"— Por certo! Eu sou a Luna Addams! Tenho 18 anos, e não, não sou aluna de Hogwarts! — Todos estavam confusos. Se ela não era aluna de Hogwarts, então de onde era? — Agora que as apresentações estão feitas, vamos nos dirigir ao mundo humano.

— O QUÊ? — Respondem os quatro em uníssono."

POV Harry Melione

O céu azul estava sereno! A leve brisa batia na cara dos cinco jovens, que planavam a alguns metros acima do barulhento trem cinzento. O dia estava calmo. Estranhamente tranquilo. Quase que se podia dizer que era a calma antes da tempestade. Em algumas horas, aterrissaram na plataforma 4 3/9 . Aquela plataforma era desconhecida para todos. Segundo Luna, era um lugar abandonado há muitos anos atrás, perto do tempo quando se iniciou a construção de Hogwarts. No fundo do corredor habitado apenas por pequenas e inofensivas criaturas magicas havia um orelhão vermelho coberto por heras e musgo. Era óbvio que já não trabalhava há anos.

Harry, foi o primeiro a entrar. Não confiava que aquilo fosse trabalhar, mas também não tinha nada a perder. De seguida entraram as garotas, sendo a rosada a ultima. Lyra e Joy tinham imensas questões que duvidavam em perguntar. Ainda não confiavam plenamente na garota, por isso decidiram seguir o ritmo das coisas e quando achassem um bom momento falariam com ela. Quando fechou a porta e discou uns números, a plataforma tremeu. Oscilou umas três vezes antes de se deslocar para cima. Minutos depois, encontravam-se num perto do que já foram as paredes de uma casa. Encontravam-se numa longa fila de ruínas que separava a sombria floresta atrás deles da simples e alegre aldeia à sua frente.

Luna estreitou os olhos pelos quatro adolescentes.

— Estão a pensar ir explorar a aldeia, com os vossos uniformes? ­— Eles mostraram-se confusos. Então era essa a plano? Explorar uma aldeia? À procura de quê? — Não acredito! — A rosada percebendo a surpresa presente em seus rostos lembrou-se que eles talvez ainda não soubessem o motivo de estarem ali.— A Milla não vos contou qual é a missão?

O grupo negou com a cabeça e Luna mostrou um ar aborrecido! Se eles não sabiam nem sabiam no que se estavam a meter, porque é que ela os enviou? Suspirou e começou a contar a missão, enquanto se sentava numa pedra atrás de si.

— A situação é esta! Milla recebeu informações que existe uma bruxa vivendo com trouxas nesta vila. Então ela enviou dois grupos. O nosso que vai averiguar onde e como ela está, e o de Alan, que neste momento deve estar com o seu grupo na floresta atrás de nós procurando pela flor Magi Lazulis. Uma planta muito rara.

— E você tem alguma pista sobre essa tal bruxa? — Perguntou Gabrielle que agora também estava sentada numa grande rocha ao lado de Lyra.

— Solen! O circo Solen. Foi a única coisa relacionada com ela que vinha no envelope além das coordenadas desta velha aldeia. Aquela raposa astuta gosta de jogos, e se bem a conheço, esta é apenas a primeira parte da missão. — Luna não conseguia evitar ouvir o seu sexto sentido que estava algo errado, mas decidiu não dar importância. Ela saiu de seus devaneios quando Harry disse que sabia sobre o circo.

­— É muito conhecido no mundo trouxa! Trata-se de uma tenda de entretenimento composta pelas mais variadas pessoas! Alguns rumores dizem que alguns integrantes já foram um dia criminosos! Mas aquilo que mais chama a atenção são as arriscadas manobras e as acrobacias realizadas por Cecília. — Todos, olhavam espantados para o garoto de lindos olhos amarelados. — Uma vez, quando era pequeno a minha mãe levou-me a uma apresentação deles. — Disse descontraído, como toda a situação fosse algo normal.

— Então é só procurar! ­— Manifestou-se Joy, com um sorriso divertido. A diretora até poderia gostava de enigmas e desafios, mas podia garantir que não gostava tanto como ela. — Mas voltando á pergunta inicial! Não temos outras roupas, porque saímos á pressa, então você vai ter que pagar as nossas despesas. Além disso, ta como pensou, se continuarmos com os uniformes vamos chamar a atenção de toda a gente.

— Mukya! Menina esperta! Eu mereço! Quem me manda ter aceitado fazer isto. — A rosada retirou a sua carteira e deu algum dinheiro para cada um deles, desejando que as roupas naquele sítio fossem baratas o suficiente para que as pudesse comprar com o dinheiro que lhe restou. — A aldeia é relativamente pequena, por isso encontramo-nos todos do lado de fora da tenda do circo. — Os quatro acenaram de forma positiva contentes por terem um tempo para explorar os arredores sozinhos.

Cada um seguiu o seu caminho. Harry que foi o mais rápido a escolher a roupa, aproveitou o tempo que lhe restante para comprar umas guloseimas e materiais para as pegadinhas! Nunca se sabe quando é uma boa hora para fazer uma. Lyra, Joy e Gabrielle demoraram mais tempo, com as roupas. No fim estavam satisfeitas com o resultado. Assim que terminaram guardaram o dinheiro restante, pois poderiam aproveitar para pagar a entrada do circo.

Vaguearam um pouco explorando o lugar quando encontraram Harry numa loja pedindo direções onde o circo faria a sua atuação. Era uma velha mulher simpática que quando terminou de dar as direções deu um saquinho com biscoitos a cada um deles. Aceitaram o saquinho fechado com um laço de cor azul. Conseguiam perceber pelo seu olhar que era uma senhora solitária! Despediram-se e seguindo a indicações da mulher rapidamente se depararam com uma grande tenda amarela, e perto da entrada, Luna, que quando os viu, acenou com as duas mãos e um sorriso no rosto.

Harry, de alguma forma conseguiu deduzir que aquela era a primeira vez, que iria assistir a uma exibição do género. Aquele brilho nos olhos a deletava. Os quatro aproximaram-se dela e de seguida foram pagar a sua entrada. Nos minutos seguintes, compraram pipoca e foram se sentar nos respetivos lugares. Gabrielle pode observar que o lugar era realmente muito popular.

As luzes apagaram-se apenas deixando um feixe de luz que iluminava o apresentador, vestido com um fato de gala e uma cartola na cabeça. Deveria ser um ilusionista. Lançou umas bombinhas no chão e em pouco tempo o palco estava coberto de fumo. Ao começar a se dissipar, entrou um grupo de pessoas vestidas de palhaços. Em alguma parte da apresentação eles dispersaram-se pela plateia levando para o palco três garotas. Uma ruiva, outra de cabelo castanho claro e por fim uma de cabelo preto.

Elas não passaram despercebidas para os quatro elementos de Hogwarts. Aquelas eram suas colegas. Os palhaços que mesmo com toda a maquilhagem que tinham na cara, ainda possuíam um olhar ameaçador. Joy deduziu, o que o rumor que Harry teria ouvido sobre os homens um dia terem sido criminosos, era bem possível ser verdade. As três garotas tinham recebido uma viagem num pequeno um tanto constrangedor carro alegorico que depois de umas voltas acabou desaparecendo pelas cortinas que davam acesso aos bastidores, e pouco tempo depois voltaram a aparecer pelos corredores em direção aos seus lugares.

A primeira apresentação estava quase no fim. Harry ia para informar a rosada que ali haviam conhecidos quando repara que esta estava para se levantar.

— Eu também me quero divertir! — Sussurrou enquanto roía a unha do dedo polegar com um sorriso de lado divertido.

As luzes apagaram-se e Luna, sorrateiramente seguiu caminho até aos bastidores seguida por um Harry divertido que apenas queria saber no que tudo aquilo ia dar.

  — Mia, você não consegue fazer esta apresentação. Vamos apenas passar para os ilusionistas. — O apresentador parecia preocupado com uma mulher de longos cabelos castanhos apanhados numa trança, que se resignava colocando ligaduras no pulso nitidamente roxo e inchado. — Como é que pode esconder esta ferida de mim?

— Não! Eu consigo fazer isto! Não se preocupe Adam! Não é nada demais. — Ela dizia quando uma garota com uma voz encantadora, se intrometeu na conversa.

— Não precisa se forçar! Não quero que se machuque mais, eu sei que se esforçou muito para esta apresentação, mas e se isto afetar as suas apresentações futuras? Não será pior? — A sua voz afetou a mulher de uma tal maneira que aceitou não continuar com a sua apresentação. Era óbvio que o seu futuro era o mais importante.

— Mas as coisas já estão preparadas para a apresentação! O que vamos fazer? — Perguntou a morena preocupada.

— Eu faço. — A garota e Luna disseram em coro. Todos viraram a sua atenção para a garota de cabelos rosa e Harry que estava logo atrás.

— Quem são vocês? O que estão fazendo aqui? — Perguntou Adam que estava perto das longas cortinas que davam para o palco. Um dos palhaços de antes apareceu dizendo que as pessoas estavam fartas de esperar. — Cecília, por favor, fale com ela. Eu vou arranjar um pouco de tempo.

A garota moveu-se graciosamente até perto dos dois inesperados convidados.

— Você sabe fazer malabarismos no tecido acrobático? — Ela perguntou com um sorriso, deixando Harry se perguntando se ela não estava preocupada com a apresentação. A sua expressão não deixava transparecer nada.

— Você vai ter que confiar em mim! — A rosada limitou-se a responder, enquanto vestia uns calções justinhos por debaixo do vestido, que um dos palhaços trouxe a ordem desta.

— Parece que isto vai ser um tiro no escuro! — Ela riu, ao mesmo tempo que entravam no palco.

Aproximaram-se do longo tecido suspenso pela metade. Receberam uma grande saudação do público que assobiava e dois pares de olhos arregalados por parte das duas loiras ainda na plateia. Gabrielle tinha ido buscar mais pipoca. Uma música começou a tocar, e as duas garotas começaram a escalar o grande pano. Há medida que os sons dançavam pela tenda, elas realizavam manobras de grande dificuldade como figuras, torções, giros, inversões e quedas. Cecília parecia satisfeita com a performance da companheira que aparentava estar viver o melhor da sua vida.

Durante a dança, Luna olhou para a reação da plateia e reparou num certo garoto de cabelo branco que tinha uma expressão de surpresa. Mesmo estando escuro, aquela figura era-lhe irreconhecível. Mais tarde tinha que tirar algumas explicações com aquele rapaz. O que mais lhe incomodou foi a aproximação de uma morena que se estava a afiambrar ao braço dele. Teria que pedir explicações por isso também.

Aos poucos a música foi acabando e com isso a apresentação delas. Voltou tudo a ficar escuro e elas voltaram para os bastidores sendo recebidas pelos aplausos dos outros artistas que elogiavam a garota de bonitos cabelos loiros e lindos olhos azuis. Apesar da sua frágil aparência era mais forte do que poderiam imaginar.

Adam olhou para Harry com um ar de espectativa. Ele podia dizer apenas pelo seu olhar que esperava que ele fizesse algo. Ao fim de uma breve conversa na qual o apresentador saiu vitorioso, Harry foi para o palco fazer alguns ilusionismos com outros artistas mais experientes. Enquanto isso, onde Luna conversava alegremente com Cecília, as três garotas do seu grupo fizeram a sua aparição, e Adam não demorou a recruta-las para a próxima apresentação que seria com leões. Lyra voluntariou-se, e as outras duas ficariam para as próximas apresentações. Harry voltou do palco entusiasmado. Tinha sido mais divertido do que pensara.

Lyra entrou em ação segurando alguns aros por onde os animais teriam de saltar e até meteu a cabeça dentro da boca do mesmo quando o domador o pediu deixando o publico vibrar nos seus assentos. Na vez de Joy e Gabrielle, ajudaram dando os bastões em chamas para os malabaristas. A reação da plateia foi de perfeita surpresa quando alternavam os bastões entre eles. Por fim, o show terminou com os malabarismos aéreos da artista mais querida do circo de Solen. Cecília.

O grupo de cinco pessoas para não ser um estorvo, às pessoas que agora arrumavam as coisas decidiram ir para rua ter uma alegre conversa sobre as suas apresentações. A conversa foi interrompida quando um garoto albino acompanhado pelas três garotas que antes tinham ido ao palco.

— Alan! — Gritou Luna correndo com os braços abertos, na direção do rapaz de cabelos brancos, que habilmente desviou no último momento. — Porque desviou? — Perguntou com um falso sorriso. O seu cabelo rosa agora ganhava uma tonalidade vermelha.

— Porque esse sorriso apenas traz problemas! Há quanto tempo pensa que a conheço? — A tonalidade do seu cabelo voltou ao normal. As três garotas pareciam admiradas. — Se eu a tivesse, me deixado abraçar, provavelmente neste momento agora estava sentindo muita dor.

— Você me conhece assim tão bem, imitação do Jack Frost? — Ele fez um falso ar de ofendido.

— Conheço sim, Expertinha Premium Edition! — Ele a puxou para mais perto lhe dando um selinho demorado.

— Arranjem um quarto vocês dois! — Disse uma voz feminina atrás do Albino. A garota de cabelos castanhos estava com uma mão na cintura e um sorriso travesso. Todos riram baixinho.

— Não me vai apresentar? — Perguntou a rosada, olhando para as três garotas.

— Com todo o prazer! A ruiva chama-se Aurélia, a morena que disse sugeriu que arranjássemos um quarto, é a Heather, e por último, mas não menos importante Alice Black. — As três acenaram. Luna deu uma cotovelada no abdómen do garoto. — Porque fez isso? — Ele perguntou massageando a região.

— Pensa que eu não vi quando estava com a outra garota pendurada no seu braço?

— Calma aí, ciumenta! Ela é que me agarrou, e eu a afastei propriamente depois disso. Você não confia em mim? — Voltou a fazer um ar um falso ar de desilusão, mas ao ver que a rosada o fuzilava com o olhar, a abraçou por detrás apoiando o queixo na cabeça dela. — Ah, você sabe que eu só tenho olhos para si! — Isso pareceu deixá-la mais tranquila. — Por certo! Nós já concluímos a nossa parte da missão! E vocês? — O grupo nada disse. Em alguma parte de toda aquela confusão tinham-se esquecido disso.

— Quanto a isso, acho que eu posso ser de ajuda! — A voz vinha de uma mulher que apareceu segundos depois perto da porta das traseiras da tenda onde o grupo se encontrava reunido.