PDV Eloise

- Eloise, lamento te dizer, mas...

O cortei rapidamente.

- Nem pense em dizer uma coisa dessas Isaac.

- Mas, Eloise você nunca...

Virei-me para ele, irritada.

- Isaac Vadrin Legrand, eu não vou doar nenhuma roupa. Entendeu?

- Eloise, se você não doar algumas roupas você nunca vai conseguir colocar todas no armário.

Bem, para quem não entendeu direito o que aconteceu vou explicar desde o começo.

Eu e Isaac estávamos juntos há três dias, e agora estávamos morando em sua casa.

Claro que eu não podia estar mais feliz. O único problema até agora era que todas as minhas amadas roupinhas não estavam entrando no closet que ficava no quarto. Não que ele fosse pequeno demais, ou que Isaac tivesse muitas roupas (na verdade ele não tinha quase nenhuma), talvez eu tivesse mesmo muitas roupas.

Suspirei fundo, ele tinha razão.

- E-eu não vou conseguir. – gaguejei.

Isaac se levantou da cama onde estivera sentado até então e veio me abraçar.

- Calma Eloise, calma. Eu vou ajudar você.

Olhei para ele.

- Serio?

- Aham. Vai ser bem rápido. Você nem vai perceber.

40 minutos depois...

- Eloise você tem um vestido igual a esse!

- Não são iguais! Um é azul e outro e verde!

- Escolha um. – Deu o ultimato.

Olhei para ambos roendo as unhas.

- O azul.

E ameaçou jogar o verde num canto.

- NÃO ESPERE! – parou o movimento – O verde.

Isaac revirou os olhos.

- Tudo bem – eu disse – O azul.

E lá se foi meu vestido verde.

30 minutos depois...

- Espere, essa calça não!

- Mas você tem uma igual!

- Eu comprei na promoção, ela é sentimental.

Outro reviro de olhos.

- Escolha uma? –Arrisquei. E Ele assentiu. – Tudo bem, a da direita.

25 minutos depois...

- Me explique de novo. O que você faz no seu dia que exija sapatos com um salto agulha de sete centímetros.

- Isaac. Não são simples sapatos. São PRADAS.

Ele fez uma careta.

- Claro, escolha três.

NÃAAAAOOO.

15 minutos depois...

 - Chega, por favor, eu não aguento mais. – disse me jogando na cama. Olhei para o lado, no chão, um amontoado de sacolas. Minhas pobres roupinhas. Snif!

- Tudo bem, já acabou. – Disse passando a mão nos meus cabelos.

Olhei para o lado para encará-lo. Estava deitado com a cabeça apoiada no braço. O rosto próximo ao meu.

- Você percebe o que eu acabei de fazer? – perguntei - Se algum dia duvidar do meu amor por você lembre-se disso.  Eu nunca jogaria minhas roupas fora por mais ninguém.

Ele sorriu e encostou os lábios levemente nos meus.

- Você é minha consumista favorita Eloise.

Franzi o cenho

- Obrigada, eu acho.

Isaac soltou uma sonora gargalhada.

Eu gostava de vê-lo feliz daquele jeito. Como se nada no mundo pudesse entristecê-lo. Eu quase me esquecia das minhas roupas, QUASE.

Meu celular tocou e eu fui até o criado mudo para atendê-lo.

- Elena?

-Oi amiga. Queria saber se você e Isaac vão na festa de hoje a noite.

-Hãaa? – Olhei para Isaac confusa. Ele se sentou e fez que sim com a cabeça.- Claro que sim.

- Ótimo, nos encontramos as oito então. Beijos.

- Beijos.

Desliguei o telefone e o encarei.

PDV Isaac

- Festa?

- Sim, é meio que uma festa de confraternização. Aro gosta de ver a guarda como uma família. – expliquei.

- Hmn... E como é essa festa?

- Não é algo muito social, Gianna aluga o salão da cidade e vamos para lá, ninguém desconfia, as pessoas de Volterra acham que é uma festa da aristocracia.

- Hmn... – sentou-se ao meu lado e apoio o queixo em meu ombro. – Isaac?

Por que eu tinha a sensação de que não ia gostar de saber o que ela queria.

- Sim?

- Eu acho que vou precisar de um vestido novo para a festa. – sorriu inocentemente.

- Eloise, acabamos de arrumar o armário e você já quer colocar mais roupas nele??!!

- Mas nenhum é apropriado.

- São vestidos!

Ela se afastou de mim, segurou os joelhos próximos ao corpo e ficou me encarando com uma cara de choro que partia meu coração.

Aquilo era chantagem!

E pior, chantagem emocional. A pior de todas.

Suspirei.

- Tudo bem, um vestido.

Sua expressão não se alterou.

- Isaac, você me ama?

Que pergunta ridícula era aquela?

- É claro que eu amo você Eloise.

- O quanto você me ama?

Franzi o cenho.

- Aonde você quer chegar com isso?

- Por favor, me deixe comprar um par de sapatos também. – E jogou todo o poder daqueles olhos verdes pra cima de mim. Ela sabia que eu não conseguiria negar nada para ela. Especialmente quando me olhava desse jeito.

Suspiro.

- Tudo bem.

- Ótimo, então vamos logo, não podemos perder mais tempo. – E me arrastou até o carro.

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PDV Eloise

Fomos até Pisa e entramos no primeiro shopping que apareceu.

Isaac olhou para aquelas lojas com uma cara não muito feliz.

- Escute, eu vou naquelas lojas procurar meu vestido e você vai naquelas procurar seu terno. – Disse quicando no mesmo lugar esperando que ele concordasse logo para eu poder ir.

- O que?

- Isaac, eu sei que você não gosta de fazer compras. Eu não entendo sua dor. Mas eu não quero que você se sinta forçado a ir comigo. – coloquei a mão no seu ombro. Ele me olhava surpreso. - Se nos separarmos podemos sair daqui mais rápido. Então você me encontra assim que escolher sua roupa. Está bem?

- Hmn... Certo.

Dei-lhe um beijo na bochecha e sai correndo o mais rápido que uma humana correria.

40 minutos depois...

Ahh Senhor, eu não estava achando nenhum vestido que prestasse naquela loja, e Isaac ia aparece logo logo querendo ir embora.

E foi no momento de desespero que eu encontrei O vestido.

XD

Mas quando eu fui tirá-lo do cabide, eis que surge outra mão e o segura.

- Ei, garota, eu peguei primeiro, pode soltar. – Falei olhando pra garotinha que devia ter uns 17 anos.

- Nada a vê, eu vi primeiro. – E o puxou para seu lado.

Comecei a me estressar com aquela humana.

- Escuta aqui, tira as patas no MEU vestido que eu to com pressa. – E puxei o vestido para o meu lado.

- Olha aqui, você sabe com quem está falando garotinha! - Garotinha... GAROTINHA! Quem essa daí pensa que é pra me chama de garotinha, eu só muito mais velha que ela é muito mais bonita também.

- Não sei, e não quero saber. AGORA LARGA O VESTIDO! – E puxei pro meu lado com tudo.

É... O meu lindo vestido... Snif!... Rasgo.

- SEGURANÇAAAA!! – Berrou a menina.

Logo em seguida um gordão de dois metros de altura apareceu.

- O que houve senhorita Hanet?

Estranhei, será que era por que a loja se chama Hanet?

- Aquela mulher rasgou a mercadoria da loja dos meus pais.

Ótimo ¬¬.

- Mas não fui eu! Essa menina queria levar meu vestido.

- Lamento senhora terá que pagar a roupa

- Lamenta. LAMENTA! O que é você a não ser um poço de banha que se entope de rosquinhas. Eu não vou pagar nada. Está ouvindo? NADA! – Apontei o dedo na cara dele. – É está menina mimada a culpada de tudo!

O guarda ficou vermelho como um pimentão. Ui que meda, tá bravinho tá, se ele soubesse o que eu podia fazer com ele, não, melhor. Se ele soubesse o que o meu namorado podia fazer com ele.

- Senhora, vou prende-la por desacato a autoridade.

E o pior era que eu não podia fazer nada.

Nada.

Tinha que manter as aparências e fingir que eu era uma mulher frágil sendo levada para a delegacia. Que máximo ¬¬!

1 hora e 12 minutos depois...

Bem,

Estou à uma hora presa numa cela com umas três mulheres cheias de pelos me olhando com cara feia, baratas, ratos, poeira.

Ai senhor, por que eu??

E o pior era que eu nem havia conseguido meu vestido.

Suspiro.

- Senhora, seu marido está lá fora pode sair.

 Que marido? Boiei. Mas como não sou boba, sai correndo atrás do guarda.

E lá na recepção estava meu marido.

Isaac.

Ahh, ele havia vindo para me salvar!!!

*--*

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- E você sempre metida em encrencas.

- Olha, a culpa não foi minha, aquela menina queria levar meu vestido, e sabe do que ela me chamou? De “garotinha” – Fiz aspas com os dedos – Como se ela fosse muito velha.

Isaac riu.

- Com foi mesmo que você me achou? – perguntei.

- Ah, não foi difícil, perguntei por uma garota de cabelos cor de bronze na loja na qual te vi entrar e a atendente me falou tudo o que havia acontecido e sinceramente, não fiquei surpreso.

Segurei uma de suas mãos.

- Obrigada por ter ido me salvar. Aquela cela era tãoooo nojenta. – fiz uma careta

Ele aproximou o rosto do meu com um sorriso bobo.

- Imagine, foi um gosto. – e eliminou a distancia num beijo.

Depois de não sei quanto tempo me lembrei de que estávamos na estrada. E me afastei ainda com uma das mãos acariciando seu cabelo.

Eu realmente amava aquele cabelo.

- Você está dirigindo. – sorri.

- Me desculpe senhorita, não queria preocupá-la - respondeu educadamente correspondendo ao meu sorriso e se voltou para a estrada.

Já estávamos na metade no caminho quando me lembrei de repente.

- Acho que vou ter eu ir com um vestido velho para a festa de qualquer jeito. – Disse mais pra mim mesma do que para Isaac.

- Ah, na verdade não. Olhe para o banco de trás.

O fitei incrédula e depois vi duas sacolas no banco de trás. Peguei uma delas e abri.

Dentro dela havia um lindo vestido roxo escuro com algumas flores bordadas de preto.

- Eu achei que você ia ficar sem tempo depois de ter sido presa. Bem, eu tive que escolher por que o que a moça da loja indicou era horrível. Então se não gostar...

- Fique quieto! Eu adorei é lindo. – Me inclinei para lhe dar um beijo no rosto. – Obrigada.

- Hmn... Claro... Bem, você tem que se arrumar rápido quando chegarmos em casa.

Olhei para o relógio do carro, sete horas.

OMG! Como eu ia conseguir me arrumar em UMA hora!?

  vestido ^^