Conto das Marés escrita por J L Vianna


Capítulo 1
Encontro nas Marés Turbulentas


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal esse é 1/3 capítulos, espero que gostem e desculpa qualquer coisa, faz tempo que eu não posto aqui. Críticas são bem vindas.
Boa leitura!



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      A capitã Sarah Fortune acordou de seu sono com uma estrondosa trovoada. O barco balançava na forte tempestade que se abatia no Cabo das Marés Turbulentas, fazendo as pratarias de sua cabine tilintar insanamente. Sarah pousou seus pés delicadamente no chão e sacudiu de leve o longo cabelo rubro. Apesar da aparência frágil, Sarah ou Miss Fortune como era conhecida, era uma mulher de fibra e uma rígida capitã. A jovem já havia viajado incontáveis vezes e enfrentado diversas tempestade no encalço de piratas suspeitos do assassinato de sua mãe, entretanto sem sucesso, mas adquiria experiência, ouro e respeito por onde passava. Aquela tempestade não era nada para ela e sua tripulação a não ser uma brisa inofensiva.

    Mas algo em seu interior a alertava de um novo perigo. Uma desconfiança latente crescia em seu íntimo e não tinha nada a ver com o apostador traiçoeiro que dormia no pequeno quarto ao lado. Algo mais poderoso, como o mar recuando antes de um maremoto. Foi então que ela percebeu que a tempestade havia cessado repentinamente e um silêncio incômodo se abateu sobre o ambiente.

   Uma luz esverdeada cobriu sua cabine e Fortune observou espantada pela janela, que ela vinha da própria água. Algo sombrio atravessou rapidamente seu campo de visão. “Uma criatura” pensou a ruiva. Sem titubear, a pirata se vestiu, apanhou suas armas e subiu para o convés, onde se deparou com seus homens totalmente inertes.

   Ela chamou por cada um deles, mas nenhuma resposta recebeu. Aproximou-se de Carlo, seu imediato, mas ao toca-lo percebeu que estava em total transe, quase não respirava e seu corpo estava frio como as geleiras de Freljord. Assustada a mulher recuou. Já havia escutado diversas histórias sobre tal situação na Taverna do Tritão, mas achava que não passava disso: lendas. De acordo com os boatos só havia uma espécie de criatura em todo mar de Valoran com tal poder: os Marai, ou o povo sereia como eram conhecidos pela linguagem popular.

  Sacando suas armas, Sarah se aproximou da borda da embarcação com cuidado e ao olhar para o mar, não pode acreditar no que seus olhos viam. Em cima de um trono líquido uma sereia a fitava, com seus enormes olhos laranja. Sua pele verde e escamosa emitia um brilho suave ao refletir a luz da lua. Seu cabelo, se é que poderia se referir assim, eram cartilagens finas e esbranquiçadas cobertas por um elmo negro. Uma joia azulada incrustada no centro chamou a atenção da pirata, mas nada a surpreendia mais do que o báculo que a criatura carregava em mãos, que fazia a água oscilar cada vez que a sereia o meneava sobre a maré.

— Miss Fortune. – disse a criatura. Sua voz macia e melodiosa era quase hipnótica. – Finalmente a encontrei.

— Como me conhece?

— Uma pirata astuta e poderosa que consegue tudo que quer, seja pela força ou pela beleza estonteante. Não é difícil escutar rumores à seu respeito.

— O que fez com meus homens? E o que quer de mim? – esbravejou a ruiva. Odiava quando alguém sabia mais dela do que ela deste alguém.

— Não se preocupe, seus homens estão sob efeito de um feitiço passageiro. E quanto ao que quero de você é o que realmente deve se preocupar.

A sereia levantou seu cajado e a água tomou a forma de uma onda e a elevou ao ar, fazendo a capitã se impressionar e se interessar ainda mais pela aquela fantástica criatura, especificamente no cajado. Será que valeria a pena atacá-la e rouba-lo? Ou seria insanidade? – pensou a pirata.

— Meu nome é Nami, a Conjuradora das Marés, pertenço ao povo Marai e procuro um poderoso artefato chamado Pedra da Lua. Porém, há um empecilho em minha jornada – da onda que sustentava Nami emergiu um tentáculo que se soltou e virou uma bolha transformando-se em um monte. Em cima do relevo, um templo era banhado pela luz da lua e uma mulher com uma espada crescente e de armadura, se postava em frente a ele. – Como pode ver a pedra está neste local, o Monte Targon. Lugar onde habita uma poderosa guerreira que age em nome da lua e que muitos suspeitam que já tenha perdido sua sanidade.

— E onde eu me encaixo nessa história?

—Suas habilidades são lendárias e correm os mares como as correntes dos oceanos. Juntas, podemos derrotá-la e o meu povo poderá então viver em paz, sem o terror das criaturas abissais por mais cem anos.

Miss a encarou com desinteresse. Ela achava mesmo que a grande caçadora de recompensas das marés carregava este titulo à toa? Dinheiro e joias moviam ela e sua tripulação. E se a sereia quisesse ajuda, teria que melhorar sua oferta.

—Se já ouviu falar de mim, sabe que eu não trabalho por caridade. Se quiser minha ajuda precisará de mais do que esta história mole.

Nami então afundou sua mão na água e retirou de lá uma pérola brilhante. A esfera esbranquiçada era a joia mais linda que a pirata já vira em toda sua vida. E sua delicadeza emitia uma aura singela e singular que ela nunca havia contemplado. Devia valer milhões de moedas de ouro, além de ser algo que mataria Gangplank de inveja, se o capitão miserável não já estivesse. Em vida, o velho lobo do mar se apossara de uma relíquia valiosíssima durante uma de suas navegações pelos mares gelados de Freljord, graças a um maldito explorador demaciano. Aquele objeto com certeza a deixaria várias moedas à frente de muitos caçadores de recompensas das Águas de Sentina. Agora sim Nami despertara seu interesse.

—Esta é a Pérola Abissal. Uma joia que você nunca irá conseguir na superfície. Ajude-me e ela será sua.

— Como sei se posso confiar em você? – perguntou a ruiva desconfiada. – Aliás, como sabe se eu não irei te enganar e roubar a pedra?

— Você não vai fazer isso, pois é tão bela quanto astuta. E além do mais, eu posso te ajudar.

— Me ajudar? – perguntou a pirata sorrindo ironicamente.

— Posso usar os meus poderes para ajudá-la em sua busca por vingança.

— Como...?

— Sarah Fortune. – sorriu a criatura. – Breve você saberá que o mar guarda mais segredos do que parece. Então, temos um acordo?

Fortune colocou suas armas na cintura e ajeitou o chapéu na cabeça. Aquela criatura sabia negociar. A viagem ao Monte Targon poderia ser perigosa, mas se Nami pudesse ajudá-la a encontrar o assassino de sua mãe, ela não mediria esforços para ajudá-la. Nem que tivesse que matar a mulher de armadura.

— Desencante meus homens, e se prepare para nadar, vamos pegar aquela pedra custe o que custar.

 


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Notas finais do capítulo

E ai, gostou? Semana que vem posto o segundo. Deixe um comentário do que precisa ser melhorado ou apenas sua opinião.Vlw!