Sociedade dos Corvos escrita por Raquel Barros


Capítulo 9
Capitulo Oito - Arya


Notas iniciais do capítulo

Eu voltei!! Graças a Deus! Por sorte, foram apenas doze dias para escrever esse capitulo.



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Um muro de pedra, coberta de musgos se estendia a nossa frente.  Era alta e imponente, mas tinha uma parte parcialmente destruída, como se algo muito grande tivesse atravessado. O mure era velho, e algumas pedras já estavam fora do lugar. Não era se quer confiável o suficiente para se escalar. E eu não escalaria de qualquer modo. Lentamente damos a volta no muro. Tinha algo de familiar nele. Olho para o Ethan, carregando Caleb, com ajuda de Cyrus. As bolhas na palma da minha mão doíam por causa da nevoa, assim como meus pés e minhas costas por conta das longas andadas. Eu não estava conseguindo dormir, então fui fazer companhia para quem estivessem acordados, alguns minutos depois das quatro da matina, essa nevoa apareceu. E minha mão foi sua primeira vitima infelizmente. É difícil respirar aqui. Há algo de pútrido, velho e mal por aqui. Isso sem contar minhas vias respiratórias que me incomodavam. Desvio de um pilar no meio do muro e tropeço em algo, caindo com as palmas da mão no chão. As bolhas da minha mão abrem e eu resmungo de dor. Stephan para a caminhada e me ajuda a levantar, e puxando pelo braço, em um ato extremamente gentil.

—Obrigada.

Resmungo olhando para o que me fez cair. Era uma velha escultura de um corvo crocitando. Um bolo se forma em minha garganta. Olho para o lado, e outro pilar tinha um corvo inteiro, tomado por um musgo amarelado. Entre os pilares tinha um portão de ferro que um dia fora negro, mas agora é laranja de ferrugem. Do portão era possível ver uma mansão de pedras tão bem cortadas que encaixavam uma na outra perfeitamente. A mansão tinha dois andares, no segundo andar uma varanda com uma porta de madeira, os vidros das janelas em estilo colonial estavam quebrados, e um lado do telhado tinha sido destruído. Esqueletos de Sauters estavam espalhados pelo jardim, onde a grama tinha passado do meu tamanho, e animais do campo as fazia de morada. Trepadeiras tomavam conta de uma arvore partida ao meio. O caminho de pedras até a casa tinha flores silvestres nascendo nas arestas. E uma árvore, que um dia foi frondosa e majestosa, com um balanço quebrado, rangendo com o vento, se tornara apenas ganhos secos em um tronco cinza e morto. Meus olhos marejam rapidamente, enquanto o bolo na minha garganta se torna maior e meu coração incomoda o peito. Minha casa! Ou o que restou dela pelo menos. Eu nem sabia que estava de pé.

—Mansão Raven.

Suspira tristemente Stephan olhando para a casa que um dia fez parte da minha infância. Tenho poucas lembranças de como ela era, mas, sei que suas pedras eram cor de mel acinzentado, portas e janelas brancas. A lareira da sala estava sempre acesa e minha mãe, Aurora, reclamava toda vez que chegávamos perto de mais. Meu pai, Hector, sentava em uma poltrona vermelha próxima a lareira e ficava observando nós cinco brincar, sempre com uma caneca de café e um livro as mãos. Havia momentos em que ele me colocava em seu colo e contava historias pra mim e para meus irmãos, que ficavam sentados no chão mesmo. Eram momentos tão felizes que parece ser outra vida. Limpo uma lagrima que acaba escorrendo por minha bochecha. A saudade e a tristeza apertavam meu peito. Como teria sido minha vida se meus pais estivessem vivos? Provavelmente eu teria uma criação parecida com a da Zoey, talvez meus pais fossem até mais presentes. E eu não seria caçula, tenho certeza disso.

—Quer entrar?

—O que?

—Entrar na casa dos seus pais.

—Por que eu faria isso?

—Por que não faria?

—O passado tem que ser deixado para trás.

—Sim, mas, você não deixa o passado para trás até ter certeza que não sobrou nada dele para voltar e puxar seu pé depois.

—O que teria aí dentro para me assombrar, Stephan? Foi tudo destruído!

—Fotos, cartas ou diários... Não sei! Mas, a vida dos seus pais está escrito nessas paredes. E a Gwen está pelada!

Lembrar Stephan franzindo o nariz, como se tentasse tirar a imagem da Gwen pelada da cabeça, ou não pensar nela. Olha para a Gwen atrás de nós, com os olhos azuis cheios de expectativas. Realmente, ela estava pelada, apesar da camisa de Cyrus esconder uma parte considerável. Quer dizer, ela não pode se quer pensar em levantar os braços, por que se não vai mostrar as partes. Não que a Gwen vá se importar com isso. Quando você passa sua adolescência ficando nua sem querer na frente dos outros chega um momento que se cansa de importar. E os Worfs reagem bem com a nudez alheia e com a própria. Ser um Worf quase significa ficar nu diariamente na frente de quem conhece e eventualmente na frente de quem não conhece. Pelo menos eles convivem e aceitam bem seu próprio corpo. Sobretudo, se eu parecesse uma estatua esculpida por um artista renascentista como a Gwen, eu também não me importaria. Eu tenho minhas curvas, tímidas e delicadas, tenho as panturrilhas grossas, as coxas comuns, quadril largo para o meu tamanho, uma barriga enxuta e seios pequenos, mas não é nada tão mulherão quanto a Gwen, que parece um violão de tantas curvas. A Emma é um pouco mais alta do que, mas tem belas pernas, e um corpo de bailarina. A Zoey é uma ratinha de academia, tudo no lugar e duvido que ousem sair. Perto delas, eu sou a amiga feia. Ou a que a personalidade e os olhos chamam mais a atenção. Não que tenha problemas com meu corpo. Meu rosto é muito simétrico, mas quem não tem um rosto simétrico por aqui?

—Temos que entrar de qualquer maneira, o Caleb precisa de cuidados.

Avisa Gwen, o básico. E Caleb não precisava só de cuidados, como de roupas também. Ele está como veio ao mundo, exceto por um caso que amarraram em sua cintura para esconder as jóias da coroa de sua masculinidade. Afinal, ninguém aqui é obrigada a ver partes alheia. E o Cyrus teve um treco só de pensar em deixar a Zoey vê um homem pelado, e ela ficou um pimentão ambulante quando percebeu isso. Caleb não parecia constrangido, ele é um Wolf adulto, apenas cansado, o que é admissível já que enfrentar uma nevoa venenoso e sair vivo não é exatamente a situação mais revigorante do mundo. Tirando isso, posso dizer que o herdeiro de Ephrain é um pão, daqueles saído do forno, quentinho e crocante. Até dar para entender por que o lado lobo da Gwen fica meio paranóico. Ele é um pão.  Não daqueles dormidos, daqueles que te dão calorias. Um bom pão. A Gwen merece um bom pão.

—Ninguém entra nessa casa há pelo menos treze anos.

Resmungo mal humorada. Não quero entrar aí dentro, mas o pão da Gwen não pode morrer. Pelo menos, não antes dele se tocar que ela é a mulher da vida dele.

—Sim, mas gases e a maioria dos remédios são produtos imperecíveis. E perdemos metade dos nossos mantimentos nessa correria toda.

—E quem te disse que tem gases aí?

—Sua casa tinha três meninos! Qualquer casa que tem crianças tem que está preparada para tais ocorrências. Ainda mais se forem meninos sadic.

—Ela é profissional em crianças.

Comenta Stephan olhando para Gwen e para mim depois. Coloco as mãos na cintura. Meu passado está puxando o meu pé e eu não estou gostando disso. Stephan levanta uma sobrancelha me desafiando a retrucá-lo. Eu odeio aquele olhar. Olha como eu sou superior. Ele me deu esse olhar muitas vezes nos últimos tempos. E tem esses olhos cinza tempestuosos. Centenas de tons de mistérios em azul e cinza, um brigando com o outro. Parecem que eles querem sugar seus segredos e te arrastar para o fundo do mar. Só faltam trovejar. Sadic de olhos malditos. Retém muito, não entrega porcaria nenhuma.

—Tenho muitos irmãos.

Resmunga Gwen, colocando a mão por dentro do portão com muito cuidado e puxando o fecho. O portão na abre, então ela da um empurrãozinho. Ele range, abrindo como se sofresse.  Suspiro pesadamente, olhando para minha casa. Olho para o Ethan. Seu olhar estava fixo na árvore com o balanço. Um dia ela foi frondosa, majestosa, frutífera. Hoje é seca. Com um balanço quebrado. Quebrado como a minha infância.

Dou um passo à frente com cuidado.

Um casal de coelhos passa por mim. Continuo a andar pela estrada de pedras. Graminhas tinham crescido entre elas. Um passo de cada vez. Um passo de cada vez, Arya. Disse minha mãe enquanto eu aprendia a andar. Ela tinha os olhos cor de musgo, brilhantes e felizes. Subo as escadas para o pátio. As vidraças da porta de madeira estavam quebradas. A tinta estava descascada. Dentro era uma combinação de poeira e confusões. Não se dobre, seja forte. Ele tinha meus olhos. Eram sábios e experientes. Parecia um príncipe, um rei. Alto e elegante. Estava apavorado com as perspectivas para aquela noite. Eu lhe dei um abraço na minha inocência infantil. Seu cheiro ficou em mim. Era quente, confortante e protetor. Ele beijou minha testa. Alguns minutos depois minha mãe me levou para fora, foi a ultima vez que o vi. Parado em frente desta porta, pronto para proteger sua família, pronto para morrer. Aqui ele se despediu da minha mãe com um beijo e juras de amor. Eles sabiam que iam morrer. Minha mão treme enquanto toca a maçaneta. Aquela noite foi o divisor de barreiras em minha vida. Abro a porta e demoro um pouco para entrar. O cheiro era de poeira e nostalgia.  Os moveis perderam a cor, as flores secaram, a estante de livros estava caída, carrinhos de brinquedos inertes. As únicas coisas que tinham tocado essa casa nos últimos anos fora o tempo, a traça e a ferrugem. A lareira estava apagada. O piano interne. Não se ouvia barulho nenhum a não ser nossa respiração. Uma mão tocou meu ombro. Eu sentia que ia desmoronar a qualquer momento.

—Eu sinto muito.

Sussurra Stephan ao meu lado. Concordo com a cabeça. Perto da poltrona do meu pai o lugar onde o corvo de estimação gigante da minha mãe ficava ainda estava lá. Era um corvo absurdamente inteligente. Minha mãe caminhava pela casa descalça, conversando com ele como se fosse gente. E parecia que o corvo respondia, por que ela sempre resmungava: você deve ter razão, Bran. Sim, ela chamava o corvo de Bran, por que o nome Bran significa corvo. Meu pai ria toda vez que Lea falava com o corvo em voz alta. Acho que o corvo morrer, ele ficou com minha mãe para dar cobertura para mim e para o Ethan. Eu me lembro do Ethan segurar a minha mão e me arrastar, enquanto o corvo ataca os olhos de Sadics.

—Continua a mesma coisa.

Resmunga Ethan franzindo o cenho. Concordo distraidamente. Minha mãe deitava no divã vermelha perto da poltrona do meu pai e o ouvia ler para nós. Em alguns momentos seu olhar divagava, como se ela tivesse em outro lugar.

Continuo parada no meio da sala, com o Ethan ao meu lado, enquanto o resto se organizava em dois grupos: Os que procuravam mantimentos e roupas e os que cuidavam do Caleb. Tinham o levado para cozinha. Emma gritou algo sobre ter água limpa. É claro que tinha. A água da casa é bombardeada, limpa e transportada até aqui por um sistema de encanação super avançado.  E não faz nem quinze anos desde a ultima manutenção. Não que seja muita sorte. O sistema poderia ter quebrado, mas como não foi puxada água nos ultimo anos, então deve ter alguma armazenada.

—Não gasta toda água, Emma.

Avisa Ethan andando para a cozinha, depois de enxugar uma lágrima rapidamente. Subo a escada. Ela se dividia em dois pontos. Um era os quartos e outro estava a biblioteca, o sótão e a sala de reunião. Vou em direção a região dos quartos. Stephan, Cyrus e Zoey estavam no quarto dos meus pais. Dou uma olhada da porta mesmo. Panos brancos cobriam a maioria dos moveis. Exceto a cama, onde o lençol estava bagunçado. O perfume dos meus pais estava misturado a poeira. Cyrus revirava o guarda-roupa dos meus pais e Zoey estava no banheiro.

—Não é estranho tudo está tão conservado?

Pergunta Stephan dando uma olhada pela janela nas limitações da floresta negra. Antes que eu percebesse minha boca solta:

—Pássaros sempre voltam ao ninho.

—O que disse?

—Minha mãe disse isso: Pássaros sempre voltam ao ninho, foi para meu pai, enquanto ele nos preparava para sair da casa. Ela colocou a casa em estado de hibernação. Parece que tinha razão.

—É o que parece.

Resmunga sentando na cadeira de balanço. Realmente, ele tinha razão. Por fora a casa estava toda quebrada, mas por dentro a maioria das coisas está conservada. O que é pior ainda, por que parece que o tempo não passou e que a qualquer momento meus pais vão entrar por essa porta e reclamar por estarem bagunçando seu quarto.

—Você está bem?

—Na medida do possível.

Respondo sentando na beirada da cama. Olho para fora. É o começo da tarde. Impressionante como o dia passa rápido por aqui e a noite é lenta. Não estou nem um pouco ansiosa pela noite. Há treze anos este lugar simbolizava meu santuário da proteção e do conforto, hoje, me deixa mal. Sinto um desconforto, como se o mundo estivesse em descompasso. O tempo passou no mundo inteiro, exceto aqui. Olho para a porta, meus pais não vão entrar aqui a qualquer momento. Eles morreram. Mortos, bateram as botas, enterrados... Será que vou ter que visitar seus túmulos para voltar à realidade? Vê seus ossos? Quero sair desse lugar e da felicidade perdida que um dia eu vivi aqui.

—Olha o que achamos!

Cantarola Zoey saindo com uma calça jeans e uma camisa nas mãos do closet dos meus pais. Cyrus estava carregando roupas para o Caleb. Suspiro pesadamente. Minha mente parece viciada aqui. Mesmo que eu me diga, eles estão mortos, ela acha que a qualquer momento vão aparecer novamente.

—Será que é seguro a Gwen usar uma das calcinhas da sua mãe?

—Não sei.

—A propósito, foi difícil achar uma que não tivesse rendas e transparência. Tia Aurora investia pesado nessas coisas.

—Quer me poupar destes detalhes?

—Ah! Ok! Que sem noção eu sou. Desculpas, eu sinto muito, Arya.

Pede Zoey verdadeiramente comovida. Balanço a cabeça em concordância. A luz da lâmpada do quarto pisca três vezes e depois fica ligada. Ethan tinha ligado o gerador. Meu pai desligava o gerador antes de dormimos, enquanto minha mãe desembaraçava meu cabelo depois do banho naquela penteadeira. Era o nosso momento. O momento das mulheres da casa. Stephan levanta as sobrancelhas antes de perguntar:

—Energia no meio da floresta?

—Gerador no meio da floresta!

Digo deitando na cama. Há tanta poeira que é provável que eu espirre. Deve ter lençóis limpos em algum lugar. Ou pelo menos mais limpos do que este. Fico observando o forro do quarto. Há manchas amareladas e despela lentamente. Fecho os olhos. Eu estou exausta. No mínimo. Exausta emocionalmente e fisicamente. Se eu dormir aqui, agora, não acordo tão cedo.

—Acharam comida enlatada.

Avisa Gwen entrando no quarto. Ouço Zoey e Cyrus correndo para baixo, eles brincavam um com o outro, rindo. Jasper e Neal faziam isso. Minha mãe sempre gritava para não correrem na escada, mas, eles sempre faziam isso. Meu pai apenas balançava a cabeça, contendo um sorriso. Ele era um observador. Observa e reconhecia como sua vida era boa.

—Não vem, Arya?

Pergunta Stephan, perto da porta. Levanto e deixo a Gwen se trocando. Na cozinha a Emma fazia milagre com os enlatados. Ethan estava lavando alguns pratos. Caleb tinha sido vestido com uma calça de moletom e suas feridas estavam cobertas por gases. Ele estava em cima da mesa de jantar, dormindo com uma respiração pesada. As janelas da casa tinham sido abertas.

—Não tem cebola ou alho, então a comida não deve está tão boa assim.

Avisa Emma colocando uma panela em cima da mesa.

—Meu estomago não tem paladar.

Resmunga Stephan tocando na própria barriga como se tivessem uma conversa. Emma levanta uma sobrancelha para ele e Ethan rir. Acho que essa aura esquisita de falsa felicidade está me deixando doente. Estava faltando algo. Sempre vai faltar algo. Essa casa não é um lar sem eles.  É apenas uma casa velha, conservada, mas velha e nada mais. Eu não vou vim aqui todos os domingos e almoçar com todos na mesa.

Depois de comemos, decidimos onde iríamos dormir. A verdade é que ninguém quer dormir sozinho em uma casa onde os donos morreram nas proximidades, mesmo que não acreditem em fantasmas, sempre há os Glimmer e eles podem aparecer para qualquer um, em qualquer momento. Glimmer’s são os ecos dos sentimentos de Sadics poderosos que morreram que permanecem ao redor daquele lugar e podem aparecer em forma deles. Não são fantasmas. Acreditamos que a alma e o espírito dos mortos depois que morrem vão para qualquer lugar, mas não fica presa a Terra.  Em alguns casos, quando inocentes morrem de forma violenta e injusta, a terra onde ocorreu e sua população também são amaldiçoadas, até que sejam vingadas essas pessoas. Não sabemos como acontece isso, mas acontece.  De qualquer modo, vê um Glimmer é assustador.

O tempo passou rápido, chegamos ao inicio da tarde e as horas começaram a parecerem minutos e em momentos depois, já era noite. Aqui o dia passa rápido de mais e a noite dura vinte e quatro horas. Seis da tarde já estavam arrumando os colchões no quarto dos meus pais. Cada célula do meu corpo está reclamando. Pedindo uma boa e longa noite de sono. Longa vai ser, já boa, não garanto muito. Deito no meu colchão ao lado da cama. Estavam discutindo quem iria ficar com a cama de casal. Ethan achava que era ele, dizendo que a cama era de seus pais e consequentemente sua, Stephan dizia que era visita, ele deveria está confortável, Cyrus e Zoey queriam dormir na mesma cama, e as camas de solteiro não cabem os dois, e Emma e Gwen concordavam que Caleb era quem mais precisava de uma boa noite de sono. Caleb estava fazendo a atividade preferida de todo lobo, cochilava como se não houvesse amanhã. Até roncar, roncava.

Viro para o lado na cama e me cubro até o pescoço. Cheirava a naftalina e poeira, mas fazia um bom trabalho em esquentar. Meu corpo parecia suspirar. Meus olhos parecem criar vida própria e aos poucos, começam a fechar. Nem vejo quando adormeço.

Acordo de manhã cedo.

Consegui dormir a noite toda, o que é um grande alívio. Todos tinham acordado cedo também, pareciam de bom humor e arrumavam suas camas como se os donos da casa fossem reclamar de ter a casa toda bagunçada. Eu até diria que fui transportada para minha infância, por alguns instantes abri os olhos e foi a primeira coisa que pensei, mas minha ilusão acabou rápido de mais e foi absurdamente doloroso. O Ethan chamou a Emma de mãe enquanto ela o acordava. Quando abriu os olhos quase chorou de frustração. Nunca imaginei o Ethan frustrado em vê a Emma, mas foi isso que aconteceu. Esse fato fez cair à ficha de como esse lugar está fazendo mal á minha mente e a do Ethan. Estamos vivendo em dois tempos ao mesmo momento. Estamos no presente e visitando o passado. Isso está nos confundido. Todo esse lugar. O que faz um homem feito achar que a mãe está o acordando quando ela morreu há treze anos? E a todo o momento eu acho que meus pais vão entrar pela porta a qualquer momento.

Antes das oito da manhã saímos da casa. Nossas mochilas estavam cheias de mantimentos improvisados. Meus pais tinham um conjunto pronto para acampamento e o pegamos. Enchemos mochilas de comida enlatada, não muito, para não pesar as mochilas e elas não nós atrasar. Segundo Cam, do qual a Gwen está se comunicando para nós guiar (Stephan perdeu a bússola na correria), a casa de Xyn Nauple é em mais ou menos dois dias de viagem a pé.

Sair pelo portão da casa foi um alivio. Por pouco tempo, por que pegamos um velho atalho no meio do bosque que envolve a mansão dos meus pais. Quanto mais fundo íamos à floresta, mais escuro e fechado ia ficando. Andamos por horas a fio. Ninguém falava muito. Ethan estava do meu lado, caminhando lentamente, contando os próprios passos. Gwen e Caleb estavam a frente. Caleb em forma de homem e com as bolhas um pouco avermelhadas, mas curadas e a Gwen como loba. Atrás deles estava Cyrus e Zoey. Eles andavam de mãos dadas, curtindo enquanto podiam seu namoro. Se fizesse isso em Onyx, Dexter colocava um ovo e fazia o barraco. Dexter está um pouco paranóico com esse namoro. Louco mais especificamente. Atrás de mim estava Emma e Stephan. Stephan estava chutando pedrinhas e a Emma parecia envolta em pensamentos profundos.

—Cam disse para temos cuidado ando pisa por aqui, por que tem uma caverna por aqui que a entrada é no chão.

Avisa Caleb com uma mão em Gwen. A mão dele tinha sumido nos seus pelos branquinhos. Um pouco depois dele dizer isso, a Gwen escorrega para o nada e cai com o Cyrus na tal caverna.


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Notas finais do capítulo

Gente, eu sei que é chato, mas, por favor, comentem. Comentários são importantes para quem escreve. É um sopro de animo. E pra quem não sabe, eu tenho um blog, e tive uma ideia genial (cof, cof). Minhas antigas leitoras já tem algumas ideias sobre os termos da historia (sadics, shadows, presai, etc), mas os novos podem ficar confusos, então vou colocar o significado de cada palavra, os animais, as minha inspirações para os livros, tudo sobre os Sadics e New Earl no meu Blog. Vou começar a postar hoje e enquanto atualizo os capítulos, vou postando os novo significados. Beijos para vocês. (E comentem!) O link do Blog é esse daqui: http://raquelsendounicamenteraquel.blogspot.com.br/2016/07/dicionario-de-new-earl-sadics.html

Link de inpirações para a mansão Raven quando era bonita:
http://raquelsendounicamenteraquel.blogspot.com.br/2016/08/inspiracoes-house-raven.html



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