As Aventuras Bizarras de Beta Fisk escrita por Gapashi


Capítulo 4
Estrelas cadentes


Notas iniciais do capítulo

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Alice apertava a tecla "delete" ferozmente dentro de sua cabeça. Para um astrônomo, ele possuía um belo corpo. Deleta esse pensamento! Um arrepio desceu pela sua espinha e suas orelhas ficaram vermelhas quando ouviu a porta do banheiro fazer um baque metálico e Beta a puxou para dentro do box, fechando a cortina. Alguém havia entrado no banheiro. De um jeito muito desafinado, a mulher cantava I will always love you. Beta levou uma das mãos à boca com o indicador esticado, pedindo para a menina não fazer barulho. Enfiou a cabeça debaixo da água corrente para tirar o xampú. Alice aproveitou que ele estava de olhos fechados para ajeitar a toalha em volta do corpo. Imaginou o quanto devia estar parecendo com um tomate cheio de pintas. Fechou os olhos de tanta vergonha. E também para deletar a imagem de Beta envergonhado. Do outro lado a mulher ligava o chuveiro, ainda cantando Whitney Houston. De repente, Alice sentiu Beta puxar seu braço.

– Você está escondendo o rosto de novo. - seu hálito era quente contra a orelha de Alice. Automaticamente, ela o empurrou para longe. Agora devia estar parecendo um "arco-íris da vergonha".

– Não toque em mim! Sua mão estava em um lugar nada agradável! - ela sussurrou.

– De boa! - ele sussurrou em resposta. - Eu já tinha tomado banho. Lavo o cabelo por último.

– O problema não é esse! - Alice não sabia o que fazer. Estava completamente fora de órbita. Sua cabeça girava em torno do formigamento de sua orelha.

– Quem está aí? - indagou a mulher. Os dois congelaram onde estavam.

– Alice Carter. - ela empurrou Beta contra a parede e abriu um pedaço da cortina para ver quem estava do lado de fora. Alice quase teve um treco quando viu Elimona.

– Ora! A caloura de hoje. - ela sorriu - Como vai?

– Atrasada, imagino. - Alice sorriu em resposta.

– Eu também estou. Mas, já estou indo. Não se atrasem.

– "Atrasem"? - indagou Alice. Elimona riu e se dirigiu À área dos armários.

– Eu sei que Beta está aí.

– Impossível! - gritou Beta abrindo toda a cortina. - Como você descobriu?

Elimona estava boquiaberta.

– Na verdade, era pra ser uma brincadeira. Não achava que você estava mesmo aí. - ela caiu na risada. - Credo, veterano! A menina mal chegou à universidade!

– Não é o que você está pensando! Nós --

– Vejo vocês no prédio dos Nerds, pombinhos precoces. - Elimona interrompeu Alice, saindo da área dos boxes. Alice cruzou os braços e encarou Beta.

– Desculpa... - Beta fez cara de cachorro abandonado.

– Você arruinou a minha reputação, Beta! - Alice saiu do box e foi para os armários. Beta desligou o chuveiro, se enrolou na toalha e pegou a necessaire da garota. Teve de correr para alcança-la. - Agora, todos vão pensar que...que...que eu namoro como você o que eu sou sua peguete! - ela abriu o armário abruptamente.

– E isso é algo ruim? - Beta pegou suas roupas.

– Eu não gosto que fiquem falando mentiras sobre mim. Então, é algo ruim sim! - Alice, agora com raiva, não absorveu a informação de que estava, praticamente, nua perante Beta. Colocou o conjunto de lingerie encarando o armário de bico amarrado. Beta virou de costas para não olhar Alice. Colocaram seus conjuntos de moletom e saíram juntos do banheiro.

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– Até que enfim, pombinhos precoces! - disse Elimona enquanto o casal se aproximava do local onde marcaram de se encontrarem. - Não se acanhem. Eles já sabem. - Leonard e Stephanie soltaram uma risada abafada. Alice e Beta se encararam por um segundo.

– Não somos um casal, Elimona. - a voz de Beta não saiu com a comunal felicidade. Ele parecia mais sério, o que causou calafrios em Alice.

– Mas vocês estavam tão juntinhos... - a garota do chiclete fez um biquinho.

– Não somos um casal. - Alice reforçou a afirmação. Leornad estalou a língua demonstrando sua impaciência. Seu cachecol xadrez cobria sua boca.

– Parem com essa viadagem e vamos logo ver essas estrelas cadentes.

– Eu concordo. - Beta voltou a sorrir. Porém, ao olhar para Alice, seu sorriso virou um apelo por perdão durante um curto tempo. - Vou mostrar à vocês o fenômeno das estrela cadentes. E, quem sabe, levar vocês até minha casa nas alturas. - Beta sorriu e tomou a dianteira do grupo, guiando-o pelo bosque. Apesar de estarem meio que brigados, Beta ofereceu o braço e Alice o aceitou de bom grado. O grupo subiu uma boa parte do bosque em direção ao topo. A escuridão da noite não ajudava em nada. Entretanto, mantendo o grupo unido, eles chegaram ao topo. Ofegantes, eles sentaram na grama em um semi-círculo. Aproximando-se de Alice para que só ela ouvisse, Beta disse: - Peço desculpas de novo. Por favor, me perdoa. Eu não quis lhe causar nenhum mal. - Alice encarou seus olhos castanhos. Ele dizia a verdade. Então, o brilho das estrelas foram refletidos em seus olhos. E eles corriam de cima a baixo os globos escuros. - Começou! - Beta olhou para o céu por um instante e, depois, fechou os olhos. Com um sorriso no rosto, ele sentia o brilho da noite. - Seja bem-vindo, fenômeno incrível. - Alice admirava o carinho da luz com o rosto do garoto problemático de cabelo azul. Parecia tão inocente. Sorriu consigo mesma.

– Eu te perdoo, seu nerd problemático de cabelo azul. - ela sussurrou encarando o brilho das estrelas. Podia sentir o olhar e o sorriso de Beta sobre ela e não pôde evitar sorrir e tapar a boca. Beta novamente tirou as mãos de Alice do caminho de seu sorriso.

– Dá pra me obedecer pelo menos uma vez? - ele indagou. - Eu já disse para parar de esconder seu rosto.


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Notas finais do capítulo

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