Something to die for. escrita por Eilonwy


Capítulo 1
The End's Not Near, It's Here.




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03 de Outubro de 2013.
Clarissa estava entrando em sua casa depois de um dia cheio. Ligou o som e foi em direção ao seu quarto. Antes que pudesse tirar sua roupa e entrar no banho, seu telefone tocou.
- Alô? - Disse a ruiva. - Quem é? - Ela continunou. Ninguém respondia no outro lado.
- ... ... ... - Ela ouviu uma respiração e arqueoou as sobrancelhas.
- Ok, Emily. Se isso é uma brincadeirinha eu não estou NADA animada! - Falou. Ouviu uma risada.
- Mas eu adoro brincadeiras. - Alguém respondeu. Não era a voz de sua amiga.
- Quem está falando? - Ela falou com uma expressão preocupada.
- Como você ousa usar essa blusa depois de suas amigas falarem que você parecia uma velha? - Disse a voz. Assim que Clarissa ouviu isso, começou a olhar para seu quarto. Deu alguns passos. - Pare de andar. Assim fica difícil acompanhar você. - Continuou.
- EDDIE, É VOCÊ? - Ela gritou com certo medo. Nada mais se ouvia além de seu som, que tocava Hey There Delilah e isso começou a preocupa-la. - É sério. Eu não gosto dessas brincadeirinhas. - Ela disse indo em direção a sala de estar e ligando as luzes. A música parou. Alguém desligou o som. Clarissa olhou preocupada e saiu acendendo todas as luzes da casa.
- EU JÁ MANDEI VOCÊ PARAR DE ANDAR!!! - Disse a voz rouca em um tom grosso. As luzes se apagaram. Sentiu algo passar correndo por trás dela e automaticamente se virou. As pessoas chamariam a polícia nessa hora, Clarissa. Pensou. Desligou o celular e foi até a cozinha e pegou o telefone residencial.
- Sem linha. Que coisa clichê. - Ela falou. Começou a discar o número da polícia, mas antes que ligasse, o telefone tocou novamente. - Número desconhecido. - Colocou o celular em cima da bancada da cozinha. - Não. De jeito nenhum. Não vou antender esse cara de novo. - Ela falou em um tom corajoso. O telefone de casa tocou, assustando-a. - QUE MERDA? - Gritou ao ver que o telefone voltou. Ela atendeu, pois pensou ser seus pais.
- Olá preciosa. - Disse alguém do outro lado da linha.
- MERDA! O QUE VOCÊ QUER COMIGO? - Ela perguntou indo até a porta de entrada e travando-a.
- Se você desligar na minha cara de novo eu vou arrancar seus olhos e fazer você comer um deles enquanto assiste a cena com o outro. - Disse a pessoa em seu tom mais irritado, fazendo Clarissa ficar boquiaberta. - E deixe-me lhe fazer uma pergunta... - Continuou.
- O que? - Disse ela baixo e completamente assustada e trancando as janelas.
- Você me trancou do lado de fora... - Deu uma pausa. - Ou do lado de dentro?

SOMETHING TO DIE FOR.

03 de Outubro de 2015.
Dois anos se passaram depois da morte de Clarissa Newsome. Seus pais a encontraram no sofá de sua casa, segurando o telefone, com a cabeça cortada e os olhos arrancados. Quando foram fazer a autópsia, nenhuma impressão digital foi encontrada, mas as buscas continuavam até hoje. Os moradores de Lynchburg não se recuperaram tão cedo da morte da adolescente, principalmente seus familiares e amigos.
- Eu odeio isso. - Disse Elsa olhando para os cartazes em frente o memorial que a escola havia feio para Clarissa. - É tão... Deprimente. - Continuou. Revirou os olhos e se virou.
- Eu sei. - Disse Emily a acompanhando. - E foi algo de repente. Você acha que alguém pode ter feito isso com ela? - Perguntou a morena.
- É claro que alguém fez isso com ela, né? - Falou em tom sarcástico.
- Eu sei. Mas quero dizer... Alguém em especial. Por algum tipo de vingança. - Continuou. Elsa apenas deu de ombros e segurou a mão da amiga, que estava aflita. As duas foram até a sala de aula e se sentaram em seus respectivos lugares de sempre. O lugar de Clarissa estava vazio, desde o ocorrido.
- Bom dia! - Disse o professor. Ninguém respondeu nada. Uns mexiam no celular, outros ouviam música, alguns dormiam e poucos prestavam atenção no que estava acontecendo. - Nossa... É sempre tão bom ver que vocês estão empolgados. - Ele disse sorrindo e tirando os livros de dentro de sua maleta. - Hoje vamos estudar sobre clássicos do terror. - Ele disse empilhando os livros com capas pretas de laterais de cores fortes e vivas. - Desde Carrie, A Estranha. O Iluminado. Hannibal. Até alguns mais antigos e mais clássicos ainda, como Drácula, Frankenstein e O Exorcista. - Falou e abriu um sorriso. Emily arregalou seus olhos e Elsa riu da cena.
- Alguém vai voltar a dormir com a mamãe. - Falou ela rindo e olhando para Emily, que mostrou a língua e cruzou os braços, definitivamente brava.
- Não me diga que você tem medo de coisas incríveis como essa? - Disse Louisa, no fundo da sala.
- Você gosta de terror, Louisa? - Perguntou o professor cruzando os braços.
- Pode-se dizer que sim. - Ela disse ajeitando a postura.
- Ótimo. - Falou o professor, indo em direção a ela e entregando o livro. - Um resumo. Para apresentar para a classe inteira. Duas semanas. - Ele falou sorrindo e piscou para ela, que bufou logo em seguida.
- Não era isso que eu queria dizer, mas tudo bem. - Falou fazendo caretas quando o professor se virou em direção o quadro negro. Ele pegou o giz e escreveu algo.
- Vamos ver se vocês sabem identificar um personagem, tanto quanto uma garota sabe identificar uma marca de bolsa ou sapato. - Ele falou sem se virar para os alunos.
"Ele queria apenas ver solucionados os problemas da família, mas enquanto tentava concluir seu romance num hotel cheio de presenças mal resolvidas, começa a perder a razão."
- Jack Torrance, O Iluminado. - Disse Louisa, antes que o professor vira-se para a classe. Todos olharam para ela. - O que? Eu disse que gosto de terror. - Ela falou e deu de ombros.
- Isso é injusto, ela sabe tudo sobre essas coisas. - Reclamou Pietra, que chegava atrasada na aula e tentou disfarçar, mas não conseguiu.
- Injusto é você acordar tarde e não conseguir chegar a tempo na minha aula, senhorita Sawyer. - Falou o professor, enquanto a encarava. Ela revirou os olhos. - Qual a desculpa dessa vez? - Ele falou colocando o giz no lugar e apagando o quadro.
- O meu cachorro comeu meu despertador? - Falou mordendo os lábios, torcendo para que ele levasse na brincadeira e não a mandasse para a diretoria. Ele riu.
- De novo o seu cachorro? Ontem ele comeu o trabalho que eu pedi. O que mais ele vai comer? - Ele perguntou irônico.
- Prefiro não comentar. - Ela falou. - Desculpe senhor, Roberts, eu juro que essa foi a última vez que eu me atrasei. E ontem foi a última vez que não entreguei um trabalho. - Ela disse se ajeitando em sua cadeira.
- Tudo bem, Pietra. Última chance. - Ele falou. Cruzou os braços e suspirou. - Galera... Essa é o último ano de vocês. - Ele disse.
- Ah não, vai começar o sermão de professor. - Disse Emily colocando uma de suas mãos no rosto, resmungando.
- Vai começar o sermão de professor sim. E se reclamar eu ainda falo de novo amanhã. - Ele disse dando uma pausa. - O último ano. Se vocês reprovarem, tudo vai ser jogado fora. Façam valer a pena. Façam esse sermão, ser um dos motivos de risadas dos reencontros de vocês. Não joguem tudo fora. - Ele disse. O sinal tocou logo em seguida. - Amanhã termino de passar as lições para vocês e Louisa... - Ele falou olhando para a garota que guardava seu material. - Não esqueça de ler e fazer o resumo. - Disse. Ela fez que sim com a cabeça e saiu, acompanhada de Elsa, Emily e Pietra.
- Aghr, ninguém merece. - Disse ela. Todas riram e foram para seus armários, pegar o livro da outra aula. Uma música começou a ser ouvida no corredor da escola.
Weep not poor children
for life is this way...
Murdering beauty and passions
Todos se olharam meio assustados. A voz de uma mulher ecoando pelos corredores de Bild's High era um tanto quanto assustadora. Na tela de avisos principal, um vídeo começou a passar. A música continuava no decorrer do vídeo. Em determinado tempo, foi possível ver o assassino de Clarissa, alguém com manto preto e uma máscara assustadora, realizando o homicídio. As pessoas começaram a gritar ao ver a cena de Clarissa já com a cabeça cortada, mas não totalmente arrancada de seu corpo. Logo depois, ele pegou um facão que era nitidamente afiado e retirou os olhos dela, colocando-os em uma de suas mãos e fechando-as logo em seguida. O vídeo fora adiantado alguns segundo e a cena seguinte, era do mascarado acenando para a câmera e uma edição aparecia 'Feliz 2 anos de morte, vadia.' e então a tela ficou escura e a música parou. Um grito agudo foi-se ouvido.


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