Redescobrindo o Amor escrita por Bia Zaccharo


Capítulo 33
Revelações Parte I


Notas iniciais do capítulo

Espero que Gostem... Estamos entrando em meta final :/



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ANASTÁSIA STEELE

Encosto a cabeça na parede e a olho.

—Como está minha menina favorita? —Ela diz com o veneno pingando em sua voz.

—Melhor do que você queria que eu estivesse. —Digo e mexo minhas mãos, mas as algemas logo beliscam minha pele.

—Estou vendo, você ainda consegue me desafiar, não é mesmo?

Elena se aproxima e abaixa na minha frente, ela tenta encostar a mão em minha barriga, mas dou um solavanco para que ela não me toque.

—Não ouse! —Grito.

—Você acha que tem direito de dizer alguma coisa? —Ela diz e dá uma risada maquiavélica. —Como você é patética Anastásia, achou mesmo que eu ia deixar você se safar? O Christian cometeu um grande erro quando não quis ficar comigo, e agora eu estou tirando você e esse bastardo que você está carregando dele.

Fico em silêncio e apenas encaro a víbora.

—Diga alguma coisa? Eu adoro quando você me desafia.

Continuo em silêncio e apenas arqueio uma sobrancelha.

Elena me olha com desprezo e se levanta, ela sai do quarto de jogos e fecha a porta deixando-me sozinha novamente. Solto um louco suspiro sinto minha cabeça doer.

—Não se preocupe pontinho, nós vamos sair daqui. —Sussurro para o hóspede na minha barriga.

~♥~

Já faz algum tempo desde que Elena saiu, só não sei quanto tempo, eu acho que perdi a noção de tempo na primeira semana que fiquei aqui. Respiro fundo e acaricio minha barriga.

Ouço o barulho de algo caindo e logo uma arrepio toma meu corpo todo.

A porta se abre e uma Elena cambaleante entra, ela está com uma arma na mão e me parece bem bêbada.

—Le-levanta! —Elena diz com a voz embargada e aponta a arma para mim. —Agora!

Apoio na parede e levanto devagar. Elena se aproxima e abre minha algema libertando minhas mãos.

—Nós vamos dar uma volta! —Ela diz segurando meu braço.

Pela primeira vez sinto um medo imenso.

Elena segura meu braço e começa a me puxar para fora do quarto de jogos, assim que a luz bate nos meus olhos aperto-os pelo incomodo. Começamos a andar pelos corredores da casa em total silêncio.

—Ele me desprezou —Elena diz. —Mais uma vez, eu ligue para ele dizendo que o amava, e ele disse que ia continuar amando você. Você! E você nem acreditou nele. Eu sempre dei tudo, sempre o amei.

—Você está louca! —Digo tentando manter a calma. —Você não o ama, isso se chama obsessão.

—Cala a boca!

Elena me empurra para descer as escadas, mas acaba se desequilibrando e deixando a arma cair assim como ela.

Ah meu Deus!

Ela para no meio da escada e se levanta, quando ela estica a mão para pegar a arma aproveito e volto correndo, abro uma das portas e entro em um dos quartos que eu acho ser o de Elena. Tranco com a chave e logo ouço as batidas e gritos histéricos de Elena.

—Abre essa porta sua vadia! —Elena grita.

Afasto-me da porta e vou até a janela, abro-o, mas vejo que é muito alto para pular, eu acabaria morrendo ou machucaria meu bebê.

Respiro fundo e penso em alguma coisa, mas nada me vem à mente. Começo a morder a pontinha do dedo e andar de um lado para o outro, até que vejo o celular de Elena no criado-mudo, corro até ele e disco o numero de Christian, ligo quatro vezes, mas ele não atende.

Merda!

Ele deve odiá-la, como eu pensei que ele ainda tinha alguma coisa com ela?

Por favor, Christian, por favor, atenda.

Disco mais uma vez e aperto o botão para ligar, aproximo o celular do meu ouvido e ele começa a chamar, enquanto Elena grita do lado de fora.

—Porra! Eu já mandei você me deixar em paz!

Ouço a voz de Christian e automaticamente começo a chorar.

—Christian, por favor... —Não consigo terminar a frase pelas lágrimas.

—Ana? —Christian grita. —Anastásia.

—Me ajuda, por favor.

—Calma baby, me diz onde você está.

—A Elena, foi ela, ela me sequestrou, eu estive com ela esse tempo todo. Por favor, me ajuda.

—Calma baby. —Christian diz, mas sei que está nervoso. —Você vai ficar bem, onde você está?

—Na casa dela.

—Como? Eu fui ai... Você não estava.

—No quarto de jogos. —Sussurro.

—Porra... —Ele diz baixinho. —Eu estou indo, tente ficar longe dela.

—Eu estou no quarto dela, trancada, mas ela está armada, por favor venha rápido.

—Ok, eu estou chegando, estou indo com a policia.

—Christian...

—O que foi?

—Eu estou grávida. —Digo com a voz trêmula.

—Ah meu Deus! —Exclama Christian. —Eu estou chegando!

A ligação cai e eu começo a chorar mais ainda, tento ligar outra vez, mas o celular está fora de área. Encosto-me na parede ao lado da cama e escorrego até o chão. Fecho meus olhos e solto um longo suspiro.

—Uma hora você vai ter que sair daí Ana, e eu vou pegar você. —Elena diz e tudo fica em silêncio.

~♥~

Começo a ouvir barulhos de sirenes e pneus cantando no asfalto. Penso em levantar, mas minha cabeça dói e eu estou enjoada.

Gritos começam a estrondar por toda a casa, e logo um disparo é ouvido.

Christian...

Levanto-me rapidamente, mas não consigo me mover, fico apenas esperando.

Alguns segundos depois ouço uma leve batida na porta.

—Baby, você está ai?

Lágrimas rolam pelo meu rosto e eu caminho até a porta abrindo-a, Christian está do outro lado, ele me olha de cima a baixo e me puxa para um abraço, um abraço bem-vindo.

Enquanto ele me aperta em seus braços inalo seu cheirinho, o cheirinho que só ele tem.

—Me perdoa. —Imploro. —Me perdoa por ter duvidado de você, por tudo aquilo que eu disse, eu não acreditei em você.

—Tudo bem. —Christian sussurra. —Está tudo bem, eu estou aqui com você.

—Eu te amo.

—Eu também te amo.

Christian se abaixa e me toma em seus braços, deito a cabeça na curva do seus pescoço e logo tudo começa a se apagar.

~♥~

Sinto um leve aperto em minha mão e lentamente vou abrindo os olhos e vejo que estou em um quarto de hospital, Christian está sentando ao lado da cama segurando minha mão, enquanto Mamãe e papai estão sentado dormindo juntos em um sofá perto da janela.

Acaricio os cabelos de Christian e logo me deparo com um par de olhos cinza.

—Oi... —Sussurro.

—Oi. —Ele diz e abre um sorriso cansado.

—Eu dormir por muito tempo?

—Quase um dia.

—Entendo.

—Como você se sente?

—Com fome.

Christian sorri.

—Há quanto tempo meus pais estão aqui? —Pergunto.

—No hospital desde que você chegou, e em Seattle desde que você sumiu.

—Entendo.

—Ana eu queria te explicar...

—Tudo bem. —Corto-o. —Eu já sei de tudo, a Elena fez questão e jogar a verdade na minha cara todo esse tempo.

—Eu fiquei tão preocupado com você.

—Sinto muito.

Sinto um leve chute na minha barriga e coloco a mão surpresa sobre o lugar que o bebê chutou.

—O que foi? —Christian pergunta.

—Um chute.

Seguro a mão de Christian e coloco sobre a minha barriga, ele se enrijece, mas assim que o bebê chuta, um sorriso largo se apossa de seu rosto.

—Isso definitivamente é uma cena linda.

Viramos e vemos mamãe e papai nos olhando.

—Sem dúvidas.

Olhamos para a porta e vemos Grace parada.

Ok...

A família acordou.


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Notas finais do capítulo