In Love With My Best Friend escrita por Sany


Capítulo 23
Lego House


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde ...



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♪♫♪♫♪♫♪♫

... As minhas três palavras tem dois significados

Mas tem uma coisa na minha mente

É tudo por você ...

... Eu vou te animar quando você estiver ficando pra baixo

E de todas as coisas que eu já fiz

Eu acho que eu te amo melhor agora

Estou escondido, perdi a cabeça

Eu faria qualquer coisa por você, em qualquer hora

E de todas as coisas que eu já fiz

Eu acho que te amo melhor agora, agora ...

... É tão difícil dizer, mas eu já estive aqui antes

Agora eu vou render o meu coração, e trocar ele pelo seu ...

(Lego House - Ed Sheeran)

 

♪♫♪♫♪♫♪♫

 

— O que aconteceu? – olhei para o meu melhor amigo sentado no sofá ao meu lado, nosso cachorro com a cabeça em suas pernas como sempre fazia – Você está com uma cara triste desde que chegou ontem. Aconteceu alguma coisa na casa do seu pai?

— Não. – neguei voltando minha atenção ao filme que estávamos assistindo há alguns minutos, mesmo não tendo qualquer interesse real pelo mesmo.

— Certeza? – ele perguntou alguns minutos depois e suspirei antes de encarar o loiro, nos conhecíamos a pouco mais de dois anos e ele parecia me conhecer mais do que qualquer outro amigo que tinha feito na escola ou no bairro naquele mesmo período. Talvez por morarmos em casas vizinhas, ou por minha mãe ter virado muito próxima dos avós dele, passávamos a maioria das tardes juntos. Íamos juntos para a escola em um rodízio feito por minha mãe e Mags. E, mesmo na escola desde o primeiro dia quando não conhecíamos ninguém, ficávamos juntos e éramos da mesma sala.

— Meu pai se mudou. – ele me olhou sem entender, então expliquei – Ele se mudou da casa em que morávamos no Distrito 4, está morando em um apartamento no centro do Distrito agora. Ele disse que ficava mais próximo do trabalho dele e assim economiza tempo no trânsito todos os dias.

            - Hum, e você não gostou do novo apartamento?

            - Gostei, quer dizer ele fez um quarto lindo pra mim, e enquanto estava lá me deixou mudar o que quisesse, e compramos algumas coisas bem legais para enfeitar.

            - Então qual o problema?

            - Eu gostava da casa antiga, lembra que eu te contei que meu quarto tinha uma varanda que dava para praia? – ele concordou – Eu gostava de lá, da varanda, do jardim, as pessoas que moravam lá perto e agora eu não vou voltar lá nem mesmo no verão.

            - Você vai conhecer novas pessoas e em breve vai se acostumar com a nova casa do seu pai.

            - Você não entende, não sabe o quanto é chato todas essas mudanças.

            - Na verdade eu sei, eu morava em outro lugar com meus pais e vim para cá, não foi divertido, mas é só uma casa Katniss, depois de um tempo você se acostuma.

            - Desculpa, eu não queria ...  

            - Tudo bem, só não fica triste por isso, seu pai deve ter os motivos dele para se mudar e no fim quando você vai para lá, é pra ver ele e não a casa.

            - Eu sei.

            - Esse filme está chato, o que acha de pedir para o vovô levar a gente na praça com o Pongo, vai ser divertido. – concordei com a cabeça e observei ele seguir em direção ao segundo andar com Pongo correndo logo atrás dele.

            Talvez a casa onde ele morou com os pais não fosse só uma casa. Talvez para ele fosse mais, porém Peeta tinha um coração único e uma preocupação com as pessoas ao redor dele, tão sincera que ele havia adquirido o habito desde cedo de colocar os sentimentos dos outros na frente dos dele. E isso ficava cada vez mais nítido, cada vez que ele fazia o possível para fazer com que me sentisse melhor.

 

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            Existem alguns momentos na vida que você em uma tentativa de amenizar as coisas coloca a resolução no tempo, quem nunca ouviu que “o tempo se encarrega de curar” ou “com o tempo passa”. Nunca acreditei fielmente nisso, quer dizer algumas coisas o tempo não cura, a verdade é que, ele pode amenizar as coisas, mas dependendo do que, esse tempo pode ser longo demais e não há nada que possa amenizar enquanto não passa e como Albert Einstein mesmo disse: o tempo é relativo. E as últimas semanas para mim pareceram meses.

            Eu estava completamente dividida entre querer que o tempo passasse logo e que parasse. Metade de mim queria que a tortura de ver todos os preparativos para o casamento do Peeta acabasse. Queria que o casamento chegasse para que enfim por mais que doesse, eu seguisse de vez em frente. A outra metade queria que ele não chegasse nunca porque, o casamento significava mais do que a união do homem que eu amava com outra, significava também a partida dele para quilômetros de distância, significava não o ter por perto mais e talvez essa fosse a pior parte.

            Eu entendia os motivos dele, mas isso não deixava as coisas mais fáceis pelo contrário, parecia piorar já que me sentia completamente egoísta desejando o tempo todo que ele ficasse. No fundo por mais que estivesse totalmente quebrada, eu o amava mais a cada dia. Por mais que Cato e eu estivéssemos nos dando bem era sempre com Peeta que eu desejava estar, era a imagem dele que estava me perseguindo a cada sonho durante a noite e, era com ele que eu queria tudo.

            - Katniss ... – fui tirada dos meus pensamentos repentinamente e olhei para o meu pai.

            - Desculpa o que o senhor disse?

            - O que você acha desse? – ele mostrou um colar de diamantes realmente extravagante na vitrine da joalheria.

            - Achei que bodas de diamante fosse 60 anos de casados e que 1 ano seria a de papel, não seria mais significativo uma agenda ou um livro? – o vi revirar os olhos.

            - Achei que você viria para me ajudar, já que amanhã é meu aniversário de casamento.

            - Você não precisa de ajuda pai, quer agradar sua esposa compre o colar mais caro da joalheria e ela vai amar. – estava de péssimo humor e acompanhar meu pai à uma joalheria obviamente não foi uma boa ideia, ainda mais porque ele não era o único ali comprando algo.

            - Eu vou levar esse. – vi ele piscar para vendedora e entregar o cartão de crédito para ela no mesmo momento em que Peeta se aproximou desligando o celular – Esta tudo bem?

            - Sim era só o corretor de imóveis lá do Distrito 12, ele mandou algumas fotos de casas à venda. – Peeta tinha ido a joalheria para buscar as alianças que tinha escolhido com a Glimmer na última visita dela.

            - Ainda não achou nada?

            - Estamos olhando algumas fotos, por sorte a vovó esta olhando alguns anúncios e vendo se é realmente o que as fotos dizem, mas vamos escolher mesmo nas férias após o casamento já que eu só preciso me apresentar para o trabalho no fim de agosto, vamos ter tempo para resolver as coisas e organizar a mudança.

            - Acho que não precisam mais da minha ajuda, então eu vou indo. – me aprecei em me despedir dos dois com um beijo rápido no rosto de cada um e segui o mais rápido possível para fora da joalheria antes que eles pudessem me impedir.

            Toda a proximidade do casamento do Peeta estava me deixando cada vez pior, como Johanna mesmo disse eu estava sendo masoquista já que a joalheria não tinha sido o único lugar que acompanhei o loiro. Eu estive ao lado dele, na hora de escolher o lugar da lua de mel, de comprar o fraque, fui junto aos demais padrinhos para provarem suas roupas - no caso eles usariam um meio-fraque - enquanto eu mandei fazer um vestido longo no mesmo tom de cinza grafite que eles estariam usando. Por sorte Finn se encarregou de cuidar da despedida de solteiro que eu não iria, mas fora isso estava sendo o melhor “padrinho” de honra possível. Mas isso estava acabando comigo, com o meu humor e com a minha paciência.

            [...]

            Na quinta-feira antes do grande dia, acordei com meu humor pior do que nas últimas semanas, e interiormente eu sabia que isso só pioraria nos próximos dois dias com todas as formalidades que tínhamos que seguir já que a noiva havia planejado um casamento grande e com tudo o que se pode imaginar. Desci até a garagem e para minha surpresa avistei meu pai encostado no próprio carro na vaga ao lado da minha.

            - O que o senhor esta fazendo aqui?

            - Que modo mais agradável de receber seu velho pai queridinha. Eu estou bem a propósito e você? – revirei os olhos e beijei seu rosto com carinho.

            - Sinto muito, que surpresa o senhor por aqui, como vai papai?

            - Bem, obrigado por perguntar. Não vou perguntar se você está bem já que ira mentir para mim, por isso vim busca-la para um passeio.

            - Eu adoraria dar um passeio com você pai, mas eu tenho que ir trabalhar.

            - Na verdade não. Você esta de folga hoje.

            - Como?

            - Liguei para sua secretária e pedi para que ela cancelasse todos os seus compromissos, já que você não iria aparecer no escritório hoje.

            - Pai o senhor não pode fazer isso.

            - Mas é claro que posso, além do mais você vem trabalhando tanto nos últimos meses que não faz a menor diferença um dia longe do escritório. – ia contestar novamente, mas ele me impediu – E antes que você use a chegada da sua mãe ou da Mags mais tarde como desculpa não se preocupe. Peeta irá buscá-las no aeroporto e prometo que estaremos de volta antes que elas cheguem aqui. Então sem discussões, você vai sair comigo e ponto final. Entre no carro. – suspirei antes de entrar contrariada no banco do passageiro do carro dele, eu sabia que não adiantaria discutir com ele.

            Seguimos pelas ruas do Distrito e por mais que eu perguntasse onde estávamos indo ele nada disse. Entramos em um bairro residencial próximo a uma praia um pouco mais afastado do centro e assim que ele parou o carro em frente a uma casa bem de frente à praia senti meu coração acelerar, eu lembrava vagamente daquela casa havia vivido os primeiros cinco anos da minha vida ali.

            - Achei que você tinha vendido ela.

            - Não, eu não consegui. – ele abriu a porta e entrei observando cada canto de forma nostálgica ela estava praticamente vazia, mas muito bem conservada e limpa – Eu contratei algumas pessoas para manter a manutenção da casa em dia, costumo vir aqui as vezes, mas só tem o básico na casa. – era como entrar no túnel do tempo e pequenos flashbacks começaram a passar pela minha cabeça, lembranças vagas de uma parte da minha infância que eu quase não me lembrava mais.

            - Eu adorava essa casa.

            - Eu sei, acho que nos três gostávamos muito dela. – comecei a olhar cada cômodo do primeiro andar com atenção e logo subimos para o segundo andar da casa - Está vendo isso aqui. – ele apontou para a lateral de uma das portas onde era possível ver várias marcas de canetinhas com algumas datas – São suas medidas, começamos a medir você aqui quando fez um ano e fizemos isso até o dia em que se mudou com a sua mãe para o Distrito 12.    

            - Esse era o meu quarto. – entrei no cômodo vazio, mas pude ver a antiga pintura rosa nas paredes e sorri vendo a porta que levava para a sacada dos fundos – Era por aqui que eu via o mar toda manhã. – abri a porta e lá estava apenas a alguns metros do nosso quintal aquela imensidão azul, eu podia ouvir o barulho das ondas dali.

            - Você adorava brincar aqui na sacada, era seu lugar favorito. – encostei meu corpo na grade ao lado dele e olhei o mar por um momento respirando fundo e fechando os olhos.

            - Por que nunca contou que ainda tinha essa casa? – perguntei após alguns minutos de silêncio.

            - Eu não sei, não tinha certeza se você se lembrava daqui e nunca quis voltar a morar nessa casa. De certa forma é apenas um lugar para recordações, mas depois daquele dia na joalheria percebi que você precisava de um lugar para espairecer e, acho que esse é um bom lugar.

            - Me desculpa pai, aquele dia eu acabei dizendo ...

            - O que pensa sobre minha esposa. – me senti ligeiramente envergonhada e acabei não olhando para ele – Eu sei que a Elizabeth gosta muito do meu dinheiro e todas as joias e roupas que ele pode comprar, mas eu não ligo.

            - Pai.

            - Katniss eu não sou um jovem apaixonado e iludido, pelo contrário, acho que sei um pouco mais sobre a vida e as pessoas do que você. Tenho certeza de que se não tivesse condições de oferecer a vida que ofereço a ela, Elizabeth não teria se casado comigo e não me importo, porque independente disso ela me faz feliz, me faz sentir jovem como se a vida ainda guardasse grandes coisas para mim. E, não tenho medo de me arriscar e se der errado cada um seguirá seu caminho e pronto. Foi assim antes vai continuar sendo assim.

            - Você pode ser feliz e se sentir jovem sem ela pai.

            - Posso, mas eu não quero não agora. – ele sorriu – Não sei onde sua mãe e eu erramos para você ser tão fechada assim com as outras pessoas. Eu juro que sempre tentamos ao máximo não deixar com que você tivesse uma impressão errada do que é um casamento, embora eu tenha me casado um número considerável de vezes.

            - Vocês não erraram, acho que sou eu. Talvez eu não sirva para amar ou para conviver tão próximo assim de outra pessoa.

            - Mas é claro que serve, filha você só precisa abrir os olhos para o que está ao seu redor antes que seja tarde.

            - Já é tarde.

            - Só porque o Peeta está com a data de casamento marcada para esse sábado, não significa que é tarde. – olhei surpresa para ele e o vi sorrir – Não perca seu tempo negando, eu sei o que você sente há um bom tempo, mas só notei que você sabia o que sentia no dia da joalheria.

            - Esse sentimento não vai dar em lugar nenhum pai, eu não posso contar a ele.

            - Por que não? Você não o ama?

            - Amo, mas amar não é justamente isso. Ver na felicidade do outro a própria felicidade.

            - Oh, não! Essas frases de redes sociais pra cima de mim não, por favor. Amar vai muito além disso e você sabe, sua felicidade não está ligada a felicidade de ninguém entenda isso primeiro. E depois saiba que pensar assim só vai te machucar, manter seus sentimentos para você é um erro enorme, porque pra mim quem ama arrisca. Se for para doer que pelo menos se tenha uma chance de ser feliz em meio a isso.

            - Ele é meu melhor amigo, contar para ele pode custar nossa amizade.

            - Como você mesma disse, ele é seu melhor amigo, e tenho certeza de que se ele não corresponder esse sentimento ainda sim, não vai deixar que a amizade de vocês se perca. Acho que nada no mundo vai fazer com que Peeta Mellark saia da sua vida de vez e acredite, ouve um tempo que achei que seria bom que ele se afastasse.

— Por que?

 - Você era a minha menina, e quando eu fui visitar você na casa da sua mãe era só dele que você falava e com o tempo vocês não se desgrudavam um do outro. Foi então que eu notei que era sem ele que você não conseguia ficar sem.

            - Você tinha ciúmes do Peeta?

            - Tinha, dele e do John também, porque eles cuidavam de você enquanto eu estava longe e demorei um tempo até ver o quanto era bom você ter os dois para contar, já que eu não podia. Não cometa os mesmos erros que eu filha, não deixa o amor de verdade passar sem lutar.

            - Você disse que não tinha medo de arriscar.

            - Hoje eu não tenho. – ele suspirou e desviou o olhar em direção ao mar – Eu sempre soube o porquê me mudei daqui e acredite nunca foi para estar mais perto do meu trabalho. Eram lembranças demais, suas e da sua mãe. Eu não suportava o silêncio desse lugar, não suportava o quanto meu fracasso ficava nítido a cada canto dessa casa.

— Como assim fracasso?

— Não estou isentando ou culpando sua mãe da nossa separação, foi uma decisão mutua, ambos tínhamos motivos para querer nos separar na época, mas Effie foi a única mulher que amei de verdade até hoje, mas éramos jovens e eu acabei não valorizando o que sentimos até que as discussões começaram a ser constantes e no fim ela achou que o melhor para você era que tivéssemos uma relação de, no mínimo respeito um com o outro e continuar juntos estava começando a deixar isso mais difícil a cada dia. Nem sei o porque, mas acabei concordando com isso. No fundo a gente te amava tanto que nunca discordamos do que era melhor para você. Você era e ainda é, a melhor coisa que fizemos mesmo sendo jovens demais na época. – eu sempre soube que a gravidez da minha mãe não havia sido planejada. Eles eram namorados e estavam no ultimo ano da faculdade e o casamento aconteceu algumas semanas antes do meu nascimento - Eu demorei para me dar conta do grande erro que tínhamos cometido que, eu tinha cometido na verdade e quando notei era tarde demais e ela já não estava mais ao meu alcance.

            - Ela nunca se casou com outro.

            - Eu sei, mas eu tinha feito estrago demais para conseguir concertar qualquer chance de ficarmos juntos, então meu conselho a você é: diga a ele. Conte enquanto ele não esta fora do seu alcance. Diga mesmo que isso cause problemas que mude tudo que você esta acostumada.  Não tenha medo de ser feliz, Katniss. 


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Notas finais do capítulo

É isso, bom Haymitch ( assim como Mark Sloan kkk) como sempre com ótimos conselhos e agora e saber se ela vai ou não escutar o que ele disse.
Espero que vocês tenham gostado.
Ótimo final de semana.
Beijos



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