Por mais que eu o amasse eu não iria voltar para Hamburgo.

Parei de dar noticias para a minha mãe.

Na TV vi Bill, Georg e Gustav, dizendo que eu estava doente, e por isso não iriam começar a tour.

Eles estavam mentindo por minha causa. E o Pior, quando a imprensa e os fãs descobrirem que eu fugi, como eles vão consertar a história?

Mentindo novamente?

3 meses se passaram e amanhã eu estou indo para os Estados Unidos.

Mya virou minha melhor amiga todo esse tempo, e disse que não queria se despedir de mim, que não queria me ver partir.

Com as malas prontas, dinheiro e passagem no bolso do casaco, amanhã eu parto.

Aproveitei a noite para dormir, meu vôo partiria de manhã.

Não sonhei nada.

Como há muito tempo.

Não sonho, mal durmo, não como direito, não vivo, não sinto.

Nada, apenas nada.

Acordei pela manhã com o despertador tocando, desliguei-o e fui tomar uma rápida ducha e trocar de roupa.

Assim fiz.

Terminei a ducha e me vesti com a roupa que eu tinha separado.

Desci tomei café, e disse adeus para a Dona Linda, a avó de Mya.

 Não consegui vender o Cadillac.

Então dirigi até o aeroporto.

Lá não estava lotado, não era mês de férias, era Abril.

Fiz o Check-in e estava esperando para embarcar.

Deixar tudo para trás.

Deixei-o aqui.

Com as minhas memórias, meu amor, minha vida.

Tudo.

Meus sonhos, minhas conquistas.

Tudo vai ficar.

Nada vai, tudo fica.

Vida nova, alma velha.

Coração empedrado, sem batimentos acelerados, sem amor, sem ele.

Deixarei aqui também, a ilusão de um amor, um amor que nunca aconteceu, e nunca irá acontecer, e deixarei a ilusão de que ele virá me procurar. Mesmo assim eu estarei esperando.

Não, isso não acontecerá.

A voz metálica avisou que meu vôo sairá daqui 15 minutos, então fui para a fila de embarque.