro.

A principio assustou-se e virou bruscamente o corpo para ver o dono da mão. Em seguida aliviou a tensão em seu rosto ao perceber que se tratava de Eriol.

- Desculpe-me se a assustei Tomoyo-chan.

- Não. Eu estava apenas distraída. Mas o que faz por aqui?

- Aluguei uma residência aqui perto. – Eriol aproximou-se da menina.

Envergonhada com a proximidade dele, ela encarou os próprios sapatos. Eriol havia sido seu amor de infância, e no fundo sempre tivera uma grande admiração por ele.

- Não fique assim. – Ele levantou delicadamente o rosto da menina, fazendo com que seus olhos se encontrassem.

Tomoyo não pode evitar a vermelhidão que se espalhou por sua face.

- Voltei por nós. – Ele foi o mais objetivo possível.

Ainda paralisada por tudo o que ouvia dele. Ela tentou murmurar algo, mais nada saia.

- Não precisa falar nada. Basta saber que sempre foi recíproco.

Ela não podia acreditar no que ouvia. Depois de anos esperando ouvir aquelas palavras dele. Depois de noites sem dormir, querendo apenas ser notada por ele. Aquele deveria ser o momento mais mágico de sua vida.

Mas não era...

Porque o príncipe de seus sonhos, talvez, não fosse mais o mesmo!

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Notas finais do capítulo

Meninas me desculpem, mais uma vez pela demora, mas em compensação esse foi um capitulo bem longo. Perdoem-me por isso também, é só que eu precisava construir algo que não fosse apenas carnal, sabem... Acho que eles precisam de afinidades, de conversas... Eu estou tentando criar uma base sólida para o relacionamento deles, para que assim o “amor” deles não surja do nada.

Quero agradecer a todos os que vêm acompanhando a fic, e principalmente a todos que me incentivam a continuar, deixando seus comentários:


AnGel__Soul;

Ulquiheme;

FLORSAKURA1;

aluainy.


Não desistam da fic, os capítulos dela viram em breve!

Bjos a todos

E até a próxima!



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