Escolhas escrita por Lauren Reynolds


Capítulo 1
Capítulo Único




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Escolhas

Edward

Foi Carlisle quem salvara minha vida pela primeira vez.
Foi naquele hospital em Chicago - 1918 - que eu havia visto o par de olhos dourados com mais clareza, depois de dias numa tortura constante.

Foram anos seguindo á risca uma dieta, alimentando-me apenas de animais. E foram anos em que a tristeza me invadira de uma forma tão incomum, que então, eu decidi mudar. Comecei a me alimentar de alguns humanos, matava alguns homens, mas na maioria das vezes mulheres. Então, veio o peso na consciência.

Mais anos se passavam, minha não vida eterna seria profundamente longa e, na minha concepção, isso não estava ajudando em nada. Minha consciência ficava cada vez mais pesada, pro assim dizer. Eu podia ouvir cada pensamento, de cada vítima que eu já tivera matado por puro egoísmo.

Depois de algum tempo, tentando acabar com minha não-vida, mudei. Não tinha sido grande coisa e também não tinha ajudado muito. Certa noite, quando eu vagava escondido por becos e vielas de uma cidade qualquer, eu ouvi um pedido fraco de socorro. Era a voz de uma menina.

Aquela voz aguda e infantil me atingiu de uma forma inigualável, aí eu agi. Corri para o beco escuro em que ela se encontrava. O cheiro de sangue era absurdamente forte e me atingia em cheio.

"Socorro." Ela tinha sussurrado.

Havia um homem lá. Ele tentava abusar dela, era de todas as formas - inúteis - que podia, tentava se livrar do traste. Fui andando silenciosamente pelas sombras, então o peguei. Continuei ali, escondido, mas o matei.

A menina me encarava, atônita, mas nada fez. Viu cada gesto e cada movimento que eu tinha feito. Me viu beber todo aquele sangue. E viu meus olhos vermelhos.

"Não me mate." Ela sussurrou novamente.

Eu fiz um gesto com a cabeça e a peguei no colo. Corri por alguns telhados e becos, até que cheguei próximo á um hospital.

"Você não me viu." Murmurei próximo ao seu ouvido. Ela se arrepiou, mas assentiu.

Depois de salvá-la, eu passei a me alimentar apenas de assassinos, achando que assim, livraria um pouco da culpa e do remorso que eu tinha cravado em minha mente. Mas não foi suficiente, então eu voltei.

Carlisle havia me acolhido como o filho pródigo, meus irmãos - exceto Rosalie - me acolheram da mesma forma, e ajudando a suportar a sede constante. Depois de um tempo, o carmim deixou minhas iris, dando lugar ao dourado.

Foram quase setenta anos seguindo novamente a dieta de meu pai. Até que uma garota, com um simples gesto inocente, quase me fez sair da linha.

Isabella Swan.

Ela me fez sair de casa e rever meus conceitos. Ela me fez acreditar que eu podia conviver com ela, assim como eu convivo com outros humanos... Ela me fez ver que eu a amava... Bella me fez acreditar que eu poderia ter meu lugar no paraíso e que eu não estava condenado.

Então eu escolhi deixá-la. Minha vida tornou-se escura e vazia como á noventa ano atrás. Minha família sofria por mim e eu sofria milhões de vezes mais. Eu precisava do meu ar, do meu oxigenio. Eu precisava dela.

Assim como um mar em fúria, a dor e a angústia tinham me atingido quando descobri - por meio de Rosalie - que Bella havia pulado de um penhasco. E foi assim mesmo, sem pensar em outra coisa, que tomei minha decisão.

Eu me juntaria a ela, onde quer que ela estivesse.

"Não." Aro Volturi havia respondido ao meu pedido fracassado de morte.

"A não ser que quebre as regras." Marcus dissera.

E assim, planejei meu fim.
Abri vagarosamente as portas da torre do relógio da praça de Volterra. O sol estava a pino, seria o momento perfeito, incluindo o fato de que não havia nada em minha mente, só a imagem que eu tinha de Bella.

Tirei minha camisa, desabotoando cada botão, então dei um passo em direção ao sol.

"Edward!" A voz dela era tão real... minhas lembranças nem chegavam perto de tal entonação.

"Edward abra os olhos!" E foi ali, sob a torre do relógio, que minha vida voltara a ter sentido, mesmo que por pouco tempo.

"Bella..."

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