O começo dos Cullen escrita por rosanaflor


Capítulo 16
Capitulo 16 - Anjo.


Notas iniciais do capítulo

Pessoal não parem de comentar, me deixa feliz ver os comentários sejam eles, bons, ruins, construtivos, fiquem a vontade para opinar em algo! Se vocês desanimam de comentar eu desanimo de escrever!!
Mais um capitulo com nossa querida e doce Esme!



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POV Esme.

       A cada passo eu estava mais próxima do fim, essa era minha última chance de conseguir a felicidade, se é que existia; Em minhas mãos, o cobertor onde meu filho ficou em seus últimos minutos de vida. Agachei-me e tirei meus sapatos, com o intuito de alguém os encontra-los e perceber que havia uma dama ao final do penhasco. Virei-me de costa e fechei os olhos, um sorriso preencheu minha face seguida de uma única lagrima, e então, me joguei. Era como se eu voasse, eu me senti leve como uma pena, o vento passava por mim, senti um pouco de frio mas não liguei muito, logo não sentiria mais nada. Meu corpo atingiu a terra com força, mas não senti dor, estava imobilizada, eu sabia que estava toda quebrada, fiquei frustrada por não morrer de uma vez, mas logo aconteceria. Fiquei um pouco na dúvida se ainda estava na terra pois eu não sentia nada embaixo de mim, era como se eu estivesse flutuando, talvez estivesse morta e provavelmente no inferno. Ouvi algumas vozes.

— Oh meu Deus! Ela está toda ensanguentada! – Era a voz de um homem, parecia alarmado.

— Ela provavelmente pulou do penhasco, vamos leva-la ao hospital. – Disse um outro rapaz. Não ouvi mais nada, alguns murmúrios mas estava muito baixo para que os ouvisse. Senti alguém me pegando e logo estávamos andando, as pessoas começaram a falar mais alto, então tudo ficou mais claro, eu estava em um hospital. Fiquei brava que estavam querendo me trazer de volta a vida, mas não podia culpá-los eu também ajudaria se encontrasse alguém a beira da morte.

— Comecem a fazer massagem cardíaca!

— Peguem os gazes e os medicamentos e limpem as feridas!

— Chamem o doutor Carlisle.

       Eu não acreditei nos meus ouvidos. Eu conhecia um Dr. Chamado Carlisle, ele cuidou de mim quando quebrara minha perna, eu tinha dezesseis anos, eu o achei tão carinhoso, amoroso, tão diferente de Charles, eu nunca me esquecera dele, eu sonhava em ter um marido igual a ele. Esse era um ótimo último pensamento antes de partir. Mãos gélidas começaram a me fazer massagem cardíaca, até uma outra pessoa falar para que desistam pois não haveria jeito de me salvar, fiquei feliz novamente.

       Parecia que havia passado décadas, de tanto tempo que fiquei esperando, aquilo devia ser o inferno. Ouvi uma porta sendo fechada e alguém respirando pesadamente. Não sei quem era mas começou a tirar meu cabelo do pescoço, se aproximou mais de mim e sussurrou em meu ouvido “me desculpe.” Senti algo afiado rasgando minha pele e uma queimação vindo junto, não era muito forte mas começou a incomodar...incomodar mais ainda, foi quando começou a queimar muito. Tentei me mexer mas não sentia meu corpo, tentei gritar mas não consegui, nenhum som saia. Fiquei alarmada, a única coisa que me restou foi chorar, para quem quer que fosse parasse de me machucar, tivesse piedade de meu choro.

— Me desculpe Esme, por favor não chore. – Escutei a voz que tanto me lembrara. Aquilo me deixou mais calma por dentro, mas a queimação ficava mais forte e eu chorei mais, não consegui me controlar. Eu estava no inferno, provavelmente Carlisle era meu anjo tentando me salvar, aquilo me trouce um pouco de paz.

 

     Depois de um tempo eu consegui minha voz de volta eu gritava, chorava, implorei para que tivesse piedade de mim, mas nada acontecia. De vez enquanto, quando eu parava de gritar escutava algumas conversas de fundo, não entendia nada mas sabia que estavam conversando, parecia que havia passado anos e anos, até que a queimação começou a parar nos dedos da mãos e dos pés e foi diminuindo em todos os lugares aos poucos, mas o fogo no coração piorou muito, escutei ele batendo fortemente e depois diminuir os batimentos, até parar. Fiquei parada por um tempo com os olhos ainda fechados.

— Esme? – Escutei a voz do anjo novamente e me senti segura. Queria velo então abri meus olhos.

 

POV Carlisle.

       Avistei uma janela dentro do necrotério, fui até ela e a abri, voltei para Esme, e com todo cuidado a peguei em meu colo, tinha que tira-la de lá antes que alguém aparece-se ou ela começasse a gritar. Ela estava chorando já que não conseguia gritar e aquilo me doeu muito, pedi para que se acalmasse e não chorasse mas sabia que era em vão. Pulei a janela que dava na parte de trás do hospital, fui caminhando normalmente para não chamar atenção, até chegar no carro. Coloquei ela no banco de trás e logo comecei a dirigir bem rápido, eu não sabia a partir de quantos quilômetros Edward conseguia ouvir meus pensamentos, então fui pensando no que eu queria que ele fizesse o caminho todo.

“Não saia do seu quarto, por favor Edward. Explico tudo depois, prometo. Tampe a respiração.”

       Cheguei em casa em tempo recorde, olhei a janela do quarto do meu filho a luz estava acesa e ele não respirava. Peguei Esme no colo novamente e a levei para sala, a coloquei no sofá deitada, e subi ao encontro dele. Abri a porta do quarto, ele estava sentado na cama brincando com seus dedos, geralmente fazia isso quando estava nervoso.

— O que você fez? – Me perguntou, não me acusando, mas como se não achasse nenhuma explicação para o que eu tinha feito.

— Eu tinha que salva-la, eu a conheço de alguns anos atrás, seu nome é Esme. – Falei tocando seu braço tentando conforta-lo. O cheiro de sangue estava forte.

— A transformou? – Eu assenti com a cabeça. – Os pensamentos dela estão desconexos.

— Consegue aguentar? Pode ir lá fora se isso ajudar.

— Acho que consigo, se eu não aguentar vou lá fora. – Sorrimos juntos e o primeiro grito soou lá em baixo, olhei para a porta automaticamente. – Vai lá, ela precisa de você, vou ficar bem.

     Em menos de um segundo eu estava do lado dela, eu não podia fazer muita coisa então segurei suas mãos e fiquei tentando acalma-la. Algumas vezes ela me implorava por piedade, gritava e chorava. Ela estava sofrendo muito, por um momento comecei a considerar a ideia de acabar com tudo aquilo e por uma grande coincidência, Edward apareceu do lado do piano a uns 5 passos de nós no mesmo momento.

— Eu também fiz isso, gritei, chorei e eu implorei por morte...ela acha que está no inferno que morreu e você é o...anjo dela, por isso implora por piedade e não morte, você deixou de me contar algo? – Olhei para ele e ri de seu rosto. Ele estava me perguntando da parte do “anjo”. Contei a ele toda a história sobre meu primeiro encontro com Esme.

— Parece que o destino gosta de vocês. – Eu ri novamente. – É sério, história romântica.

— Nada melhor para fazer Edward? – Eu sorri para ele que começou a rir e foi andando para o quarto.

     Três longos dias se passaram até que o coração de Esme começou a bater loucamente e logo depois foi diminuindo até parar. Tudo se silenciou, ela continuava com os olhos fechados, estava deitada no sofá, não se mexeu, então decidi chama-la.

— Esme? – Disse seu nome carinhosamente, no mesmo momento ela puxou o ar com força e abriu seus olhos, olhou fixamente para mim. Sorri para ela.

— Sei que é um pouco desorientador no começo, mas ira se acostumar, prometo, lembra de mim?

— Carlisle. – Sorri novamente para ela e acenei com a cabeça confirmando. – Aonde eu estou? O que aconteceu comigo? Estou morta?

— Fique calma. Você está na minha casa nos arredores de Ashland, não, não está morta, continua viva.

     Ela se sentou no sofá e esticou seus braços os avaliando, olhou suas pernas e logo depois seu corpo todo. Ela virou o rosto, parecia envergonhada. Sua roupa estava rasgada em boa parte.

— O que aconteceu comigo?...Argh! Minha garganta está queimando – Ela estava frustrada.

— Não tem um jeito fácil de se dizer isso...você virou uma vampira, sua garganta dói porque precisa caçar.

— Pare de brincadeira. – Eu a olhei acenando com a cabeça em um não. – Como isso é possível, não pode ser. – Olhei para trás e vi o espelho pequeno que ficava perto da escada, esse foi o jeito que fiz Edward acreditar em mim, ergui a mão para ela e a levei para perto dele. Ela ficou parada olhando o reflexo e depois me olhou sua expressão parecia assustada.

— Fique calma por favor, explicarei tudo a você com o tempo, mas precisa caçar, sua garganta ficara melhor. – Ela assentiu. A peguei pela mão novamente e a puxei para fora da casa.

“Edward, poderia ir a cidade comprar roupas para ela? Pegue qual quer coisa só para que ela se sinta melhor.”

     Não era a primeira vez que meu filho ia sozinho ao centro, ele já fora outras duas vezes e ele havia caçado naquela manhã, disse que estava farto.

     Estava guiando Esme para a floresta, ela estava olhando tudo parecia perdida em pensamentos, só notou para onde estávamos indo quando notou a sombra das árvores, ela se soltou de mim e parou de andar.

— Não tenha medo não vou deixar nada lhe acontecer. – Ela revezou o olhar entre mim e a floresta. – Confie em mim.

— O que caçamos? – Expliquei a dama minha forma de alimentação e que me considerava vegetariano. – Que belo modo de pensar. – Eu sorri.

       Ensinei a ela a correr pela floresta em nossa velocidade e como o Edward ficou atônita. Encontrei um rebanho de cervos perto de uma árvore a um quilometro, pedi para que respirasse profundamente e seguisse seus instintos e foi o que ela fez. Depois de se alimentar de cinco cervos se sentou embaixo de uma árvore fui ao seu encontro e sentei ao seu lado, não parecia nervosa, nem triste, estava muito pensativa, então olhou para mim.

— O que foi?

— Eu nunca pensei que o veria de novo, eu nunca me esqueci de você. – A olhei no fundo dos olhos.

— Eu também não...foi por isso que a transformei, não aguentaria vela morrer, porque fez aquilo? – Disse suavemente. Ela olhou para frente suspirou e então me olhou novamente e sussurrou.

— Lembra que no dia que quebrei a perda lhe disse que fiz aquilo porque meus pais queriam me fazer um casamento rajado? – Assenti com a cabeça. – Eu casei. Seu nome era Charles, ele era um rapaz muito atraente, era muito romântico e amoroso comigo, me dava presentes, dizia que me amava...tudo isso antes de nos casarmos. Nos primeiros dias ele era o homem dos meus sonhos, mas logo depois tudo mudou, já havia anoitecido, e eu estava preocupada com ele, não deu nenhuma noticia o dia inteiro, fiquei esperando Charles chegar na sala...me arrependi muito. Quando chegou estava bêbado e com muita raiva...foi a primeira noite que ele me bateu, depois tudo começou a ficar pior, ele me batia, abusava de meu corpo, teve um dia que ele voltou cheio de marcas de batom, perguntei onde esteve o tempo todo e o traste disse que estava no bordel. – Eu vi o mundo vermelho. Como uma pessoa conseguiria fazer mal a uma moça tão bela. – Eu fui para casa pedir ajuda dos meus pais mais nada adiantou, eles disseram para mim ser uma boa esposa e ficar calada. Mas ai o universo intercedeu por mim e ele foi convocado para lutar na primeira guerra e isso foi um grande alivio, um tempo depois disso eu havia descoberto que estava grávida e não aceitaria que uma criança nascesse naquela casa...então fugi para morar com um primo, mas quando meus pais descobriram fugi novamente para cá Ashland, ensinei numa escola num convento me disfarçando como uma das viúvas da guerra. Meu filho nasceu mas faleceu dias depois por infecção pulmonar. Então eu tentei me matar. – Ela sofreu tanto era impossível imaginar tanto sofrimento. – Me desculpe Carlisle eu não costumo falar...tanto.

— Esta tudo bem, tudo vai ficar bem. Nós iremos nos mudar para que ninguém lhe reconheça e que Charles não venha atrás de você. – Ela me olhou de uma forma tão amorosa que era impossível não sorrir.

— Eu sonhei muito com você. – Ela admitiu envergonhada.

— Não fique assim, eu nunca te esqueci também.


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Notas finais do capítulo

1 - Bordel, é um local onde se acontece a prostituição, antigamente era comum se ver um em todos os locais.
Espero que estejam gostando, COMENTEM!