Cálice de Dragão escrita por Neko D Lully


Capítulo 6
Segredos de Blue


Notas iniciais do capítulo

Yooo mina-san~~!

Como já devem começar a perceber tenho a intenção de postar semanalmente, por isso, se tudo correr bem, toda sexta terá um novo capitulo, se não tiver é porque ou minha criatividade bugou mesmo ou meu tempo ta muito apertado.

Tentarei adiantar os capitulos o máximo que conseguir para que minha falta de tempo e/ou criatividade/animação não perturbe os lançamentos.

Aproveitem~~!



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Segredos de Blue

Muitos diriam que Scorpius Malfoy era uma pessoa fria e amarga. Sempre sozinho com algum ou outro livro em sua mão, rosto sério e completo desapego a tudo e qualquer coisa. Ele não fazia questão de companhia, ele não se preocupava com os olhares que lhe jogavam e fazia questão de ignorar a tudo e a todos. Ninguém se perguntava o porquê, apenas acreditavam no que as conversas de seus colegas passavam e desconheciam o pequeno fato de que ele só era assim para proteger a si mesmo.

 Afinal, por que ficar perto de pessoas que simplesmente vão julgá-lo por fatos que não foi ele que cometeu?

Seja como for, ele era um rapaz que ninguém conhecia e ninguém queria conhecer e ele não se incomodava com esse detalhe. Já tinha se passado três anos em Hogwarts e ele simplesmente aprendeu a conviver nesse clima de tensão a sua volta. Ele nunca esperou encontrar-se com alguém que não o olhava de soslaio, que não o julgava e que lhe estendeu uma mão, esperando pascientemente sua escolha. Ele ainda não confiava, obviamente. Para quem vivia em sua situação confiar seria o pior erro que poderia cometer.

Mas Blue parecia ser muito diferente das pessoas que estava acostumado a conhecer.

Setembro já estava se despedindo chegando no final de sua terceira semana. Três semanas desde que o pequeno avião de papel havia pousado a seu lado, escrito com aquelas rebuscadas letras apressadas, ligeiramente tremulas e instáveis. Três semanas as quais dedicou-se a observar de longe, o tempo que podia, a garota que por algum motivo, além de defendê-lo lhe havia dado a proposta de ouvir seus problemas. Ele não entendia, uma novata como ela deveria apenas escutar o que as pessoas de sua classe fofocam e deixá-lo em paz.

Mas Blue era uma garota estranha. Ele havia percebido isso no tempo em que a manteve sobre seu olhar atento.

Depois de tempos sem ter com quem conversar Scorpius aprendeu a ser observador e descobriu que poderia aprender muito mais sobre o caráter de outras pessoas simplesmente observando o que o próprio corpo delas dizia. E ele deveria admitir que para Blue era ainda mais fácil.

Recordava-se da garota tê-lo informado, em seu pequeno avião de papel, que ela não sabia e nem podia falar. Bom, o fato foi comprovado não muito tempo depois quando, em suas observações, viu que mesmo abrindo a boca nenhum som escapava por ela. Ele não sabia se era devido a um feitiço ou o que quer que seja, apenas tinha certeza que tal fato talvez tivesse proporcionado o detalhe bem simples de que a garota era bem expressiva em seus movimentos.

Leitura corporal era tão simples nela que ele apostaria que até mesmo um cego seria capaz de perceber tudo o que tinha a demonstrar.

O primeiro que foi capaz de notar, e talvez o mais óbvio de todos, era seu completo descaso com relação a amizades com pessoas de seu mesmo ano. Seria mais adequado dizer, no entanto, com qualquer aluno da escola. Espantava a todos com o sorriso feroz e felino que mantinha desenhado em seu rosto cada vez que alguém tinha a coragem de se aproximar para puxar algum assunto ou simplesmente arrumando um lugar para comer no Grande Salão.

Solitária seria uma simples palavra para descrevê-la.

A bolha de isolamento a qual formava-se a seu entorno era quase palpável e ela não parecia ter qualquer preocupação quanto a isso. Sua popularidade caia e teve sorte de não ter sido pega ainda com os gestos obsenos que, às vezes, jogava para os alunos mais velhos que por algum motivo inventavam de atazaná-la.

Falando em professores, ele começava a acreditar que eles não simplesmente não viam, mas sim ignoravam.

Ela tinha boas influencias, isso não era de se negar. Não menos de três vezes foi vista a caminhar próxima a Mcgonagall, trocando ideias de forma demasiadamente casual. E como se apenas isso não fosse estranho o suficiente era comum observá-la ser a ultima a sair das aulas de Defesa e Transfiguração, sendo acompanhada pelos respectivos professores até a próxima aula, tão tranquilamente que pareciam até mesmo velhos amigos.

E se apenas os professores não fossem o suficiente ela também parecia agradar-se mais da presença de fantasmas do que as de pessoas vivas. Nick Quase Sem Cabeça adquiriu o costume, nessas poucas semanas, de flutuar até a mesa da sonserina para trocar uma ou outra palavra com a pequena. Barão Sangrento e Lady Grey também costumavam rodeá-la, até mesmo Pirraça, que adorava incomodar e perturbar todos e qualquer um da escola mantinha-se tremendamente quieto com a pequena, quase parecia respeitá-la!

Apesar que, poderia estar errado, mas jurava tê-los visto trocando um ou outro pacote...

Outra coisa que havia reparado, não tão difícil também, era em sua leitura compulsiva. Não era estranho encontra-la, durante os breves momentos de folga em que poderia se ver sozinha, com um ou mais livros a sua volta, alguns reconhecia sendo dos deveres das matérias de suas aulas, outros eram bem mais avançados do que poderia se esperar de alguém da idade dela. Era como se tentasse compensar alguma coisa, mas ele não sabia o que uma garota de onze anos poderia estar tentando suprir.

Não muito dificilmente ela era pega escrevendo alguma coisa desconhecida em um pequeno caderno negro, simples e desgastado, tinha algumas manchas do que parecia ser sangue, mas ele não tinha certeza, poderia ser apenas tinta vermelha. Outras pareciam lágrimas nas páginas que conseguiu distinguir, era como se aquele pequeno caderno guardasse mais histórias do que sua própria idade poderia comportar.

E de tudo isso que conseguiu armazenar ele não sabia se realmente poderia confiar. Pela vida que levava, pelo tratamento que recebia, havia aprendido que confiança era apenas uma arma a ser levada contra ele. Como em seu primeiro ano... Não queria que tudo se repetisse.

E mesmo que tivesse isso tão claro em sua mente ele não conseguia evitar debater-se com a ideia de se abrir, nem que ao menos um pouco, para a pequena que lhe havia oferecido escutá-lo. Foi todos esses dias, todas essas semanas, hesitando em se aproximar, em começar a conversar, em simplesmente dizer um simples "o que você pretende com isso?". Não poderia nem ao menos tirar uma satisfação, e era frustrante!

Isso até hoje, naquela manhã tão calma de quinta-feira, onde tão poucas pessoas se encontravam no Grande Salão para apreciar ao saboroso café da manhã.

Blue estava afastada, em um canto da mesa da sonserina, vários livros a sua volta, ninguém ousando se aproximar. Ele sabia que várias fofocas poderiam se derivar apenas do fato de se aproximar dela, mas naquele dia estava confiante em assumir o risco, acreditando fielmente que ela também não se importaria.

Respirou fundo e então ergueu-se, pronto para tomar a iniciativa.

— Quanto tempo, Malfoy. - alegremente se aproximou um de seus colegas e por pouco não conseguiu suprimir um suspiro cansado, encarando as três pessoas que postavam-se a sua frente, sorrisos maliciosos e travessos desenhados em seus rostos tão familiares. Scorpius estava se cansando deles, definitivamente.

— O que quer, Riley? - murmurou, procurando manter-se o mais indiferente possível. O sorriso do rapaz aumentou.

— Nossa, é minha impressão ou o Malfoy está mais atirado hoje? - brincou o rapaz, cabelos curtos em uma tonalidade de castanho que aproximava-se ligeiramente com o loiro, olhos com a cor clara, como as folhas secas que caiam ao outono, um pouco mais alto que o próprio Malfoy que lutava para manter as mãos longe da varinha, os olhos desviando-se constantemente para a mesa dos professores, onde a própria diretora conversava tranquilamente com o professor de transfiguração. Ele não tinha certeza se tê-los ali poderia ser uma medida de segurança. - Da onde veio toda essa coragem tão de repente? Por acaso quer se transferir para Grifinória? Tenho certeza que eles iam adorar ter você dividindo a mesa com eles.

Os companheiros riram da piada, todavia antes que pudesse pensar em uma resposta, chegou até mesmo a abrir a boca, uma pequena figura se interpôs entre eles. Eles não sabiam da onde ela tinha surgido ou como havia aparecido entre eles em tão pouco tempo e sem que nenhum deles chegasse a perceber, todavia foi fácil de admitir que todos os quatro sonserinos tinham saltado para trás pela surpresa enquanto Blue mantinha-se com um sorriso felino, predador, erguendo um pequeno pedaço de papel já escrito.

"O que há rapazes?" o sorriso da garota aumentou e Scorpius teve que admitir que sentiu calafrios percorrerem seu corpo quando o viu. Tinha certeza agora, Blue não era uma pessoa a qual queria como inimiga. Os três rapaz afastaram-se um pouco mais, ligeiramente intimidados, apesar de não querer demonstrar. Ela anotou mais alguma coisa no papel e ergue-o mais uma vez: "Posso saber o que estão aprontando? Ou eu vou ter que me intrometer?"

— E o que uma primeiro ano como você pode fazer contra três de nós e na frente dos professores? - desfiou Riley, um pequeno sorriso hesitante aparecendo em seu rosto, prontamente retribuído por um enorme sorriso gatuno, digno do gato de Cheshire.

Bastou um delicado mover de varinha, bem escondida pelas enormes vestes, e o sorriso que havia voltado ao rosto dos rapazes tinha sido substituído por uma expressão que poderia ser descrita como uma mistura bem peculiar de surpresa e dor. Scorpius poderia não saber o que estava acontecendo, mas tinha certeza que o que quer que fosse que a garota havia feito tinha causado o efeito que queria e prontamente os rapazes mancaram para longe, em um andar estranho.

Blue riu, caminhando calmamente de volta para seu lugar na mesa enquanto contava alguma coisa em suas mãos. Scorpius, que a seguia de perto, logo identificou o que era.

— Onde arrumou esse dinheiro tão de repente? - o papel logo se mostrou diante de seus olhos.

"Dos três que acabaram de ir embora"

— Você roubou? - engasgou o loiro, aturdido, sentando-se de frente a garota que enfurnava-se novamente em seus livros, o cenho terrivelmente franzino pelo dinheiro que tinha em mãos. Ela o encarou, como se não entendesse o motivo de tanto estardalhaço. - Quando? Eu não vi você nem ao menos encostar um dedo neles!

"Essa é a ideia, gênio. Se me vissem fazer alguma coisa não tinha como eu ser uma batedora de carteira. E vocês, bruxos, são extremamente fáceis de roubar, perde até a graça!"

— E o que fez com eles? Não que eu esteja muito preocupado...

"Um simples feitiço de levitação nas roupas intimas para um puxão inesquecível"  Scorpius não conseguiu segurar a careta que tomou seu rosto, apenas ao imaginar a situação. "Mas, me diga, Malfoy-san, seu movimento em minha direção e sua insistência em tentar manter uma conversação comigo vem do fato que aceita minha proposta ou apenas para matar o tempo?"

Engasgando um pouco em suas próprias palavras, pego de surpresa pelo que havia acabado de ler, em nenhum momento a garota de grandes olhos azuis havia deixado de encarar os livros que tinha a frente, com uma das mãos, a que não segurava o papel, escrevendo fervorosamente em um caderno próximo.

Oh, bem... Uma hora tinha que iniciar o assunto.

— Como seu amigo pode ter um problema parecido com o meu? - o suspiro da garota disse tudo. Deixando os livros de lado ela anotou mais alguma coisa no pedaço de papel e então mostrou a ele.

"Justo, devo admitir, uma troca equivalente. Mas devo recordá-lo de que o problema não é meu e sim do meu amigo, por isso não direi nomes nem entrarei muito em detalhes. Por favor, compreenda." Scorpius assentiu, completamente atento, esperando que a garota continuasse. Ela demorou um tempo para pensar e então posse a escrever. "Tentarei explicar de uma maneira que entenda. Pelo que sei da história desse lugar vou usar alguns exemplos. Então, tente imaginar que o maior vilão do seu mundo... Vol... Valter?"

— V-Voldemort. - respondeu o rapaz em voz baixa, para que apenas a garota escutasse, tentando esconder o arrepio de medo que sentia ao pronunciar dito nome. Blue fez um sinal com a mão, indicando que era isso que queria dizer e então voltou a anotar em seu papel.

"Imagine que ele teve um filho. Essa criança nunca conheceu o pai, ele morreu muito antes dela nascer. Mesmo assim como as pessoas do seu mundo a tratariam?"

— Provavelmente tentariam matá-la por medo dela ser igual ao pai, independente do fato de não tê-lo conhecido.

"E sendo odiada desse tanto, sem nem ao menos saber o porquê, como você acha que essa criança cresceria?"

— Não sei... Talvez odiando a todos.

"Ou talvez odiando a si mesma. Odiando seu pai, odiando a vida que tem por culpa dele, sendo que ela mesma nunca fez nada de errado, é só uma criança afinal." tão sincero como poderia ser o loiro chegou a se surpreender com o que tinha lido. Ele não tinha pensado dessa maneira e só de imaginar-se no lugar da criança já se sentia mal. Ainda bem que ele não existia... Seria sofrimento de mais para um garoto. "Eu não sou daqui, o caderno no qual escrevo é enfeitiçado para traduzir automaticamente o que escrevo. E da onde eu venho também tem um símbolo de medo."

A garota pareceu pensar um pouco, antes de continuar, o olhar azul tomando uma cor mais escura por culpa do assunto.

"Quando você tenta ser livre acaba pisando nos interesses de outras pessoas que, por sua vez, são levadas pela mídia o resto da massa da população, que se volta contra esse pessoa em questão, tornando-a vilã sem ao menos conhecê-la. Não sei o que o seu vilão fez exatamente, mas o que temos em minha casa ele era apenas um homem com um sonho e apenas aqueles que realmente o conheceram sabem seu verdadeiro valor. Pena que não foi o suficiente para salvar seu filho." uma respiração pesada e a conversa continuou. "Meu amigo é o filho desse homem. Julgado pelos erros que não cometeu virou uma pessoa amarga, ferida e forçada a se esconder, odiando o próprio pai que nem teve a oportunidade de conhecer. O homem foi executado meses antes de seu nascimento, sua mãe morreu tentando dar-lhe a luz e ele cresceu em um ambiente em que todos o odiavam..."

— E... - o rapaz engoliu seu próprio desconforto, impressionado com a história. Blue tinha abaixado o olhar, empurrado o prato de comida que tinha na mesa para longe e respirado fundo. - O que aconteceu com seu amigo?

"Morto. Executado por aqueles que o julgaram pelos crimes de seu pai e não por seus próprios." Um silêncio estranho tomou conta do lugar. Scorpius se sentiu constrangido por ter perguntado.

— Me desculpe. - murmurou, pouco tempo antes que Blue finalmente se recuperou. Ou fingiu muito bem.

"E sua história? Por que te acusam de um crime que não cometeu?"

— Meu pai trabalhou para o Lorde das Trevas, o nosso grande vilão, por assim dizer. - suas mãos mexeram-se desconfortáveis sobre a mesa, o olhar atento da garota sempre sobre sua pessoa. - Acho que foi apenas uma escolha errada que fez, por inveja de uma pessoa que chamava mais atenção do que ele e para chamar a atenção de meu avô. Erros de uma pessoa que viveu tendo tudo que queria desde pequeno, ele mesmo me disse essas palavras. Seja como for, o nome Malfoy caiu na lama depois disso e é bem comum agora ser julgado por isso. Não odeio meu pai nem nada disso, por mais que ele tenha feito a merda que me deixou onde estou. Eu só queria que parassem de colocar-me como se fosse ele.

"Ficar calado e ignorando esses idiotas não vai te ajudar em nada. Você tem potencial pra ser muito melhor, mas para conseguir a liberdade que quer, às vezes, precisa dar o grito. Faça-se ser respeitado, mesmo que não siga pelas regras dos outros, mas nunca deixe de ser quem é ou esconder-se por isso."

— Fala como se tivesse experiência no assunto.

"Sei de muito mais coisa do que imagina, Malfoy-senpai."

— Sinto-me curioso em saber mais. Você não é como as pessoas dessa escola ou do mundo bruxo. Sinto que guarda muito mais segredos do que quer mostrar. - Blue ergueu o olhar para o rapaz, um sorriso misterioso surgindo em seu rosto.

"Não pense que vou jogar minhas cartas na mesa assim, Malfoy-senpai. Meus segredos devem ser preservados para aqueles com os quais tenho confiança, e você, por enquanto, não é uma delas."

  Dizer que estava surpreso seria uma mentira. Scorpius sabia que não conseguiria suas respostas assim tão rápido. Blue era astuta, tão ardilosa como um gato, mas ele estava disposto a mostrar que poderia ser de confiança. Por que? Ele não saberia explicar, mas alguma coisa naquela garota o atraia.

Seriam seus mistérios e a sensação de uma aventura?

— Poderia pelo menos me responder por que o novato da grifinória parece querer me matar com o olhar? - fazia um tempo que tinha notado, ele sabia quem era e tinha certa relutância em erguer o olhar para devolver o que lhe era enviado.

Portgas, ao longe, não fazia a menor questão de esconder seu desgosto pela situação e Blue sabia muito bem disso, soltando um sonoro suspiro cansado.

"Apenas ignore. É um problema meu."

— Acho que todos na escola já percebeu que você o ignora. Por que?

"A curiosidade matou o gato, Malfoy-senpai. Mas, resumindo: eu sei mais sobre ele do que ele mesmo, mas não sei como dizer para ele sem passar meu ponto de vista pessoal sobre a situação e eu quero que ele escolha seu caminho sozinho, sem que se sinta obrigado a fazer o que eu quero."

— Eu ouvi a conversa na enfermaria, estava lá antes de chegarem. Não sei o que faria na sua situação, para ser sincero. - Blue deu de ombros, deixando a cabeça cair sobre a mesa. Scorpius supôs que aquilo queria dizer que ela não queria mais falar sobre o assunto, mas o loiro não queria terminar a conversa. Havia muito o que perguntar, ele estava realmente curioso sobre toda essa loucura que de repente havia caído sobre sua cabeça e Blue parecia ser a fonte dela. Bem, talvez não fosse mal esperar um pouco. - E... Essa questão está errada.

Blue espiou suas anotações do dever de poções. O cenho se franziu e segundos depois sua boca formou o que parecia ser um "oh" compreensivo. Ela lhe sorriu e pronto concertou o erro deixando que o tranquilo silêncio rodeasse ambos até o momento que deveriam seguir para sua próxima aula.

Scorpius poderia ser um rapaz que era acostumado a andar sozinho, mas com toda certeza não era como Blue, que gostava de ser solitária. E para desgraça da pequena seu D nunca a deixaria ficar sozinha. Ela influenciava, seja qual fosse o motivo, as outras pessoas a se aproximar, atraia e fazia aliados, mesmo que, por se manter escondida durante todos esses anos de navegação, isso nunca tivesse realmente acontecido antes.

Mesmo que não fosse exatamente uma novidade para ela. Assim como Scorpius, Blue tinha o costume de observar, avaliar e como não poderia falar era muito mais fácil. Ela havia percebido que a fala conseguia aturdir os outros sentidos, quem era tagarela normalmente não tinha uma atenção difusa. Existia suas exceções, mas a maioria entrava nessa regra. Sensho*, por exemplo, era uma pessoa que pouco falava, observava em sue canto, calmo, o que seus tripulantes precisavam, entretanto, pessoas como Ace, por exemplo, que falam de mais, acabavam por prestar menos atenção a seu entorno, focando-se apenas no que tinham a frente.

Não tinha o que reclamar de Ace, mas era comum em lutas, quando começava a falar de vai se saber o que poderia dar em sua cabeça para falar no meio de uma luta, ele levar um ou outro tiro. Ace sabia a necessidade de seus companheiros, mas talvez, se tivesse sido mais atento aquilo...

Não poderia culpá-lo, nem mesmo Sensho conseguiu perceber antes de acontecer... Até Jiji* foi enganado... Nada poderia ter mudado...

Suas mãos se apertaram, encarando de forma distraída o que Bins-sensei resmungava na frente da sala sobre a história mágica. Ela não estava interessada.

Como seja, por essa habilidade de observação havia reparado que pessoas com D em seus nomes, como Ace e ela, tinham uma estranha atração. Eles instigavam confiança, mesmo que fossem rudes atraiam aqueles que tinham a sua volta. Ela não sabia bem o que era, havia perguntado a Ace uma vez, mas ele apenas deu de ombros e respondeu que poderia ser a "determinação D" ou coisa do tipo. Era um mistério de qualquer jeito.

Um mistério extremamente chato.

Blue não queria mais companhia, ela já tinha o suficiente. Ela não estava naquele mundo por diversão, ela estava para terminar sua missão e voltar para casa com a pessoa que nunca deveria ter saído de lá. Ela ofereceu apenas para escutar os problemas do garoto Malfoy, ela não tinha oferecido companhia, mas se ele insistia e não se assustava com seu sorriso ou sua presença, ela só poderia deixá-lo e ver até onde poderia levar.

Ace não estava feliz, ela sabia que isso aconteceria, o rapaz estranhamente parecia estar se movendo por instinto, mas ela não poderia fazer nada, apenas seguir com o que tinha em mente.

Durante os intervalos que compartilhavam o rapaz loiro acomodava-se a seu lado, às vezes fazendo uma ou outra pergunta a qual cabia a ela querer ou não responder, ele não insistia muito, parecia compreender que havia certas coisas que estavam além de seu alcance e ela não se dispunha a colocá-las em sua mão. Não era uma má companhia por fim, mesmo que a maior parte do tempo permaneciam calados, concentrados em suas próprias leituras.

O problema de tudo aquilo, não que realmente importasse para a pequena morena, era nas cansativas fofocas das mentes pequenas sobre o assunto. Blue não se incomodava em chamar a atenção, seja da maneira que for, mas quando a abordavam por um motivo tão frívolo como manter em companhia alguém... Oh, ela realmente perdia a paciência com preconceitos chulos!

E quem mais, além de garotas, poderiam cometê-los tão perfeitamente bem?

A pequena havia aprendido que mulheres poderiam ser bem fúteis quando queriam. Enquanto homens eram pervertidos idiotas, mulheres eram ignorantes fúteis. E, naquele final de aula de Defesas, como todas as vezes mantendo-se a esperar a professora para discutir um assunto sobre a matéria com ela, a qual a loira não se importava nem um pouco em dedicar seu tempo a responder, uma garota de seu ano se aproximou.

Sonserino também, reconheceu. Se bem recordava-se dos nomes de seus colegas de casa aquela era Agne, Agne Thonpson. Os cabelos negros com as pontas artificialmente pintadas de loiro, olhos castanhos chocolate, pele rosada e sorriso extremamente branco. Não era alguém que inspirava confiança para Blue, que encarou-a com suspeita, apenas esperando o que tinha para falar.

— Blue, certo? - voz fina, ainda de uma criança. Se Blue tivesse como descrevê-la seria simplesmente como enjoativa.

"Não te dei a liberdade de usar meu primeiro nome. Se quer se referir a mim, por favor, use algum complemento ou meu sobrenome, de preferência o sobrenome, obrigada" a garota a encarou com descrença e uma pequena reação nervosa em sua sobrancelha direita, mas não disse nada quanto ao que leu.

— Certo, Kuroo. Eu queria saber qual é seu tipo de relacionamento com o Malfoy. - Blue encarou a garota de cima a baixo, bem sabendo a onde aquele tipo de conversa iria parar. Escorou-se na parede que tinha em suas costas e esperou a continuação daquela conversa. - Alguns de nós viram você bem próxima a ele hoje e, bem, você sabe, ele é um Malfoy. Não deveríamos nos aproximar dele.

"O que seu nome tem haver com aproximar-me dele? E, outra, o que todos vocês tem haver com isso?" os olhos da garota eram penetrantes o suficiente para ter mais impacto do que a própria grosseria no que tinha escrito. Agne estava surpresa, mas não recuou e Blue teve a oportunidade de continuar. "Eu e ele não temos nada, se é isso que insinua, eu já gosto de alguém e te garanto que não é ele. Minha vida não é de interesse alheio e se você vier, mais uma vez, conversar comigo sobre seus preconceitos e pensamentos idiotas eu não vou me responsabilizar pelo que vou fazer. Estou pouco me fudendo para o que quer que vocês pensem. Cuidem de suas malditas vidas."

Por algum tempo continuaram a se encarar, nenhuma das duas recuando, a tensão poderia ser tocada no ar. Blue sabia no que aquilo poderia repercutir, mas que se dane! Ela poderia jogar no chão qualquer um naquele castelo.

— Algum problema meninas? - a professora tinha finalmente saído de sua sala, Blue sabia que ela tinha reparado o clima, deveria ser idiota se não notasse. Agne, por sua vez, abriu um sorriso, o maior que poderia dar.

— Mas de jeito nenhum, professora. Apenas dividindo alguns... Assuntos com minha colega. Nada com o que se preocupar.

E a garota foi embora, deixando as duas para trás. Merida encarou a pequena a seu lado, erguendo uma sobrancelha. Um ato que fez lembrar muito uma pessoa que a pequena Blue conhecia bem, um ar tão nostálgico que conseguiu ter o efeito de acalmá-la quase instantaneamente. Era o típico olhar de "eu quero saber?" que tantas vezes já tinha visto em um rosto que havia deixado para trás quando caiu nesse mundo.

E, com um sorriso, negou, deixando que o assunto morresse ali.

Ou, pelo menos, pensou que morreria.

Os cochichos pelos corredores haviam aumentado, os olhares pareciam ter ficado menos discretos e as pessoas começavam a se afastar. Ah, como ela gostaria de cometer um assassinato agora! Malfoy chegou a questionar se seria uma boa ideia continuarem a sentar juntos, se ela realmente não se importava, mas tudo o que chegou a responder era com a pergunta se ele iria se privar sempre do que tinha interesse simplesmente porque isso não agradava outras pessoas.

Efeito mágico! O rapaz voltou a ignorar os olhares e cochichos e a acompanhou até sua próxima aula, logo depois do final do almoço.

E como se já não bastasse, Blue começava a ter certeza que um desses olhares em sua direção sabia mais do que deveria.

Ela realmente queria fazer uma loucura!

A noite caiu e a manhã de sexta não demorou a chegar depois disso.

Scorpius já tinha percebido, igual a alguns outros poucos sonserinos que acordavam cedo, era que Blue tinha o costume de despertar terrivelmente cedo todos os dias. A garota, assim como Ace em seu lado na grifinória, levantava-se da cama cinco da manhã todos os dias, aprontavam-se e desciam para os pátios do castelo, onde submetiam-se a séries de exercícios para fortalecer o corpo.

Nenhum dos dois se encontravam, porém. Blue mantinha-se a fugir do rapaz como o diabo corria da cruz e se recusava a admitir tal fato. Tentava-se convencer de que apenas queria ajeitar seus pensamentos antes de aceitar a aproximação. Era complicado e poderia piorar consideravelmente a situação se por algum motivo chegasse a dar uma informação contorcida para o rapaz. Alguns detalhes da situação poderiam ser um choque demasiado forte para suportar.

Ela estava se desgastando e aquele dia de treinamento com toda certeza ajudaria a descarregar um pouco da tensão.

Assim que desceu as escadas do dormitório das meninas em sua casa deparou-se com os enormes olhos do cachorro albino, que já lhe esperava abanando a calda no centro da Sala Comum. Seu doce companheiro de treinos, no Moby Dick tinha que dividir sua atenção para o resto da tripulação, mas ali Stefan fazia questão de estar onde ela estava. O pobre também devia estar sedento por exercício, ficar preso na Sala Comum por não poder acompanhá-la para as aulas deveria ser entediante, principalmente não podendo manter seu tamanho real.

Com um salto os dois desceram para o lado de fora do castelo. Um pouco de corrida para começar, Stefan saltando algumas vezes na divertida tentativa de alcançar algum que outro pássaro que voava ao redor. Em seguida, quando o corpo já estava perfeitamente aquecido, um pouco de treino de esquiva com o Salgueiro Lutador.

Nada mais divertido!

Blue adorava saltar dos galhos que ferozmente tentavam acertá-la. Às vezes ela agarrava-se a um deles e deixava que eles a jogassem para cima, erguendo-se vários metros acima do chão, o vento golpeando seu corpo de forma tão característica que a sensação de liberdade tomava-lhe por alguns segundos antes de ter que agir rápido para não se espatifar no chão do lugar. Por fim tinha uma pequena disputa de força e agilidade com Stefan.

Era um enorme cão treinado para lutar, poderia não bater a força dos melhores da tripulação, mas para ela, que tinha uma força relativamente razoável, era um perfeito treino.

Quando terminou já era hora do café. Deveria voltar ao dormitório, tomar um banho e descer novamente para comer alguma coisa e ir para a primeira aula do dia. Tudo muito rápido, a maior parte das meninas do seu dormitório ainda estava dormindo quando jogou-se dentro de seu uniforme e saltou para fora do lugar, sendo logo abordada por Malfoy na Sala  Comum que pacientemente a esperava para comerem juntos.

Stefan ficou feliz em ir, com a rígida condição de ficar comportado se realmente queria os biscoitos especiais de Thatch como recompensa. Obviamente o enorme cão albino latiu feliz e a acompanhou empolgado até o Grande Salão.

Foi ótimo para espantar idiotas, ninguém ousava se aproximar com o grande cão de guarda Stefan que tinham total liberdade de agir. Ele já tinha recebido a mensagem corporal de Blue indicando quem era não defenderia se chegasse a um metro próximo de onde estava. Ele não se preocupou com o loiro, que ainda parecia relutante em ter um animal que lhe acertava quase a cintura tão perto de onde estava, mas também não disse nada. Era o cão de estimação de Blue afinal e tinha a impressão que não adiantaria abrir a boca, nada mudaria.

Foi quando estavam se retirando que os dois chegaram.

Blue já tinha reparado que alguém sabia mais do que realmente deveriam saber, ela também já sabia quem eram, mas não tinha pensado em uma devida abordagem e realmente parecia que não era necessário, eles foram atrás dela. O problema é que ela esperava que pelo menos eles fossem inteligentes o suficiente de abordar sobre o tema quando não estivesse ninguém por perto. O corredor poderia estar vazio, todavia, não queria ter que explicar nada para Malfoy.

— Neko*—chan!

O salto deveria ter batido algum recorde. Em instantes todos os pelos de seu corpo se arrepiaram em alerta e bastou um forte impulso para que deixasse de caminhar ao lado de Malfoy e Stefan para ir parar sobre os ombros de uma armadura que por algum milagre que nenhum dos presentes conseguia entender tinha se mantido inteira e de pé sem qualquer ruído além de um ligeiro tremor que vinha também do corpo rígido da pequena garota.

No lugar onde estava antes dois rapazes se encontravam, sorrisos sonhadores desenhados em seus rostos pálidos, os olhos azuis tinham um brilho inteligente que era sobreposto pelo ar sonhador e louco que parecia caracterizar os dois, loiros assim como Malfoy, apesar desse ultimo ter uma tez mais pálida. Vestiam as roupas da Corvinal e eram extremamente idênticos, ignorando por completo a presença de Stefan, que agitava-se enquanto a encarava, pensando se tratar de uma nova brincadeira.

— Como diabos você conseguiu ir parar aí, Kuroo? - Malfoy não conseguia acreditar no que seus olhos viam. Em um instante a garota estava ao seu lado, no outro ela havia desaparecido e reaparecido sobre a armadura, completamente tensa, olhos arregalados e cabelos eriçados por debaixo da boina que costumava usar e nenhum professor conseguia tirar. Ele duvidava que fosse por algum tipo de feitiço.

— Assustamos a Neko-chan, Lorcan! - exclamou um dos irmãos, enquanto Blue fazia um pequeno esforço para descer de onde estava sem correr o risco de derrubar a armadura, com alguma ajuda de Scorpius. - Acho que deveríamos saber que reagiria assim. Gatos são facilmente surpreendidos.

— Tem razão Lysander, mas precisamos ser rápidos, o corredor nem sempre estará vazio. - retrucou o outro, o sorriso nunca deixando seu rosto.

Blue não poderia evitar amaldiçoar os dois com todas as palavras que conseguia se lembrar e que havia aprendido em seus dias de navegação. Ela odiava ser pega de surpresa, odiava com todas as suas forças ter esse tipo de reação. Teria sido muito melhor ter arranhado a cara de quem a surpreendeu, mas essa quase nunca acontecia...

— Não deveria usar todos esses termos pejorativos, Neko-chan. Apesar que admitimos que você tem um vocabulário bem extenso. - comentou um dos gêmeos, Lorcan, se realmente se recordava de seu nome. Eles era idênticos, mas não era complicado para ela identificá-los, não agora que estava usando a mesma técnica que eles usavam no momento para escutar o que ela dizia. Ela não imaginava que isso poderia existir aqui. - Não deveria estar tão surpresa, seu mundo não é o único com essas especialidade, assim como não somos o único mundo com magia. Você e o Oji*—sama são a prova disso.

— Mas do que diabos vocês dois estão falando?! E outra, como sabem o que ela quer dizer sem ter anotado?! - exclamou o pobre Scorpius, que se encontrava mais perdido em toda aquela história do que um cego se encontraria perdido em um tiroteio. Blue agora teria que explicar se não talvez as especulações que ele criassem poderiam ser piores.

— Parece que o Malfoy não sabia de nada ainda, Lorcan. - o outro gêmeo comentou, inclinando ligeiramente a cabeça para o lado.

— Ops! - Lorcan sorriu, constrangido, para então dar de ombros. - Mas de qualquer jeito uma hora ele iria descobrir. Hogwarts nos disse que ele também estava envolvido.

Agora foi a vez de Blue inclinar a cabeça para o lado. Ela havia entendido que os garotos possuíam Haki e sabiam sobre ela, sobre quem realmente ela era, mas essa história de Hogwarts ter falado... Essa era nova. Os gêmeos a encararam e um sorriso louco apareceu em seus rostos.

— Antes de entrarmos nessa escola, nossa mãe já tinha nos avisado sobre essa estranha habilidade e que muito provavelmente seriamos informados pelo próprio castelo segredos que estariam dentro dele, ele sempre sussurra suas historias para quem pode ouvir. - respondeu Lysander, enquanto seu irmão apenas assentia. Blue parou um pouco para pensar, seu Haki não era tão forte a ponto de escutar os objetos... Ela ainda era uma iniciante e precisava de mais treinos, mas aqueles dois... Eles estavam me um nível assustador. E o mais perturbador é que nasceram assim. - Não diga isso, Neko-chan! Em nosso caso é uma coisa de família. Como seja, assim que chegamos...

— Escutamos os sussurros de Hogwarts dizendo sobre você e o Oji-sama. Nos disse que precisaria de ajuda em sua missão e é pra isso que estamos nós.  

— Do que diabos vocês estão falando? Como conseguem se comunicar? Alguém pode me explicar o que está acontecendo?

Blue cruzou os braços sobre o peito, encarando a cena com descrença. Aquela era sua missão, um caso de sua tripulação, eles não precisavam envolver mais ninguém, ela não queria nem ao menos envolver seus próprios companheiros que já estavam terrivelmente atarefados com luto e as mudanças de sua era dentro de seu mundo. Colocar pessoas estranhas em tudo isso seria imprudente de sua parte, apesar de imprudência e loucura ser a especialidade de sua frota.

— E nos oferecermos para entrar para sua tripulação? - Blue ergueu uma sobrancelha ao ouvir a frase de Lysander, que sorria sonhador em seu lugar. - Assim o problema também seria nosso.

A pequena apertou os olhos, encarando os dois gêmeos com determinação. Eles talvez não soubessem quem ela era exatamente.

— Sabemos e não nos importamos. - respondeu Lorcan, com a mesma feição de seu irmão. - Seria divertido e já está previsto. Hogwarts nos disse. Até mesmo Malfoy vai participar também!

— Alguém pode, por favor, me dizer que merda está acontecendo aqui? Já estou cansado de me envolverem em um assunto do qual não sei nada!

E o que dizer? Eram segredos que deveriam ser revelados, não todos, mas que dariam uma boa dor de cabeça.

E quem diria que um castelo poderia ser tão fofoqueiro...


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Notas finais do capítulo

Sensho = capitão (já foi falado, mas estou colocando aqui para aqueles que ainda não se acostumaram com o termo)
Jiji = vovô ou velho, no caso eu quis colocar mesmo como vovô
Neko = gato
Oji = principe

Espero que tenho gostado do capitulo, no próximo teremos algumas respostas de perguntas que muito provavelmente deve ter surgido nesse capitulo, aguardem~~~!

Espero que tenham gostado, se gostaram, comentem. Se não gostaram e acham que alguma coisa deva ser melhorada, comentem também. Autor se move assim.

Ja na~~~!!



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