One and Only escrita por AnnieLê


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Oii pessoal, como estão vocês? Mais um capítulo, e sim, podem gritar AMÉM! desculpem a demora, e vou logo dizendo... Emoções é o que não falta. Espero que vocês gostem e não esqueçam de comentar.!! É muito importante para nós :) Beijão :3

Fizemos uma playlist para nosso casalzinho complicado. Escutem aqui: https://8tracks.com/afool-inlove/one-and-only



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Puta merda! Ele repetiu ao ver Karen saindo correndo em direção à saída.

Rose sentiu vontade de segurar-se nele. Queria beijá-lo novamente e implorar para que ele não fosse atrás dela. Mas...

Ele a olhou, com aquele olhar perdido, dividido entre ir atrás da Karen e deixa-la mais uma vez sozinha.

— Eu vou ficar bem — ela afirmou, liberando a mão dele, que ela havia pegado sem perceber. — Tudo bem, vá atrás dela.

E naquele momento suas amigas apareceram e foi à deixa, ele saiu correndo atrás da Karen. Louisa e Gaby a olha de forma interrogativa.

— O que aconteceu? — Nos esbarramos na Karen e ela estava totalmente pirada. Eles brigaram?

— Ela nos pegou, hum... Beijando-nos.

— O QUÊ?? — gritaram as duas ao mesmo tempo.

Puta merda! — Soltou Gaby.

Aquela palavra estava sendo muito repetida naquela noite, foi suficiente para fazer Rose sorrir.

— Pelos deuses, o que vocês vão fazer agora? — perguntou Gaby quando viu Rose se recostar na parede com o semblante triste.

Impaciente, Rose explicou tudo. Tudo que havia acontecido naquela noite e o resto que havia omitido delas ao longo daqueles meses infernais.

— Deixe-me entender... — Gaby falou finalmente. — Você e Alex andam tendo esses encontros casuais, essa química e só agora você nos conta. Sua vadia maluca!

— Desculpem— disse Rose. — Eu não sabia o que fazer, eu...

— Tenha cuidado, Rose. Não se machuque.

— Eu sei — respondeu Rose.

— Também vai ser difícil para Alex. Acho que não vai assim tão fácil se livrar daquela maluca.

— É. Você tem razão.

— Eu sempre soube que você e Alex se gostavam, só são dois idiotas retardados, eu espero que tudo se resolva. E vocês finalmente fiquem juntos caramba!

— Isso ai. — concordou Marie. — Alex merece ser feliz e você também.

Rose continuava pensando na mesma coisa. Gaby tinha razão. Ela teria cuidado, mas estava tão excitada que mal podia esperar que o dia seguinte. Parecia que tudo ia ficar bem novamente, pela primeira vez em meses, ela se sentiu relaxada. Ela se recostou no banco traseiro do taxi onde estava com as amigas e fechou os olhos, relembrando o que havia acontecido. Suas terminações nervosas ainda vibravam a lembrança do corpo quente e da boca faminta do Alex.

 

 

 

 

✽✽✽✽✽✽

 

 

Ela sentou-se na cama a centímetros do garoto. O sol da tarde batia na janela e refletia raios dourados por todo o quarto, as folhas das arvores lá fora reproduzia um farfalhar agradável e familiar.

Ela o olhava com deleite, era como se uma força gravitacional a empurrasse de encontro a ele. Ele era como um buraco negro, fascinante e inexplorável, que a sugava, ela perto dele era apenas uma partícula minúscula. Ela não podia escapar dele. E ela não queria, ela queria se tornar parte daquela fusão e ela estava pronta, ela diria que o amava com todas suas forças. Ela não tinha mais forças para ficar longe dele.

O garoto a olhou e ela podia jurar que podia alcançar sua alma, dizem que os olhos são as janelas da alma e ela diria mais, diria que são também as vitrines do coração, alem de ver a beleza interior dele, ela via que aquele sentimento era verdadeiro e que eles nasceram um para outro.  Os olhos dele eram duas fendas brilhantes que a hipnotizava e se ele pedisse para ela se jogar de um prédio de 50 andares, ela o faria. E se não bastasse ele sorriu, deus, ela faria tudo que ele quisesse.

 

Ele se aninhou perto dela fazendo seu colo de travesseiro, ela afagava delicadamente o cabelo dele, ele ronronava de deleite, e constantemente se virava para observa-la com um sorriso bobo no rosto.

 — Que foi? — perguntou ela.

— É que é estranho. Eu, você. A gente. Sempre estivermos juntos, mas agora você.. Eu, a gente.

Eles riram da idiotice da questão.

Ele ia começar a falar quando ela o interrompeu com um beijo doce e inocente.

 

— Hey! Você está me desconcentrando.

— Você começou!  Fica me secando, olhando, parece que estar apaixonado por mim!

 Ele se levantou de um salto e a olhou risonho.  — Eu estou loucamente apaixonado... — Disse ele se aproximando da garota e desviando para o balde de pipoca. —Por essa pipoca que você fez. — Ele agora gargalhava, da cara de desgosto da garota.

Que pra se vingar, tomou o balde de pipoca e o prendeu na cama e começou a beija-lo sem parar. Eram pequenos beijos na testa, no nariz, na bochecha. Ela o torturava de beijos ora de cócegas na barriga, eles riam como duas crianças. E de repente ela ficou seria. Olhando-o com carinho e disse com voz firme.

— Eu te amo Alex Stewart.

 

 Ele estava pronto para responder quando o som do celular a acordou.

 Ela abriu os olhos atordoada, queria chorar quando se deu conta que era apenas um sonho.

O celular continuava tocando, temendo que ele acordasse seus pais ela finalmente o alcançou da mesinha e se assustou quando viu de quem era a chamada.

— Alô?— Sua voz saiu fraca 
— Bom dia e desculpe se te acordei querida, mas precisamos conversar. 
— Bom dia Sra. Stewart e não, não me acordou. (E sim, me acordou, no melhor sonho da minha vida, a propósito) — mentiu a garota sentindo a urgência no tom da outra, e já imaginando o que se tratava. Ela estava certa que a Karen devia ter dado mais um show de dramaturgia. 
— Hum, é urgente querida. — A garota despertou do devaneio com a palavra "urgente" Calma, relaxa, respira, — Ela ordenava a si mesma. — Você não fez nada de errado... Ou recapitulando, garota você beijou seu melhor amigo, que agora não é mais seu melhor amigo. É algo mais, e pior ainda, ele estava para todo o efeito comprometido, ou seja, você se qualifica como: A outra. — ela teria rido daquilo se a Sra. Stewart não tivesse a despertado.

 

— Alô?  Você esta me ouvindo?

— Oh, ficou mudo. Mas enfim, eu vou tomar café e passo na sua casa, pode ser?
        — Não!... Olha, faremos assim, me encontre no café daqui a 30 minutos está bem? – Sugeriu a mãe do Alex.

— Sem problemas.


      Rosie tomou o banho mais rápido de sua vida, colocou uma calça jeans desbotada que ela amava, sua mãe teria um colapso quando a visse vestindo-a, tecnicamente era para estar num caminhão de lixo a essa hora. Ele vestiu um suéter por cima da camiseta básica dos sábados e calcou seu converse. Olhando- se no espelho aplicou um rímel e um gloss clarinho. Decidiu não escovar os cabelos, pois era um pecado desmanchar aqueles leves ondulados nas pontas que ela adquiriu enquanto dormia e sonhava com Alex. Ela ainda relembrava o sonho enquanto descia as escadas, caminhou rapidamente em direção da cozinha. Sua mãe a olhou com seu olhar questionador, pois dias de sábados eram sagrados para a rose. Ela nunca acordava cedo.

— Caiu da cama querida? – brincou seu pai enquanto colocava uma torrada na boca.

— Quase isso! Tenho que resolver uma coisa com o Alex. — Disse ela entre um longo gole de suco de laranja, aproximando-se do pai o beijou na testa, roubando a torrada da mão dele no processo, ela voltou-se e soltou um beijinho para a mãe enquanto sorria cúmplice.

— Hey, que historia é essa? Há essa hora? O que esta acontecendo Rosalind? E essa calça não ia para o lixo? — Sua perspicaz mãe não deixava passar nada e eram tantas perguntas que por um segundo a garota ficou tonta.

— Já volto, e quando acordo tarde você reclama, quando acordo cedo você reclama, mamazinha se decida! E não me chame assim, e não, essa é outra! – Ela ralhou em um tom jocoso e continuou andando em direção à porta. Ela não podia dizer que iria se encontrar com a mãe do Alex, porque teria que contar tudo e as coisas já estava complicado o suficiente.

 

 

✽✽✽✽✽✽

Rose subia as escadas de dois em dois degraus, tinha a respiração ofegante. Olhou no relógio pela milésima vez se certificando que não estava atrasada, mas ao olhar ao redor notou a mãe do Alex sentada numa mesa à esquerda acenando para ela.

Ela caminhou lentamente em direção da mulher, ela tentava decifrar o humor da outra, pois ela sabia muito bem do que a Karen seria capaz, aquela garota maluca não perdia uma chance de mostrar seu talento para a dramaturgia, ela daria uma ótima escritora de novela mexicana a propósito.

— Olá querida como você estar?  — Perguntou a mulher educadamente. 
— Muito bem e a senhora?
— Desisto de você! — disse Helena entre risadas pegando a outra de surpresa, a garota estava claramente pisando em ovos ali.

Ela não sabia se aquilo era ironia ou... Ela resolveu ficar calada e esperar a outra se explicar.
— Já se foram quantos anos?  E você ainda com essa mania de me chamar de Sra. Stewart. — concluiu ela risonha. — Eu me sinto uma velha.

A garota soltou a respiração que estava prendendo sem notar e tentou sorrir junto, mas estava muito nervosa e o sorriso saiu meio que uma careta.  Ela estava esperando uma reprimenda, ou qualquer outra coisa da outra, ela estava muito confusa naquele momento.

— Eu não sei nem por onde começar. Mas tenho que confessar uma coisa... Eu... Meio que senti muito ciúmes de você. Você era uma criança linda e que estava “roubando meus bebes” — disse ela fazendo aspas com os dedos. Ela parecia arrependida e envergonhada.

Rose finalmente compreendeu aquele sentimento que sentia quando era criança. A garota sorriu nostálgica. — Eu nem imaginava, eu achei que a senhora não gostava de mim na época.

— Oh Rose, eu fui tão infantil. É vergonhoso trazer esse assunto à tona. Você era apenas uma criança que enfeitiçou meus bebês. Era "Rose" 24 horas naquela casa.

Elas foram interrompidas por uma garçonete sorridente, que deixou duas canecas na mesa e se retirou logo em seguida.

Rose percebeu pelo cheiro que era chocolate quente e sorriu para a outra agradecida e comovida pelo gesto.

— Ah vejo que vocês não mudaram os hábitos. O Alex e o Adam também sempre preferiram tomar chocolate.

Era estranho para Rose a ouvir mencionar o Adam.

Era como se ele fosse aqueles assuntos constrangedores, denominados “problemas de família” que a gente tenta manter debaixo dos panos. E ela sabia que era doloroso para toda família.
— Eu não sei por que estou falando sobre ele, eu acho que é porque esta perto da data e...

Ela se calou quando sentiu a mão da garota sobre a sua, ela retribui o aperto e sorriu, era um sorriso triste. Ela provavelmente magoaria aquela doce garota, e ela tinha que admitir. Ela devia muito a Rose.

Eu quero te pedir desculpas, eu era tão rabugenta com você. Acho que devo um pedido de desculpas a você. Eu também sou tão grata. — disse a mulher envolvendo a mão da garota cariosamente. — você foi à luz quando a nossa casa estava nas sombras.  Quando o Adam nos deixou, eu achei que perderia meu outro bebe. Mas você estava lá, ajudando meu Alex a superar.

— Eu não fiz nada.

— Oh querida, você não sabe, mas ele se culpou tanto... Oh meu deus, como ele pode se culpar. Ele era só uma criança! Eles tinham brigado um dia antes, eu nunca os vi separados desde que eles saíram de dentro de mim. Eles tinham aquela conexão que os gêmeos desenvolvem no útero e fora dele. E os ver brigando foi uma surpresa muito grande.

Mas naquela tarde, eles brigaram e o motivo foi você.  Você estava na florida, visitando seus avós. Mas querida eu só estou contando isso pra você entender aonde quero chegar. Enfim, eles brigaram pelo direito de quem se casaria com você. E pra anima-los a fazerem as pazes eu os obriguei a ir naquele passeio... — A Sra. Stewart tinha a voz embargada pela emoção.

—Eu... Sou a única culpada. O Adam implorou pra não ir, mas eu não dei ouvido. Eu matei o meu filho Rose. —falou Helena com os olhos cheios de lágrimas.

— Não, não foi sua culpa. Foi um acidente. Eu era pequena e lembro claramente. Foi um acidente. — falou Rose entregando um lenço que achou na bolsa.

— Mas, o Alex se culpou, ele tinha pesadelos terríveis, ele viu o próprio irmão morrer. E eu estava tão perdida na culpa que negligenciei meu próprio filho que sofria, eu fui tão egoísta. Mas, você estava lá, o ajudando a superar. Eu te devo muito Rose.

— Não, não precisa me agradecer, eu amo o Alex.

— Eu sei querida e é por isso que não vou ficar enrolando, sei que te magoarei, mas eu tenho um pedido para te fazer. Por favor, se afaste do Alex.

— Sra. Stewart, eu...

— Por favor, a Karen me contou tudo...

A garota se preparou para o que vinha, ela estava preparada.

—Que vocês brigaram e que você é o motivo dela estar fazendo as malas nesse momento.

—Eu... — Rose tentou falar, mas a helena a cortou.

—Eu sei que você o ama e que têm ciúmes dele com outras garotas. Que ele é o irmão que seus pais não lhe deram e que vocês têm essa conexão que ninguém no mundo pode explicar, Mas...

— Eu... Ela queria contar que o amava. Não como irmão. Mas ela se calou.

— Mas ele precisa se afastar de você, principalmente agora...

— Agora? — O que aconteceu? — Perguntou Rose preocupada.

— O Alex vai ser pai. A Karen esta esperando um filho, meu neto. E por isso como mãe eu te imploro, não interfira mais. Meu filho tem te amado desde criança, eu sou mãe e vejo. Ele tem se magoado. Eu não queria que ele fosse pai tão novo, mas e se essa for à chance dele seguir em frente, de deixar o passado e a culpa para trás. Por favor, eu sei que você o ama e vai fazer a coisa certa. —Helena se levantou e colocou a mão no ombro da garota que ainda estava tentava assimilar aquelas informações.

— Me perdoe Rose, eu sinto muito. — falou a mulher ao se despedir.

A garota chorava naquele instante, amaldiçoando o maldito timing errado que eles tinham. Parecia um pesadelo, talvez ela acordasse e descobriria que aquilo ainda era seu sonho, que havia começado perfeito e terminado naquele desastre. Mas ao virar a cabeça e com a vista embaraçada pelas lagrimas ela viu a Sra. Stewart sair do café. Era real, O Alex vai ser pai, ele tinha que cuidar do filho, bebês precisam de um pai e uma mãe.

Ela sabia o que tinha que fazer.

 

 

✽✽✽✽✽✽

 

 

— Karen abre essa porta! Eu sei que você já esta acordada. Vamos conversar!

— Não temos nada a conversar Alex!

— Por favor! Deixe-me explicar pelo menos. — implorou ele se recostando na porta. Ele era basicamente um grande filho da mãe.

Karen tinha o direito de odia-lo, e ele estava bem com isso.

Uns minutos se passam, ela finalmente abre a porta. Alex entra no quarto que mais parece uma zona de guerra, as malas estão abertas em cima da cama e as roupas estão todas espalhadas. Karen levanta a cabeça e desvia o olhar magoado. Ela tem os olhos inchados. E ele sabe que ela passou boa parte daquele tempo chorando.

Atravessando o quarto lentamente ele se aproxima dela.

— Podemos conversa?

— Não aguento mais esconder isso de você Alex — A loira entrega um envelope branco.

— O que é isso? — pergunta ele curioso, virando o envelope descobre que se trata de um laboratório de análises. Ele levanta a cabeça assustado.

— O que você tem de errado? — você esta doente?

A garota da uma fungada no nariz sem cerimônia levanta e o olha diretamente — Eu estou grávida.  Acho que dois meses e alguns semanas, eu não sei.

Alex escuta aquelas palavras e parece que nada faz sentido. Um zunido embaralha seus pensamentos. Estou grávida, estou grávida ecoa o deixando meio desnorteado. Ele por um momento esquece como raciocinar. O garoto esta em choque.  Eu vou ser pai. Meu deus. Eu...

— como assim? — ele finalmente encontra as palavras.

— A gente se cuidava Karen! Se isso for brincadeira. Definitivamente não tem graça.

A garota anda de um lado pra outro, muito nervosa. Ela também não estava conseguindo lidar com essa situação, pensava que a qualquer momento poderia desmoronar. E o pior era olhar para o Alex, ele estava tão pálido que ela por um momento pensou que ele fosse desmaiar no meio do quarto.  

— Você acha mesmo que eu estaria brincando com isso? Não, não estou. Eu realmente estou grávida! Tem um bebê dentro de mim Alex Stewart!

— Eu tenho a vida toda pela frente, eu nem ao menos sei se gosto de criança. Sou uma pessoa egoísta e muito mimada. Mas aconteceu. E você, você... Meu deus. Por um momento achei que podíamos... Fui tão idiota, quando finalmente ia te contar, você estava beijando a Rose. E isso só mostra o que sempre suspeitava. Você estava me usando, brincando com meus sentimentos. Mas você não precisa se preocupar.  Só achei que você tinha o direito de saber. Eu desisto, eu não poderia competir com ela, certo?

— deus, você não vai falar nada, nem se desculpar por me usar?

— Karen, eu sei que eu sou um filho da puta, mas era tão difícil para mim. Eu... Só me desculpe.

— Eu mereço mais, eu vou embora, você nunca mais vai me ver!— falou ela pagando o resto da roupa e enfiando de qualquer jeito na mala. Mas ela não fechava e ela ficou irritada e soluçou devastada.

— Você acha que vai jogar essa bomba em cima de mim e virar as costas e fingir que eu não me importo com você ou com o... Bebê. Eu tenho meus direitos!

Direitos! Haha.  Você se importa pelo menos?  — Você vai estar comigo?

— Eu não posso mentir e dizer que te amo! A gente pode ser amigos pelo menos, pelo nosso filho?

—Eu já decidi não precisa ficar comigo por conta desse bebê, meu pai está chegando de viajem e eu vou dar um jeito nisso — Ela apontou para a barriga como se fosse algo descartável.

 Alex arregalou os olhos, entendo o que ela queria dizer com aquilo e ele explodiu, suas pernas tremiam, seu coração acelerou.  O pensamento de que ela poderia fazer o que ele não se permitia dizer em voz alta, o deixou devastado. Um sentimento forte o dominou, era seu filho, ele o amaria e estaria ali por ele. Um sentimento intenso e novo o dominou. Ele já amava aquela coisinha tão pequena que cresceria na barriga da Karen.

Suas mãos tremiam, mas ele estava exercendo um controle admirável sobre suas emoções ao encará-la.

— Este criança não tem culpa de nada e você não vai tira-lo entendeu. Eu e você. A verdade é que isso nunca daria certo. Demorei até agora para perceber isso, mas essa criança merece mais. Eu estarei na vida dessa criança.

— Mas não na minha, certo?

As lágrimas enevoaram seus olhos, e sua voz ficou embargada.

— Achei... Que pudesse fazê-lo me amar, Alex. Eu não posso só ter metade, comigo é tudo ou nada. Estou indo embora, então decida o que quer Alex Stewart.

Ele ficou parado no meio do quarto enquanto Karen rumava para o banheiro onde se trancou.

Ele ficou ali, entorpecido... E...

O terror o consumia. Deus, o que ele diria para a Rose?

Ele desabou na cama, enterrando o rosto nas mãos. Seu celular vibrou com uma notificação.

Precisamos conversar. Estou no estúdio. — Rose.

 

 

✽✽✽✽✽✽

 

     Rose andava em círculos no grande corredor do estúdio de arte, a bagunça ali refletia seu interior. Precisava acabar logo com aquilo, ela queria o conforto do seu quarto, onde choraria ate não houver mais nenhuma lagrima.

Ela se virou ao ouvir passos e seu coração se agitou. Facilitaria no que ela tinha que fazer se ele não a olhasse daquele jeito.

Um calafrio dominou todo o corpo de Rose.

Ele tinha os olhos mais encantadores.

— Oi — Disse ela forçando um sorriso.

Ele retribuiu o sorriso, ele pensara o tempo inteiro enquanto vinha encontra-la, ensaiando o que falar. Mas era só vê-la sorrir que ele se esquecia do espaço-tempo. Ela o aceitaria com essa pequena bagagem? Ela o julgaria? Ele cuidaria do filho, o amaria, ele não precisava estar com a Karen para fazer isso, afinal estávamos no século xxi. Ele claramente nunca seria capaz de fazer Karen feliz enquanto amava outra.

— Eu tenho uma coisa pra te contar.

— Eu posso falar primeiro? — perguntou ela se aproximando e tentando agir normalmente.

— Claro! As damas sempre primeiro.

Ela se aproximou.

— O que aconteceu ontem foi um erro Alex, quer dizer, gigantesco! E. Eu não quero que isso afete a nossa amizade.

Um erro — disse ele lentamente.

— Nós dois estávamos reagindo sei lá, confundindo as coisas, o que foi bom em parte, porque finalmente percebi que eu estava com ciúmes de você com a Karen. Pensar em perder sua amizade é demasiado pra mim.

Era um sonho, pensou Alex. Ele desejava que aquilo não estivesse acontecendo.

— Você acha que podemos fingir que nunca aconteceu? — perguntou ela forçando uma risada. Ela estava no piloto automático.

Rose lhe deu as costas e começou a olhar os títulos dos livros da prateleira, mesmo sabendo de cor todos os livros que havia ali. Ela não queria que ele visse seus olhos, ele saberia que aquelas mentiras eram para afasta-lo. Que estavam a machucando e a torturando, internamente, ela estava naquele chão em posição fetal, mergulhada em lagrimas. De onde estava não tinha como ver o rosto dele, mas praticamente sentiu quando ele ergueu a cabeça em sua direção.

— “Fingir que nunca aconteceu”? — repetiu ele.

— Você sabe, somos bons amigos e seria desconfortável. Não devemos confundir a nossa amizade com... Com isso, seja lá o que chamamos. — Ela ficou espantada ao ver como estava próxima das lágri­mas. Vinha tentando com todo afinco não chorar.

— Tudo bem, você esta certa. Não devemos confundir as coisas. Foi um grande equivoco.

— Ah, o que você queria me contar. — ela fingiu uma animação e finalmente se virou e o encarando. Ela sabia o que veria a seguir. Ela sabia todo o roteiro daquelas cenas.

— A Karen esta grávida.

— Wow, serio! — ela tentou soar surpresa mais aquilo estava muito bizarro, atuar não era sua praia. Definitivamente — Nem sei o que dizer.. Eh.. Tenho certeza que você será um ótimo pai.

— Eh.. Obrigado. Eu pretendo. Então, eu queria que soubesse por mim. Então, já vou indo, preciso resolver algumas coisas.

— Claro, nos vemos por ai. Felicite a Karen por mim.

— Ok, xau Rose.

Aturdida, ela se virou quando ele começou a se afastar. O que diabos ela fizera?

Alex parou e ficou ali, de costas, em silêncio. O medo a atingiu.

— Alex? — sussurrou ela.

— Hum.

— Seja feliz.

— Hum, você também. — sussurrou ele sem se virar.

E não teria certeza do que faria se ele se virasse, se agarraria nele como uma criança e não o soltaria.

De costas ele mantinha os olhos fechados, se ela o chamasse novamente, talvez ele corresse para ela. Imploraria que ela o amasse. Mas, não importava o quanto ele tentou, esperou. No final ela nunca o amou de volta.

 

 

✽✽✽✽✽✽

Rose não sabe como, mas se viu no portão da casa da Gaby minutos depois, saiu do estúdio um pouco... Certo, talvez muito entorpecida.

Entrou como um raio na casa da amiga assustando a Sra. Alvares, que quis se certificar se ela estava bem, se fora assaltada, o porquê de estar pálida.

— Eu estou bem. Só preciso falar com a Gaby.

— Ela esta no quarto com a Louisa, entre querida.

Rose viu Gaby se levantar do pufe num dos cantos do quarto e acenar. Louisa se virou imediatamente gesticulando com empolgação.

Rose quase correu desesperada para ser cercada pelo conforto de suas melhores amigas.

— Rose o que aconteceu? — perguntou Louisa. — deixando o computador de lado.

— Miga, conta! — pediu Gaby.

Rose desabou na cadeira, esgotada pelos eventos dos últimos minutos. Para seu completo horror, lágrimas vieram a seus olhos.

Suas amigas a olharam, chocadas, enquanto ela se dissolvia em lágrimas.

— Ah, meu Deus, Rose, o que houve? Querida o que tenha acontecido vai ficar tudo bem. — confortou louisa.

Gaby e Louisa a abraçaram forte.

— Eu menti, eu disse que foi um erro, eu afastei o Alex — disse ela entre soluços.

As amigas ficaram confusas tentando entende-la. Louisa pegou um guardanapo e secou as lágrimas de Rose. Suas amigas se sentaram em silêncio, acalmando- a com abraços até que ela finalmente se controlasse.

— O que diabos esta acontecendo? — perguntou Gaby. — Você está um caco, Rô.

— Gaby! — censurou Louisa. — Não está vendo que ela está triste?

Gaby suspirou.

— O que foi que o Alex fez dessa vez, eu mesma vou mata-lo e colocar razão naquela cabecinha dura.

— A Karen esta grávida e é uma longa historia — disse Rose, enquanto as lágrimas retornavam.

— Temos o tempo do mundo, miga — afirmou Gaby.

Após se acalmar ela finalmente contou o que havia acontecido.

As três pareciam perplexas. Então, a raiva explodiu nos olhos de Gaby.

— Aquela desgraçada! Ela deve estar inventando! Ela tem a cara.

— verdade, ela pode estar o enganando — concordou Louisa.

— Tenho vontade de dar um chute entre as pernas dele — resmungou Gaby. — será que ele sabe o que é camisinha?

Gaby pegou as mãos dela.

— Você quer que eu o mate?

— Não, eu o amo Gaby — disse ela chorosa. — E é por ama-lo tanto que escolhi deixa-lo ir.

Gaby puxou Rose para seus braços e lhe deu um abraço apertado.

Então, recuou e enxugou com delicadeza as lágrimas do rosto de Rose.

— Você é um amorzinho, merece ir para o céu. A gente vai estar aqui pra aguentar suas sofrências miga.

— Amo vocês, vocês são as melhores amigas que eu podia ter — falou Rose. — Vocês nem imaginam como eu precisava de vocês.

— Uma por todas e todas por uma — disse Louisa fazendo-a rir e chorar ao mesmo tempo.

— O que seria de mim sem vocês?

— Não vamos nem pensar nisso, já que você nunca vai ficar sem nós — disse Gaby.

— Então, o que vai fazer, querida? — perguntou Louisa.

Rose respirou fundo, pois, até um instante antes, ela não soubera. Ou talvez soubesse, mas não querendo aceitar a decisão difícil que seu coração já tomara. Ela o esqueceria, tinha que fazê-lo.

 


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Notas finais do capítulo

Ufa! cap longo hein? E ai? o que vocês acharam? Obs: Próximo capitulo será tipo, nova fase da fic, espero vocês lá. (Obs²: Eu tentei arrumar essa formatação mais ta difícil, o site não ajuda. :/)



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