As Aventuras Bizarras de Beta Fisk escrita por Gapashi


Capítulo 13
Dois socos bem dados


Notas iniciais do capítulo

** BÔNUS **



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— Ele é meu irmão. E se chama Sigma. - a boca de Beta estava seca.

— Mas, o sigma está longe do beta no alfabeto grego. - Leonard comentou.

— Quantos irmãos você tem? - Mona indagou levantando as sobrancelhas. Beta riu seco.

— Somos uma família bem grande. Tipo o alfabeto grego inteiro.

Elimona arregalou os olhos, mas Leonard não demonstrou muita surpresa. Os dois olharam para trás juntos, encarando Sigma, que desviou o olhar.

— Espera. Se são o alfabeto grego, então o novo professor de física...

— Sim. - Beta completou a frase de Mona - Gama. É meu irmão.

— Aquela criança tem Mestrado e Doutorado em Física? - Leonard enrugou o nariz.

— Ele é mais velho do que parece.

— Ah se é! - disse Alice distraída. Todos a encararam. - Bom, pra estar dando aula numa universidade...

— E esse também não é meu primeiro curso. Me formei em Química primeiro. - mentiu Beta. Odiava química, mas o centro da mentira não era isso. Era a idade.

— Nunca vi seu diploma. - comentou Leonard.

— Está na casa de minha mãe. - rebateu Beta.

— O centro da conversa não é a química, gente. - Alice estalou os dedos no ar, chamando a atenção deles. Beta puxou-a, pela cintura, para mais perto.

— Sim, sim. Eu tenho uma ideia. Vamos para a minha casa. - disse Beta. - Lá estaremos à sós e poderemos repreendê-lo. Sigma só precisa de alguém, que não seja eu, para ensiná-lo que o que ele faz é errado.

— Eu posso dar um soco nele? - Mona levantou o punho fechado.

— Somos duas, então. - Alice encarou Beta, que abriu um sorriso grande.

— Eu sou a favor de bater nele, então, não posso recusar.

Alice pôs-se de pé e sorriu.

— Então vamos. - ela saiu da lanchonete. Os outros correram para alcançá-lá, inclusive Sigma. Beta os guiou para dentro do bosque ao lado da universidade, fazendo o caminho de sua casa. Sigma aproveitou que o bosque era deserto e começou a correr na direção deles. Assustados, os quatro estudantes também começaram a correr entre as árvores, ganhando um pouco de vantagem. Sigma era mais corpulento, portanto, mais pesado que os outros. Correr era mais difícil para ele.

Logo, o grupo chegou ao pentágono. Alice e Elimona entraram primeiro, posicionando-se uma de cada lado da porta. Após Leonard e Beta passarem, as duas fecharam as mãos e prepararam socos carregados de raiva. Quando Sigma terminou de subir toda a escadaria da entrada e pisou na soleira, as duas deram os socos nos olhos dele. Atordoado, Sigma caiu no chão e pôs as mãos nos olhos. Beta caiu na risada. Alice e Elimona esfregaram as mãos com dor.

— Bem feito! - Beta chorava de rir. Sigma o encarou com os olhos ficando roxos.

— Belo irmão mais velho, você.

— Mas não fui eu que te bati.

De repente, a porta de dentro da cozinha, que dava acesso à sala de portas, se abriu.

— O quê está acontecendo aqui? - indagou o homem com cabelos roxos e compridos. Seus olhos eram de um azul intenso.

— Sigma está apanhando por atacar uma mulher. - respondeu Beta.

— De novo?! - o homem riu - Você não se cansa, né Sigma?

— Poupe-me, Omicron. Estou curtindo a vida.

— Curtindo a vida?! - Elimona fez o homem maior do que ela levantar ao puxar sua orelha pra cima. - O que você está fazendo é errado! Ficar com várias mulheres não tem problema, mas, fazer isso usando a força não é legal. Entendeu?

— Entendi... - os olhos de Sigma pareciam brilhar ao ouvir a voz da mulher baixinha na sua frente. - Desculpa.

Omicron e Beta arregalaram os olhos.

— Ele pediu desculpas. - Omicron encarou Beta. - O que me diz disso, irmãozão?

— Não me pergunta, porque eu também estou perdido. - Beta passou o braço pela cintura de Alice. - Irmão, eu lhe apresento meus amigos, Elimona, Leonard e Alice. - ele olhou nos olhos da garota - Eguzkia.

— É um imenso prazer conhecê-los. - Omicron beijou a mão de Alice. -Bem-vinda à família.

— Omicron! - uma voz veio da sala - Estou cansado de esperar! Volta logo aqui!

— Vamos entrando pessoal. Fiquem à vontade.

Alice puxou Beta para perto e sussurrou em seu rosto:

— E as aulas do segundo período?

— Puts! É mesmo! Nem almoçamos. - ele encarou cada um dos presentes. - Temos mesmo que ir?

— Deixa eu anotar aqui no meu bloquinho de notas que Beta sente fome toda hora, come pra caramba e ainda é preguiçoso. - Alice brincou.

— Não avacalha, Alice.

— Eu posso ir junto com vocês? - pediu Sigma. O cômodo ficou em silêncio.

— Não é melhor você ficar aqui em casa, Sigma? - indagou Beta.

— Por favor. - insistiu o outro.

— O que deu em você hoje? - Beta enrugou a testa. - Pode vir. Mas, nossas aulas são diferentes. Então, você vem...

— Posso ir com a Elimona?

Ah! Entendi porque ele está diferente, pensou o deus de cabelo azul.

— Comigo?! - a menina apontou para si mesma. Sigma assentiu com a cabeça. Mona procurou apoio em Leonard, que virou de costas para ela, e em Alice, que riu e escondeu a boca com a mão. Beta automaticamente agarrou a mão dela e tirou-a da boca. Por fim, ela encarou Sigma. Ele parecia um cachorro que acabara de descobrir que ia passear no parque. O quê deu nesse cara? Acabei de dar um soco nele e de dar uma bela bronca e, mesmo assim, ele me olha como se eu fosse a melhor coisa do mundo. Elimona não podia negar um pedido feito daquele jeito. - Você carrega a minha mochila.

— Passa ela pra cá. - Sigma estendeu o braço pedindo a mala preta. - Obrigada.

— Não precisa agradecer.

— Bom, - Omicron abriu a porta e se esgueirou por ela. - vou voltar para o meu xadrez com o Gama. Boa aula para vocês.

— Obrigada. - Alice foi a única que agradeceu. O resto apenas respirou fundo e bufou. O quinteto correu para não se atrasar. No meio do caminho, compraram algo para comer na cantina e, daí, cada um seguiu para um canto. E Sigma foi junto com Elimona e um pote de pão-de-queijo. Por sorte, pegaram os alunos entrando na sala. Arrumaram um lugar na última bancada da sala, lá em cima. Era a primeira aula de Química do ano. Elimona cursava Geologia.

— Escuta. - ela chamou a atenção de Sigma. - A aula é cansativa. Dura horas. E não pode sair no meio.

— Não vou lhe deixar sozinha, se é o que quer saber. - Sigma segurou as mãos calejadas da menina entre as suas. - Qualquer tempo gasto ao seu lado vale a pena.

Mona corou.

— Obrigada...eu acho. - ela puxou as mãos. É...a bronca pôs ele na linha...e fez ele se apaixonar por mim. Consigo ver em seus olhos. São os meus olhos quando eu era totalmente apaixonada por Beta. Ela sorriu. Está na hora de largar o passado e dar uma chance para o futuro.

Elimona aproximou-se de Sigma até encostarem os braços e deitou a cabeça nele.

— Me acorde quando a aula acabar. - ela fechou os olhos. Sigma pegou na mochila um dos cadernos e uma caneta para anotar tudo o que o professor falasse. Quando pensou no peso que sustentava e no calor que este emanava, seu coração batia forte. Havia encontrado seu sol.

— Pode deixar comigo, eguzkia.


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Notas finais do capítulo

** BÔNUS **



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