Marcas escrita por ChopperChan


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

--Autora pouco habilitada com escritas sérias. Não sejam muito duros--
One-shot bem curtinha que eu prometi ano passado. Se fizer sucesso eu posso escrevr uma outra parte 2 (mas voltado para o SABO sendo confortado)
ChopperChan está com pressa, então.... ENJOY!



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Koala era bem clara quando tinha pesadelos, isso ele podia dizer.

Não era como se ela começasse a gritar ou a espernear, em pânico. Não, não. Longe disso, ela paralisava, endurecia. Se agarrava ao que pudesse por as mãos e se tornava uma estátua, tensa e encolhida. murmurando para sim mesma enquanto dormia.

E era exatamente essa pose que ela aderira naquele momento.

Sabo acordou ao sentir o puxão na área do peito da camiseta que usava para dormir. Abrindo os olhos para a escuridão, ele não conseguia ver nada (obviamente) , mas sentia, pela proximidade, a respiração pesada e irregular da garota ao seu lado. Ele a conhecia bem mais do que o suficiente para saber o que se passava.

Passando a mão pelos cabelos já bagunçados dela, com a ponta dos dedos ele direcionou a cabeça para que ela o encarasse na escuridão. "Koala." Ele chamou, baixo, apenas o suficiente para que ela ouvisse, e conseguisse deixar o mundo dos pesadelos.

Quando ele abriu os olhos, ele podia vê-los quase tão bem quanto na luz. Azuis, tão brilhantes que praticamente tinham luz própria, úmidos e, apenas por um segundo, quebrados. Aquela expressão de vulnerabilidade, temor.... Não era típica dela. "Não me machuque", os olhos diziam enquanto faziam força para não derramar lágrimas.

Ele lançou um olhar triste, mesmo sabendo que ela não o veria. Os olhos dele não eram, nem de longe, tão brilhantes como os dela. Ele não podia fazer nada para aliviar aquilo, ela tinha de lutar contra o próprio subconsciente. Ele se sentia.... Inútil, impotente. Tudo o que estava ao seu alcance era....

Rodeá-la pela cintura. Trazê-la para mais perto. Fazer companhia no momento de desespero e.... Esperar que aquilo tudo passasse.

E, no momento que ela enterrou a cabeça entre as mãos tensas, firmemente agarradas ao tecido de malha, ele sentiu que ela desabou.

Desabou em lágrimas, chorando um choro de soluçar com força e encharcar todo o peito do rapaz. Respirando com força, tentando inspirar mais ar do que cabia em seus pulmões, sem conseguir se livrar da sensação de que o oxigênio ainda era insuficiente e tendo pequenas convulsões involuntárias de maneira desritmada, ela tentava ocupar as poucas brechas que tinha para falar com pedidos de desculpa incompletos, sílabas soltas da palavra que ela não tinha forças para completar: "des....des....cul...descu...".

Ele também não tinha o poder para fazê-la parar.

Era uma batalha que ela tinha de vencer sozinha.

E a única ajuda que ele podia dar, era tentar confortá-la melhor maneira possível.

Apoiando o rosto no topo da cabeça firmemente enterrada em seu peito, Sabo deslocou o braço livre para a barra da camisa que Koala usava para dormir. Um dia fora dele, mas ela não parecia ter a menor intenção em devolvê-la. Ele não se importava nem um pouco, na verdade. A diferença de tamanhos entre ela e a peça de roupa facilitava muito o ato de deslizar a base para cima.

Não era como se ele fizesse isso como algo sexual (Okay, talvez as vezes....). Ele apenas... Gostava da sensação de frescor que sentia ao tocar a pele dela. Não era como se a perficiente fosse fria, mas sob o toque anormalmente quente transmitia uma sensação de frescor muito agradável durante o verão.

Mas, mais do que isso, ele gostava de sentir a marca-mor que ela tinha nas costas :

A tatuagem dos Sun Pirates, A marca dos ex-escravos, da liberdade.

Não era como se ele fosse o único a ter visto aquela marca. Sabia que havia outros, antigos e novos companheiros, que ela confiara o suficiente para mostrar e contar seu passado, com um visível orgulho em sua voz.

Mas ele podia dizer que ninguém conhecia tão bem aquela marca como ele o fazia.

Sabo era o único que conhecia o que havia por baixo da marca avermelhada da queimadura mesclada com tinta. O único que se aproximara o bastante para sentir os detalhes que não podiam ser vistos: as pequenas cicatrizes, escondidas embaixo da tintura avermelhada. As falhas na pele, tão profundas que o corpo não conseguirá gerar tecidos de reposição. A tênue linha que separava a marca da escravidão da de liberdade, perdida em meio ao desenho mais ainda sensível para os dedos bem treinados.

Tudo isso, só ele conhecia. Todas essa marcas, apenas ele sabia da existência.

E ele se aproveitava disso, na verdade.

Se aproveitava de sentido de que fazia questão de correr os dedos por cada contorno, cada curva, cada relevo baixo ou alto que ela tivesse. Queria conhecê-los de cor, decorar a posição de cada um, mapeá-los como alguém um Índia fizera com as estrelas.

E estava fazendo um bom progresso nesse objetivo.
Mas a melhor parte de tudo isso, era que Koala gostava de ser tocada. De ser tocada por ele. O toque quente sempre trazia uma sensação de familiaridade e conforto inexplicável em palavras.

E, conforme as peles lentamente entravam em equilíbrio térmico, os soluços diminuíam e a respiração se estabilizava. As lágrimas paravam e os caminhos abertos nas bochechas desapareciam.

Em noites como aquela, ela sentia que o sol em suas costas realmente trazia calor.


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Notas finais do capítulo

Bom, é isso! Até a próxima! O/
P.s.: pra quem acompanha a RH: capítulo ainda sem previsão de lançamento, mas já ta nuns 30%
P.S.2: nada, eu só gosto de numeros pares.