Redescobrindo o Amor escrita por Bia Zaccharo


Capítulo 3
"E se..."


Notas iniciais do capítulo

Pessos lindas! Vocês são uns verdadeiros amores, e eu estou amando os comentários. Espero que gostem desse capitulo, dedico-o à todos vocês ♥
Boa leitura...♥



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ANASTÁSIA

Sinto a claridade bater sobre meus olhos e lentamente os abro. Olho em volta e vejo que estou em um hospital, especificamente em uma cama de um quarto de hospital. Olho para os lados confusa e vejo Christian parado na porta, ele está conversando com uma mulher de cabelos castanhos, mas não posso ver seu rosto pois ela está de costas.

Tento me sentar e minha cabeça gira.

—Anastásia. —Christian se aproxima.

—O que houve? —Pergunto e sinto minha boca seca.

—Você desmaiou. —Diz a mulher se aproximando. —Como se sente querida?

—Com sede. —Declaro depois de observá-la.

Ela é bonita, tem lindos olhos castanhos, um sorriso encantador e uma postura de alguém que é muito importante.

—Christian pegue um copo de água para a menina. —Diz a mulher e Christian obedece. Ele me entrega a água e eu tomo aos pouquinhos. —Eu sou Grace.

—Anastásia. —Digo olhando Grace. 

—Anastásia, é um nome bonito. —Ela diz sorrindo.

—Obrigada. Mas me chame de Ana.

—Ok Ana. O Christian me contou o que houve, você quer conversar?

Olho para Christian e depois Grace, mas apenas balanço a cabeça em negação.

—Anastásia, minha mãe vai te ajudar. —Diz Christian exasperado.

—Ela é sua mãe? —Pergunto confusa e não acho que eles tenham muita semelhança.

—Sim.

Dou de ombros e apenas os encaro.

—Como você é birrenta criança! —Christian diz e eu o fuzilo com os olhos.

—Eu não sou criança seu idiota! —Grito começando a ficar nervosa.

—É sim, e muito birrenta!

—E você um completo idiota!

—Já chega os dois! —Diz Grace rindo. —Christian me deixe conversar com a Ana, vai dar um volta.

—Mãe... —Christian tenta falar algo, mas Grace o reprova com um olhar. —Ok, mas eu volto.

—É claro que volta. —Ela diz rindo.

Christian dá um sorriso mínimo e deixa o quarto.

Grace sorri e se aproxima, ela passa a mão nos meus cabelos e eu enrijeço.

—Tudo bem querida, eu não vou te machucar.

—Ok. —Balanço a cabeça freneticamente com a respiração acelerada.

—Você quer me contar o que houve?

—E-eu... E-eu... Olha. Eu. —Gaguejo e as lágrimas começam a rolar.

—Calma.

Grace se senta ao meu lado e segura minha mão.

—Está tudo bem, ok? Conte-me com calma.

—Eu não consigo. —sussurro com a voz tremula.

—Ok... E que tal jogarmos algo? —Ela sorri e eu vou parando de chorar.

—Um jogo? —Arqueio a sobrancelha.

—Sim, o nome é "e se..."

—E se?

—Sim. Eu formo a primeira frase, com uma suposição, e você continua.

—Ok.

—Acha que consegue?

—Acho que sim.

—Vamos lá... —Grace sorri e pensa por alguns segundos. —E se você estivesse anêmica?

Olho para a mulher a minha frente e respiro fundo.

—E se... Eu ficasse presa sem comer...? —Algumas lágrimas escorrem pelo meu rosto e Grace fica pasma.

—E se você tivesse cicatrizes no corpo todo? E hematomas?

—E se... E-eu, eu apanhasse constantemente? Com fios e varas.

—Ok... Ok... —Grace tenta manter a calma e aperta minhas mãos. —E se sua mãe te maltratasse?

—E se meu pai maltratasse minha mãe e eu?

—E se você fugisse? —Grace diz e percebo sua respiração ficar cadê vez mais acelerada.

—E se minha mãe pedisse que eu me salvasse para poder salvá-la?

Grace me olha boquiaberta e algumas lágrimas escorrem pelo seu rosto.

—Seu pai te batia? É por isso que fugiu?

Fico calada e apenas encaro Grace.

—E se... —Ela começa. —As marcas que você tem no corpo fossem causadas pelo seu pai?

—E se ele bebesse muito? —Digo chorando. —E pegasse o fio do telefone e logo depois de várias chicotadas jogasse sal nas feridas?

—Ah meu Deus! —Grace exclama horrorizada. —Isso tudo é verdade? É o que aconteceu?

—E se fosse? —Pergunto chorando.

—Nós temos que salvar sua mãe.

—Agora? 

—Agora querida!

Grace se levanta e corre até o telefone, ela disca um número e logo um homem de terno aparece no quarto.

—Ana, esse é o delegado Clarck. —Diz Grace. —Ele vai nos ajudar a salvar sua mãe. Ok?

Balanço a cabeça em concordância.

—Querida você pode passar o endereço da sua casa? —Pergunta o delegado.

Olho para o delegado e apenas balanço a cabeça em negação.

—Você não sabe o endereço?

Balanço a cabeça novamente.

—Você pode nos levar lá?

Fico calada e apenas observo Grace e o delegado.

—É pela sua mãe, Ana. —Diz Grace. —Nós temos que salvá-la.

—E se o Christian fosse conosco? —Pergunto tentando manter a calma.

—Ok... Ele pode ir, eu acho.

—Eu vou com certeza! —Christian diz entrando no quarto. Ele se aproxima e segura minha mão. —Nós vamos salvar sua mãe garota birrenta!

—Ok idiota! —Exclamo dando um sorriso fraco.

Christian sorri e me ajuda a descer da cama, Grace me entrega algumas roupas nova e Christian me empresta seu casaco. Eu calço meu tênis com dificuldade já que minhas mãos não param de tremer. Depois que tenho sucesso saio do hospital com Christian e o Delegado Clarck.

Levamos apenas alguns minutos do hospital até a minha casa, e assim que estacionamos minha respiração acelera e eu começo a tremer.

—Ei, está tudo bem... —Christian diz segurando minha mão.

—É claro que está... —Sussurro.

Clarck abre a porta do carro e eu desço com Christian. Alguns policiais se aproximam e nós vamos para a entrada da casa. Olho mais uma vez para Christian e ele me dá um aperto suave na mão para me encorajar.

—Vocês dois fiquem aqui, nós vamos entrar, ok? —Pergunta o delegado.

Olho para ele, mas antes que posso fazer qualquer coisa ouço um disparo.

Meu coração para e eu aperto a mão de Christian.

Mamãe...

 


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Notas finais do capítulo

Como puderam perceber a Ana é uma "criança", e tem alguns traumas, então, como crianças precisam ter confiança, inventei a brincadeira, que resultou na verdade... Mas... O que será que vai acontecer daqui pra frente?

Obrigada pela leitura...♥