Através do espelho escrita por Sweet Girl
Notas iniciais do capítulo
Capítulo atrasado, mas saiu! Desculpem o pequeno atraso amores, fui para a casa do meu pai no fim de semana e não consegui escrever, perdoem-me.
Estou amando os comentários de vocês, muito obrigada!
Agradecimento especial a Darah D pela recomendação incrível, eu estou apaixonada por ela, não paro de ler, obrigada!
Espero que gostem, boa leitura!
— Con-conversar comigo? — ela perguntou, gaguejando.
— Sim, algum problema? — o garoto respondeu.
— Não, nenhum... — Valentina tentou soar convincente.
— Ótimo, então vou te levar em casa. — avisou e a menina revirou os olhos, voltando a caminhar para a saída da escola. — Me espera, Vale. — ele pediu, quase correndo atrás dela.
— Você anda muito devagar. — a garota reclamou.
— É você que está fugindo. — Ethan disse, a alcançando e pegando em seu braço novamente.
— Não estou fugindo, só acho que não temos nada para conversar. — disse, andando mais devagar agora.
— Pois eu penso o contrário, vamos parar na praça e conversar.
— Argh, está bem. — eles caminharam até a praça em silêncio, Valentina estava com medo do que Ethan iria dizer e temia que ele houvesse descoberto algo, isso não poderia acontecer.
Chegaram na praça para o desespero de Vale, ela ainda não havia pensado em nada para responder, dependendo de qual fosse a pergunta, precisava arranjar uma desculpa e ir embora dali.
— Eth, a minha mãe... — ela começou e foi interrompida pelo menino.
— A sua mãe nada, ela está no trabalho agora. — ele disse, sentando em um banco e puxando a amiga para sentar ao seu lado.
— Mas a Heloísa vai... — foi interrompida novamente.
— Eu converso com ela se for preciso, tudo bem? — tentou acalmar a garota.
— Ela não vai te ouvir.
— Eu dou um jeito, não se preocupe com isso. — continuou tentando tranquiliza-la.
— O que você quer falar comigo? — indagou, indo direto ao ponto. Se não tinha como fugir da conversa, queria que ela acabasse logo.
— Quero falar sobre sua palidez e sobre o desmaio. — ele respondeu imediatamente.
— Aah... — ela parou para pensar. — É porque não passei maquiagem, só isso. — sorriu.
— E desmaiou por que não passou maquiagem?! — questionou descrente. — Fale a verdade Valentina. — pediu, quase implorando, estava muito preocupado com sua amiga.
— Não, desmaiei porque me machuquei e não aguento ver sangue. — retrucou, o que era um pouco real.
— Se machucou aonde? — continuou com seus questionamentos, começando a acreditar.
— No banheiro. — replicou, se alegrando ao perceber que estava o convencendo.
— Mas sangrou muito? Onde foi? Deixa eu ver! — a encheu de perguntas e tentou pegar seu braço.
— Não foi no braço, está tudo bem, não se preocupe. — disse, afastando o pulso das mãos do garoto.
— Tem certeza que foi só isso? — interrogou, percebendo o nervosismo de Valentina.
— Tenho. — expressou confiante.
— Então por que sua pressão estava baixa? — lembrou-se desse fato e voltou a desconfiar daquela história inventada em cima da hora.
— Eu não sei, a enfermeira não te disse?
— Não...
— Deve ter sido por culpa do desmaio.
— Não sei não... — falou pensativo.
— Acredite em mim, Eth. — pediu, o olhando.
— Estou preocupado com você Vale. — ele replicou.
— Por quê? Não tem motivo para isso. — tentou despreocupá-lo.
— Porque eu gosto de você, Valentina. — exprimiu, abaixando a cabeça. — Gosto muito. — sussurrou. — E estou receoso, com medo de que aconteça algo, porque percebi que está diferente. Me diz o que está acontecendo, por favor. — suplicou, sentindo seus olhos marejarem e levantou a cabeça, encarando a garota na esperança de ter a convencido a lhe dizer a verdade com suas palavras reais.
— Eu também gosto de você, Ethan. — ela falou, temendo que o menino chorasse em sua frente, o que faria dizê-la qualquer coisa para acalmá-lo.
— Você não entendeu, gosto de você de outra forma... — completou, ficando cabisbaixo novamente.
— Ethan, eu... — ele a interrompeu.
— Não precisa dizer nada, eu sei a verdade. — ergueu a cabeça. — Mas isso não é o mais importante, ainda não acredito naquela história.
— Acredite, é a verdade. — falou persuasiva.
— Não é, até a enfermeira percebeu que tem algo errado com você.
— Claro, ela é enfermeira! — disse, na defensiva.
— Você está confirmando que está com algum problema. — proferiu vitorioso.
— Não, não foi isso que eu quis dizer. — falou rápido, desesperada.
— Tem certeza? Você é tão leve Vale, parece uma pena.
— Hahaha. — riu sarcástica. — Você está brincando comigo, né? Sou uma baleia!
— Meu Deus, você é magra! — disse espantado.
— Não sou nada. — ela insistiu.
— Quanto você pesa?
— Não vou te dizer, é vergonhoso. — abaixou a cabeça.
— Você já foi em um médico, Vale? Um nutricionista, talvez? — indagou, esperançoso.
— Não, e também não vou. — respondeu rude.
— Por quê?
— Já conversamos o suficiente, agora posso ir embora? — se levantou.
— Não. Você não acha que está doente? — continuou questionando, a segurando para que não saísse dali.
— Não, eu estou bem. — sacudiu o braço, tentando se soltar dele.
— Não está Vale, você não está nada bem, me diz qual é o seu problema. — se levantou, ficando mais perto dela.
— Eu não tenho problema nenhum, Ethan! — gritou, sentindo lágrimas brotarem em seus olhos.
— Tem sim, e se não me disser eu irei contar ao seu pai. — avisou, num tom de ameaça.
— Não diga nada para o meu pai, por favor. — a menina implorou, deixando algumas lágrimas escorrerem.
— Então me fale. — se aproximou dela.
— Não! — exclamou alto, balançando o braço outra vez.
— Eu quero o seu bem, Valentina... Só o seu bem. — soltou o pulso da garota e aproximou seus rostos, ela se afastou quando Ethan fechou os olhos e saiu correndo.
(...)
Valentina chegou em casa desnorteada, ainda estava tentando entender o que havia acontecido naquela praça e como Ethan havia descoberto sobre seus problemas.
Por que seu amigo tentou beijá-la? Ele queria algo a mais com ela? Se era isso eles teriam que se afastar, Valentina não queria nenhum relacionamento naquele momento, não precisava incomodar outra pessoa com seus defeitos e inseguranças, podia ficar bem sozinha.
Abriu a porta de casa com força, fazendo Heloísa dar um salto do sofá.
— Finalmente hein? Eu estava preocupada com você, garota. — ela disse, dando um sermão na irmã mais nova.
— Ah, me poupe Heloísa, você não se preocupa comigo. — retrucou ainda de costas, fechando a porta.
— Como você diz isso de mim, irmãzinha? — se fez de inocente.
— Estou sem tempo para suas gracinhas. — caminhou até a escada.
— Onde você estava até agora? — indagou, indo atrás dela.
— Não é da sua conta. — se virou.
— Mas é da conta de mamãe. — disse num tom desafiador.
— Conte a ela e eu conto sobre o abaixo-assinado.
— Ela não se importa.
— Então também não se importará com meu atraso. — sorriu vitoriosa e subiu para seu quarto, deixando a irmã bufando no andar de baixo.
Vale abriu a porta de seu quarto e se jogou na cama, voltando a pensar. Ethan contaria mesmo a seu pai? Ele não podia fazer isso.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Anorexia, bulimia e automutilação são doenças e precisam ser tratadas.
Me avisem se encontrar algum erro.
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Até o próximo!