Sunshine escrita por Downpour


Capítulo 5
Capítulo 5 - Breakaway




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Capítulo 5 - Breakaway

“Eu abrirei minhas asas e eu aprenderei como voar

Eu farei qualquer coisa para tocar o céu

Faça um desejo, aproveite a chance”

Breakaway, Kelly Clarkson.




Quando eu acordei senti um calor humano próximo do meu corpo, abri meus olhos lentamente e vi que era Edmundo. O garoto fazia um leve cafuné no meu cabelo,  e eu acabei por fechar meus olhos. Senti meu rosto corar e meu coração bater acelerado, eu nunca tinha sentido aquilo antes, mas era afável e reconfortante. Era como um fogo agradável que crescia no meu peito, e era tão bom. Fazia muito tempo que eu não recebia carinho, tinha me acostumado a manter distância das pessoas, mesmo na época do meu reinado.

Eu queria me aninhar no garoto, mas sabia que ele iria estranhar, então resolvi dar sinais de que estava acordada. Dei uma leve bocejada e me movimentei no colo dele.

— Você acordou. – ele murmurou e eu me levantei sentindo meu rosto queimar.

— Bom dia. – eu sorri para ele. – Vamos nos mover.

— Nada disso, você vai comer alguma coisa antes! Você não teria desmaiado de cansaço se não tivesse se alimentado direito. – Ele cruzou os braços e eu franzi a testa.

A última coisa que eu esperava era receber ordens de uma...criança. Vez ou outra meus conselheiros me advertiam com um tom petulante, tirando isso, ninguém nunca se dirigia a minha pessoa dessa forma...Claro, tirando Jadis.

— Eu não quero comer! Precisamos nos apressar e… — meus olhos faiscaram, tudo o que me importava era sair daquela situação, custe o que custasse. O meu ser ansiava por uma vingança, e eu só aceitaria a paz quando Jadis estivesse morta. Não poderia me dar o luxo de descansar enquanto ela dizimava outra população de inocentes.

— Agora vai. – ele estendeu a maçã na minha frente com um olhar teimoso, coisa que me irritou levemente. Não queria receber ordens de uma criança, e muito menos ter que obedecê-lo. Semicerrei os olhos, e acabei por me render, precisava de forças afinal das contas.

— Tudo bem. Só não podemos demorar muito. – me rendi pegando a maçã enquanto me levantava, eu realmente necessitava trocar de vestido…

Nós dois retornamos a andar pela floresta, resolvi prender meus cabelos castanhos em um rabo de cavalo para este não cair nos meus olhos. Dei um leve bocejo enquanto conversava com Edmundo, embora eu não tivesse gostado muito do garoto quando o conheci, passar uma noite com ele na floresta me fez perceber que ele não era tão ruim assim. Talvez a teimosia fosse algo que nós dois tivéssemos em comum.

— Tem um lago ali! –  eu exclamei animada. O clima parecia bem propício para dar um mergulho, visto que a neve tinha ido embora. 

Se era para retomar as minhas forças e voltar a luta, que eu aparecesse limpa.

Edmundo franziu a testa e eu dei risada, eu certamente não tomaria banho ali pelo simples fato de Edmundo estar comigo, mas eu iria me jogar na água com certeza. Dei meu típico sorriso de quem vai aprontar alguma coisa deixando o moreno confuso, peguei impulso e me joguei na água.

— Rose! – ele quase gritou meu nome preocupado enquanto não me via chegar na superfície.

Era tão reconfortante a sensação de estar debaixo da água, meus cabelos se espalharam conforme eu me movia e meus olhos ardiam por estarem abertos. Sorri, debaixo d'água tudo era mais bonito.

Me movimentei com os braços me puxando agilmente para a superfície, e quando fui reparar Edmundo tinha se jogado na água achando que eu estava me afogando. Por mais fofo que fosse da sua parte eu comecei a rir, quando o moreno veio para a superfície com os cabelos negros molhados e um rosto emburrado eu não consegui conter a risada.

— Ah você está rindo. – ele fez uma careta e jogou água na minha direção começando a rir.

— Ei! Isso é mancada. – dei risada jogando água na direção dele.

Ficamos um tempo rindo e jogando água um na cara do outro, até resolvermos que tínhamos de continuar andado. 

— Eu posso usar meus poderes para secar suas roupas. – sugeri e o garoto negou com a cabeça.

— Pra você desmaiar de novo? De jeito nenhum.

Eu dei um sorriso tímido, também não estava acostumada com tanta preocupação vinda de um garoto. 

— Você é o garoto mais fofo que eu já conheci. – falei e Edmundo pareceu corar da cabeça aos pés.

— Eu apenas estou sendo gentil. – o moreno retrucou e eu não pude evitar de sorrir discretamente para ele.

Contrariando o que eu pensava antes, a presença de Edmundo era indescritível, em tão pouco tempo com o garoto eu já me sentia próxima dele. Não sabia o que iria acontecer comigo quando eu fosse “sumir” da vida dele, como eu tinha prometido. Para falar a verdade eu nem sabia para onde ir.

Rose posso te fazer uma pergunta? – Edmundo coçou a nuca.

— Sim.

— Como você sabe da tal profecia?

Eu mordi o lábio de leve, tinha jurado para si que a minha vida em Charn seria enterrada, e eu nunca mais me lembraria do que aconteceu lá. Eu tinha medo de que Edmundo me perguntasse como era a minha vida lá.

— Aslan me contou. – eu suspirei olhando para qualquer lugar que não fosse os olhos dele – ele não explicou muito bem…

— Toda  profecia se cumpre, certo?

— Certo.

— Então qual o problema da nossa profecia, porque pelo que eu saiba estamos livres das posses de Jadis.

Eu olhei para ele confusa, e sabia que ele estava confuso também.

— Eu não faço a mínima ideia Eddie, só estou feliz por não estar presa. – murmurei com o pensamento distante, concordando com o raciocínio do Pevensie.




~•~





Era já a nossa segunda noite dormindo na floresta e tínhamos repetido o mesmo processo, e eu me encontrava desmaiada no chão enquanto Edmundo fazia cafuné no meu cabelo encostado em uma árvore. Sentia que estava menos cansada do que na noite anterior, mas mesmo assim estava fraca, e estar nesse tipo de posição era extremamente incômodo e humilhante.

Se eu estivesse acordada teria ouvido os barulhos de cavalos relinchando, e homens murmurando entre si. Aslan finalmente tinha nos ouvido!

Os homens de Aslan levaram meu corpo em um cavalo e Edmundo em outro, e estes garantiram para Eddie que em duas horas estaríamos cada um em uma tenda descansando.

Quando eu acordei, já não sabia onde estava. Senti minha cabeça encostar em algo macio, por Aslan, um travesseiro. Era tudo o que eu mais precisava.

Olhei em volta e vi roupas limpas e dobradas para eu vestir, agradeci a Aslan por não ser um vestido e sapatilhas. Coloquei a blusa branca de mangas e a abotoei, uma calça preta e um coturno. Trancei meu cabelo e resolvi sair da tenda, então um sentimento de tristeza me abateu.

Eu tinha prometido para Edmundo que sairia de sua vida, e querendo ou não, o momento seria agora.

 


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