Harume estava sentada na pequena cadeira do esconderijo, pensava na ideia de Edward sobre se casarem para deter os planos de Layla, quando subitamente o príncipe abriu a porta do armário e entrou na pequena sala, trazendo consigo o celular.

— Logo a senhorita Juliet vai ligar. – disse ele com sua costumeira voz; serena e charmosa.

— Juliet? – a jovem cantora não esperava que ela fosse entrar em contato.

— Eu passei meu numero como se fosse o seu, ela queria muito falar com você.

— Entendi, quando ela ligar eu vou atender. Obrigada. – ela sorriu, agradecendo a atenção do amigo.

Em seguida o celular começou a tocar e Harume atendeu, pensando que fosse a ruiva.

— Alo? – falou animada.

— Esse é o número do príncipe Edward, não é?— uma voz masculina falou. – Aqui é o príncipe Wilfred.

Harume mostrou-se receosa enquanto passava o aparelho para o príncipe.

— Pois não? – Edward atendeu sem saber que se tratava do amigo.

— Oi Ed, aqui é o Wil. Quem atendeu foi a senhorita Mizume?— o loiro ficou curioso.

— Não, não... Foi a minha namorada... – mentiu, e viu o rosto da Harume enrubescer.

— Então arrumou uma namoradinha e nem me contou?— Wilfred fingiu indignação, soltando uma leve risada ao terminar de falar.

O príncipe de Philip ficou desconfiado, porque aquela voz parecia muito ser a da cantora, se fosse como ela poderia ser a namorada de Edward se ela estava noiva de Keith.

— Foi algo recente, meio repentino...  Então, tem algum motivo especial para a ligação? – Edward estava com a voz um pouco tensa.

— Ah sim, é que eu estou em Charles e meus compromissos por aqui acabaram. Queria tomar um chá com você antes de voltar pra Philip!

Ele ponderou no que responder, porque eram muito amigos e tinham o costume de se encontrar sempre para jogar conversa fora, enquanto tomavam um chá que o príncipe Willfred trazia de seu reino.

— Bom, se você tiver muito ocupado com a sua namorada eu vou entender.

— Não, tudo bem, pode vir aqui no castelo. Você está por perto? – o príncipe ouviu o amigo segurar uma risada.

— Estou praticamente na porta do seu quarto.

Quando ouviu aquela informação olhou rapidamente para Harume, levando o dedo indicador até os lábios indicando silêncio. E rapidamente ele saiu do esconderijo.

Willfred estava ainda mais desconfiado da atitude do amigo no telefone e assim que chegou ao quarto, entrou anunciando sua presença.

— Você nunca perde essa mania de avisar quando já está na porta. – Edward tentou descontrair, para esconder seu desconforto.

— Certas coisas nunca mudam, não é mesmo?  - Willfred disse enquanto sentava na beirada da cama, mas atento a todo o espaço. – E onde está sua namorada?

— Ah...

Antes que o príncipe pudesse justificar, Louis apareceu na porta e chamou pelo seu mestre.

— Desculpe incomodá-los, mas o rei deseja sua presença na sala do trono. – curvou-se levemente diante ao seu mestre.

Ele saiu receoso do quarto, seguindo o mordomo. Desejando que nada de ruim acontecesse em sua ausência.

Wilfred permaneceu sentado na cama, quando viu algo brilhando em cima do lençol.

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Harume estava encolhida no canto do pequeno esconderijo, apavorada caso fosse descoberta. Abraçou as próprias pernas, nisso reparou que sua tornozeleira havia sumido.

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O loiro tinha certeza que aquilo pertencia à cantora, por causa das pequenas joias em um formato delicado de morangos, que Edward sempre comentava que ela gostava dessa fruta.

Enquanto divagava, ouviu um barulho vindo de dentro do armário, ao se concentrar, parecia ser o som abafado de uma música.

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Edward batia repetidamente o pé, devido à ansiedade de voltar logo para seu quarto. O rei notando a inquietude do jovem, perguntou:

— O que houve meu filho? Você está quase fazendo um buraco no chão.

Ao perceber o que estava fazendo, ele parou, respondendo ao pai.

— Ah, é que eu preciso resolver um problema.

— Então vá, podemos conversar sobre isso depois, até porque eu sei que não ouviu nada do que eu disse. – O rei deu um leve riso. – Podemos discutir isso depois do jantar.

— Com licença, meu pai. – deu uma leve reverência e saiu do aposento.

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A jovem ouviu o celular de Edward tocando dentro do armário e desesperada levantou-se para desligá-lo, antes que alguém percebesse. Já que não conseguia ouvir nada do que acontecia dentro do quarto.

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Wilfred colocou a mão na porta do armário para abri-lo, e assim que o faz, ele deu de cara com a Harume.

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 Juliet desligou o celular, sem que alguém a tenha atendido, então pensou em mandar uma mensagem para Harume dizendo que retornasse quando pudesse. Deixou o aparelho no quarto e desceu para cozinha, dando de cara com um grande problema.

— Chef! A maioria das carnes não está em condições de uso! – disse um dos ajudantes de cozinha, completamente nervoso.

— Como assim? – a ruiva sentiu o sangue gelar, afinal não tinha tempo sobrando para que fosse comprado mais, já que o horário do jantar estava próximo.

O aprendiz explicou que quando foi abrir o pacote de carnes, a maioria estava quase estragando, de má qualidade e que não poderia ser servido aquilo para os patrões.

— Bom, vamos fazer o que dá. O que podemos usar?

— Ainda temos os peixes que foram entregues no começo dessa semana, alguns legumes e folhagens que estão bons e algumas frutas da estação.

— Então vamos fazer de entrada uma salada leve e prato principal será peixe ao molho de frutas vermelhas.

Luke apareceu na cozinha para ver se estava tudo em ordem, e percebeu que o prato que estava sendo preparado não era o mesmo do menu do dia.

— Senhorita, houve alteração no cardápio?

Juliet explicou brevemente o ocorrido e o mordomo ficou um pouco preocupado, já que o rei e a rainha eram exigentes quando se tratava das refeições. Decidiu que era melhor ir falar com eles e chamou a chef para acompanhá-lo. Deixando os ajudantes adiantando o serviço.

Chegando a sala real, apenas a rainha estava ali.

— O que desejam?

A ruiva expôs os problemas com as entregas dos alimentos e a rainha soltou um longo suspiro, não era a primeira vez que aquilo acontecia e precisava tomar alguma providência, logo falou:

— Senhorita Winter, deixarei aos seus cuidados toda a tarefa administrativa da cozinha, tendo total liberdade para tomar decisões que achar pertinente. Até amanhã receberá um documento que permitirá autuar os distribuidores e uma autorização para utilizar um carro para suas visitas.

— Muito obrigada, majestade. Resolverei esse problema o quanto antes. – curvou-se, agradecendo internamente a compreensão da rainha.

— Que mal eu pergunte, mas o que será o menu de hoje?

— Teremos salada como entrada, o prato principal será peixe ao molho de frutas vermelhas e uma suave sobremesa de chocolate com creme de avelã e castanhas.

— Perfeito, nós adoramos peixes! E estou ansiosa por esta sobremesa!

— Agora eu preciso me retirar para terminar o preparo da refeição, com a sua licença.

A jovem saiu e foi correndo para a cozinha, já que o prato havia sido improvisado e queria que ao menos tudo fosse servido dentro do horário. Luke seguia Juliet e observava a sua determinação, acreditando que ela era capaz de fazer qualquer coisa, desde que ela desejasse.