Isso é Amor? escrita por Letícia Silveira


Capítulo 21
Ventura - Narrador Onisciente


Notas iniciais do capítulo

Hello, guys :)
O capítulo não ficou tão bom quanto eu imaginara, mas eu viajarei amanhã cedinho, então não poderei postar ou escrever até sábado. Então, provavelmente, só haverá atualização na próxima semana.
Resolvi, por fim, postar o que estava pronto e acabei escrevendo isso. Não digo que é o meu melhor capítulo, mas espero que entendem. Beijão, que eu ainda nem arrumei a mala .-. Fiquem com Deus ♥
P.s.: eu tinha escrito esse cap no ponto de vista do Alec, mas daí eu fui continuar hoje e, do nada, comecei a escrever com o narrador. Acabei por mudar tudo e espero que tenha ficado claro. '-'



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Antes que Alec pudesse expressar a sua ira em palavras, um lobo castanho avermelhado apareceu em seu campo de visão. Minha mãe, que possuía o poder de esconder o próprio rastro, provavelmente, passara por despercebida por ele.

Suspirou. Estava cansado de tentar entender o que estava acontecendo; exausto de suas tentativas falhas de reencontrar Renesmee.

– Jacob, por favor, eu não quero brigar...

Ele pareceu ignorar o vampiro por completo, rosnando e demonstrando os dentes brancos e afiados que emolduravam o seu focinho. Suas patas esfregaram-se sobre o chão de terra, e seu rabo abanou freneticamente o ar. Alec teve a leve impressão de que, caso ele não se defendesse, apanharia muito mais que o fluido naquele momento.

– É sério, Jacob. Acho que nós podemos ser amigos... Mesmo amando a mesma mulher.

Um rugido foi-se ouvido, e Alec teve certeza de que ele nunca seria aceito por Jacob. Por mais que ele se mantivesse deslocado dos porquês, a sua raiva pareceu dobrar de tamanho com tal fala.

Mas havia sim um motivo claro para aquilo: o Alfa já havia escutado aquilo antes, tendo as palavras sido proferidas por Edward.

O homem de cabelos negros estendeu os braços ao lado do seu corpo e procurou um acordo de paz. O Black parecia, porém, irredutível. Provavelmente, os seus pensamentos estavam tão inflexíveis que Alec apanharia ali mesmo.

– Eu estou com tanta paciência quanto você, mas...

Não pôde concluir a sua própria frase, pois, quando viu, Jacob já o atracava. Impressionou-se o vampiro com a sua velocidade que não fora capaz de ser acompanhada pela sua visão sobrenatural. Realmente, não eram subestimáveis aqueles lobos.

Alec sentiu um arranhão em seu rosto, cujas marcas permaneceriam nele. Não quis, porém, revidar: não daria mais prejuízos e preocupações aos Cullen, eles não mereciam isso.

O vampiro entendia o quanto eles preocupavam-se com o “lobinho que sofrera imprinting”, e note a ironia com que pensou nisso. Mesmo que Alec o odiasse, não o machucaria, pois. Seria, no entanto, uma maneira simples e eficaz de descontar a sua raiva.

Continuou apanhando um pouco até que um lobo de pelos negros como as asas da graúna adentrou no seu campo de visão. Pareceu convencer Jacob de alguma coisa; pois ele, logo, parou de socar a pálida pessoa.

Sentiu a sua pele arder em alguns locais: deveria ser devido à mordida de lobisomem. Rosnou. Por mais que não tivesse revidado, ele não queria ter ficado marcado. As cicatrizes em seu coração já eram mais do que suficientes.

Não bastando à perseguição de sua mãe e ao desaparecimento de Renesmee, Alec ainda tinha de apanhar. Humph, era óbvio, como ele não previra tal coisa? E estava aí, mais uma vez, a ironia.

Um homem alto, moreno e musculoso, aparentando estar com uns trinta anos já, apareceu por dentre as árvores. As suas feições estavam sérias, e os seus lábios permaneciam em uma linha reta e inquebrável até que ele falou:

– Desculpe-me por isso... Alec. Jacob já está sobre controle agora. Agradeço por não ter reagido. Ele está mentalmente desequilibrado.

Alec apenas assentiu até porque o homem já corria para longe, transformando-se no enorme lobo preto novamente. Deveria ser o famoso Sam, o Alfa de Jacob. O vampiro não se impressionaria se ele tivesse o convencido de abortar a sua missão de matá-lo... Não lhe diga, Alec sabe que tem um ótimo humor masoquista.

Riu baixinho até avistar uma sombra atrás de um alto e velho orvalho. Virou a sua cabeça levemente para a esquerda e espionou atrás da árvore, procurando qualquer vestígio de possíveis animais florestais.

Todavia, a sombra escura e encolhida que o ex-Volturi avistou não pertencia a animal algum. Uma mulher, adornada em um vestido longo, decotado e escuro, apareceu por dentre as árvores. Os seus cabelos tão escuros quando o céu em noites tempestuosas e os seus olhos púrpuros tão sedentos como uma fera alertaram-no de que aquela poderia ser uma pessoa só:

– Mamãe. – A sua voz era tão fraca quanto a sua vontade de conversar. Ele só queria a sua Ness de volta. Estava sem forças para lutar.

Ela sorriu-lhe extensamente. Era quase um sorriso doentio devido à forma que os seus lábios estendiam-se. Os seus olhos brilhavam avidamente enquanto os seus braços abriam-se em minha direção.

Alec pensou se não estavam oferecendo um abraço; porém, a sua mãe parecia-lhe mais inteligente do que isso. Como pudera pensar que ele estaria grato com tal situação? Por mais homossexual que essa frase soe, os seus nervos não estavam tão calmos assim...

Percebendo que o homem não cederia, Ivy aproximou-se e apertou os seus braços lânguidos fortemente ao redor dele. Ergueu-o minimamente e largou-o em seguida para fitá-lo.

Ah! Se, ao menos, ele pudesse descrever a careta de admiração dela ao ver os olhos do filho! Alec também se encontrava contente e anelava que continuasse a comportar-se de tal forma. Entretanto, os orbes flavescentes femininos não eram o motivo para ele estar ali... Muito menos, serviriam de propósito para distraí-lo.

A sua mãe, contudo, parecia discordar. Afagou o seu rosto lúrido e continuou a fitá-lo fixamente. Ele não chegou a temê-la; porém, era assustador a quão ensimesmada ela aparentava estar.

Quando ele fora capaz de dizer algo, quando o ar voltara aos seus pulmões, ela tornou-se mais rápida. Apenas de ouvir a sua voz, o coração dele apertou-se. Alec sabia que era ela ou a sua amada Nessie.

– Ah, Alec! Eu gostaria de ser uma daquelas mães normais e comentar o quanto você cresceu, mas não posso... – Ela riu-se levemente; e acompanhá-la-ia caso não estivesse tão paralisado como naquele momento. – E Jane! Como ela está mais radiante após ter deixado aquele antro dos Volturi... E como eu me senti orgulhosa de vocês ao vê-los saindo daquele lugar! – Ela apertou-o fortemente em um abraço rígido... Ou foi assim que o corpo do vampiro correspondeu-o. – Estou apenas esperando ouvir o seu obrigado...

Alec respirou fundo. O desejo de gritar ainda estava guardado em seu peito; e, agora com o ar restabelecido, nada teoricamente o impedia de fazê-lo. Entretanto, algo o impedia. Lutou contra o sentimento de culpa que sentiria e esbravejou com sofreguidão:

– Eu a amo, mãe! Se você matá-la, eu morrerei juntamente dela! – Suas palavras eram claras como um reflexo em águas límpidas. – Fale o que você quer de mim e deixe-a em paz.

Ivy afastou-se rapidamente em meio ao acesso de fúria do filho. Viu-se, pois, sem saber o que lhe incutir para convencê-lo.

– O QUE VOCÊ QUER DE MIM? – Bradou com toda sua raiva e Alec ainda repetiu: – Eu a amo! Por favor, deixe-a em paz, e eu voltarei a morar consigo, Ivy!

Se ele fosse humano, o seu rosto estaria completamente encharcado por grossas lágrimas; que, naquele momento, se limitavam a aprisionarem-se em seu peito. Queriam liberdade, porém, enquanto estivessem presas naquele corpo amaldiçoado, não se veriam livres tão cedo.

Alec odiou, por um momento, o fato de ter a eternidade para viver. Caso fosse conviver com a sua mãe, não a aguentaria somado ao fato de ter de subexistir, mesmo com as suas dores que se tornariam, então, infinitas.

Ivy não pôde conter o contentamento: abriu um extenso sorriso à medida que o calor em seu peito consolava-a. Sentia-se renovada ao saber que a sua família reconstituir-se-ia por mais que o pai deles nunca fosse voltar... Espantando tal pensamento, ela tratou de abrir novamente os braços e oferecer um novo abraço.

– Assim que você vier até eles, – e indicou os próprios membros estendidos à frente, – a sua amada irá até os seus pais. – O sorriso que antes parecia angelical, devido aos seus genes vampirescos, transformou-se em algo quase doentio. Os seus olhos vermelhos brilhavam com luxúria, e Alec logo soube que dela não poderia vir algo bom. – Longe de você, ela nunca poderá causar-lhe nenhum mal. Viveremos felizes para sempre e longe daqueles Volturi!!! – Sua euforia era tamanha que ele não pôde deixar de bufar. Só ela seria feliz naquele meio nojento em que se tornaria a sua nova vida.

Ele não queria abandoná-la e nunca mais vê-la; porém, a Renesmee ainda tinha uma segunda opção: o Jacob. Ele poderia ser mais saudável para ela: nunca a machucaria e nunca sentiria vontade de matá-la, sempre a protegeria e sempre a amaria.

Alec queria ser capaz de fazer tudo isso por ela, por aquele pequeno anjo que se foi posto em seu caminho. Contudo, o destino não parecia ter sido o autor disso, pois conspirava contra o vampiro moreno.

O ex-Volturi amaldiçoou-se por, um dia, ter agradecido à transformação para vampiro. Nunca mais gostaria de ser tal monstro por mais que não estivera importando-se com tal, enquanto vivia com os Cullen. Sentia-se tão humano lá, ou tratavam-no como tal. Era como uma sociedade socialista contra a capitalista. Nunca fora comunista, porém não podia negar que era uma, teoricamente, ótima ideia que todos fossem iguais. E ele queria ser e sentir-se assim. E, naquele momento, não o fazia.

Só de pensar que tinha a possibilidade de Renesmee morrer, não pensava duas vezes antes de dar um pequeno passo em direção à mãe. Todavia lembrava-se dos Volturi e das ameaças que eles já haviam feito aos Cullen e queria permanecer ali para protegê-los. Sim, não era apenas devido ao fato de amar a híbrida que ele permanecia ali. Também adorava aquela família e o modo como eles amavam-se. Era algo tão real, recíproco e único que ele invejava-os. Queria permanecer ali e continuar a participar daquilo, mas outros discordavam. Mais especificamente, a sua mãe.

E ele odiava aquilo nela. Queria poder sentir mais uma vez a sua Renesmee, poder beijá-la, poder abraçá-la, poder protegê-la... E não se arrependia da repetição de “poderes” em seu próprio pensamento, pois não se lastimava dos próprios pensamentos.

Alec não sabia, enfim, como reagir perante tal convite. Ambos os lados tinham os seus prós e contras. Agora lhe bastava à decisão de com quem decidiria passar o resto de sua vida.

Escolheria Renesmee sem piscar os olhos caso ela não estivesse sobre perigo. Precisaria, portanto, de uma rápida saída àquela situação para sua mãe livrar a sua amada; e, só então, eles poderem viver os seus felizes para sempre. Não se importava caso não fosse romanticamente, mas queria sempre estar lá para protegê-la e cuidá-la.

Satisfar-se-ia com um jeito de livrá-la daquela situação. Necessitava desesperadamente, pois, de uma solução. Uma solução que não lhe vinha à mente.



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Notas finais do capítulo

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