Como tudo começou Parte 1

The Solids - Hey Beautiful! (https://www.youtube.com/watch?v=P1BtQmNjrZw)      

  — Harry, eu vou lhe contar uma história incrível. A história de como conheci a sua mãe— James anunciou agarrando o pequeno bebê, Harry, que chorava desconsoladamente em seu berço.

Ele se sentou na poltrona grande cor de mostarda que descansava no canto inferior do quarto. Enquanto James ninava o pequeno Harry, aos poucos, o choro desconsolado ia se aquietando e se transformando num risinho tímido.  

— Seu tio Sirius disse-me uma vez que tinha pena de quando eu resolvesse lhe contar essa história, de acordo com ele eu sou muito detalhista. Eu não sou detalhista, sou Harry? – o pequeno bebê deu uma risada feliz como se estivesse concordando – Mas ein?! Vamos hora bolas, isso não vai demorar. Sem muitos detalhes, talvez eu lhe conte com mais detalhes quando estiver mais velho – James sorriu galanteador.

            – Hm.... Onde eu está? Ah! Mas é claro.

Harry, eu vou lhe contar uma história incrível. A história de como conheci a sua mãe. Isso aconteceu em meados de 2005, o auge da minha vida. Eu havia acabado me formar na faculdade de Publicidade e Propaganda. Meu melhor amigo, Remus, estava no 9º período da faculdade de Direito. Sua namorada, Tonks, havia finalmente, conseguido um emprego num jardim de infância. Estávamos felizes, dividíamos um apartamento em Londres e tudo estava indo muito bem, obrigado, até que seu tio Remus resolveu estragar tudo... 

— Quer casar comigo? – Remus Lupin, melhor amigo de James Potter, 9° período na faculdade de Direito, se encontrava de joelhos, de frente para James, uma aliança de noivado, sobre um porta-joias cor safira, nas mãos.

— Perfeito! – James vangloriou – Cara, ela vai amar. Vai dizer sim, com certeza.

— Você acha? Eu fiquei a noite toda planejando o que dizer e o que fazer e...

— Cara, relaxa. Vocês são namorados desde o primeiro dia de faculdade, não tem como ela te recusar – James disse, tentando aliviar o amigo. – Na verdade, estava passando da hora de você propor-lhe em casamento.

— Tem razão – Remus sorriu aliviado. – Eu estou com tudo planejado. Serei romântico, perguntarei como foi seu dia, farei uma massagem, convidárei-la para jantar e...James? – Remus olhou para o amigo – Você está indo sair, não é?

— Claro, claro... Não tenho intenção nenhuma de estragar sua noite. Só me faça um favor

— O quê?

— Não transem no chão da cozinha.

[...]

Mas tarde, naquela noite, James Potter, atual bacharel em Publicidade e Propaganda, encontrou-se num Pub com seu outro amigo, economista mulherengo, Sirius Black.

— Eu não acredito que estou num bar, no sábado à noite, enquanto meu melhor amigo propõe sua namorada em casamento – James anunciou desconsolado, tomando um terceiro gole de sua cerveja.

— James? – chamou Sirius.

— Hm? – James disse, pouco concentrado, limpando o bigode de cerveja.

— Eu sou seu melhor amigo! – Sirius disse magoado. – Diga James Potter, diga que eu sou seu melhor amigo – Sirius juntou as sobrancelhas, gesto o qual fazia quando estava chateado.

— Você é meu melhor amigo, Sirius – James disse dando de ombros.

— Certo! E como seu melhor amigo nós vamos jogar um jogo que eu gosto de chamar de... “Você conhece o James?”

— Não, nós não vamos jogar você conhece o...

— Oi! Você conhece James? – antes que James pudesse dizer qualquer coisa Sirius já havia puxado uma morena para os braços de James.

— Oi... – ele disse sem jeito.

— Oi – a morena respondeu num leve sotaque canadense, se afastando dos braços malhados de James. – Você deve ser James?

Ela era linda. Linda da cabeça aos pés. Os cabelos longos e castanhos iam até um pouco abaixo dos seios. Os olhos pareciam brilhar sob a iluminação rústica do Pub. O vestido vermelho bordô ressaltava as curvas de um corpo esbelto. Meias finas e pretas desciam até um scarpin cor de pele, alongando suas pernas. Ah! As pernas. James nunca virá uma mulher com pernas tão lindas e definidas.

Ela o encarou levantando uma de suas, bem feitas, sobrancelhas.

— Algum problemas?

— Ein?! Ah! Nenhum... – James disse um tanto atrapalhado. – Bem, você sabe, nada demais. Eu sou... – ele gaguejou, como se por um segundo houvesse esquecido seu próprio nome – James, James Potter.

— Certo, hm, James Potter – ela disse, e sob a pronuncia de seu nome o sotaque canadense tornou-se mais nítido.

Sexy, James pensou.

— Sou Marlene, Marlene McKinnon – ela disse mordiscando os lábios. O que chamou a atenção de James. Ele não havia prestado atenção neles antes e porque diabos não havia?

Os lábios de Marlene eram carnudos e bem desenhados, pintados por um rosa claro em contraste com a maquiagem leve, quando ela mordiscou-os pela segunda vez James se segurou para não beijá-la.

— Hm... Você gostaria de um drink?

Certa vez, descrevi para o seu tio Remus, como seria o meu tipo ideal de mulher. Ela teria que ser estrangeira...

— Nasci e fui criada no Canadá, minha família veio para o Reino Unido quando eu tinha 15 anos. Levei certo tempo para me acostumar, mas depois de 10 anos acho que finalmente consegui alguma coisa – ela dizia, tentando forçar um sotaque britânico, sem sucesso. Isso fez James rir e acha-la ainda mais sexy.

Teria que gostar de cachorros...

— Sou apaixonada por animais, especialmente cachorros. Tenho cinco. Inclusive, sou atual veterinária.

  Teria que citar frases obscuras de Star Wars ...

— It’s a trap!

E... O mais importante...

— Não gosto de azeitonas, você quer? – Marlene ergueu o prato de azeitonas até a altura dos olhos de James.

É importante que você saiba disso, Harry.

James tinha uma azeitona entre os dedos polegar e indicador e segurava uma das mãos pálidas de Marlene.

— A teoria da azeitona se baseia nos meus amigos Remus e Tonks, ele odeia azeitonas, ela adora, de alguma forma isso os torna um grande casal, em perfeito equilíbrio.

Marlene riu, um riso rítmico e encantador que fez James se arrepiar.

— Olha, eu sempre tenho um pote de azeitonas na minha geladeira – ela disse mordiscando os lábios, Oh céus! Como isso deixava James louco.

— E como eu poderia ter essas azeitonas? – disse piscou galanteador.

— Você... – antes que Marlene pudesse dizer qualquer coisa seu celular vibrou. Ela fez sinal para que James aguardasse e se retirou para fora do Pub.

Veja bem Harry, Marlene era uma mulher encantadora, eu claramente achei que estava apaixonado por ela, pensei que tivesse encontrado a Sra. James Potter, mas não era bem isso.

— E aí? – James ouviu Sirius Black, anunciar, enquanto deslizava para o acento ao lado do seu. – Ela te deu um fora? – Sirius riu, um riso meio-latido, enquanto mordiscava uma azeitona.

— Não, ela está em um...

— Sirius? – o sotaque irreconhecível de Marlene chamou. – Sirius Black?

James e Sirius viraram quase que ao mesmo tempo para encarrar uma Marlene de sobrancelhas arqueadas e uma carranca no rosto.  

— Marlene? – Sirius se sobressaltou pulando para fora do assento. – Espera... – ele olhou de James para Marlene e novamente para James. – Por que não me disse que era a Marlene? – Sirius sussurrou para o amigo?

James franziu o cenho.

— Vocês se conhecem? – ele sussurrou de volta, se sentindo confuso.

— Nós... – começou Sirius.

— Eu posso ouvir o que estão dizendo – Marlene vociferou. – E nós? Pensei que não existisse “NÓS” – ela disse irritada, aumentando o tom de voz.

— Me digam! O que diabos está havendo? – James exigiu.

— Marlene eu... – Sirius começou.

— Marlene é o caralho! – ela puxou o copo de cerveja que James estava bebendo segundos antes e o atirou na face de Sirius.

Saiu como um furacão. Irritada, com os olhos fumegando. Deixando um James confuso e um Sirius ensopado.