Amor de Fel escrita por Destiny Mendes


Capítulo 1
Amor de Fel


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas! Para quem não me conhece sou a Destiny - Nauanny - Mendes e espero que gostem dessa história e também que opinem.

Uma ótima leitura!








(AVISO) Quem lê Sangue Frio, não desisti dela e não desistirei, só estou com um bloqueio quanto a ela, mas logo passa e estarei a ativa.



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Se você procura uma história com final feliz, é melhor que pare agora, porque essa não é o que você procura e nem de perto será. Volte se não quer ouvir lamentações ou dramas, porque aqui se faz a morada dessas duas.

Era dia 26 de abril quando o conheci na biblioteca, cativante, sorriso gentil, bom de papo que qualquer garota cairia aos pés, simplesmente... Perfeito. Aquele ao qual você desejaria para ser seu namorado, noivo e marido. O homem que lhe faz sorrir e faz seu coração bater acelerado só de ouvir a voz dele.

Lembro que estava perdida procurando um livro de literatura clássica, eu era nova na cidade o que me fazia não entender como eles classificavam e organizavam os livros, se fosse em minha cidade, eu já teria achado um livro do qual eu gostasse. Eu parei diante de um corredor que algumas pessoas passavam já com raiva de não achar o que eu queria, bufei, suspirei e por fim comecei a bater o pé e olhei para o lado que a bibliotecária estava, mas ela não estava no lugar dela e então voltei meu olhar a prateleira como se o livro fosse brotar em minhas mãos, foi então que ouvi a voz dele...

- Está tudo bem? – ele perguntou e eu o olhei nos olhos, coisa ao qual não deveria ter feito, meu coração acelerou e eu sabia que estava bem encrencada.

Ele era moreno e muito mais alto do que eu, um sorriso de lado brincava em seus lábios e ele tinha covinhas quando sorria nas duas bochechas, os olhos eram castanhos e profundo, mas ainda assim, brilhantes.

- Na verdade não.. – respondi voltando meus olhos a prateleira tentando acalmar meu coração – Não acho Dom Casmurro.

- Posso lhe dar um conselho? – ele riu como se fosse a coisa mais normal a se fazer.

- Pode... – respondi meio incerta, o olhando com a testa franzida.

- Procure na sessão de literatura e não de romances clássicos. – ele disse realmente achando aquilo engraçado.

Senti meu rosto queimar de vergonha e raiva ao mesmo tempo.

- Está achando muito engraçadinho né idiota? – perguntei com a testa franzida, mas algo me fez sorrir no final da frase e não saíra como ofensa. Foi como se já conhecêssemos e eu me vi sorrindo como uma boba romântica.

- Na verdade, estou sim, bocó. – ele disse lançando um sorriso que tive que me segurar para não suspirar.

Céus, o que estava acontecendo comigo? Era só o que pensava, eu queria mais e mais dele. Eu passaria o dia todo naquela biblioteca por ele, eu esperaria cada demora dele para vê-lo e eu dali em diante seria escrava de um amor que não seria cultivado pelos dois.

Os dias foram passando e conheci mais dele, ele tinha cerca de vinte e nove anos e eu trinta, ele era solteiro e nunca tinha se casado. Já eu, tinha uma filha de cinco anos ao qual ainda tinha algo com o pai dela raramente, o qual era mais físico e carnal da minha parte e o pai de Ana geralmente dizia me amar, mas nunca íamos longe com isso, sempre brigávamos por algum assunto e para não deixar Ana traumatizada sempre ficávamos separados.

Anthony e eu passávamos horas na biblioteca no final dos dias quando nosso expediente de trabalho acabava, eu pagava o dobro para a babá ficar com a Ana e ele sabia tudo sobre mim. Aos finais de semana, ele passou a conviver na minha casa onde Ana foi o aceitando pouco a pouco e assim se passou meses naquele ritmo.

Um dia estava tarde e ele me levou até a parada de ônibus já que não tínhamos carro, ficamos esperando em um silêncio constrangedor, ele colocou as mãos nos bolsos da calça social e ficou fitando o céu por longos segundos enquanto eu o encarara e desviava o olhar quando achava que ele me olharia. Quando o ônibus chegou, eu disse um tchau a ele e coloquei um pé no degrau do ônibus e senti uma das minhas mãos dele tocarem a minha, o fitei surpresa e o olhei durante segundo que pareciam minutos intermináveis, foi quando escutei:

- Ei... Eu te amo. – ele disse isso tão naturalmente e como se fosse algo normal que meu coração bateu forte ele soltou a minha mão fazendo com que meu segundo pé fosse para dentro do ônibus, me virei ainda para ele com um sorriso radiante nos lábios, minhas bochechas coravam violentamente e fiquei sem ar por alguns segundos.

- Eu também te amo... – me ouvi falar ainda surpresa por ter saído do nada, sem ser forçado mesmo que nos conhecêssemos a tão pouco tempo.

Sim, eu o amava, eu amava aquele homem a minha frente e eu o amaria até o fim dos meus dias, eu tinha certeza disso.

O motorista deu a buzina me apressando a entrar no ônibus, mas não tirando o encanto do momento, eu fiquei com um sorriso bobo e com as bochechas coradas por toda a viagem.

Os dias se passaram como se não tivesse acontecido nada naquela noite e realmente pensei ter sonhado ou ter tido um devaneio, mas um dia ele disse que tinha uma surpresa para mim. Nesse dia, ele tinha chegado antes e estava em frente a biblioteca à minha espera, ele pediu para que eu colocasse uma venda e me levou para dentro, achei estranho de imediato, mas deixei que ele me guiasse e estava um silêncio mortal, quando ele tirou minha venda... Um enorme telão com uma declaração de amor se passava a nossa frente, ao final o olhei emocionada e só o via como um borrão já que as lágrimas desciam como cachorreiras. Ele se ajoelhou e pediu, e claro, eu o aceitei de imediato e então estávamos namorando.

Os meses simplesmente voaram e não tínhamos tanto tempo como antes, a família dele morava longe e ele dizia que iria me apresentar assim que pudéssemos viajar, mas nunca dava. O único contato que tinha era com a irmã dele, Sophie, ela era linda e sempre conversávamos via Skype e se transformou em uma amiga em pouco tempo. Havia vezes que eu conversava mais com ela do que o próprio Anthony, eu sentia saudades dele e muitas, estava quase para pedir para separarmos já que não tínhamos tempo um para o outro. No caso, ele não tinha... Afinal, era jogo com os amigos de trabalho, reuniões e todo o tipo de coisa ao qual não tinha um tempo sequer para mim, mas então veio o pedido de casamento e eu o amava por simplesmente quando ele se esforçava em dar atenção a mim, ele era o meu príncipe encantado. Era assim que eu o chamava mentalmente, coisa que ninguém sabia.

Pensei que com o noivado o modo de viver dele mudaria, ele era super esforçado com o futuro dele, mesmo quase beirando aos trinta sempre queria mais e eu sabia também que ele saia com os amigos dele, assim como eu saia com as minhas. Porém, em uma dessas saídas ele conheceu uma garota ao qual se tornou próximo demais e a garota se apaixonou por ele.

Ele não a afastou e acabamos brigando. Foi uma briga boba, mas que resultou no começo da nossa quebra de relação.

Eu pedi um tempo e nos afastamos, ele viajou e Roger, o pai de Ana, veio a minha casa visita-la. Conversamos naturalmente por vários dias, claro que algumas investidas e sinais ele dava, foi quando certa noite Ana dormiu, o desejo falou mais alto e acabamos indo para a cama. Então ficamos durante alguns dias, mas eu sentia que minha mente e meu coração estava com Anthony, eu me sentia suja.

Se eu tinha terminado com Anthony? Sim. Se eu estava enganando Roger e dando falsas esperanças? Também. E era isso que me fazia se sentir suja, dar falsas esperanças a quem eu não podia retribuir o amor que ele me dava, por que sim... A gente discutia, ele tinha explosões de raiva, mas sabia ser atencioso, me envolver e provar que ele era capaz de me fazer feliz. Mas ama-lo? Não, eu não o amava, eu tentava, mas só um nome vinha a minha mente e era... Anthony e sempre seria, eu sabia disso.

Foi quando decidi me separar de Roger e um dia depois Anthony apareceu na minha casa, os dois quase saíram aos murros e tentei acalmar os ânimos protegendo Anthony de qualquer ofensa que Roger lhe fizesse.

Roger quis levar Ana consigo e queria colocar a justiça no meio, realmente surtou, me xingou de nomes terríveis e na frente da nossa filha. Mas por fim, ele se acalmou e passou a morar mais perto para que pudesse também educar Ana.

Anthony e eu havíamos voltado e muitas amigas minhas eram contra, todas sabiam que eu sofria por falta de atenção e que nem sempre era por trabalho, mas sim, porque ele gostava de se divertir sem mim. Eu também sabia, não era nenhuma idiota e aproveitava com minhas amigas também, mas isso me doía e isso foi só crescendo. Ele passava dias prometendo que mudaria, eu pedia, mostrava que queria mais atenção da parte dele que só conversávamos durante alguns minutos e às vezes um dia na semana ele passava de passagem pela minha casa e ia embora.

O noivado se enrolou durante meses e por fim, a data foi marcada. Porém uma semana antes, Anthony desapareceu sem me dar notícias, não respondia a mensagens e o celular caía na caixa de mensagens, nem mesmo seus amigos sabiam onde ele estava e o chefe dele disse que ele teve que viajar por força maior. Porém, não me deu mais explicações. Passei toda a semana tentando localizá-lo e não conseguia falar com Sophie também, todos pareciam ter sumido e o que fiz foi só esperar com a vergonha de não saber o que dizer aos convidados e a raiva de não saber o que havia acontecido.

[...]

Duas semanas e meia depois ele voltou com o aspecto mais magro, pensei que ele estava doente, mas ele caiu no sofá da minha sala com a expressão dolorosa e a voz doída.

- Meu irmão morreu... – foi tudo que ele disse e tudo o que escutei dele. Eu somente o abracei forte, mesmo ainda com a raiva de não ter sido comunicada e nem mesmo ele ter me dito algo.

Depois de uns dias quando ele estava mais calmo, discutimos de novo sobre ele não ter me avisado sobre a morte do irmão e que viajaria, não ter deixado eu ir com ele e a única explicação que ele dera foi que não conseguia se abrir com ninguém, somente com o falecido.

Eu acabei o aceitando de volta, o acolhendo e sendo recriminada novamente por todos os meus amigos e minha família. Mas o que eu poderia fazer? Eu tentaria tudo por Anthony por mais complexo que ele fosse, ele era um quebra cabeça ao qual eu nunca conseguiria montar e eu sabia bem disso.

O anel de noivado voltou aos meus dedos, mas decidi não casar tão cedo depois de ter sido deixada no altar, aquilo me doía e guardei para mim mesma aquela dor. Afinal, ele tinha passado pela morte do irmão e eu não queria deixa-lo mais mal do que ele já estava.

Os meses foram passando e decidimos ter uma criança, tentamos várias vezes até que o resultado veio, eu estava grávida e meses depois veio a notícia de que era um menino.

O pai de Ana continuava nos rodando e sabia que apesar da gravidez, nosso relacionamento não ia bem. Até porque, barriga não prende homem algum e nunca prendeu, e Anthony nunca mudaria mesmo com um filho. Eu sabia disso, porque ele era muito parecido com meu pai. Meu pai dizia para minha mãe que tudo mudaria, que dessa vez seria melhor, mas depois de um tempo voltava a ser como era antes, a única linha que os separava era que meu pai traiu inúmeras vezes minha mãe e apesar de Anthony ser parecido com ele, disso eu tinha certeza que ele não havia feito.

Roger se mantinha calado e tinha brigado comigo novamente por causa da gravidez, eu sabia que era errada naquilo tudo e cometeria mais outro erro.

Eu terminei novamente com Anthony e ele pediu para voltar várias vezes e eu nunca dizia sim ou não, mas afirmei a ele que ainda o amava, o que era e é verdade. Eu amava Anthony tanto que me doía por inteiro saber que eu não conseguiria viver com ele pela falta de cultivo do amor da parte dele.

Certa noite revi tudo que havia feito e deixei meu orgulho de lado, fui até a casa de Roger e bati na porta dele, pedindo desculpas, novamente me entreguei a ele e de algum modo Anthony soube. Foi o fim mais doloroso e indescritível que tive.

Apesar de não estarmos mais juntos, ele ficou ressentido por eu ter me entregado a outro carregando um filho dele e jogou na minha cara várias vezes que eu não o amava, porque se o amasse não teria feito aquilo. Não quis me escutar e começamos a gritar um para outro, eu tentando explicar meu ponto de vista e ele o dele.

Ele foi embora da minha casa ainda com raiva, pedi para que ele pensasse mais sobre tudo e na manhã seguinte encontrei um bilhete que haviam passado por debaixo da porta, eu a abri rapidamente já identificando a letra dele.

Ele não havia mudado de ideia quanto o que ele me disse naquela noite onde tudo desabou, reforçou que ainda me amava e me pediu para que eu não o procurasse mais. Eu senti uma dor pior do que jamais senti e ao mesmo tempo algo me libertar, mas eu sabia que não estava feliz sem ele, mas também não estaria feliz sem a presença dele.

Por mais que ele não acreditasse e por mais que isso parecesse que eu fui trouxa o tempo todo, eu o amaria. Eu havia errado, eu tinha feito coisas que o fez desacreditar que eu realmente não o amava mais, mas eu estava cansada de regar sozinha, cansada de lutar sozinha e talvez magoa-lo mesmo sem querer tivesse sido a única saída.

A única coisa ao qual acalentava meu coração, era o bebê que se formava em meu ventre que eu sabia que por mais desavenças, era fruto de um amor... Um amor dolorido, sofredor, mas que gerou um pequeno ser para quando eu morresse, pudesse olhar nos olhos dele e lembrar de cada parte que eu havia passado com ele.

Eu havia decidido pelo amor próprio, pelos meus filhos, por viver os momentos de cada vez.

O que o futuro me reservava eu não sabia, mas sabia que ainda surpresas eu teria.


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Notas finais do capítulo

É isso gente, espero que tenham gostado e se não é pedir demais.. Comentem pelo menos um gostei e não gostei.
Um grande beijo!



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