Sekai no Sozokujin: Herdeiros de um mundo -revisão escrita por SabstoHoku, FrancieleUchihaHyuuga


Capítulo 3
Socorro! O time 7 está de volta!


Notas iniciais do capítulo

Oiiiie galerinha! Então, nos desculpem pela demora para postar, é que estamos com alguns problemas em relação aos dias de postagem que podemos organizar para essa fic, pois temos muita coisa para cuidar. Beijinhos para vocês ♥



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A manhã ensolarada em Konoha refletia o humor de seus habitantes, como em muitos outros dias.Três crianças estavam especialmente animadas: Hokuto, Boruto e Hitomi finalmente iriam se formar na academia, se tornando genins. Ninjas de verdade, na visão dos três.

—BORUTO! TIRA AGORA A BANDANA DO PAPAI DA CABEÇA! -Gritava Hokuto ao irmão, enquanto descia a escada às pressas e penteava os longos cabelos róseos. -VOCÊ NÃO VAI PRECISAR DELA, IDIOTA, VAI TER SUA PRÓPRIA, 'TTEBANE!

—MAS EU QUERO ESSA! -Gritou Boruto de volta, como se fosse uma criança mimada.

—Essa não é sua, filho -Repreendeu Naruto, parando o filho na porta da cozinha, sorrindo. -Não dessa vez. -Pegou bandana das mãos do filho com certa delicadeza, colocando-a no bolso enquanto liberava a passagem. Boruto se senta na mesa junto ao pai, enquanto Sakura terminava de pôr o café.

—BORUTOOO! -Um grito alto veio da porta da cozinha, onde Hokuto se encontrava parada, com uma cara furiosa.-LEVANTA DESSA MESA E PÕE O CASACO AGORA! ESTAMOS ATRASADOS! SE HITOMI PASSAR AQUI E VOCÊ NÃO ESTIVER PRONTO...

—Ah, Hoku, não seja uma estraga prazeres. -Boruto respondeu, tranquilo, enquanto tomava um gole de leite.

—E VOCÊ NÃO SEJA UM PREGUIÇOSO, POR FAVOR, DATTEBANE! -Protestou a garota, amarrando o cabelo num descuidado rabo-de-cavalo, dirigindo-se a porta.

—Não vai comer nada, filha? -Questionou Sakura, olhando a filha com ternura. -Como vai ser uma ninja forte sem se alimentar?

—Ah… -Ela parou, parecendo minimamente sem-graça. Voltou até a cozinha, seguindo as instruções da mãe, e pegou uma torrada; estava prestes a se sentar quando, ao olhar pela janela, viu Hitomi aparecer, acompanhada de Inojin e Shikadai, que discutiam algo distraidamente. Empertigou-se, numa postura quase alerta. -Sabe, mãe… vou ficar só com o pão.

—Como, filha?

—Vou ficar só com o pão. -Respondeu, calmamente, e então virou-se para o gêmeo, lançando a ele um olhar fulminante. - Bolt, faça como quiser, se atrase na sua própria formatura, eu não me importo. -Levou a torrada até a boca e segurou-a ali, então se virou, passando a parte superior do corpo para fora de uma das janelas da cozinha, e a perna em seguida. Ouviu algumas reclamações da mãe atrás de si, e do irmão, porém já estava longe demais para desistir ali.

—TÁ MALUCA, HOKUTO? PAI! OLHA ELA, 'TTEBANE!

—Hmm? -Naruto, que até ali parecera estar alheio à situação, desviou seus olhos dos documentos que li por alguns instantes, o suficiente para que visse rapidamente a filha prestes a pular. Deu uma risada baixa, como se fosse a coisa mais comum de se acontecer, e então voltou à seus pergaminhos. À sua frente, Boruto suspirou de forma irritada.

"Como se fosse adiantar algo chamar a atenção do velhote."

—--------

Hitomi ia na frente enquanto Inojin e Shikadai iam conversando logo atrás, falando coisas que, sinceramente, poderiam até interessar Boruto, não interessavam em nada a garota. Seu olhar foi, distraidamente, para a casa dos Uzumaki, onde Hokuto se encontrava pronta para pular da janela. O rosto alvo da Uchiha não se alterou sequer minimamente - um talento herdado, sem dúvida, do pai - enquanto observava a cena; ela apenas tirou os headphones que usava e mirou tranquilamente seus olhos ônix para a amiga. Atrás dela, porém, os dois meninos que a acompanhavam exibiam faces surpresas - e, em um deles, podia-se dizer que até mesmo admirada.

—Pula logo! -Gritou, e vislumbrou as iris azuis da Uzumaki focando nos colegas. -Não quero me atrasar para minha própria graduação. Aliás, joga o Boruto junto.

—Hummmhmmmm! humfp! -Respondeu Hokuto, ou ao menos tentou, incapaz de falar com a torrada já meio-comida ainda nos lábios. Pulou, sem exibir medo algum, e aterrissou com graça no jardim, na melhor maneira "Shinobi" que podia. Retirou o pão que carregava da boca, segurando-o com a mão, logo terminando de come-lo.-BORUTO! VEM AGORA!

—JÁ ESTOU INDO, SUA LOUCA! -Gritou o menino como resposta. Hokuto esboçou um sorriso, que se manteve ao ver que logo o irmão saia pela porta, colocando com pressa seu habitual casaco preto. -Melhor agora, 'ttebane?

—Sem dúvidas. Papai e mamãe não vão vir?

—Só depois. Mas tudo bem. Oi, Inojin, Shikadai! Oi, Hitomi!

—Oi, Himi! -Se aproximou da amiga, que a cumprimentou com um leve aceno de cabeça. -E aí, ansiosa?

— Claro. Pena que meu pai não vai poder aparecer, ele vem para a vila só daqui a um mês. -Ela suspirou, e foi a vez da Uzumaki concordar com um gesto de cabeça. -Mas pelo menos a Toshiko vai estar lá. Minha mãe saiu em missão e só volta depois da graduação. Ela ao menos disse vai me trazer um presente.

—Ah, sei... Que tipo de presente acha que é, 'ttebane?

— Não sei, mas ela disse que é algo especial. Pelo menos eu sei o que meu pai vai trazer para mim. -Declarou, de forma alegre.

—Hum...Legal. Meus pais não me prometeram nenhum presente, mas... Sei lá. To feliz por você Himi!

Quando finalmente chegaram à academia os cinco pararam, olhando o pequeno prédio baixo onde haviam passados anos de suas vidas. Era o início de uma nova e complicada fase, e eles, mais do que nunca, estavam incertos.

—É...estranho. Hoje nós viraremos ninjas... Quem vocês acham que vão ser os nossos senseis? E os times? –Questionou Hokuto.

— Não sei. -Respondeu Hitomi, de forma amena. Atravessou os portões da academia, olhando de esguelha para os colegas. - Vocês não vem?

—Ah, sim. -Com um gesto de concordância, a rodada pôs-se a andar, acompanhada dos demais colegas.

—WOOW, LEGAL! -Boruto exclamou, admirando a decoração. Havia um pequeno palco no meio da sala e um microfone, cercado de cadeiras vermelhas. Balões vermelhos com fitas coloridas estavam pendurados no teto.

—Também achei. - Hokuto concordou.

— Gostei -A Uchiha deu um mínimo sorriso, varrendo a sala com o olhar e só então voltando-se aos amigos.- Vou falar com o Shino sensei. Até mais, Hoku.

—Ok. Até, Himi. -Despediu-se brevemente da amiga, olhando-a desaparecer entre os demais alunos.

—Ei, Hokuto! -Ouviu alguém chamar e, ao se virar, Chou-chou entrou em seu campo de visão, sorrindo de maneira gentil.

—Oi! -Sorriu também, e as duas iniciaram uma alegre conversa.

—--------

—Ele não vai vir, 'ttebane? -Perguntava Boruto, frustrado, à irmã.

—Eu não sei, Bolt. Papai é um muito ocupado, ele não faz de propósito. -Apesar das palavras que tentavam confortar o irmão, Hokuto também sentia a ausência do pai. Era difícil; sempre fora. Embora a distância, ao menos física, não se comparasse a de Hitomi e Sasuke, a sensação de desconforto era tão grande quanto.

—Fiquem quietos os dois. Vai começar. -Bronqueou Hitomi, já olhando para Shino no palco.

—Bom, dei aulas pra todos vocês, então sei o desempenho de todos individualmente. Mesmo com algumas dificuldades em certos quesitos sei que cada um vai ser um ótimo ninja e honrar a aldeia. Tomara que gostem de suas equipes e se deem bem com seus novos senseis. Boa sorte a todos.

—Time 8:Metal Lee, Haruki Aburami e Sora Inuzuki. – Um ninja da aldeia, até ali desconhecido pelas crianças, anunciou, e eles observaram Metal Lee ir conversar com os novos companheiros. -Time 10: Inojin Yamanaka, Chou-Chou Akimichi e Shikadai Nara. -Inojin e Shikadai se despediram de Boruto com certa relutância, indo até Chou-Chou. -Time 9: Sunna Hyūga, Hishi Gōnna e Tonzishu Nakamura. E por fim, Time 7: Hitomi Uchiha, Boruto e Hokuto Uzumaki.

— Não acredito, isso é praga, só pode! - Protestou Hitomi, indignada, tentando falar baixo para que os companheiros não ouvissem.- Que eu saiba não fiz nada de errado. A Hokuto tudo bem, mas o Boruto, sério?

—Eu ouvi, senhorita Uchiha, 'ttebane. -Hokuto sorria de forma sarcástica, como se pudesse usar aquilo contra a Uchiha caso precisasse. Ela não faria isso, é claro, e Hitomi sabia, mas não pôde deixar de se surpreender com a aparição repentina da menina ao seu lado. -Meu irmão não é assim tão ruim, tudo bem?

—Isso mesmo, não sou! -Boruto confirmou, caminhando até a irmã.

—Ele pode ser meio teimoso...

—Olha quem fala...

—...E lerdo de vez em quando, além de um pouco burro, mas dá pra aguentar.

— A parte da praga é que os nossos pais foram o time 7 com um Uchiha, uma Haruno, e um Uzumaki. Somos os nossos pais só que com um garoto ao invés de dois.

—Você poderia virar um garoto pra ficar igualzinho ao time dos nossos pais, né, Hitomi? E só cortar um pouco o cabelo… -Boruto afirmou, supostamente distraído, como se sequer suspeitasse da provocação. Hokuto lhe lançou um olhar de alerta, cujo o loiro ignorou completamente, o que fez a irmã suspirar de forma quase decepcionada.

"Idiota…"

—O QUE?! O QUE QUER DIZER COM ISSO, BAKA? – Hitomi gritou de forma indignada, numa tentativa de agarrar o garoto pela camiseta branquissíma que usava. Hokuto porém, já prevendo tal reação, usou a força herdada da mãe para empurrar o irmão para longe das mãos pálidas da Uchiha. Boruto caiu no chão, resmungando, enquanto Hitomi olhava de forma raivosa para a amiga.

—Por quê deixou ele escapar? -Questionou a outra, encarando-a. Hokuto suspirou novamente.

—Se acalme, Himi. Ele só não se expressou direito, 'ttebane.

— Esse idiota me chamou de garoto!

—Ele não te chamou de garoto, ele disse que você é parecida com o tio Sasuke e se virasse um garoto iria completar o time e seríamos as cópias dos nossos pais. -Hokuto deu uma risadinha leve. -Como se já não fôssemos. Além disso, mesmo que ele tivesse chamado, qual seria o problema?

—Valeu por me salvar, maninha, 'ttebane. -Boruto ressurgiu ao lado da gêmea, mantendo certa distância de Hitomi, como se a Uchiha ainda fosse atacá-lo a qualquer momento - o que era até bem provável.

—Foi só dessa vez Bolt, não se acostume!

—Sei... -Boruto respondeu, desdenhoso.

— Eu deixo passar. Só dessa vez. -Murmurou a morena, desgostosa. Pegou o celular que trazia no bolso, lendo algo rapidamente e guardando-o novamente, com o sorriso de canto enfeitando seu rosto.

— O que foi, Himi? -Questionou Hokuto, vendo a reação da amiga. -O que aconteceu?

— Nada não.

—Ok...

—Venham pegar suas bandanas, nossos mais novos ninjas! -Shino anunciou, chamando os gênins pelo nome. Um por um, garotos e garotas logo tinham suas bandanas em mãos - azuis, como sempre eram para recém-formados.

—Somos ninjas… -Murmurou Boruto, parecendo refletir sobre o peso da palavra enquanto amarrava a bandana em sua testa. Hokuto sorriu, observando o irmão.

"É… somos sim."

Hitomi amarrou a bandana ao pescoço, e a lembrança da mãe a fez sorrir. Tocou o objeto como se fosse o bem mais precioso que tinha, num momento de certa forma ocioso. Foi, entretanto, despertada por Hokuto, que a encarava com dúvida.

—Hey, Himi? -A menina encarou-a de forma questionadora, e Hokuto exibiu a bandana em suas mãos. -Eu...Eu não sei aonde pôr, dattebane. Se eu colocar na testa estarei copiando Boruto, e se eu colocar no cabelo estarei copiando a minha mãe... O que eu faço?

— Coloca na cintura – Respondeu brevemente a Uchiha, como se fosse a resposta mais óbvia do mundo.

—Mas eu uso blusão! Não dá!

— Então não tem onde pôr.

—Aff...-A menina murmurou algumas palavras de forma irritada, então olhou para onde o time 10 conversava. Focou-se em Shikadai, que tinha uma expressão entediada, e localizou o protetor de testa amarrado ao braço do menino. Sorriu por um instante, e desviou o olhar apenas quando percebeu ter sido pega no flagra enquanto os encarava. Deixou alguns segundos passarem - para disfarçar, talvez - e então amarrou a própria bandana ao braço, de forma não muito apertada. Ouviu Hitomi soltar uma exclamação desdenhosa, e voltou-se para a amiga, que a encarava também, mas de forma decepcionada.

—Você não se toca mesmo, não é?

—De quê?! -Questionou, confusa, mas antes que a outra pudesse responder, viu Sakura sair do meio da multidão de pais, exibindo um belo sorriso. Vestia o jaleco, o que denunciava que acabara de sair de seu turno no hospital - ou mais provavelmente apenas viera por estar em seu horário de almoço.

—Que linda essa graduação, queridos! -Ela abraçou os filhos e Hitomi com certo cuidado - Sakura quase sempre tinha que tomar cuidado com abraços - e os soltou apenas após alguns resmungos vindos de Boruto.

—Mãe...Cadê o nosso pai? -Questionou o menino, mau-humorado, enquanto procurava o pai com o olhar em meio às outras pessoas.

—O pai de vocês não pôde vir. -Respondeu a rosada, soltando um suspiro. -Ele está ocupado demais resolvendo negócios com a Vila da Névoa.

—Ocupado até pra nós, 'ttebane? -Hokuto murmurou, e Sakura mirou a filha com um olhar que era, de certa forma, triste.

— Bom, isso são coisas de família, então estou indo. Até mais pra vocês. –Anunciou Hitomi, virando-se. Estava claramente incomodada com algo.

—Não, Himi, vai embora por quê? -A Uzumaki tocou o braço da amiga, fazendo-a parar e encarar a mão da amiga em seu braço como se fosse algo muito incômodo. -Tínhamos combinado em comer no Ichiraku. Eu, você, o Boruto e os outros genins.

— Eu vou mais tarde. -Esclareceu. - Preciso resolver algumas coisas com minha mãe. Depois eu encontro vocês. -E, se livrando do toque de Hokuto sem dizer sequer um "tchau", desapareceu entre as pessoas, indo embora.

—Ah… T-tudo bem… -Hokuto exibia uma expressão decepcionada.

—Vamos para casa. –Declarou Sakura, pegando os filhos pela mão como se fossem crianças pequenas e levando-os também.

—--------

—Yo! -Cumprimentou Naruto, assim que viu os filhos e a esposa chegando. Havia conseguido sair da reunião mais cedo, porém não o suficiente para comparecer à reunião. -Os mais novos ninjas da família, 'ttebayo!

—Oi, pai. -Boruto respondeu, obviamente irritado. -Vou pro meu quarto.Tchau, 'ttebane.

O Hokage observou o filho subir as escadas, pisando duro, com um semblante preocupado.

—O que deu nele? -Questionou à filha e esposa. Sakura balançou a cabeça de forma negativa, e deixou o marido e a filha ali, subindo logo após o filho. Naruto a observou também, certamente confuso.

—Nada, papai... -Hokuto revirou os olhos. -Nada...

—Mas... Então...Vou dar um presente para você, pela graduação. -Ele sorriu. -E a Boruto também. -Suas íris azuis focaram-se na escada por mais um instante. -Mas depois.

—Sério?! -Ela exclamou, surpresa, e um gesto com a cabeça confirmou tal declaração.

—--------

Na casa do Uchihas, Hitomi esperava pacientemente pela mãe em seu quarto. Então a porta se abriu, e Hinata revelou-se, sorrindo.

—Mãe! -A menina levantou-se num pulo, abraçando a mais velha.

—Oi, minha kunoichi! -Hinata sorria de forma gentil, como sempre. Os olhos esbranquiçados encarar com ternura e curiosidade a filha. -Lembra o presente que eu ia trazer?

Hitomi faz um sinal de afirmativo

— Ele está aqui.

— Sério? O que é? –O tom da morena era animado.

—--------

—Qual é o meu presente, 'ttebane? -Hokuto perguntou, sorrindo.

—Procure pela casa, nós escondemos. -Naruto soltou uma risada baixa com a brincadeira. -Na verdade, é o que você quiser.

—É sério?

—É, sim.

Hokuto correu, procurando qualquer coisa que pudesse usar e quisesse por algum motivo. Sentia-se feliz pelo fato dos pais terem lembrado que, mais do que coisas novas, a menina gostava de coisas antigas - relíquias e histórias passadas. As lembranças dos pais costumavam interessá-la, embora o passado fosse algo do qual tanto Naruto quanto Sakura relutavam em discutir.

Hokuto e Boruto, na verdade, não sabiam muito do passado dos pais e do clã, assim como Hitomi. Sabiam, apenas, que eram filhos de heróis de guerra, além de algumas histórias de infância. Havia, porém, muita desinformação entre a nova geração - não por falta de interesse, mas pela exagerada proteção dos pais. Muita dor e lições antigas eram escondidas daquelas crianças.

A rosada andou, curiosa, pela casa. Naruto a seguia lentamente, mantendo certa distância, curioso para saber o que a filha escolheria. A menina, após já ter passado um "pente fino" pelo quarto e pelo escritório cujo os pais dividiam, subiu as escadas e andou em direção ao quarto do casal. Adentrou o cômodo com certo receio, abrindo o armário e vasculhando os objetos e roupas guardadas ali.

—O que você achou aí? -Naruto perguntou à filha, sorrindo, finalmente chegando até o quarto e se recostando no batente da porta. A menina estava de costas para ele, porém era possível notar, por cima de seu ombro, que ela tinha algo nas mãos.

—De quem é isso, pai? -Questionou, sem se virar.

—Isso o quê, querida? -Ele perguntou, num tom igualmente questionador. Ela então se virou, andando na direção dele, e o homem pareceu sentir o coração parar por um instante.

"Não, era o contrário..."

—Pai... Eu posso ficar com ela, 'ttebane?

"Eu que tinha inveja. Você tinha uma força que eu não tinha, um poder diferente. Sempre estava à minha frente. Bem parecido com o meu falecido irmão..."

—É do tio Sasuke, filha... -O loiro pegou a bandana, saudoso. -Ele deixou comigo da última vez que veio para a vila. Na verdade, suponho que a esqueceu. Você a quer mesmo?

—Sim, pai. -A garota afirmou, novamente ficando estranhamente séria, olhando para a bandana nas mãos do pai. Ela parecia notar que havia alguma coisa ali, algo especial naquela bandana antiga e arranhada. -Quero sim. Quem a arranhou?

—Fui eu. -Ele riu, porém o som saiu nostálgico, quase triste. -Quando tinha a sua idade. Aquele Teme havia me desafiado... Eu só estava tentando impedi-lo de ir. Eu acho que... Ele...

—Ele quis, sim, pode apostar, 'ttebane. -Ela observou a forma com que o pai segurava a bandana, as mãos grandes e fortes de um homem de agora mais de trinta anos segurando firmemente o tecido. Naruto não era mais um garoto de 12 anos lutando para ter seu amigo de volta, não tinha mais aquela energia de antes... Quando ele não tinha quase nada, haviam lhe tirado tudo, e ele havia lutado para ter de volta, e conseguiu. Mas certas marcas não se apagam com o tempo, certas feridas não se curam nem com a eternidade. E ele se lembrava disso a cada dia de sua vida. -Eu fico com ela pai. -Pegou a bandana das mãos do mais velho com delicadeza. -Eu posso dividí-la com o senhor.

— O quê, querida? -Questionou, cansado e confuso. A frase parecia quase fora de contexto. A filha colocou a mão em seu ombro de um forma protetora, um gesto que ela já havia feito algumas vezes antes. O loiro sentiu sua dor interna, a qual quase nunca permita-se sentir, diminuir de alguma forma, como se um pouco dela fosse puxada para fora de si. Realmente não sabia o que era aquilo, poderia ser apenas a sensação de ter a filha um dia tão sonhada tocando-lhe, com um gesto apenas dela. Mas, estranhamente, não era o que parecia. Era algo maior.

—Eu vou para o meu quarto, pai. -Hokuto disse, puxando a mão de volta pra si.

—Tudo bem, querida. -O loiro falou, observando a garota sair pela porta e ir até o quarto que dividia com o irmão. Boruto não estava lá, entretanto -provavelmente descera para a sala - e a menina suspirou de alívio ao perceber estar sozinha.

—Eu não deveria. Mas...Eu não consigo saber como você aguenta, pai. -Hokuto falava baixo, o som mal saindo de seis lábios. -É muita coisa para alguém como você... -Sentiu o peito apertar e as lágrimas finalmente surgiram.

Nada além do esperado, afinal.

—--------

— Está aqui no seu quarto, você ainda não achou? – Questionou Hinata. Hitomi observou o quarto, em busca de algo diferente, mas não encontrou; Ela então encarou a mãe, confusa.

—Mas, mãe, não tem nada aqui. – Alegou a Uchiha ainda mais confusa.

—Olha de novo, você vai achar. – Pede Hinata, rindo.Hitomi vasculhou com os olhos o quarto novamente, até não encontrar nada e olhar decepcionada para a janela. E então, lá estava ele: Os cabelos escuros, os olho ônix, o sorriso de canto, irremediavelmente Sasuke. Seu pai.

— PAI!!!!! -A exclamação saiu de forma automática, como deveria ser. A emoção era tamanha que não cabia em seu peito, e então, de uma forma que apenas os Uchiha conseguiam, ela se expressou em seus olhos: Seu Sharingan foi despertado em meio as lágrimas de alegria. Ela correu, e pai e filha se abraçaram, num momento único. Eram mais de cinco anos separados, e a saudade já havia passado de insuportável.

— Mas você não ia voltar só daqui um mês? – Perguntou a morena, curiosa, tirando a cabeça do colo do pai por um momento.

— Essa era sua surpresa. -Hinata sorriu, enquanto abraçava o marido. Sasuke envolveu as duas num raro abraço.

—Pensou que eu ia perder a graduação da minha pequena?- Questionou Sasuke, ainda abraçando a esposa e a filha. Então Hitomi, a garota durona Uchiha,acabou dormindo no colo do pai, com um radiante sorriso no rosto.


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Notas finais do capítulo

Esperamos que tenham gostado! Beijão e obrigada por lerem! ❤️



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