Isso é Amor? escrita por Letícia Silveira


Capítulo 7
Merda - Pov Alec




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Depois do nosso momento família, Tânia e Eleazar chegaram. Bem, hummm, um tempo depois. Er... *escritor encabulado. Passa a mão no cabelo, de nervoso* Bem, amanhã eu teria uma nova chance de ir à escola, e eu não sei porque, eu estava feliz com isso. Eu me sentia alegre e entusiasmado, pois agora tinha uma família, só pode ser por isso. Por que mais eu estaria feliz, se não fosse pela a minha família ali, feliz e reunida. A minha família. Mas claro que felicidade dura pouco. Logo Carmen, querendo ser delicada, trouxe a tensão para o meu corpo e eu esqueci completamente o motivo de estar alegre antes.

 

- Querido, por que vocês não vão caçar? Espero que cumpra o acordo. – Argh, acordo não era a minha palavra favorito nos último. E eu lá pedi pra ter uma cantante? Aff, a culpa não é minha e eu vou me esforçar, mas as pessoas não parecem entender isso. Saco!

 

- Vamos, Alec. Amanhã temos escola e você não aguentará assim. Vem. – Jane disse e me puxou pra fora da casa. Ela caminhou de mãos dadas comigo até que parou e me olhou séria.

 

- Alec, eu te conheço muito bem. Eu vi como você ficou estático quando a Carmen fez aquele comentário, mas ela fez sem maldade. Por favor, Alec, eu sei como tudo será difícil pra você, mas faça isso por mim. Aguente firme, não mate a humana, ache um motivo pra fazer isso. Por mim, por ela.. QUALQUER MOTIVO! Por favor Alec, EU NÃO QUERO PERDER A MINHA FAMÍLIA! – Jane gritava e espereava igual a uma criança, mas eu não podia permitir que ela sofresse ainda mais. Eu tinha que fazer juz as palavras dela. Então logo disse:

 

 - Jane, eu Não quero machucá-la. Ela tão frágil e indefesa, ela não merece morrer e eu não serei o culpado por isso. Eu farei de tudo para nós não perdermos a nossa família, querida. Por favor, dê um voto de confiança a mim, por favor. Eu nem pedi pra ter uma cantante, assim como a Annie não pediu para ser uma. Entenda, tudo bem? – Eu disse. Às vezes eu sussurava, e às vezes eu elevada duas oitavas no tom de voz. Eu estava me estressando, mas sabia que não era culpa dela.

 

- Alec, desculpa, não sabia que se sentia assim... – Ela sussurou tão baixinho que nem eu entendi direito.

 

- Não foi nada, Jan. – disse chamando-a pelo o apelido que ela mais gostava. Abracei-a e sussurei: - Agora vamos caçar que eu estou ansioso para ir à escola logo. Vamos.

 

Fomos caçar e, como eu estava com sede, bebi o sangue de dois leões da montanha e mais uma raposa. Jane pegou um leão da montanha e três alces, que não eram dos melhores.

 

Voltamos para a casa e já era de noite. Deveria ser umas onze horas, por aí. Eu fiquei jogando videogame na sala, enquanto Jane lia um livro pra escola. O pior era que ela já tinha lido aquele livro várias vezes, já que era o favorito dela. Se chamava ‘O Drácula’ e ela adora porque descreve os vampiros de uma forma muito engraçada. O pior de tudo é que, TODA a vez que ela lê, ela ri horrores, de uma coisa que ela está relendo! Aff, ninguém merece.

 

Depois de eu jogar MUITO videogame, já era de manhã e Jane desceu de seu quarto, onde lia o livro, e veio se juntar a nós na sala.

 

- Bom dia, Elê. – Ela disse quando avistou ele sentado no sofá branco. Elê? Iiixi, acho que ela acabou de criar um novo apelido pra ele. Quando ela começa, ela não pára, aposto que ela criou apelidos pra todo mundo. Se eu conheço a minha irmã...

 

- Bom dia, Jane. – Carmen e Eleazar falaram quase que sincronizados.

 

- Bom dia, Menzinha.  – Ela disse sorrindo. Não falei? Eu conheço bem essa peste. Quando ela está de bom humor, como hoje, é porque ela vai aprontar alguma. Medo.

 

- Bom dia, mana. – Cheguei perto dela e a abracei. Logo depois, sussurei no seu ouvido: - O que você está aprontando hoje, hein?

 

Pude ouvir as gargalhadas de Eleazar, ou melhor, o Elê agora. Ai, coisa gay. Carmen ria  docemente, aliás, tudo nela era doce. Ela era tão carinhosa e meiga ao mesmo tempo, que só podia ter resultado em alguém assim.

 

- Bem, se arrume, Jane, precisamos ir para a escola, ou se não nos atrasaremos. – Eu disse.

 

- Você aguentará, Alec? – Ela perguntou delicadamente. Acho que não queria me ferir emocionalmente. Mas eu acho que aos poucos eu venceria essa angústia que se apossava do meu corpo. Eu tenho só que ter fé, acreditar que eu não a matarei. Espera... Eu pensei o que eu acho que pensei? Putz, tô ferrado. São esses Denali loucos aqui. Como Alec (ex-)Volturi pode falar em fé? Ai, pode crer que em 2012 o mundo irá acabar. Aliás, por que não esse ano? Com tanto terremoto, erupções vulcânicas, vampiros tendo fé... Aff, dessa fez eu me superei. (N/A: eu sei que vocês devem estar pensando que  a história acontece daqui a alguns anos, mas ignorem, fingem que é atualmente que ela ocorre. ;D )

 

- Sim, por favor, me deem um voto de confiança! – Eu disse irritado. Jane, percebendo a minha mudança de humor (talvez nós dois sejamos bipolares, deve ser genético) quis aliviar o clima.

 

- Vamos, Alec. Ou você vai querer chegar atrasado no segundo dia de aula? Ah e Elê, não se esquece que a diretora irá te ligar um dia desses, por causa do nosso – DELA, eu não tive nada a ver com isso – desentendimento na cantina. Agora vamos, Alec.

 

- Espera, tenho que pegar a minha mochila. -  Subi, na velocidade vampíritica, as escadas. E, ao chegar no meu quarto, peguei a minha mochila, troquei de roupa, colocando uma camisa polo azul-marinho e uma calça jeans escura. (N/A: Morri tentando imaginar essa imagem. Tô no céu.) Pentiei rapidamente o meu cabelo, que mesmo antes já estava impecável e coloquei um tênis qualquer, para caso eu tivesse Educação Física.

 

Entramos rapidamente no carro de Eleazar, que ele havia nos emprestado, e fomos em direção a escola. Jane estava dirigindo hoje, pois ela falsificou uma carteira de motorista e Carmen ensinou a ela dirigir. Ela não poderia fazer um curso para tirar carteira de habilitação, afinal, ela aparenta ter apenas quinze anos. Ninguém imagina que ela é mais velha que o Einstein!

 

Enfim, chegamos ao colégio, ou melhor, inferno. Todos os humanos se viraram para ver quem estava estacionando aquela máquina, aliás, nós não estávamos em nada menos nem nada mais que um Jaguar. Eles estavam embasbacados, era até engraçado de ver.

 

Jane estacionou e saiu do carro, desfilando que nem uma super model. Acho que ela tá em um daqueles momentos: Aumentando o meu ego! Na verdade, toda a vez que ela vê alguém a encarando com desejo (como esses marmanjos aí) ela liga o botão On de ‘Eu me acho’. Ai, vocês tinham que ser irmãos da Jane pra sentir o que eu sinto, é tão... repugnante.

 

Peguei o meu horário em mãos  e decidi esquecer todas as gurias me encarando com luxúria. Aff, eu sou um monstro horripilante (eu admito, OK?) e elas me olham com desejo? Só sei de uma coisa: os humanos não são legais das ideias. Primeiro, eles aprendem coisas que eu aprendi no meu primeiro ano como vampiro. Segundo, eles não sabem reconhecer um inumano de um humano (*cof-cof-patetico-cof*). Depois, eles ainda se deslumbram com a nossa beleza. Desculpa aí, se você for humano, mas você é muito ingênuo, mesmo. (N/A representando todos os humanos: E eu tenho alguma coisa a haver se você é um baita Deus gostoso?)

 

O próximo período seria de Língua Espanhola, que era uma porr*. Desculpa o palavreado, mas eu sabia mais que a professora, e ela queria me dar aula??? É o cúmulo...

 

Bem, nesse período eu não conhecia ninguém, então me exclui numa mesa do fundo e fiquei observando as reações humanas. Não respirei a aula inteira, pois não queria sentir aquela sensação seca na minha garganta novamente. Observei uma guria loira que olhava para mim e sorria, a cada vinte segundos. Sim, eu contei. A guria era tão insignificante, quanto comum. Tinha cabelos loiros oxigenados, e olhos azuis escuros, muito profundos. Se eu fosse um mero humano até poderia achá-la bonita, mas minha visão é muito boa e dava para ver cada defeito em seu rosto. Ela tinha duas covinhas no queixo quando sorria e uma ruga (isso mesmo, uma ruga!!!) na testa. Tinha uma crosta de espinhas na testa, também. (Eca, isso não foi agradável!) Ela tentava disfarçar aquelas espinhas, passando um pote inteiro de base eu acho. Só sei que ela era puro pó e ninguém reparava, a não ser eu.  (N/A: descrevi uma ex colega minha, que era uma bitch! ) Para a minha surpresa, no final da aula aquela aberraç.. quer dizer, guria, veio falar comigo.

 

- Oi, você deve ser Alec Denali, certo? – Ela disse, tentando fazer uma voz sexy. Eu disse tentando. Até parece que eu iria ter algum relacionamento com ela, principalmente sem matá-la. Imagina o que daria se eu namorasse uma humana... rsrs, seria engraçado vê-la se contorcendo de dor! (N/A: Que isso Alec? Quer espantar os leitores? Se comporte. Sorry interromper...)

 

Desculpa pelo os meus modos... Então, a guria ainda me fitava nos olhos e eu não respondia nada.

 

- Er, sou sim. E você?

 

- Sou Julianne Portmann, a chefe das líderes de torcida. – Ela disse e jogou os cabelos artificiais para trás, se achando. Eu não entendo toda essa idolatria pelas líderes de torcidas ou os jogadores de futebol. Simplesmente são pessoas comuns... resolvi falar alguma coisa para a barbie de plástico chinesa (e falsificada) na minha frente.

 

- Então, tchau, vou ir ver a Jane. – Disse e saí, deixando-a com cara de tacho. A gente nem se falou muito e eu já saí dali, coitada. Ainda deve ter achado que a Jane era minha namorada. Ri internamente por isso.

 

Fui para o meu próximo período, que seria com a Jane e, a pessoa que ue menos gostaria de ver agora, Annie. Resolvi respirar fundo antes de entrar na sala, eu logo sentia uma ardência, mas nada comparado ao que eu sentiria com Annie.

 

Eu estava meio atrasado e o professor me olhou feio e disse:

 

- Sr. Denali espero que isso não se repita, não irei permitir isto da próxima vez. Ah e sente-se com a sua dupla da aula passada, assim como todos fizeram. – Eu quase entrei em desespero ali mesmo, mas toda a turma me encarava. Mas também, Meus Deus, como eu iria sentar do lado da Annie? Como eu sentiria aquele odor maravilhoso? Como eu iria sentir a minha garganta pulsar de tão apelativo que aquele sangue era para mim?

 

Caminhei lentamente até o meu lugar. Observei a minha parceira e ela apenas encarava um livro, assim, nem via o seu rosto. Me sentei calmamente e logo virei o rosto para encarar Jane, que estava mais branca do que um fantasma! Eu sei que ela já era branca, mas ela estava MESMO branca! Cheguei até a me assustar! Ela parecia prender a respiração, assim como eu.

 

O professor dava uma explicação totalmente errada sobre a matéria, mas eu não iria corrigi-lo. Resolvi vegetar e me concentrar para não respirar. Continuei trancando a respiração e vivendo o meu momento de tédio, até que uma voz doce soou pelo os meus ouvidos:

 

- Você está bem, Alec? – Era Annie. Ela parecia tão meiga e carinhosa e quando a encarei não pude deixar de fitar aqueles olhos que mais pareciam duas pedras raras, de tão brilhantes. Só então eu percebi a minha postura.

 

- Tô. – Disse simplesmente, para não perder o fôlego. Eu arrumei a minha postura, pois antes eu estava  quase quebrando a ponta da mesa, onde eu me segurava pondo toda a minha força naquele único ponto, para não avançar no pescoço da guria ao meu lado.

 

- Está bem.. – Ela disse simplesmente. Eu continuei encarando-a e ela corou, envergonhada. Nesse momento eu vi a sua veia pulsar, o sangue circular e era tarde de mais...

 

- ALEC! – O professor disse, me salvando de cometer um assassinato. Juro que se ele não tivesse me distraído, eu teria matado aquela pobre coitada.

 

- Sim? Desculpe professor, não captei a pergunta.

 

- Qual o único filo formado por vermes que está inteiramente ausente dos mares e oceanos?

 

- O Onychophora, professor. – ô pergunta ridicula.

 

- Extamente, sr Denali! – Ele sorriu satisfeito. Devia estar pensando em como ensinava bem. Humph.

 

Passou-se mais uns minutos e em cada eu sofria mais. A minha garganta sofria, mas o meu coração me dizia que eu não podia machucar aquela garota. Mas por quê?

 

Encarei novamente a Annie que sorria, olhando para o quadro negro. Aquele sorriso era tão bonito e ela parecia tão frágil. Eu sentia uma necessidade inacreditável de protegê-la. De protegê-la de algo como eu. Algo que arrisca a sua vida, e isso sou eu. Eu me sentia o último dos homens, pois ela era tão amável e eu queria matá-la. Não eu, mas o monstro que existia em mim. Em todos os meus anos de vida, (que são mais de mil) eu nunca me arrenpendi de ser vampiro, a não ser agora. Eu coloco a vida dela em risco, estando assim tão próximo dela. Pior, eu coloco a vida dela em risco por existir. (N/A: Se voces acharem muito Edward, me desculpem, mas eu achei o unico jeito de pensar, mesmo...)

 

Eu achei muito estranho de minha parte ficar pensando essas coisas, até porque, de acordo com a Gianna, uma secretária em Volterra, eu era egocêntrico e só pensava em mim mesmo. Mas eu acho que eu mudei, desde que saí de Volterra, e agora sou quase o cachorrinho de estimação da Jane. Argh! Mas por que será que eu estou pensando tanto na Annie? Só porque ela é doce, meiga, delicada... NÃOOO!!!!! NÃOOOOOOOOOOOOOOO!

 

- MERDA! – Eu falei um pouco alto na sala, fazendo todos os humanos darem gargalhadas. Eu não queria ter dito essa palavra em voz alto, mas... EU NÃO POSSO ESTAR APAIXONADO! Por que eu vivo fazendo merda? EU NÃO POSSO ESTAR APAIXONADO LOGO AGORA!

 


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Notas finais do capítulo

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